Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Divida Externa: relembrando o calote da Argentina em 2001
Em meio a suspensão do pagamento da dívida externa, confiscos, saques e violentos protestos de rua, colapso econômico fez país perder 20% do PIB em apenas quatro anos
Fonte: Acervo O Globo
Após uma década de estabilidade e aparente prosperidade alcançadas com o câmbio artificialmente fixo, a Argentina declarou moratória em dezembro de 2001. Era o sinal mais evidente de que a lei da conversibilidade, de 1991, do governo de Carlos Menem, estava ruindo. Instituída pelo Plano Cavallo (elaborado pelo ministro da Economia, Domingo Cavallo, para deter a inflação), a paridade dólar-peso — cada peso respaldado por um dólar — estava com os dias contados. A dívida externa do país, pública e privada, havia disparado: de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$ 146 bilhões dez anos depois, segundo o instituto Indec. Acumulando déficits externos, com exportações insuficientes para honrar seus compromissos e parcas reservas cambiais (despencaram para US$ 16 bilhões), o país quebrou.
Abalado por uma grave crise econômica e social, o governo argentino anunciou às vésperas do Natal, no dia 23 de dezembro de 2001, a suspensão por tempo indeterminado do pagamento da dívida externa. A decisão foi tomada pelo novo presidente, Adolfo Rodríguez Saá, do Partido Justicialista (PJ, peronista), escolhido pelo Congresso. O calote da dívida externa pública superava US$ 102 bilhões, o maior da História. O cálculo contabilizava US$ 82 bilhões envolvidos na moratória, além dos juros somados ao principal. Sem conseguir novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Argentina, ao declarar moratória, entrava em rota de colisão com seus credores e o mercado financeiro mundial.
O embate iniciado em 2001 com os credores da dívida externa — renegociada só em 2005 no governo de Néstor Kirchner (sucessor de Eduardo Duhalde) — afeta até hoje a credibilidade do país. Na reestruturação da dívida na gestão Kirchner, o governo acertou pagar só 25% do devido aos banqueiros e fundos internacionais. Não é à toa que, nos últimos anos, o governo argentino se viu em dificuldades para voltar a obter financiamentos externos e estimular a sua economia. O calote também acabou respingando em seus parceiros comerciais no MERCOSUL, como o Brasil.
Após a renúncia do presidente Fernando De la Rúa, e a passagem relâmpago pela Casa Rosada de Ramón Puerta, presidente do Senado, Rodríguez Saá representava a volta do peronismo após dois anos afastado do poder. No dia de sua posse, ele anunciou um pacote de medidas, incluindo a emissão de títulos públicos — o que, na prática, significava a criação de uma terceira moeda (não conversível ao peso e ao dólar). Com isso, também fazia uma desvalorização cambial disfarçada, ao emitir títulos públicos para pagar servidores e impostos. Também anunciou a venda de carros e aviões oficiais, a eliminação de ministérios e o confisco parcial, impedindo o argentino de retirar depósitos bancários a prazo fixo e outros tipos de aplicações. Permitia sacar apenas 250 pesos por semana.
Diante de uma taxa de desemprego que chegava a 18,3%, o pacote, na área social, além de limitar o salário de servidores, previa a criação de 1 milhão de vagas. Após sucessivas greves dos sindicatos, onda de saques a supermercados e protestos de rua, o governo também anunciou a distribuição de alimentos à população. E o Congresso convocou eleições presidenciais para o ano seguinte. Em quatro anos, entre 1998 e 2002, período chamado de “Tragédia Argentina”, o país perdeu 20% do PIB e a renda per capita encolheu em dólares 68%. Em janeiro de 2002, em meio ao colapso econômico, a confusão institucional levou o país a ter cinco presidentes, em apenas duas semanas. Durante os protestos de rua contra o governo, o país registrou mortes e dezenas de pessoas ficaram feridas.
A moratória anunciada pela Argentina em 2001 foi um novo capítulo da história da suspensão do pagamento da dívida externa dos países emergentes, especialmente os da América Latina. Após o salto dos juros nos Estados Unidos, até a metade dos anos 80, a chamada década perdida, a dívida das nações emergentes havia aumentado de US$ 500 bilhões para US$ 800 bilhões, segundo o FMI. A partir dos anos 80, a crise da dívida se alastrou nos países latino-americanos. Em 1983, o México pediu moratória. Também tiveram de renegociar as suas dívidas Chile, Cuba, Honduras e Venezuela. Já o Equador pediu moratória em 1999.
No caso do Brasil, em fevereiro de 1987, no governo Sarney, o ministro da Fazenda, Dilson Funaro, decretou moratória da dívida externa. O país chegava ao fim daquele ano devendo US$ 110 bilhões.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
ONU condena fundos abutre: oh, que tragedia!; os especuladores vao arrancar os cabelos...
Todos os abutres, e os especuladores, desempenham um papel positivo, no sentido de conter as políticas erradas dos governos. Se especuladores pudessem especular com contas equilibradas, câmbio formado pelo mercado (e não como resultado da manipulação dos governos) e situações monetárias conformes à realidade das forças econômicas, não distorcidas pelos governos.
Abutres cumprem um papel profilático na natureza; o mesmo acontece com os dos mercados financeiros. Eles limpam os campos de governos apodrecidos, como era a Argentina, aliás...
Paulo Roberto de Almeida
ONU adota resolução que condena fundos abutres
Agência Brasil, 29/09/2014
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) adotou hoje (26), em Genebra, uma resolução que condena os chamados fundos abutres - como são chamados os fundos especulativos que compraram títulos da Argentina. O texto aprovado por 33 votos a favor, 5 contra (incluindo o voto dos Estados Unidos) e 9 abstenções.
O texto "condena as atividades dos fundos abutres pelos efeitos negativos diretos que exercem sobre a capacidade dos governos de cumprir suas obrigações em matéria de direitos humanos - sobretudo os direitos econômicos, sociais e culturais e o direito ao desenvolvimento - e o pagamento da dívida a esses fundos em condições predatórias".
O chanceler argentino, Héctor Timerman, disse, em coletiva de imprensa, que "a Argentina está muito orgulhosa de ter conseguido uma extraordinária vitória a favor dos direitos humanos". Ele acrescentou que os fundos abutres não vão parar até que sejam impedidos de continuar. "Os bilhões que os fundos abutres levam do Sul, traduzem-se em fechamento de escolas, em hospitais sem medicamentos, em famílias revirando o lixo para comer", acrescentou.
Brasil, Chile, Cuba, Rússia, Venezuela, Peru, Uruguai, Paraguai, El Salvador e Bolívia acompanharam a Argentina na apresentação da resolução. Os Estados Unidos justificaram o voto negativo com o argumento de que a discussão deveria ser técnica. "Se esse debate não for feito adequadamente, isso pode criar incertezas e elevar o custos dos empréstimos, levando inclusive ao corte de financiamento aos países em desenvolvimento".
A resolução também convoca os países a "participar nas negociações encaminhadas para estabelecer um marco jurídico multilateral para os processos de reestruturação da dívida soberana", previstas na Resolução 68/304 da Assembléia Geral da ONU.
A resolução, proposta por Argentina e G77+China, foi adotada pela Assembléia Geral da ONU no dia 9 de setembro com o objetivo de "elaborar e adotar, por meio de um processo de negociações intergovernamentais, um marco legal multilateral que permita reestruturações da dívida soberana". Segundo o texto, o marco legal será votado antes do fim do ano.
Buenos Aires mantém uma disputa legal com fundos especulativos, que classifica de "abutres", porque compraram os títulos da dívida desde 2001 e agora exigem 100% de seu valor, apesar de 93% dos credores da dívida argentina terem aderido à renegociação.
Os fundos conseguiram nos tribunais dos Estados Unidos o bloqueio dos pagamentos de 93% dos credores que aderiram à reestruturação em 2005 e 2010, o que levou a Argentina à moratória parcial em junho.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Argentina: noticias (frescas) de los hermanos, desafiando a sentenca da corte de NY - Bob van Joris (Bloomberg)
State’s ‘Dignity’
sábado, 20 de setembro de 2014
Deuda argentina: las cosas se complican, hermanos (e nao vao melhorar...)
EUA nega recurso da Argentina e de banco para pagamento de dívida
Tribunal negou pedido do país e do Citibank para liberar pagamentos.
Argentina enfrenta impasse para pagar dívida a credores.
solucionar impasse para pagamento de dívida
argentina (Foto: Reuters/BBC)
Os três magistrados da corte indicaram que sua decisão não significa uma decisão definitiva sobre o pedido. Segundo eles, o caso pode ser levado a Griesa antes do dia 30 de setembro, data em que vencem os pagamentos dos títulos argentinos que motivou o recurso do Citibank.
A decisão do Tribunal de Apelações acontece no dia seguinte à audiência em que os juízes ouviram os argumentos das partes, submetidas a uma bateria de perguntas.
"As apelações são indeferidas por falta de jurisdição", determinaram os juízes Rosemary Pooler, Barrington Parker e Reena Raggi, referindo-se a um tecnicismo em relação à decisão original de Griesa.
"Declinamos de nossa jurisdição porque a apelação é de um esclarecimento e não de uma modificação. De todo modo, o tribunal não descarta que o Citibank busque nova ajuda do juiz", afirmam.
O Citibank, agente de pagamento dos títulos reestruturados emitidos sob a lei argentina, recorreu em julho de uma ordem do juiz Griesa, que impede a instituição de pagar os credores no próximo vencimento dos títulos da dívida, em 30 de setembro (entenda a crise pelo impasse no pagamento da dívida argentina no quadro abaixo).
Griesa mantém bloqueado no Bank of New York um depósito efetuado pelo governo argentino no valor de US$ 539 milhões para os credores dos títulos reestruturados sob legislação americana, situação que levou o país a uma moratória parcial.
Na época do bloqueio, o juiz autorizou que o Citibank pagasse de uma só vez os juros dos títulos emitidos sob legislação argentina e que estavam em um limbo jurídico. O novo prazo para o pagamento voltou a levar a questão à justiça.
Contagem regressiva
Com o indeferimento desta sexta-feira no Tribunal de Apelações, a Argentina e o Citibank têm dez dias para tentar reverter a situação com Griesa (embora não pareça fácil, considerada a posição do juiz em relação ao caso).
"O Citibank enfrenta um sério e iminente desafio", afirmou Wagner na quinta-feira (18), ao advertir para os possíveis riscos enfrentados pelo banco, como sanções do governo argentino ou ações judiciais dos clientes que não receberem o pagamento.
Segundo a advogada, os títulos sob a lei argentina pagos pelo Citibank estão em uma situação diferente daqueles que foram pagos pelo BoNY e não estão comprometidos pela decisão de Griesa.
Os fundos especulativos (credores da dívida argentina que não aceitaram renegociação do valor) insistiram que todos os pagamentos da dívida reestruturada em 2005 e 2010 devem ser bloqueados.
De acordo com Englert, Griesa "cometeu um erro" ao não detalhar isso na sua decisão, mas corrigiu em julho ao autorizar que o pagamento do Citibank.
Além de sua tentativa de reduzir o alcance das ações do juiz, limitando-as aos títulos sob legislação americana, a Argentina busca desde julho uma alternativa de pagamento. Na semana passada, foi aprovada no Congresso uma lei que permite alterar a sede de cobrança para Buenos Aires, Paris ou onde os credores preferirem.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Los hermanos, again and again, deja vu, all over again...
Acho até que a Economist foi muito boazinha, complacente, compreensiva, com esse caso terminal. Ela está sendo muito otimista em relação à capacidade da Argentina (ou de seus líderes políticos) de adotar os remédios certos, e superar as dificuldades pela via do ajuste, não da embromação, do subterfúgio, do escapismo, das acusações externas, enfim, essas coisas que eles sempre fazem.
O Brasil ainda não cansou de aguentar desaforos?
Paulo Roberto de Almeida
The palindrome of Kirchnerismo
Default gives Argentina’s president a political advantage, but not for long
Aug 9th 2014 | From the print edition /The Economist
IT IS a rainy Saturday morning, three days after Argentina defaulted on part of its foreign debt. In a damp and flimsy shack in Salas, a settlement of muddy lanes and foul streams on the outskirts of Buenos Aires, Ramon Gallardo and his neighbours listen attentively to staff from TECHO, a housing charity. They are briefing residents about the 15 one-room huts they will build in return for a nominal contribution of money and labour. TECHO has erected many of its sturdy, weather-proof huts in struggling Haiti. But there are takers in rich Argentina, too.
Many of them are among the 20-30% of Argentines who, according to unofficial estimates, live in poverty despite a decade of economic growth. Now Mr Gallardo is worried that his work as a casual building labourer will dry up. “They told me the job I’m on will stop because of the default,” he says.
Urban myth or not, this perception highlights the risk that President Cristina Fernández de Kirchner has run by choosing to scotch last-minute talks and defy an order by Thomas Griesa, a New York judge, to settle with hedge funds that are demanding full repayment of their Argentine bonds. As a result, Judge Griesa blocked a payment to some of Argentina’s foreign bondholders who took part in debt restructurings in 2005 and 2010 and hold 93% of the debt. That, in turn, precipitated the default on July 30th.
Ms Fernández and Axel Kiciloff, her inexperienced economy minister, rail that Argentina is once again being mistreated by speculative “vulture funds”, and by a judge who appears out of his depth. Some of these points have merit. But unlike the last time Argentina defaulted in 2001, it is not insolvent. Ms Fernández and her late husband and predecessor, Néstor Kirchner, could have dealt with the “hold-out” creditors years ago by quietly buying up their bonds. Even now, her officials have offered the judge no alternative solution and seem to have no clear negotiating strategy.
Instead, the president has opted to try to turn this battle into a nationalist epic. That offers an immediate, albeit slight, political dividend: her approval rating has crept up to over 40%. In this she is being true to type. In 11 years in power the Kirchners have preferred nationalism and confrontation to pragmatism and professional competence, while focusing relentlessly on the short term. When the economy was rebounding from the collapse of 2001-02, and was helped by a big rise in world prices for Argentina’s farm exports, “they discovered that they could govern for ten years solving each day’s problems,” says Luis Alberto Romero, a historian. “But now those problems are mounting up.”
Even before the default, the economy was set to contract by about 1.5% this year. Businesses are laying off workers, or cancelling overtime. The current account and the public finances are both in deficit. Inflation is at 39%, according to Elypsis, a consultancy. On the black market a dollar costs nearly 50% more than it does at the official exchange rate.
With foreign-exchange reserves dwindling, Ms Fernández had begun to settle the disputes with investors that prevent Argentina drawing on international credit. Her priority had seemed to be to reach the end of her term in December 2015 in reasonably good order. That now looks harder. How much worse the economy gets as a result of the default depends on how long it lasts. Many financial analysts assume that the government will settle in January (when a clause in the restructured bonds that makes this harder will expire). That may be too sanguine.
The uncertainty Ms Fernández has unleashed will curb investment. The government’s only Plan B is an $11 billion currency-swap facility with China which may slightly ease the pressure on the currency reserves (and thus on the exchange rate). But if more Argentines find, like Mr Gallardo, that default threatens their job, they may start to blame the president.
The Kirchners’ decade in power resembles “a palindrome”, according to Eduardo Levy Yeyati of Elypsis. It began with default, recovery, opening up and rising expectations, and then reversed the order. But not wholly so.
Three things mitigate Argentina’s mess. One is that the government’s child allowances, which many in the Salas settlement receive, mean the social desperation of 2002 ought not to be repeated. The second is that a better-advised and more pragmatic president would find it fairly easy to put the economy back on track and win foreign investment. And third, next year’s election is likely to produce this outcome. It is the knowledge that Ms Fernández is on the way out and that her populism is no longer affordable that is putting a floor under economic decline.
Argentina: solita contra el mundo: que borrachera...
Argentina reclama medidas internacionales contra el "anarcocapitalismo"
El Gobierno del país cree que hay instancias de apelación en el Tribunal de la Haya para desbloquear el conflicto de la deuda
El jefe del Gabinete del Gobierno argentino, Jorge Capitanich.- EFE
En su rueda de prensa diaria, el jefe de Gabinete del Gobierno argentino, Jorge Capitanich, dijo hoy que el mundo no puede estar bajo el "anarcocapitalismo".
"El mundo no puede estar con la espada de Damocles de grupos minúsculos oligárquicos" que "conspiran contra la estabilidad del sistema económico y financiero internacional" y vulneran "la condición de un país soberano" con un "nivel de usura inaceptable", recalcó Capitanich en referencia al conflicto con los fondos buitre.
El Gobierno argentino que encabeza la presidenta Cristina Fernández estudia recurrir al Tribunal Internacional de La Haya para desbloquear los pagos a los tenedores de bonos reestructurados, que permanecen bloqueados en Estados Unidos por la sentencia del juez Thomas Griesa, favorable al 1% de los acreedores que denunciaron a Argentina para cobrar el importe íntegro de la deuda.
"Frente a una controversia de carácter internacional que implica una disputa entre estados, obviamente hay instancias de carácter internacional que puedan ser utilizadas para la resolución", apuntó el jefe de Gabinete.
"El sistema económico internacional está reclamando la cobertura de un vacío jurídico y legal" respecto a la aplicación de una regla "de las mayorías" en los "procesos de reestructuración de deuda de países soberanos", continuó.
Capitanich pidió medidas que actúen como "desincentivos" para los fondos buitre que se aprovechan de "un sistema judicial perverso", que "está absolutamente corrompido por la incidencia de este tipo de intereses".
Además, explicó que Argentina puede recurrir a mecanismos como el "método de opinión consultiva" o el proceso de "introducción a instancias con o sin medida cautelar" que ofrece el Tribunal Internacional de La Haya.
Sin embargo, el abogado argentino y exfiscal en la Corte Penal Internacional Luis Moreno Ocampo advirtió ayer que no hay posibilidades de que esa vía judicial prospere.
Capitanich criticó también la decisión del juez estadounidense de ratificar al mediador, Daniel Pollack, y le acusó de "mala comprensión, por un lado, incapacidad manifiesta por el otro, clara parcialidad respecto a la posición de los fondos buitre y marcada incompetencia para resolver un problema".
Para el funcionario argentino ratificar al mediador supone insistir en "la misma posición por parte del juez", quien "no entiende adecuadamente las dificultades de este proceso".
"Es tan simple la solución de esta cuestión que precisamente llama la atención de por qué no se instrumenta", señaló, respecto a la reclamación del Ejecutivo argentino para que la Justicia estadounidense adopte una medida cautelar que permita el pago a los tenedores de títulos que aceptaron los canjes de 2005 y 2010.
Las agencias calificadoras de riesgo internacionales han declarado al país en suspensión de pagos, pero el Gobierno argentino niega la situación de impago, sostiene que ha cumplido sus obligaciones financieras y responsabiliza a la Justicia estadounidense de congelar los fondos destinados a los acreedores de deuda reestructurada (92,4% del total).
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Tangos y tragedias: hay que endurecerse hermanos, pero se puede llorar tambien...
Argentina holdouts
Argentina deposita pago de deuda reestructurada y recibe nuevo revés judicial
Buenos Aires, 26 de junio de 2014
La encrucijada de Argentina
Después de realizado el desembolso, el juez Griesa convocó para el viernes a las 10.30 hora local (14.30 GMT) a una audiencia a los representantes de Argentina y de los bonistas, abriendo una nueva oportunidad a las partes para que dialoguen.
La convocatoria de Griesa se conoce en un momento de alta tensión entre el Gobierno argentino y los fondos de cobertura que compraron la deuda impaga por cerca de 1.330 millones de dólares y no aceptaron las propuestas de canje con una quita.
La audiencia ante Griesa fue programada luego de que un abogado de NML Capital, una filial de Elliot Management Corp -uno de los demandantes-, le pidió que “atendiera esta violación de una orden de la corte”, en alusión al depósito realizado por Argentina.
Buenos Aires tiene un período de gracia de un mes para tratar de negociar una salida con los acreedores impagos, llamados “holdouts” por no haber aceptado los canjes que ofreció el país. Si no lo logra, el 30 de julio caerá en cesación de pagos técnica.
“En cumplimiento del prospecto y del contrato vigente con los tenedores que adhirieron voluntariamente al canje de deuda en el período 2005-2010, (Argentina) ha procedido al pago de los servicios de capital e intereses de sus bonos bajo legislación extranjera”, sostuvo Kicillof.
Argentina depositó unos 832 millones de dólares, de los que 539 millones fueron transferidos a cuentas del Bank of New York Mellon (BONY) en el Banco Central argentino.
Pese al depósito, un fallo del juez Griesa impide que los acreedores que aceptaron los canjes en el 2005 y el 2010 cobren su dinero si Argentina no paga también a los tenedores disconformes. Y ordenó a los bancos estadounidenses que procesan los pagos de deuda retener el dinero. Si bien el país sudamericano pidió al juez que suspenda temporalmente la medida para poder pagar a sus acreedores reestructurados y tener tiempo para negociar con los otros, el magistrado rechazó el jueves la solicitud, dejando al país al borde de un incumplimiento de deuda.
“Si alguien dispusiera de los fondos depositados en la cuenta del fiduciario, afectaría los derechos de sus verdaderos dueños, que no son otros que los tenedores adheridos voluntariamente al canje y constituiría una grave alteración a las condiciones fijadas en el prospecto”, advirtió Kicillof.
Los acreedores que sufrieron la reestructuración de casi un 93 por ciento de la deuda tras el gigantesco incumplimiento argentino de 100.000 millones de dólares en 2001-2002 aceptaron cobrar cerca de un 50 por ciento del pasivo en cuotas hasta el 2038.
Argentina asegura que si paga a los “holdouts” -que representan cerca del 1 por ciento del total de la deuda incumplida-, además de violar los acuerdos con los acreedores reestructurados abriría la puerta a reclamos de otros tenedores que no canjearon sus papeles por hasta 15.000 millones de dólares.
Este monto representa más de la mitad de las reservas internacionales del país, que ya dijo que no podría cumplir con un desembolso de esa magnitud.
Los mercados financieros argentinos reaccionaron ligeramente a la baja a las noticias del jueves.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Argentina: as agruras da divida e os companheiros frustrados
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Argentina: ciclotimica e recorrente na crise financeira - Carlos Malamud
Argentina y el cambio de ciclo
Los molinos de viento de la deuda Argentina
Madrid, 22 junio 2014
Por CARLOS MALAMUD
La idea de normalidad se basaba en un índice llamado de economías de frontera, unas economías en desarrollo con grandes oportunidades de ganancia, del cual están excluidos países emergentes como Brasil o México con mayor estabilidad e institucionalidad. Esa sensación era producto de una serie de medidas recientes del gobierno kirchnerista, desde la elaboración de un nuevo índice para medir la inflación (demandado por el FMI) hasta acuerdos millonarios para cerrar contenciosos pendientes ante el CIADI (Centro Internacional de Arreglo de Diferencias relativas a Inversiones), el Club de Paris o Repsol.
Si bien estas medidas no solucionaron los problemas económicos de fondo ni relanzaron el crecimiento argentino, bastaron para instalar la idea de que el país se había distanciado del precipicio. Sin embargo, la fuerte inflación, la caída de reservas internacionales, la falta de divisas, el déficit energético, el excesivo peso de los subsidios y el elevado gasto público seguían ahí, aunque Cristina Fernández había logrado su objetivo de comprar tiempo.
Los resultados electorales de 2013 cerraron el camino a la reforma constitucional que hubiera habilitado una nueva reelección. Simultáneamente, el hiperliderazgo presidencial evitó que surgiera ninguna candidatura viable dentro del riñón del régimen, una cuestión agravada por la situación judicial y política del vicepresidente Boudou,que afronta serias acusaciones de corrupción. En el oficialismo, el candidato mejor posicionado es Daniel Scioli,gobernador de la provincia de Buenos Aires, pese a ser rechazado por el kirchnerismo más radicalizado.
El futuro, plagado de dificultades y peligros como la apertura de causas judiciales contra los principales miembros del gobierno, podría ser más llevadero si se concretara el deseo de retornar a la presidencia en 2019. Para que esto ocurra deben cumplirse algunas condiciones nada fáciles. Lo más importante es llegar al cambio de gobierno al final de 2015 sin que una nueva crisis económica estalle en las manos de Fernández y acabe dramáticamente con sus expectativas. Esto explica algunas políticas recientes, como las mencionadas más arriba, pese a su incompatibilidad con el relato político-ideológico del gobierno.
El fallo de la Corte Suprema se llevó por delante el oasis de tranquilidad en que se había instalado la sociedad argentina. La respuesta gubernamental mantuvo la estrategia tradicional: negativa absoluta a negociar con los “fondos buitre” y descalificación de la justicia norteamericana, en un momento en el que ni la política económica ni la diplomacia estuvieron a la altura de lo demandado. Nuevamente el discurso para el consumo interno buscó inflamar las pasiones nacionalistas (“¡patria o buitres!”), a tal punto que muchos comenzaron a comparar la Guerra de las Malvinas con esta nueva crisis.
La malvinización del conflicto se tradujo no sólo en soflamas altivas sino también en la negativa a pagar, a enviar misiones negociadoras a Estados Unidos o a cambiar el tono del discurso contra el juez Griesa, principal responsable de la causa de los holdouts en Nueva York. La sensación de debacle llevó a recapacitar y se comenzaron a llamar a las cosas por su nombre. De este modo los molinos de viento dejaron de ser gigantes para ser simplemente molinos ya que el estallido de una crisis acabaría con Cristina Fernánez, sin un recambio político viable, pero también con el kirchnerismo y, muy probablemente, supondría un golpe durísimo al peronismo.
De una manera u otra Argentina está frente a un cambio de ciclo. Independientemente de la evolución judicial y económica del problema de la deuda vale la pena no perder de vista su componente político, con unas elecciones presidenciales a la vista (octubre de 2015). El fin de la etapa kirchnerista se observa en los detalles más nimios pero de momento nadie tiene las claves del futuro. Faltan 16 meses para las elecciones, un siglo en la política argentina, y 14 para las primarias, simultáneas y obligatorias (PASO), a celebrarse en agosto de 2015, cuando comenzarán a aclararse las cosas. Hasta hace poco la mayor parte de los observadores señalaba que el recambio sólo podría provenir del peronismo.
Pero la coyuntura ha cambiado radicalmente. La dispersión del voto es absoluta y todas las opciones están abiertas. Ninguno de los principales candidatos (el paraoficialista Daniel Scioli, el neoperonista Sergio Massa, el centroderechista Mauricio Macri o alguno de los cuatro precandidatos de UNEN, coalición de radicales, socialistas y otras opciones de centro izquierda) tiene el 30% de la preferencia ciudadana. Actualmente la única certeza es que habrá segunda vuelta, aunque el resultado final dependerá únicamente de quiénes sean sus dos competidores.
Una vez más Argentina se ha perdido en su laberinto. Nuevamente retornan las preguntas de por qué un país tan rico es incapaz de transitar decididamente hacia el desarrollo. Pese a las voces catastrofistas, Argentina no se despeñará esta vez ni volverá a declararse en cesación de pagos. Sin embargo, cualquiera sea el nuevo gobierno, deberá recomponer una economía devastada. Para lograr su cometido el próximo presidente tendrá que deshacer muchas de las medidas que, bien por prejuicios ideológicos, bien por politiquería o bien por incompetencia, se adoptaron en los últimos 12 años. Como los milagros son imposibles, la complicada articulación de equilibrios políticos y económicos sólo se alcanzará con amplios consensos, cuya búsqueda debería ser la tónica dominante a partir de 2015.
domingo, 22 de junho de 2014
Argentina: dez anos de calote, dez anos de bravatas, para nada...
El contrato de la deuda reestructurada establece que Argentina tiene 30 días de gracia para retrasarse en el pago del próximo día 30. Es decir, no caerá técnicamente en suspensión de pagos del nuevo pasivo hasta el 30 de julio. Mientras tanto, debe buscar alternativas para evitar una nueva moratoria de la deuda y lo hará en la reunión prevista la semana próxima en Nueva York entre funcionarios del Gobierno de Cristina Fernández de Kirchner y los acreedores litigantes. Una opción es que en vez de pagar la sentencia en efectivo, como reclaman los demandantes y el juez del caso, Thomas Griesa, se abone con títulos públicos, que vencerían en los próximos años. Un socio del fondo buitre NML, que es uno de los que obtuvo el fallo favorable, admitió la posibilidad de que se les abonara en bonos. Argentina ha dicho que carecía del dinero al contado para pagar demandas que podrían acumularse hasta llegar a 15.000 millones y el juez ha propuesto una negociación. Lo que no podrá hacer Buenos Aires es aplicar a los buitres una quita como la que logró que aceptara en 2005 y 2010 el 93% de los acreedores de la deuda impaga en 2001.
El Gobierno argentino reiteró en la noche del miércoles que rechaza la decisión de Griesa, ratificada el lunes por Tribunal Supremo estadounidense, que le obliga a pagar de un golpe la deuda de 1.500 millones a los fondos buitre que rechazaron en su día el trueque de los bonos y le impide seguir pagando al resto de acreedores hasta que no salde esta deuda. Horas antes de que sus abogados y los de los fondos buitres se reunieran este miércoles con el juez para pactar una negociación la semana próxima, un tribunal de apelaciones de Nueva York levantó la suspensión que regía hasta ahora de la sentencia de Griesa, que data de 2012 pero que solo el lunes pasado quedó firme. La consecuencia de esa medida del tribunal de apelaciones, que fue solicitada el mismo lunes por los buitres, es que Argentina debería pagar el próximo día 30 a ellos antes que abonar la deuda reestructurada. El Gobierno argentino consideró que el “levantamiento” de la suspensión de la sentencia “muestra la inexistencia de voluntad de negociación en condiciones distintas a las obtenidas en la sentencia dictada por el juez Griesa". Es curioso que esta opinión fue vertida horas después del encuentro entre el juez y las partes enfrentadas en las que acordaron que negociarán la semana próxima. Puede entenderse como parte de la estrategia de presiones de ambos lados en la discusión al límite que están protagonizando.
De un lado, Argentina puede caer en suspensión de pagos si no abona a los litiganes. Por otro, los demandantes quieren cobrar lo antes posible. La querella está encabezada por tres fondos buites, que se especializan en comprar bonos basura de países y empresas en moratoria para después rechazar reestructuraciones y exigir en los tribunales el 100% de lo adeudado originalmente, pero además hay otros 13 demandantes que son pequeños inversores que sufrieron la suspensión de pagos de 2001 y que tampoco aprobaron los canjes de 2005 y 2010, que implicaron la quita de la mitad del valor inicial del pasivo.
El propio ministro de Economía, Axel Kicillof, dijo que el revés judicial costaría a Argentina no solo los 1.500 millones de esta sentencia sino un total de 15.000 millones al abrir la puerta a más demandas. El problema es que esta cifra equivale a más de la mitad de las reservas internacionales del Banco Central argentino, lo que abocaría al país al temido impago ahora que estaba en plena campaña por recuperar la confianza de los inversores internacionales. La presidenta, Cristina Fernández, había asegurado este mismo lunes que el país evitaría la suspensión de pagos.
En 2001, Argentina declaró la mayor suspensión de pagos de un país en la historia y entre 2005 y 2010 logró el canje del 93% de su deuda. Solo el restante 7% quedó en litigio. A los tenedores del pasivo reestructurado con legislación en Nueva York, Londres y Japón les debe 28.000 millones.
Para buscar una solución al conflicto abierto entre Argentina y los fondos buitre, Kicillof ha enviado el martes a los abogados de Argentina a negociar con el juez Griesa. El magistrado, de 84 años, organizó el miércoles por la tarde una reunión con todas las partes, reprochó las palabras del lunes de la presidenta, que calificó el fallo de "extorsión" y advirtió de que realizar un canje de la deuda reestructurada en EE UU, Reino Unido y Japón para que cobren en Argentina, como sugirió el martes Kicillof, es un "desacato". Pero los abogados del fondo NML aceptaron ante el juez la propuesta de Argentina de organizar un encuentro con funcionarios del Gobierno de Fernández la semana próxima en Nueva York.
Mercosul apoia calote como noma de conduta aceitavel no relacionamento com credores
Não houve acordo nenhum: era aceitar aquilo ou coisa nenhuma.
sábado, 21 de junho de 2014
Argentina: piscou, pediu agua e se rendeu, na questao do calote (El Pais)
Duvido...
Paulo Roberto de Almeida
Malos tiempos para la épica. En Argentina cuesta recordar ahora las palabras que pronunció Cristina Fernández en enero del año pasado, cuando llegó al país la fragata Libertad, nave escuela de la Marina argentina, tras pasar 77 días retenidas en Ghana a causa de un embargo solicitado por los fondos Elliot Management y NML Capital. Los inversores reclamaban el pago de 1.330 millones de dólares más intereses. La presidenta resistió presiones internas y externas para no abonarles y finalmente consiguió que la fragata fuese liberada sin pagar un céntimo a estos acreedores.
En su discurso de bienvenida a los marineros, Fernández cargó una vez más contra losfondos buitres y citó al almirante Brown, padre de la Armada Nacional: “Cuando fue a defender al pueblo uruguayo de la agresión lusitana-brasilera en 1826 dijo que era preferible que la nave se fuera a pique antes que arriar el pabellón nacional”. Siguió citando a próceres: “Como también decía el general San Martín, que vamos a pelear y cuando no tengamos nada pelearemos en pelotas como nuestros hermanos los indios”. Y de paso, aprovechó para atacar al diario La Nación: “En esos 70 días algún matutino centenario decía que había que honrar las deudas y pagarle a los fondos buitre. Yo digo, por qué no empiezan pagando ellos lo que le deben al Estado argentino, hace diez años, en impuestos”. Ahora, la situación es bien distinta. El viernes fue el día nacional de la bandera en Argentina. Fernández pudo haberse envuelto otra vez en la épica de los próceres. Pero en lugar de hacerlo, tendió una mano negociadora ante los fondos y ante el juez de Nueva York Thomas Griesa, quien había conminado a pagarles 1.330 millones de dólares. En su discurso no mencionó ni una vez la palabra buitre y recurrió en 14 ocasiones a las de negociar. La presidenta decidió usar los únicos términos que podían aplacar a unos mercados temerosos de que Argentina incurra en un impago de deuda de consecuencias imprevisibles: “He dado instrucciones a nuestro ministro de Economía para que nuestros abogados le soliciten al juez que genere las condiciones para poder llegar a un acuerdo que sea beneficioso e igualitario para el cien por cien de los acreedores”. O sea, para el 92,4% de los acreedores que aceptaron en 2005 y 2010 una quita de la deuda y para el 7% que no la aceptaron: los fondos buitres. Solo cinco días antes el lenguaje -y tal vez las intenciones- de Fernández parecían muy distintos. La Corte Suprema de Estados Unidos había rechazado el lunes la apelación del Gobierno argentino contra el fallo de Griesa, que obligaba a pagar a los fondos Elliot Management y NML Capital 1330 millones. La presidenta emitió un discurso solemne en todos los canales de radio y televisión donde advertía que si se pagara ese dinero, otros “fondos buitres” estarían en condición de cobrarle a Argentina 15.000 millones de dólares, “más de la mitad de la totalidad de las reservas del Banco Central”. Añadió que no iba a permitir ser extorsionada. Mencionó cuatro veces la palabra extorsión, cuatro la de buitres y cinco la del juez Griesa. Al día siguiente, el martes 17 de junio, el ministro de Economía, Axel Kicillof, utilizó en conferencia de prensa un lenguaje similar: “No pasarán, no van a voltear las reestructuraciones de la deuda”. “Los buitres son buitres porque no negocian”. “Si una sentencia nos dice que nos suicidemos, no podemos aceptarlo”. “No podemos estar de nuevo en una situación donde, por pagar la deuda, reine el hambre”. El consultor económico Dante Sica cree que el Gobierno tiene un problema político: “¿Cómo pasar del no pasarán de Kicillof al déjame pagar en cuotas?”. “Pero esa es la única solución posible”, añade Sica. “Una vez que Argentina litigó, aceptó todas las instancias, recurrió a la Corte Suprema… ahora no puede desconocer el fallo. Si aceptaste la regla y el árbitro, ahora tienes que acatar”. Acatar esas reglas, según Cristina Fernández, implica que otros fondos buitres puedan reclamar hasta 15.000 millones de dólares, el triple de lo que el Gobierno argentino ha pagado a Repsol por la expropiación del 51% de las acciones de YPF. “Es cierto”, señala Sica “que van a venir los otros fondos que no entraron a las quitas de la deuda diciendo que ellos también quieren cobrar. Y tendrás que sentarte con ellos. Pero lo tienes que saldar de a uno. No es que te van a aparecer por ventanilla a cobrarte 15.000. Ahora se debería entrar en una etapa de negociación que puede llevar unos seis meses o un año. Pero es la salida más razonable”. Dante Sica considera que a esta situación se ha llegado por impericia del Gobierno. “Los fondos son carroñeros. Pero el juez nos dio muchas posibilidades para que cerremos el tema sin llegar a una sentencia en contra. Durante siete años, Griesa pidió al Gobierno que preparase una propuesta de pago a los acreedores. Y el Gobierno siempre estuvo diciendo que no iba a pagar", concluye Sica. |