Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
Lulo-petismo: o escorbuto do Brasil em sua travessia maritima para a democracia
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Comunismo: livro "O Retrato", de Osvaldo Peralva (2a. edicao)
Tive de aproveitar uma ida ao Rio de Janeiro, em algum momento muito depois, para ler o exemplar original na Biblioteca Nacional.
Sempre tive excelente impressão dessa obra, muito sincera, pois conhecia o caso de outros "renegados" do comunismo soviético, e sabia exatamente o que tinha sido o stalinismo e o comunismo soviético.
Acredito que vale a leitura ainda hoje, sobretudo pela introdução de Antonio Paim, outro dos jovens "comunistas" que deixaram de sê-lo depois de uma viagem a Moscou e ao travar conhecimento direto com a fraude que era o regime socialista soviético, um sistema de mentira, de fraude, de opressão, de mediocridade, exatamente como são os companheiros ainda hoje.
O título da matéria da Folha é execrável: "virar casaca" significa trair uma causa, abandonar a postura que se tinha, em troca de alguma vantagem material. Não parece ao autor do título que o jornalista em questão apenas descobriu que a realidade era muito diversa, o contrário, do que lhe pintavam antes.
Nesse sentido, o título correto da matéria deveria ser:
Jornalista descobre a fraude do comunismo soviético, ao conhecer a realidade do stalinismo
Paulo Roberto de Almeida
FolhS. Paulo, 06/05/2015 - 16h22
Jornalista comunista vira a casaca depois de visitar a URSS de Stálin
Em "O Retrato", a narrativa autobiográfica de uma desilusão, Peralva descreve a experiência na União Soviética e apresenta um panorama do Partido Comunista no Brasil.
O autor, que conviveu com os famintos que vagavam pelo interior da Bahia, entrou no PCB em 1942. Apaixonado pela ideologia marxista e pela militância no partido, ele foi à URSS como representante do Kominform, organização que controlava os Partidos Comunistas de todo o mundo.
Peralva foi o quarto homem na hierarquia do Partido, atrás do chefe do PC em Moscou, de Luís Carlos Prestes e do secretário-geral Diógenes Arruda Câmara. A Escola em Moscou não se limitava ao ensino dos fundamentos teóricos do marxismo-leninismo e a formar revolucionários de tipo bolchevista.
Segundo o autor, o curso era uma espécie de lavagem cerebral, que buscava produzir agentes capazes de executar "as ordem mais absurdas", sem vacilar, e que "não tentasse pensar, a não ser por meio de chavões, para evitar desvios da linha do Partido, fixada pela direção suprema".
"Através da pressão ideológica e do próprio regime de internato, onde se fazia a apologia da obediência cega e do endeusamento de tudo que fosse soviético", conta, "buscava-se transformar cada aluno em um indivíduo despersonalizado, sem quaisquer interesses ou vontade que não fosse os interesses e a vontade da direção do Partido".
Divulgação |
Um dos mais contundentes relatos políticos brasileiros do século 20 |
No 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PUCS), em 1956, Nikita Kruschev revelou os crimes do período em que Stálin governou a URSS (1924-53). O Relatório de Kruschev, também chamado de "relatório secreto", provocou uma crise no comunismo quando o texto foi divulgado.
Os militantes se dividiram. Alguns refletiram sobre a própria ideologia, outros preferiram acreditar que se tratava de uma fraude elaborada pela CIA. Peralva rompeu com o comunismo no fim da década de 1950.
"A leitura de 'O retrato' pode contribuir para que pessoas de bom senso revejam esse tipo de opção", escreve Antonio Paim na apresentação à edição.
Nascido na Bahia, em 1918, Osvaldo Peralva escreveu para os jornais "Última Hora", Correio da Manhã" e Folha de S.Paulo. Apesar de o autor ter abandonado o comunismo, ele foi preso e exilado após o AI-5, em 1968. Viveu na Alemanha Ocidental e regressou ao Brasil com a Lei da Anistia, em 1979. Morreu em 1992, no Rio de Janeiro.
AUTOR Osvaldo Peralva
EDITORA Três Estrelas
QUANTO R$ 59,90 (preço promocional*)
Políticos são iguais em todo lugar. Eles prometem construir pontes mesmo onde não há rios. Nikita Kruschev
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Comentário de
Carlos U Pozzobon
1 dia atrás - Compartilhada publicamenteBrasil: o futuro do país está no passado (de outros países...) - Paulo Roberto de Almeida
Leiam o resto nos links indicados: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2433FuturoBrasilFrondaEmpres.pdf e
https://www.academia.edu/5962599/2433_Brasil_o_futuro_do_pa%C3%ADs_est%C3%A1_no_passado_de_outros_pa%C3%ADses..._proposta_para_uma_Fronda_Empresarial_2102_
Itamaraty e funcionarios publicos: reajuste sub-inflacionario
ASSOCIAÇÃO DOS DIPLOMATAS BRASILEIROS ADB
NEGOCIAÇÕES DE REAJUSTE SALARIAL NO MPOG:
JUIZ ANULA VOTAÇÃO DO SINDITAMARATY. ADB PARTICIPA DE REUNIÃO NO MPOG.
Em decisão liminar proferida em ação judicial movida pela Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB), a Dra. Patrícia Birchal Becattini, Juíza do Trabalho, declarou nulas as deliberações do Sinditamaraty– tomadas durante a Assembleia-Geral Extraordinária de 1º e 2 de julho passado, bem como a votação "on line"realizada ontem – as quais permitiriam à entidade propor, ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão(MPOG), critério assimétrico para a recomposição das perdas inflacionárias das três carreiras integrantes do Serviço Exterior Brasileiro (SEB).
A ADB havia ajuizado a ação, em 6 de julho, alegando que as deliberações do Sinditamaraty teriam lesado os interesses dos diplomatas, uma vez que o pagamento não-linear do reajuste salarial, atualmente em negociação no MPOG, implicaria perdas reais significativas para a classe. A ADB invocou, ainda, irregularidades procedimentais na condução do processo decisório no Sindicato.
Transcrevem-se, abaixo, trechos relevantes da decisão liminar:
"A votação e a assembleia do sindicato estão eivadas de nulidade, pois não foi permitida a votação e participação de toda a categoria, com mudança das regras de votação dentro da mesma assembleia.
Desse modo, concedo a medida liminar requerida, declarando nulas as deliberações da assembleia do sindicato réu nos dias 01 e 02 de julho de 2015 e votação on line finalizada no dia 06/07/2015 às 18 horas por não refletir a manifestação de toda a categoria e em face da não observância da convocação inicial que chamou todos os servidores para participarem e votarem. (...)"
ADB participa de reunião no MPOG sobre reajuste salarial
Em mais uma ação voltada à defesa dos interesses dos diplomatas, a ADB participou de reunião com o Secretário de Relações do Trabalho do MPOG, em 7 de julho corrente. Na ocasião, 56 entidades representativas de 1 milhão e 200 mil servidores públicos apresentaram suas primeiras reações à contraproposta do MPOG de recomposição inflacionária de 21,3%, distribuídos ao longo de quatro anos.
Em sua intervenção, o representante designado pela ADB, Ministro Adriano Pucci, ressaltou que a Associação se somou ao processo de negociação porque a fórmula de reajuste não-linear defendida pelo Sinditamaratyacarretaria graves perdas financeiras unicamente para a categoria dos diplomatas no curso do quadriênio. Citou, nesse contexto, a liminar concedida à ADB como indicativo de que aquelas deliberações não haviam sido tomadas em conformidade com a legislação sindical.
O Dr. Sérgio Mendonça (SRT/MPOG) tomou por unânime a recusa das entidades presentes ao reajuste ofertado. Tendo ouvido as diversas reivindicações, dividiu-as em dois planos: o geral e o setorial. No plano geral, indicou que o Governo tomará em conta a preocupação com a insegurança que uma proposta plurianual suscita e que considerará a possibilidade de nova oferta, em linha com as reações registradas hoje, observada a premissa do equilíbrio entre as despesas de pessoal do funcionalismo e as exigências fiscais em vigor. No plano específico das distintas carreiras, acolheu a sugestão de organizar negociações sob a forma de mesas setoriais restritas às demandas prioritárias de cada categoria. A ADB continuará a participar de ambos os processos, em sintonia com as postulações dos diplomatas.
Sessão Informativa sobre a Negociação em Curso no MPOG
9 de julho, quinta-feira, 14h – Auditório Paulo Nogueira Batista
A ADB convida todos os diplomatas (associados ou não) a participar de encontro informativo, a ser realizadono dia 09/07/2015 (próxima quinta-feira), às 14h00, no Auditório Paulo Nogueira Batista (Palácio Itamaraty, Anexo II, Térreo), quando a Diretoria apresentará um balanço preliminar da reunião realizada hoje no Planejamento. Na oportunidade, serão examinadas as propostas de negociação e discutidos os principais pleitos dos diplomatas.
Brasília (DF), 7 de julho de 2015.
A marcha do impeachment: editoral despudorado do Estadao
terça-feira, 7 de julho de 2015
Itamaraty: desventuras bolivarianas se acumulam
Blog Lauro Jardim, terça-feira, 7 de julho de 2015
Em campanha por Madri
Indicado por Dilma para a embaixada do Brasil em Madri,Antonio Simões tem se articulado para evitar ser boicotado pela oposição em sua sabatina no Senado.
Durante a leitura do relatório da indicação, Romero Jucá e Edison Lobão foram à Comissão de Relações Exteriores elogiá-lo.
O temor é que o clima contrário à política externa do governo para a América do Sul prejudique sua indicação.
Atualmente, Simões é subsecretário-geral de América do Sul no Itamaraty e, portanto, está diretamente envolvido nas relações com os países vizinhos.
Tags: Antonio Simões, Edison Lobão, Itamaraty, Madri, Romero Jucá
Global Economic Prospects; the world in transition - a World Bank Report
Global Economic Prospects, June 2015 : The Global Economy in Transition
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Published: 2015-06
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Global Economic ProspectsReflexoes sobre o Brasil feitas em viagem - Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Trapalhadas automotivas dos companheiros: Japao contra Brasil na OMC
Denúncia do Japão contra política industrial do Brasil surpreende governo
Assis Moreira
Valor Econômico, 6/07/2015
A denúncia feita pelo Japão contra o Brasil na Organização Mundial do Comercio (OMC), atacando as bases da política industrial no governo Dilma Rousseff, na semana passada, "causou ondas" e mal estar em Brasília. A decisão de Tóquio de comprar briga com o Brasil foi recebida com surpresa, justamente quando as duas diplomacias preparam visitas de alto nível para reforçar as relações econômicas: o príncipe herdeiro Nahurito pode ir ao Brasil entre fim de outubro e início de novembro; e a presidente Dilma Rousseff tem planos de ir ao Japão em dezembro.
Visivelmente crente de que tem um caso para ganhar, o Japão resolveu ampliar a pressão contra a política industrial turbinada por exigência de conteúdo local, que é pessoalmente defendida por Dilma Rousseff, passando de "terceira parte" na disputa aberta pela União Europeia (UE) para protagonista de seu próprio caso na OMC contra o Brasil.
Se o governo tivesse negociado com os países, que não cessaram de reclamar em comitês da OMC antes de recorrer aos juízes da entidade, provavelmente teria garantido a essência do Inovar-Auto e dos outros programas e evitado esses contenciosos. No entanto, diante da rigidez do governo, os parceiros foram adiante. Fontes do governo, ainda atônitas, dizem que houve conversas com as montadoras para mostrar que não valia questionar o Brasil na OMC por causa do Inovar-Auto, já que elas seriam ganhadoras com o programa.
O Japão, assim como fez a UE, ataca 14 programas brasileiros no total, desde o Inovar-Auto até setores de informática, automação, inclusão digital e outros. É possível que forças internas no Japão tenham prevalecido sobre as montadoras, no mínimo para evitar que o exemplo brasileiro seja copiado por outros emergentes - o que não reduz o mal estar bilateral.
Tóquio acusa o Brasil de ter adotado uma série de medidas fiscais que seriam discriminatórias contra produtos estrangeiros, e de concessão de "ajuda proibida" aos exportadores nacionais.
Esse litígio ilustra como, na ausência da reforma tributária e outras, o custo Brasil pesa tão fortemente em toda a cadeia produtiva que o jeito é inventar remendos para dar alguma competitividade, como o Inovar-Auto. Só que era possível fazer isso sem atropelar frontalmente as regras internacionais e ficar exposto a sanções dos parceiros. A própria maneira de descrever as medidas adotadas tem peso. O Ministério da Fazenda, por exemplo, sob o controle de Guido Mantega, chegou a definir o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap) como programa para beneficiar "predominantemente companhias exportadoras", o que já coloca o Brasil na defensiva diante dos parceiros.
O histórico de 20 anos mostra que Brasil sabia usar as regras internacionais para derrubar barreiras para seus exportadores e para defender seu mercado. Foi assim que ganhou a briga do aço e de autidumping contra os EUA, do frango contra Argentina e UE, do açúcar contra a UE. Agora, a expectativa é sobre até que ponto os negociadores vão conseguir reduzir o impacto da condenação na OMC.