terça-feira, 11 de julho de 2006

583) "França fará ‘campanha’ a favor do capitalismo": estava mais do que na hora...

Incríveis, esses irredutíveis gauleses. A revolução que foi feita para acabar com o feudalismo e implantar o capitalismo e o domínio da burguesia já completou exatos 217 anos (neste próximo 14 de julho) e só agora eles estão pensando em promover o capitalismo?
Parbleu! Como eles estão atrasados esses franceses.
Pois eu diria que a revolução, na verdade, atrasou o domínio do capitalismo, consolidando nos franceses apenas a mania de fazer greves (aliás, uma palavra francesa).
Bem, acho que vai demorar mais uns duzentos anos para os franceses aceitarem definitivamente o capitalismo.
Enquanto isso, não faltará matéria prima para reportagens desse tipo, para brilhantes análises sociológicas sobre o "mal francês" e também oportunidades para impulsionar programas desse tipo, de promoção do capitalismo, mas por via estatal, bien sur et pour cause...

França fará ‘campanha’ a favor do capitalismo
BBC, 10.07.2006, 16h44

O governo da França quer diminuir a hostilidade que os seus cidadãos têm em relação ao capitalismo. Para isso, está sendo criado um novo instituto que promoverá a educação da população sobre assuntos financeiros e de negócios. O Conselho para a Difusão da Cultura Econômica será lançado ainda este ano e estará subordinado ao Ministério da Fazenda francês.

O objetivo do novo organismo é utilizar os meios de comunicação populares – como televisão, imprensa escrita e até jogos de computador – para educar os franceses sobre finanças.

Uma pesquisa feita recentemente revelou que grande parte da população não entende nem mesmo os jargões mais simples do mundo dos negócios. Na ocasião, o ministro da fazenda, Thierry Breton, lamentou, em um discurso, a "falta significativa de cultura econômica da França".

Atitude positiva
Os ministros franceses querem que a população tenha uma atitude mais positiva em relação à economia. O governo está com dificuldades para promover uma reforma econômica no país. Alguns ministros, como o candidato à presidência Nicolas Sarkozy, defendem um rompimento radical com o modelo econômico corporativista francês.

Há o temor de que a participação do Estado é grande demais nos negócios, o que prejudicaria o dinamismo do setor empreendedor. Recentemente, a atitude dos franceses em relação ao setor privado piorou ainda mais, depois que o governo se viu obrigado a abandonar um plano de criação de empregos, devido a protestos em massa.

A medida, que visava reduzir o desemprego entre os trabalhadores mais jovens, facilitando a contratação e demissão de pessoas, foi criticada por favorecer interesses de empresários e donos de negócios."

Eu pessoalmente acho, como Simon Bolivar dizia, que esse pessoal ara no mar...

582) Derrubando Chavez...

Não, não sou eu. É o Norman Gall, em entrevista dada ao jornalista gaúcho Políbio Braga, e publicada em sua newsletter datada (equivocadamente) da terça-feira, 12 de julho de 2006:

"Entrevista com Norman Gall, jornalista e escritor.

Chavez não durará mais um ano no poder.

P: Lula saiu ligeirinho da Venezuela, quinta a noite, antes que na sexta-feira o coronel Chavez o levasse para um desfile militar com aviões e armas russos, do tipo caça Sukhoy e fuzis Kalashnikov, tudo para cutucar os EUA. Como é esta aliança Lula-Chavez?
NG: Lula não tem nada a ganhar com Chavez e nem deveria apoiar a inclusão da Venezuela no Conselho de Segurança da ONU.

P: O que significa o ingresso da Venezuela no Mercosul?
NG: Nada. O Mercosul não é foro político para brilhatura.

P: E o gasoduto do Sul?
NG: A Venezuela não tem esse gás.

P: O que o senhor espera do futuro de Chavez?
NG: Morei seis anos em Caracas. Tenho voltado lá. Estudo o caso. Chavez não dura mais um ano ou dois. Ele está conduzindo a economia para um desastre anunciado e seus apoiadores já se dividem em mil frações. Pode anotar. A Venezuela mergulhará na total desordem.

E-mail: ngall@braudel.org.br"

Minhas impressões pessoais (PRA): Eu não morei em Caracas, visitei a Venezuela há muitos anos, mas já encontrei o Chávez nos EUA, num jantar promovido pelo ex-presidente Jimmy Carter, à margem de reunião promovida pelo Carter Center em Atlanta, em 2003. Minha impressão é a de que o Norman Gall se engana, não quanto à extensão do desastre econômico sendo promovido atualmente na Venezuela, mas quanto à possibilidade de uma queda iminente de Chávez. Com dinheiro, pode-se fazer de tudo, inclusive plantar banana na Groenlândia. Não fosse apenas pelo dinheiro, haveria ainda todos os mecanismos de "poder popular" que ele também está construindo, a golpes de muito dinheiro, muito dinheiro... Isso pode durar muito tempo, mais de dez anos, provavelmente, ou enquanto o petróleo for essa fonte generosa de recursos livremente administrados pelo poder central...

581) Uma muralha contra os chineses: acho que nao vai dar certo...

O Senador Simon tenta conter o tsunami de produtos chineses que invadem quase todos os países da América Latina (que digo?!: quase todo o mundo...).
Minha impressão é que não vai dar certo, sobretudo desse modo protecionista que estão tentando fazer.
A solução seria capacitar a indústria brasileira para atuar de maneira competitiva em novas áreas, nas quais possamos deter vantagens comparativas ainda não conquistadas (na marra) pelos chineses.

"Simon reúne Senado nesta terça para retaliar a China
O Senado debate nesta terça-feira, às 10h, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos, a situação da indústria nacional diante da concorrência desleal dos produtos chineses.
. A iniciativa do debate foi do senador Pedro Simon. Ele recebeu apelos das entidades empresariais para colocar o tema em discussão no Senado. "Vamos ouvir os empresários e cobrar do governo a aplicação de salvaguardas para a indústria nacional" disse Simon a esta página. Ele esclareceu que as medidas protecionistas estão previstas nos acordos da Organização Mundial do Comércio e já foram aplicadas por países como a Argentina, os Estados Unidos e a União Européia.
. Foram convidados para a audiência pública, os empresários Paulo Tigre, Paulo Skaff e Armando Monteiro, presidentes, respectivamente, da Fiergs, Fiesp e Confederação Nacional da Indústria (CNI); além do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. A Fiergs avisou a Simon que não estará em Brasília nesta terça-feira."

(Da newsletter diária de Polibio Braga, um jornalista gaúcho, mas erradamente datada de terça-feira, 12 de julho de 2006: adiantado esse Políbio...)

domingo, 9 de julho de 2006

580) New kid in the block: enter the Copenhagen Consensus

Já tivemos o Consenso de Washington, depois o de Buenos Aires (quem ouviu falar?) e vários outros anti- e pós- consensos de todo tipo.
Agora temos o Consenso de Copenhagen, cuja explicação segue abaixo.
Para uma demonstração prática de seus objetivos eu recomendaria ler a matéria do The Wall Street Journal, do sábado 8 de julho de 2006, que eu publiquei em meu blog auxiliar de Textos, neste link.

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The Copenhagen Consensus Center

The Copenhagen Consensus Center (CCC) is a center under the auspices of the Copenhagen Business School. Through the commissioning and conveying of research, we work to improve the foundation for prioritizing between various efforts to mitigate the consequences of the World's biggest challenges. In particular we focus on the international community's effort to solve the World's biggest challenges and how to do this in the most cost-efficient manner.

The idea is simple, yet often neglected. When financial resources are limited you need to prioritize your effort. Everyday, from policymakers to business leaders, at all levels, priorities are made between investing in one project and not another. However, many times, and particularly at the political level, decisions on priorities are made not based on facts, science or calculations but on which issue gets the most media coverage or is most politisized. The Copenhagen Consensus approach works to improve the foundation of knowledge, to get an overview of research and facts within a given problem, so that the prioritizing of efforts to solve this problem is based on evidence and is comparable with solutions across problems.

The Copenhagen Consensus approach originated from a small group of people headed by Bjørn Lomborg, then director of the Danish Environmental Assessment Institute, in the late 2002. During 2003, the idea turned into a formalized approach and an outline for a conference. In May 2004, the Copenhagen Consensus conference took place in Copenhagen and got together 8 of the World's leading economists, including 4 Nobel Laureates, and 30 of the World's top specialists within the ten problem areas.

CCC's core task, Copenhagen Consensus 2008, is funded by The Danish Ministry of Foreign Affairs. CC08 will follow-up on CC04 and take stock of the World's problems and come up with cost-efficient solutions to mitigate the negative consequences of these problems. In addition, CCC works with international organisations and policy makers on projects where applying the Copenhagen Consensus approach enhances performance and goal achievement in the work with large and complex problems of national/international concern.

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Ver a matéria: "Get Your Priorities Right: A rationalist crusader does the math on global warming"
BY KIMBERLEY A. STRASSEL
The Wall Street Journal, Saturday, July 8, 2006

579) Uma nova distincao no mercado: a esquerda "carnivora" e a vegetariana"...

A distinção, pouco sutil por certo, entre uma esquerda que continua a afirmar o primado da luta de classes e uma outra que pretende fazer seu país figurar no Primeiro Mundo, já tinah sido feita, de certa forma, por Jorge Castañeda, em seu artigo da Foreign Affairs (que publiquei em um dos meus blogs), distinguindo a velha da nova esquerda latino-americana.
A caracterização está na segunda edição do "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", na qual FHC sai da condição de idiota para entrar na de ex-idiota, mas que traz, incorporado o atual presidente brasileiro na condição de "vegetariano".
Vejam a matéria neste link que remete a matéria do jornal O Globo deste domingo 9 de julho de 2006.

Agregando...

Do blog de Reinaldo Azevedo, em 9/0/2006:
Montaner: na lista da idiotia, Lula é vegetariano

A entrevista com Carlos Alberto Montaner, feita por Ciça Guedes e publicada no Globo deste domingo tem um defeito: é muito curta. Mas, mesmo assim, excelente. E engraçada. Montaner é um dos autores do Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, uma crítica severa e bem-humorada ao populismo e ao esquerdismo bocó da região. Os outros autores são Plínio Mendoza e, atenção!, Álvaro Vargas Llosa, e não apenas “Vargas Llosa”, como está na abertura do texto, que é como o mundo chama o pai dele, o escritor peruano mundialmente reconhecido. Na finada revista Primeira Leitura, escrevi algumas vezes recomendando o livro e afirmando que os três haviam cometido uma grande injustiça: listavam FHC entre os idiotas populista-esquerdopatas do continente, o que, convenha-se, nem mesmo um esquerdista que não se queira populista ou esquerdopata aceitaria. Montaner acabou concordando comigo e dá uma notícia: na reedição, o ex-presidente sai do rol. E Lula brilha. Acho que ele dá uma escorregada ao dizer que o tucano poderia, a exemplo dele próprio, integrar a lista de “ex-idiotas”. Já escrevi o que acho: os autores não entenderam ou não leram a versão de FHC da Teoria da Dependência, que nada tem de populista ou de esquerdista. Na entrevista, Montaner diz que Lula vai integrar o grupo do que ele chama “esquerda vegetariana”, junto com Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai, e Néston Kirchner, da Argentina. Na esquerda carnívora, ficam Hugo Chávez (Venezuela), Fidel Castro (Cuba) e Evo Morales. Segundo ele, o presidente da Venezuela lidera uma nova “epidemia de idiotice”. Só uma discordância com Motaner, um cubano que se exilou aos 17 anos e vive na Espanha: Lula adora carne. De preferência, pingando sangue. Supô-lo vegetariano é cometer o erro que comete o Departamento de Estado americano.
Clique aqui para ler entrevista

578) O magro orcamento do Itamaraty...

Da coluna do economista Ricardo Bergamini, de 9 de julho de 2006:

"De janeiro de 2003 até maio de 2006 o Gabinete da Presidência da Republica gastou (R$ 4,9 bilhões), o mesmo valor gasto com o Ministério das Relações Exteriores (R$ 4,9 bilhões). E gastou mais do que com os seguintes Ministérios: Indústria e Comércio (R$ 3,8 bilhões); Comunicação (R$ 3,5 bilhões) e Meio-Ambiente (R$ 3,3 bilhões)."

Bem, não há muita novidade nisso: desde o império -- como pude constatar na pesquisa consolidade no livro Formação da Diplomacia Econômica no Brasil (2001 e 2005), os negócios estrangeiros sempre "consumiram" menos recursos do que a casa imperial ou a presidência republicana. Trata-se de um sinal emblemático, ou indicativo da pouca importância das relações exteriores no contexto nacional, ou da gastança indiscriminada nos poderes da nação. Eu tinha dados que chegavam inclusive a mostrar que os gastos com as "cavalariças imperiais" eram superiores a outros gastos, como educação...
O que é que vocês querem? Estamos no Brasil...

(Para os dados completos das despesas públicas, ver "Reflexão Sobre o Perfil das Despesas da União", in Ricardo Bergamini)

577) Industria Competitiva, Desenvolvimento e Exportacoes Agricolas

A partir de um editorial do jornal O Estado de São Paulo sobre a diplomacia do governo Lula – “Uma política claramente ineficaz”, 7/07/2006 (também disponível neste blog, no post 572) –, desenvolvo considerações sobre duas frases do emb. Samuel Pinheiro Guimarães, destacadas nessa matéria. As frases, que suscitaram debates em listas de internet, são as seguintes:

1) “Se a indústria brasileira fosse competitiva o Brasil seria um país desenvolvido.”
2) “Se a população se alimentar bem, o Brasil não deve ser um grande exportador agrícola no futuro.”

Obviamente que frases destacadas de seu contexto podem se prestar a manipulações de diversos tipos, mas acredito que essas frases são reveladoras de uma certa confusão entre meios e finalidades, razão pela qual permito-me comentá-las.

1) “Se a indústria brasileira fosse competitiva o Brasil seria um país desenvolvido.”
O Brasil é um país industrialmente desenvolvido, embora alguns segmentos, por deficiencias de inovação tecnológica ou problemas do chamado custo-Brasil ou ineficiências de escala, não sejam suficientemente competitivos para sustentar concorrência com esses mesmos segmentos de alguns países desenvolvidos ou com seus congêneres asiáticos.
O fato é que industriais americanos temem uma eventual competição com seus homólogos brasileiros no quadro de uma eventual Alca (agora moribunda) em setores como siderurgia, calçados, têxteis e nas chamadas indústrias labour-intensive de modo geral. Nós somos imbatíveis nessas áreas, muito mais modernos do que os americanos, para nada falar do agronegócio, submetido ao protecionismo comercial.
Perderíamos feio, em contrapartida, em máquinas e equipamentos, em química fina, farmacêutica, componentes eletrônicos e nos serviços financeiros e de comunicações de massa, em geral.
Ou seja, não há UMA única situação da indústria, há um quadro desigual que revela DESENVOLVIMENTO e COMPETITIVIDADE em vários segmentos, atrasos em vários outros (por problemas do já alegado custo-Brasil) e insuficiências propriamente industriais e tecnológicas em muitas outras.
É um quadro desigual, portanto, mas isso não é exclusividade brasileira e sim caracteristicas de TODOS, repito, TODOS os países, que possuem vantagens comparativas em alguns setores ou ramos (e intra-ramos) e desvantagens em outros. NUNCA se pode ser competitivo em todos os setores e ramos ao mesmo tempo.
Quanto a ser ou não DESENVOLVIDO, isto é um pouco subjetivo, pois envolve uma série de outras apreciações qualitativas - não apenas ligadas à renda per capita - que seria muito complexo expor aqui. O Brasil certamente é um pais em desenvolvimento se se olha a sua população miseravel, mas é um pais ALTAMENTE DESENVOLVIDO se formos olhar para o seu establishment científico, que rivaliza com os melhores do mundo, mas que não inova tecnologicamente por desvinculação com a indústria e por outros problemas de financiamento à pesquisa aplicada.
Existem países que são desenvolvidos sem necessariamente ter uma indústria competitiva ou com uma competitividade ligada a poucos setores. Dou exemplos: Dinamarca, Austrália, Nova Zelândia, com sua prosperidade baseada essencialmente no agronegócio, como nós aliás, mas nós apenas no agronegócio (antes que passem as hordas do MST...).
Como interpretar a frase do Embaixador, entao? Pouco clara, pois o Brasil pode e TEM indústrias competitivas e pode ter ainda mais -- como a aeronáutica civil de pequeno porte, ou várias outras ainda -- sem necessariamente ser desenvolvido socialmente. São problemas não excludentes, eu diria.

2) “Se a população se alimentar bem, o Brasil não deve ser um grande exportador agrícola no futuro.”
Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. NADA. Todas as situações são possíveis – isto é: população bem alimentada e grande exportador mundial de alimentos, ou não, e população mal alimentada e grande exportador de alimentos, ou não –, poisque não há nenhum determinismo a priori nesse tipo de situação.
Os homens, como diz a teoria econômica, reagem a estímulos, todo o resto sendo uma mera conseqüência.
Mercados livres são capazes de fazer maravilhas, assim como mercados restritos criam outras situações difíceis, do ponto de vista do produtor economicamente competitivo.
Para o produtor, não existe NENHUMA diferença, repito NENHUMA, entre o mercado interno e o mercado externo, são ambos mercados, ponto. Do ponto de vista da comercialização é que começam os problemas: protecionismo agrícola, subsídios, quotas tarifárias restringem a entrada de nossos produtos agrícolas altamente competitivos nos mercados assim protegidos, restringindo a nossa capacidade de oferta, que seria muito maior se todos os mercados fossem livres. No próprio Brasil, os mercados são realtivamente livres, agora (eles já foram menos livres, no passado, com mecanismos de preços controlados, por exemplo) e por isso nossa oferta interna é abundante - já que não existem, a rigor, barreiras comerciais entre os estados brasileiros.
Com a liberalizacao agricola mundial, se houver, nós seremos NECESSARIAMENTE grandes exportadores agricolas mundiais, isso é quase MATEMÁTICO, a menos de algum desastre interno e uma reversão total nas atuais políticas agricolas (o que o MST, com a ajuda de alguns no governo, se esforça por conseguir, com sua política estúpida da reforma agraria e da agricultura familiar, que não teriam por que ser contra o agronegócio e contra as exportações agricolas, mas que por burrice e estupidez deles, o são, objetivamente).
Agora venho à primeira parte da frase, que NÃO FAZ o menor sentido, pela razao muito simples que se alimentar bem não tem NADA, repito NADA, a ver com a oferta agrícola, e sim com a renda disponivel.
Um pais como a Suíça, por exemplo, não poderia se alimentar bem apenas com a sua oferta agricola; ela TEM NECESSARIAMENTE de importar alimentos, o que ela faz muito bem e sem problemas, pois há excesso de oferta alimentar no mundo.
Concluindo, a população brasileira poderia se alimentar muito bem -- se todos tivessem renda para tanto -- e ainda assim somos e SEREMOS os grandes exportadores agrícolas mundiais sem qualquer contradição entre uma coisa e outra. NAO HÁ e NÃO PODE HAVER contradição entre os dois termos.
Aliás, aposto com quem quiser que seremos GRANDES EXPORTADORES agrícolas mundiais muito antes que toda a população consiga se alimentar bem, mas os problemas aqui não têm nada a ver com a agricultura, são problemas de distribuição, apenas e simplesmente isso.
Acho que o assunto é rico e se presta a muitas elaborações; eu dei a minha contribuição como acima.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de julho de 2006

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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...