sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pre-historia da globalizacao: arqueologia do socialismo

A maioria dos estudantes universitários da atualidade (como é óbvio), nasceu depois que o socialismo fez tilt e morreu. Ele implodiu, mais propriamente, ou se desfez como um castelo de cartas, depois que a realidade passou por ali e deu um leve sopro: ele estava preparado para morrer, só faltava um empurrão.
Esse empurrão foi dado pelas massas, não pelos dirigentes, mesmo se Gorbatchev tenha dado uma ajudinha, tentando reformar um sistema apodrecido desde suas fundações.
Como já tinha dito um século e meio antes Alexis de Tocqueville, o mais perigoso para sistemas esclerosados é quando eles tentam se reformar; aí a coisa degringola e tudo vem abaixo.
O texto abaixo, do jornalista Janer Cristaldo, é de 1988, quando ninguém esperava, ou pelo menos a maioria não esperava, que o socialismo fosse desaparecer com tal rapidez.
Nem mesmo Fukuyama, no seu festejado e depois condenado "The End of Hustory?" (atenção ao ponto de interrogação), esperava que a União Soviética viesse abaixo.

Em face do que ocorreu, lastimável para os partidos comunistas e excelente para todos os povos, seria preciso preservar o que resta. Quero dizer que os regimes socialistas que ainda restam, os que sobraram (na verdade apenas dois, Cuba e Coreia do Norte), precisam ser salvos, preservados, mantidos, se preciso embalsamados, colocados no formol, transformados em museus, enfim qualquer forma de preservação do que eles são e do que eles representam.
Por que digo isto?
Porque simplesmente se eles desaparecem, os jovens de hoje, e os de amanhã, jamais saberão como eram os socialismos reais, os sistemas stalinistas, a escravidão do homem pelo homem, os regimes miseráveis (materialmente e moralmente), que foram criados no mundo a partir de 1917 e depois se espalharam dentre 1945 e 1991 pelos quatro cantos da terra.
Eu proponho, por exemplo, que esses socialismos que sobraram sejam inscritos no anexo do CITES, a convenção que protege as espécies ameaçadas de extinção.
A UNESCO bem que poderia inscreve-los no patrimônio cultural da Humanidade, para que eles possam sobreviver, em boas condições, quero dizer, para que os mais jovens possam conhecer como eram os socialismos reais.
Será um pouco como essas tribos primitivas, visitadas regularmente pelos antropólogos, ou essas aldeias históricas, onde personagens vestidos a caráter fazem o seu revival, ou seja, o reenactment do socialismo nos seus bons tempos.
Enfim, essa longa introdução para deixar vocês com um texto saboroso, sobre o velho e bom socialismo dos tempos clássicos.
Paulo Roberto de Almeida

FAVOR NÃO BRANDIR MARTÍ
Janer Cristaldo
A Notícia (Joinville, SC), 11.12.1988

Florianópolis — Fui convidado, certa vez, a um debate em torno ao socialismo, do qual participavam vários intelectuais marxistas. Por socialismo, no caso, entenda-se socialismo soviético, é melhor deixar claro isto desde o início, particularmente nestes dias em que todo mundo fala de socialismo sem especificar a qual se refere, se ao socialismo do Leste europeu, da Iugoslávia ou da Albânia, ou das social-democracias européias, regimes estes fundamentalmente capitalistas mas de economia muito mais socializada do que a das ditas “democracias populares”, pleonasmo só concebível em intelectuais sem noções mínimas de grego. Enfim, etimologia à parte, meus colegas de mesa abriram o debate louvando a eficácia, o humanismo e o caráter revolucionário das teorias marxistas.

De Marx, pouco ou nada entendo, e vou dizer porque não entendo. No dia em que me dispus a enfrentar O Capital, percebi que necessitaria de bases anteriores de matemática, estatística, economia, história da Europa e particularmente da Inglaterra no período da Revolução Industrial. Em suma, para poder entender o economista Marx (até hoje não sei porque o consideram filósofo) eu necessitava de alguns anos de formação que não me dispunha a desperdiçar para tão-somente entender um livro. Leigo em matéria de teorias, modestamente me restringi a contar o que vi em minhas andanças por países socialistas, favor não confundir com as social-democracias.

Estive em Berlim Oriental, na Romênia e na Bulgária. Estive ainda na Iugoslávia, regime socialista peculiar, o único onde os nacionais podem sair do país sem maiores problemas e onde, em certas repúblicas, há uma economia dinâmica. Pequenos fatos do cotidiano nos oferecem robustos elementos de comparação.

Por exemplo: é meio-dia e você quer almoçar. Sem ir muito longe, até em Florianópolis o turista encontra um restaurante onde, com mais ou menos sorte, há boa oferta de pratos. Pois estive um dia em uma das capitais mais ricas do mundo socialista e localizar um restaurante foi uma epopéia que me exigiu mais de hora. Mesmo com amigas que falavam fluentemente o alemão, não foi tarefa fácil encontrar um, escondido no segundo andar de um monstruoso bloco de concreto, sem placa alguma que o anunciasse.

Enregelado, minha carcaça submetida a sei lá quantos graus abaixo de zero, esperei mais de hora em uma fila de resignados cidadãos. Tomasse o metrô e voltasse a Berlim Ocidental, quatro mil casas de restauração me atenderiam em um segundo, com carinho e calefação. Enfim, cheguei finalmente à porta, quando Sua Eminência, o Garçom, com um gesto ríspido me ordenou entrar. Penetrei em um galpão imenso, onde mesas imensas, situadas a enormes distâncias umas das outras, esperavam humildemente ser atendidas. Um cardápio me oferecia uma vintena de pratos, mas pelo menos na hora de escolher o garçom foi gentil: melhor nem tentar, só tem o prato do dia. Eu estava em um restaurante de luxo, em Berlim Oriental.

Transportei-me então — em meio ao debate — para Mangália, cidade balneária romena, às margens do Mar Negro. Era verão e a moça que me acompanhava, julgando muito caros os maiôs de Paris, decidiu deixar para comprar um honesto maiô socialista. Não sei, não — objetei — tens certeza de encontrar maiô por lá? Respondeu-me com um gesto indignado, quase ofensivo. Resumindo: após revirar Mangália inteira — cidade balneária e dirigida ao turismo europeu, insisto — em pleno verão, ela teve a ventura de encontrar dois maiôs: um era verde e outro azul. Quanto às dimensões, que se lixasse. Mas isto é o de menos.

Estávamos em um hotel de primeira classe e já na primeira noite o garçom perguntou-me que desejávamos para o almoço do dia seguinte e estendeu-nos uma tira suja de papel mimeografado onde devíamos optar entre porco ou frango. Não que fôssemos muçulmanos, mas preferimos frango. Café ou chá? Café. Dia seguinte, deu porco com chá da China. “Desculpe, mas frango e café estão em falta”. Hóspede de um hotel de primeira classe, pago em moeda forte, imaginei então o que seria a vida de um romeno, detentor de magros leu, a moeda local. Nem foi preciso imaginar: supermercados vazios, clientes disputando a tapas um pedaço de carne e isso que o pedaço era disputado por aqueles que tinham poder aquisitivo suficiente para comprá-la.

O verão fazia jus ao nome. Céu de brigadeiro, na praia os turistas eram brindados com alegres canhoneios de barcos de guerra ao largo. Minha companheira, ostentando seu magnífico maiô verde — e magnífico aqui é superlativo de grande mesmo, que outro número não tinha — desceu comigo à praia, justo no momento em que dois garçons começavam a abrir um bar. Uma hora de sol e pensamos em uma cerveja. Fui lá buscar.

Ah, cerveja não tem. Enfim, água mineral? Muito menos. Tentei outras hipóteses. Existe na Romênia uma cachaça feita á base de ameixa, o haidouc, aguardente típico do país. Também não tem.

Estávamos sob domínio soviético, pensei, quem sabe um vodca. Nem pensar. Parti então para a utopia: serve então um uísque, pode ser? Nem em sonhos. Por curiosidade, já que nem no deserto me ocorreria tal idéia, pedi uma Coca, Pepsi, ou um refrigerante qualquer. Negativo. Não há nada para beber, então? Nada. E para comer, o que é que tem? Nada.

Nada não entendia eu. Era aquilo um bar? Era, disse o garçom. Estava aberto? Claro que estava, o senhor não está vendo? Eu estava vendo. Mas não há nada para comer ou beber? Não. E por que não há? Porque o distribuidor não trouxe, ora bolas!

Contava eu estas histórias — e contei muitas outras, por exemplo, a dos turistas internos tirando fotos junto a maquetes de veleiros, porque veleiro, que é bom, nem pra remédio, pois bom velejador em dois dias chega às costas da Turquia, sem falar nos vigias de praia, assessorados por cães e metralhadoras de baioneta calada, assestadas contra o primeiro nacional que ousasse abordar um turista em busca de dólares, sem falar na moça da portaria com cara de sargento, que quando reclamei da falta de papel higiênico me perguntou: “quantos dias o senhor vai ficar aqui?”. Neste hotel, dois dias. Olhou-me então de alto a baixo, avaliou meu metabolismo, rasgou uns dois metros de um rolo e passou-me as tiras — enfim, contava eu essas coisas e muitas outras contaria se mais tempo tivesse, quando o organizador do debate interrompeu-me:

— Não é para isso que te convidamos. Estamos discutindo o socialismo em teoria.

Desculpei-me. De teoria eu nada entendia, só conhecia os dados da realidade. As teorias são brilhantes. Na prática, a teoria é outra.

Estas considerações surgem à propósito do artigo de Gilson Pereira, “O coro dos contentes”, publicado domingo passado, onde o autor contesta algumas observações minhas após uma visita a Santiago do Chile. Diz Gilson jamais ter ido a Santiago — o que já não o autoriza muito a falar de Santiago — e acresce ser um daqueles 80 por cento de brasileiros que provavelmente jamais cruzará a fronteira, por absoluta falta de condições. Cantiga para ninar pardais, como dizem os lusos. O articulista demonstra excelente domínio do vernáculo, e mesmo da lógica — a ponto de sofismar à vontade — e hoje, qualquer pessoa que tenha chegado a este quociente mínimo intelectual é homem que, ou viajou, ou não viajou porque não quis. Diz não ser economista, mas brande a teoria da escola monetarista de Chicago. E assim explica o atual período de prosperidade vivido no Chile. Cito literalmente: “repressão ao movimento de massas, arrocho salarial e grandes investimentos estruturais”.

Confesso que nada sei da escola de Chicago. Mas de Stalin entendo um pouco. Sua política foi exatamente essa e mais, continua sendo. Mesmo sob o signo da glasnost e perestroika gorbachovianas, as massas continuam sendo reprimidas (vide os armênios do Azerbaijão e, certamente dentro em breve, os estonianos) e liberdade sindical, que dizem os petistas ser bom, digno e justo e justo, nem sombra dela nas repúblicas soviéticas. Esta política começou com a repressão e morticínio dos kulaks sob Stalin e tem sua seqüência com Lech Walesa. Os grandes investimentos estruturais na América do Sul, pelo menos, ainda não se traduzem em armamento nuclear e militarização do espaço. Em suma, como lemos no Eclesiastes, nada de novo sob o sol.

Com uma diferença: nos países soviéticos esta política não deu certo e hoje a URSS é uma “confederação” que permanece um século atrás da era moderna, onde instrumentos banais do nosso cotidiano, como o xerox e o telefone, são inacessíveis ao cidadão comum. Estou apenas seguindo a argumentação de meu interlocutor, pois não sendo especialista em questões econômicas — e muito menos chilenas — não tenho a mínima idéia a que se deve a atual prosperidade do Chile. É curioso, no entanto, que alguém que jamais atravessou a Cordilheira, tenha uma resposta certinha para explicar uma realidade que jamais viu. O que mais fascina os jovens no marxismo, a meu ver, é esta possibilidade de entender o mundo através de fórmulas figées. Acontece que o universo é por demais complexo para ser captado a partir de doze lições.

Gilson Pereira tem também uma resposta na ponta da língua para explicar a pluralidade de informações que encontrei em Santiago, seja em livrarias como em quiosques de jornais: “para mim está meridianamente claro que o Chile colhe hoje o que plantou no passado”. O que não passa de uma colossal lapalissade, afinal, todo presente, seja qual for, é conseqüência imediata de um passado.

Acontece que o passado do articulista é imediatíssimo, é o de ontem: “Seriam necessários pelo menos mais duzentos anos de ditadura para apagar do Chile as marcas da experiência socialista do governo Allende”. A assertiva carrega em seu bojo a fé de um crente. Mais cauteloso, não me parece que alguns anos de governo possam criar leitores que consomem jornais russos, poloneses, suecos, franceses, ingleses, italianos, americanos e vou ficando por aqui, já que não me preocupei em listar tudo que vi nas bancas.

Que mais não seja, que fatores teriam levado Eça de Queiroz a escrever, em 1890: “Haverá talvez Chiles ricos e haverá certamente, Nicaráguas grotescos”? Todo presente decorre fatalmente de um passado, mas o passado de Gilson é por demais curto e tendencioso. Passado é um conceito elástico, espichado por cada um conforme suas próprias conveniências. Na Espanha, eu me divertia às custas dos madrilenhos quando tentavam provar-me, por exemplo, que Sêneca era um pensador espanhol.

Allende se professava marxista. Desafio meu interlocutor a citar um regime, um só regime marxista, onde haja pluralidade de expressão e informação, onde livrarias e quiosques estejam repletos das mais diversas formas de pensamento.

É ocioso contar mortos, afirma Gilson. Eu diria que não. Até mesmo por uma questão de ofício, jornalistas, estamos sempre contando mortos. O que me desagrada é a diagramação da contagem. Em julho de 83, eu estava na Itália quando começaram uma série de manifestações em Santiago. DOIS MORTOS NO CHILE — titulava um jornal italiano. CINCO MORTOS NO CHILE — dizia outro na manhã seguinte. Passei à França: DEZ MORTOS NO CHILE. (Estes números eu os cito de memória, talvez não sejam exatamente estes, mas a progressão era esta).

Já na Espanha — e sempre em garrafais nas primeiras páginas dos jornais — Pinochet havia matado uma dúzia ou mais. Que a imprensa denuncie tais fatos é salutar. Foi aí que apanhei um Le Monde, talvez um Le Matin, em Madri. Posso não lembrar muito bem o jornal. Lembro apenas que, na última página, uma notinha telegráfica, sem destaque algum, noticiava: russos matam 250 no Afeganistão. Gilson cita Engels: a violência é a parteira da história. Pode ser que tenha sido, meu caro. Mas já está na hora de fugirmos a esse fatalismo tão grato a velhotes gagás como Antônio Callado, que quando babam na gravata, babam ódio e sangue. Não penso ser ocioso contar mortos. Infelizmente, temos de contá-los.

Ao reivindicar como seu modelo intelectual o cubano José Martí, o articulista faz-me lembrar meus alunos de Letras que, ao ver na televisão Quanto mais Quente Melhor ou O Anjo Azul sonhavam, idílicos: “já pensou? Eu tomando um trago com a Marylin na Florida, convidando a Dietrich para uma esticada noturna em Paris?” Nesta nossa era televisiva, passado, presente e até mesmo o futuro parecem ter sido mesclados em um tempo só. Como as imagens são oferecidas simultaneamente no vídeo, os jovens gostariam talvez de achar o número de telefone da Monroe ou quem sabe contemplar as pernas célebres da Dietrich, que hoje tem pelo menos o pudor de escondê-las em seu refúgio parisiense.

Pior mesmo, só quando essa mixagem de tempos — recurso inerente ao cinema — é transporta para a história ou literatura e é isto que faz Gilson, quando insere Martí na Cuba contemporânea. Que sempre lutou pela independência de Cuba e dos países latino-americanos, isto todos sabemos, e talvez muito poetinha de esquerda que adora falar em Nuestra America ignore ter sido Martí quem cunhou tal expressão. Gilson tem em mãos o epistolário. Boa leitura. Mas conheceria melhor o poeta se tivesse suas obras completas.

Constataria, por exemplo, nos Discursos, a fé de Martí no futuro de Cuba e na capacidade de os cubanos governarem-se livremente, a fé de Martí no continente que ele considerava ser o da esperança humana. Seria também interessante ler El Presídio en Cuba, de 1871, fruto de sua condenação ao regime de trabalhos forçados. O livrinho tem mais de um século, mas sua publicação seria atualíssima na Cuba de Castro, afinal presídios, sejam os de ontem, sejam os de hoje, em pouco ou nada diferem.

Martí contesta efetivamente a hegemonia ianque. Mas contestou-a estabelecido em Nova York, onde foi cônsul, sucessivamente, do Uruguai, Paraguai e Argentina. Constituiria um interessante exercício intelectual imaginá-lo hoje em Cuba, contestando a ditadura de Castro.

Por outro lado, se contestava a hegemonia econômica e política dos Estados Unidos, era homem fascinado pela cultura de seus irmãos do Norte, a ponto de estudar, em Norte-americanos, as obras de Emerson, Beacher, Cooper, Wendell Philips, Grant, Sheridan, Whitman e fico por aqui.

Yo quiero cuando me muera
sin patria, pero sin amo
tener en mi losa un ramo
de flores y una bandera.

Martí, pensador libertário, morreu em 1895. Que seu cadáver — por favor! — não seja brandido em defesa de tiranetes dos trópicos.

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O texto acima faz parte da antologia editada sob forma de e-book:
Crônicas da Guerra Fria
Crônicas da Guerra Fria (1889-1991)
Janer Cristaldo (1947— )
Edição: eBooksBrasil.com
Fonte digital: Documento do Autor

Copyright
©2000-2006 Janer Cristaldo
cristal@altavista.net

SOBRE O AUTOR
Janer Cristaldo nasceu em 1947, em Santana do Livramento, RS. Cursou o secundário em Dom Pedrito e Santa Maria, onde formou-se em Direito. Em Porto Alegre, em Filosofia. Iniciou-se em jornalismo no extinto Diário de Notícias, Porto Alegre. Escreveu no Correio do Povo e Folha da Manhã. Nos anos 71 e 72, exilou-se voluntariamente em Estocolmo, onde estudou cinema e língua e literatura suecas.
De volta ao Brasil, publicou suas primeiras traduções: Kalocaína, de Karin Boye (do sueco), e Crônicas de Bustos Domecq, de Jorge Luís Borges e Adolfo Bioy Casares (do espanhol). Em 1973, publicou O Paraíso Sexual Democrata, que teve quatro edições no Brasil e uma em espanhol, em Buenos Aires, proibida na Argentina. Em 1975, passa a assinar coluna diária para a Folha da Manhã, Porto Alegre. Em 77, recebe bolsa do governo francês para um doutorado em Letras Francesas e Comparadas. De Paris, mantém correspondência diária para a Folha da Manhã. Em 1981, doutorou-se pela Université de la Sorbonne Nouvelle (Paris III), com a tese La Révolte chez Ernesto Sábato et Albert Camus, traduzida ao brasileiro sob o título de Mensageiros das Fúrias. Participou de diversos colóquios na França e Alemanha, como também de festivais cinematográficos em Berlim, Cannes e Cartago, na condição de jornalista. Ainda em Paris, iniciou a tradução da obra ficcional e ensaística de Ernesto Sábato, a pedido do próprio autor.
No Brasil, foi professor visitante de Literatura Brasileira e Comparada, na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, de 1982 a 1986. Neste período, traduziu vários outros romances, introduzindo no universo literário brasileiro autores como Roberto Arlt, Camilo José Cela, José Donoso, Michel Déon e Michel Tournier. Em 86, publica seu primeiro romance, Ponche Verde, que tem como fulcro a peregrinação dos exilados brasileiros por Estocolmo, Berlim, Paris e Lisboa.
Em 87, recebe bolsa do governo espanhol para um curso de Língua e Literatura Espanholas. Residiu seis meses em Madri. De 91 a 93, foi redator de Política Internacional da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo.
Crônicas da Guerra Fria é uma compilação de artigos publicados em sua maior parte entre 1989, ano da queda do Muro de Berlim, e 1991, ano da dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Ampliando a carreira diplomatica: mais 400 cargos...

Comissão aprova criação de 1293 cargos no Itamaraty
Elton Bomfim
Agencia Camara, 07/07/2011 17:04

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou na quarta-feira (6) o Projeto de Lei 7579/10, do Executivo, que cria no quadro de pessoal do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) 400 cargos de diplomata e 893 de oficial de chancelaria, para provimento gradual a partir de 2011.
A proposta também transforma, sem aumento de despesa, 346 cargos de assistente de chancelaria em 172 cargos de oficial de chancelaria. Segundo o texto aprovado, o provimento gradual obedecerá autorização do Ministério do Planejamento, desde que haja previsão orçamentária.
Protagonismo
O relator, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), apresentou parecer pela aprovação. Segundo ele, o projeto está de acordo com a nova condição de protagonista que o Brasil vem consolidando no contexto internacional, nos últimos anos.

Dr. Rosinha observou que o Itamaraty tem se empenhado também em prestar a devida assistência à comunidade de cerca de 4 milhões de brasileiros que vivem fora do País. “Somados às atividades da diplomacia ordinária, as ações de apoio e defesa dos cidadãos brasileiros que residem em países estrangeiros têm demandado a ampliação da estrutura e dos serviços do ministério, em Brasília e na rede de postos diplomáticos e consulares no exterior”, explicou o deputado.
Mais representação
O Brasil tem hoje 223 representações oficiais em todo o mundo, entre missões diplomáticas permanentes, repartições consulares, escritórios de representação e delegações – sendo que 64 delas (mais de 27%) foram criadas a partir de 2003. Essa expansão está baseada na Lei 11.292/06, que permitiu a criação de 23 embaixadas, duas delegações e treze repartições consulares.
Segundo Dr. Rosinha, o provimento escalonado deverá ser feito à razão de cerca de cem cargos por ano, visando preencher as necessidades das novas embaixadas e consulados e também da adequada lotação das unidades sediadas em Brasília. “Sempre de forma a reforçar a presença diplomática brasileira nos mais distintos foros de negociação nas esferas bilateral e multilateral”, disse o deputado.
Tramitação
O projeto ainda terá análise conclusiva das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:

PL-7579/2010
Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição – Newton Araújo

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aflicoes cambiais? Chamem o Doutor Mantega! Ou nao???

O nosso dólar é mais barato
Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 707/2011

Não é de hoje que o ministro Guido Mantega está de bronca com o dólar fraco. Não é de hoje que ele declara ter um arsenal de medidas para impedir uma valorização excessiva do real. Olhando os números, porém, verifica-se que o ministro tem fracassado.

Quando ele assumiu, em 28 de março de 2006, o dólar valia R$2,24. Seguiu daí uma clara tendência de baixa, até ficar abaixo de R$1,60 nos dias que antecederam a grande crise financeira de 2008.

Com o quase colapso da economia global, a paralisia dos mercados de crédito e a queda brutal da atividade mundial, a moeda brasileira sofreu rápida e forte desvalorização. Em dezembro de 2008, bateu no teto desse período, com o valor de R$2,51.

Daí em diante, o dólar rodou algum tempo numa cotação elevada, mas retomou a tendência de queda quando o mundo se acalmou e, sobretudo, quando os emergentes voltaram a crescer forte. Nos últimos dias, a moeda americana chegou a um valor nominal igual ao verificado no momento pré-crise 2008.

Ou seja, as medidas tomadas pelo governo brasileiro — aumento do imposto e limitação de entrada de aplicações financeiras, além da compra de moeda pelo BC — tiveram efeito acessório e limitado. O que mudou a cotação, para cima e para baixo, foi o fator internacional.

Bem resumindo: o fato é que o governo não tomou qualquer medida estrutural — ortodoxa, heterodoxa ou desenvolvimentista — para agir sobre o câmbio. Persiste uma indecisão que vem desde a gestão Lula.

Não que seja fácil resolver. O problema é a excessiva entrada de dólares no país. Mas há muitos bons motivos para receber essa dinheirama.

Como somos um país que consome muito e poupa pouco, precisamos de capital externo para financiar investimentos. E lá se vão as autoridades mostrar aos estrangeiros que há aqui muitas oportunidades de negócio. Eles estão acreditando nisso e atendendo aos convites. É bom.

Além disso, como o risco Brasil está baixo e como sobra dinheiro no mundo, a juros no chão, companhias aqui instaladas tomam dólares emprestados lá fora para financiar operações locais. Bom de novo, financiamento abundante e barato. Com os juros aqui pela hora da morte, essa tomada de empréstimos no exterior barateia os negócios no país e, assim, beneficia os consumidores.

Por outro lado, os preços de alguns dos principais produtos brasileiros de exportação estão em níveis historicamente elevados e parece que permanecerão assim por uns bons anos. Garantia de receita. Bom de novo.

O dólar barato também faz a alegria das classes médias, as antigas e as emergentes, que podem viajar para fora e comprar produtos mais baratos... e votar com o governo.

Mas há um enorme problema: o produto industrial fabricado aqui fica mais caro, perde competitividade aqui e no exterior. Ora, a indústria dá emprego bom e abundante, faz a força de uma economia, de modo que não se pode brincar com isso.

O que fazer? Essa valorização da moeda local não é exclusividade brasileira. Para ficar apenas na América Latina, todas as principais moedas ganharam sobre o dólar. Conforme contas elaboradas pela consultoria Economática, o dólar perdeu quase 40% em relação ao peso colombiano, em termos nominais, de 31 de dezembro de 2002 a 5 de julho último.

Mas a Colômbia foi apenas a vice-campeã. Perde do Brasil. No mesmo período, que coincide com o governo Lula e seis meses de Dilma, o dólar perdeu 55% em relação ao real.

Logo, há dois conjuntos de causas de apreciação da nossa moeda. O primeiro é o mesmo para toda AL: exportação de commodities em preços recordes e muita entrada de dólares de investimentos e empréstimos para negócios locais, em economias em crescimento. A Colômbia é tão parecida com o Brasil que tem até uma forte descoberta recente de petróleo.

Este é um problema global, aliás, citado por Christine Lagarde em seu primeiro pronunciamento como diretora do FMI.

Mas por que a valorização do real é campeã global? Só pode ser por causas nossas. E aqui a resposta já não é pacífica, mesmo porque não envolve apenas a taxa de câmbio. É preciso tratar da dobradinha dólar barato/juro caro.

Os analistas têm divergências doutrinárias, que, aliás, tratamos aqui na coluna de 9 de junho ("Ortodoxos, desenvolvimentistas, nem tanto“). De todo modo, se sabemos o que há de comum entre o Brasil e os demais latino-americanos, devemos perguntar: o que há de diferente?

Se procurarem no excesso de gasto público, carga tributária e dívida, vão encontrar alguma coisa. Para os desenvolvimentistas, o caminho é outro, começando por controle de entrada de capitais e derrubada imediata dos juros. Mas, assim como o governo Lula, Dilma ainda não decidiu.

CARLOS ALBERTO SARDENBERG é jornalista. E-mail: sardenberg@cbn.com.br; carlos.sardenberg@tvglobo.com.br

Falacias Academicas: o retorno!: desta vez, sobre o marxismo vulgar... (ou marquissismo)

Fazia tempo que não escrevia algum novo artigo da série "falácias acadêmicas" (e elas são muitas, inesgotáveis).
No mês passado, um desses "marquissistas de opereta", que vivem repetindo como papagaios alguns slogans surrados do marxismo oficial, e com isso deteriorando ainda mais o marxismo vulgar que já percorre e contamina nossas faculdades de humanidades sem nenhum pudor dialético, protestou contra o fato de eu ter postado neste blog um "projeto" (o conceito não se aplica) de pesquisa, financiado generosamente pela agência paulista de fomento, para provar algo que eu mesmo posso provar sem projeto e sem cobrar nada: que o governo Lula praticava (e sua sucessora ainda pratica) uma política econômica neoliberal.
Furibundo pelo fato de eu ter simplesmente tecido comentários irônicos sobre o seu "projeto", o tal de "marquissista de fancaria" pretendeu liderar uma caça às bruxas (no caso apenas uma, eu mesmo), contra o que ele considerava ser um ataque reacionário ao seu justo direito de gastar dinheiro público descobrindo o óbvio. Teve um outro colega delirante chegou a afirmar que eu estava levando -- vejam vocês, com um simples e obscuro post -- uma "campanha macartista". Ele provavelmente não deve saber o que isto significa e fala coisas sem saber.
O fato é que os nossos "marquissistas" estão deteriorando o edifício mais que secular do marxismo, com seu "modo repetitivo de produção", que consiste simplesmente em juntar alguns slogans mais conhecidos e ir colando, aqui e ali, em textos absolutamente incompreensíveis, como um recente, sobre "o moinho satânico" do capitalismo", uma assemblagem insossa e sem sentido de chavões e clichês que pretende ser marxista, quando é somente ridículo.
Em todo caso, aqui segue o meu artigo:

Falácias acadêmicas, 15: o modo repetitivo de produção do marxismo vulgar no Brasil
Brasília, 26 junho 2011, 15 p. Discussão das mistificações cometidas contra o marxismo pelos repetidores de slogans superficiais.
Espaço Acadêmico (ano 11, n. 122, julho 2011, p. 111-122)
Relação de Originais n. 2283; Publicados n. 1040.
link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/13823/7221

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pautar ou ser pautado, eis a questao (sem Hamlet, por favor...)

Existem governos que pautam a imprensa, ou seja: produzem fatos, mudanças, políticas, matérias concretas para a imprensa, de um ponto de vista puramente objetivo. Esses governos figuram nas páginas dos jornais porque apresentam algo de substantivo a demonstrar.

Existem outros governos que são pautados pela imprensa, que só adota atitudes reativas porque a imprensa atuou, produziu fatos, versões, descobertas, enfim fez o governo se mexer, mesmo quando este não queria, não pretendia e não tinha a intenção de fazer nada, absolutamente nada.

Sob qual governo você prefere viver?
Num ativo, ou num passivo?

Paulo Roberto de Almeida

Relacoes Brasil-Estados Unidos no goveno FHC - capitulo Paulo Roberto de Almeida em livro coletivo

Depois de algum tempo esperando editora, fui informado, finalmente, da publicação deste trabalho meu em livro coletivo, como abaixo:

As relações Brasil-Estados Unidos durante os governos FHC
In: Sidnei J. Munhoz e Francisco Carlos Teixeira da Silva (orgs.):
Relações Brasil-Estados Unidos: séculos XX e XXI
(Maringá: Editora da UEM, 2011; ISBN: 978-85-7628-372-0; p. 273-307)
Relação de Originais n. 1413; Relação de Publicados n. 1039.

Para o sumário completo ver este link.

Chapa Integra, para a ABRI: propostas

Caro(a) Colega,

Tomamos a liberdade de apresentar a chapa IntegraRI, inscrita para a eleição da ABRI a ser realizada no próximo mês de julho.

Consideramos que esta eleição apresenta uma oportunidade para renovar o diálogo, expandir perspectivas e integrar mais a área de RI. Nossa principal preocupação é a de promover a pluralidade em um espaço institucional integrado e dinâmico. Por certo sairemos deste Encontro, e desta primeira eleição com debate de ideias em torno duas chapas, mais fortalecidos, mais maduros e mais democráticos.

A ABRI é uma associação jovem que só tardiamente conferiu sentido associativo a uma área que cresceu em ritmo vigoroso e sustentável. Área, aliás, que já desempenha um papel crucial não apenas no campo acadêmico das ciências humanas e sociais, mas também na formulação e condução de políticas públicas fundamentais para o País. Seguiu-se ao crescimento da área o processo de internacionalização, especialmente por meio de seminários e conferências, para os quais as gestões anteriores deram contribuição significativa, o que se deve reconhecer e prestigiar.
Mas entendemos que é tempo de renovação, é o momento de incluir, na construção da Associação, a contribuição dos novos programas que já desempenham papel fundamental na nossa área. É tempo de construir uma interlocução mais estreita com os programas de pós-graduação, garantindo um diálogo interdisciplinar, sem que isso, de modo algum, abale a nossa identidade já consolidada.

É tempo de estarmos mais presentes e sermos mais propositivos nos fóruns e instituições que regem a ciência e a tecnologia do país. A área de Relações Internacionais é, sob qualquer perspectiva analisada, sub-representada e, como consequência, não detém recursos e assentos institucionais a refletir o seu crescimento e peso específico.

Já é tempo de enfatizar o aprimoramento dos modelos de gestão. Modelos que permitam um leque mais amplo de serviços aos associados, tal como uma revista científica editada pela Associação, bem como a constituição de estruturas mais ágeis de comunicação e intercâmbio com os associados, estudantes e pesquisadores.

Queremos estabelecer novos caminhos com uma participação ampla e ativa da comunidade a quem a Associação representa. Por estas razões vamos constituir e tornar disponível, em breve, um espaço virtual para recepção de propostas e ideias que ajudem a promover o diálogo e a construir propostas de ação.

Fortalecer o debate, expandir perspectivas e integrar. Eis as motivações da IntegraRI.

Contamos com seu apoio e colaboração.

Quem somos
Chapa IntegraRI:

Janina Onuki (IRI-USP), presidente
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado (1996) e doutorado (2002) em Ciência Política pela USP. Foi pesquisadora visitante no Center for Latin American Studies da Georgetown University (EUA, Washington, DC) e na City University of New York (de 1999 a 2000). Atualmente é professora do Instituto de Relações Internacionais da USP e coordenadora acadêmica do laboratório de pesquisa em negociações internacionais do DCP-USP (CAENI). Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Análise de Política Externa, atuando principalmente com os seguintes temas: política externa, regimes internacionais, integração regional. É bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ-2) do CNPq.

Marcelo de Almeida Medeiros (UFPE), secretário executivo
Possui Graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1989), Mestrado em Ciência Política pelo Institut d'Etudes Politiques de Grenoble (1993), Doutorado em Ciência Politica também pelo Institut d'Etudes Politiques de Grenoble (1997) e Livre-docência em Ciência Política pelo Institut d'Etudes Politiques de Paris (2010). É Professor Associado 1 de Ciência Política do Departamento de Ciência Política - DCP/UFPE, Bolsista de Produtividade em Pesquisa (Nível 2) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Líder do Núcleo de Estudos de Política Comparada e Relações Internacionais - NEPI/UFPE/CNPq e, atualmente, Coordenador do Curso de Graduação em Ciência Política/Relações Internacionais - DCP/UFPE. É, também, Diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Ciência Política - ABCP e membro do Conselho da International Political Science Association - IPSA (2008-2012).

Monica Salomón (UFSC), secretária adjunta
É doutora em Ciência Politica e da Administração pela Universidade Autónoma de Barcelona (1998), onde foi professora titular de Relações Internacionais até 2005. Atualmente pertence ao Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidad Federal de Santa Catarina e coordena o Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Suas principais áreas de interesse são a análise de política externa, a atuação internacional dos governos subnacionais, a política externa européia e a teoria das Relações Intenracionais, areas nas quais tem publicado diversos artigos e capítulos de livro.

Miriam Gomes Saraiva (UERJ), diretora
Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1981), mestrado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1990) e doutorado em Ciência Política pela Universidad Complutense de Madrid (1995). Esteve como Visiting Fellow no Instituto Universitário Europeu (Florença/Itália) entre 2002 e 2003 para um pós-doutorado. É professora/pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, nas Linhas de Estudos de Política Externa e Integração regional. Tem Bolsa de Produtividade do CNPq nível II. Desenvolve seu trabalho na área de Relações Internacionais, com ênfase nos seguintes temas de política externa e integração regional: politica externa brasileira, Mercosul e relações Brasil-Argentina, política externa européia, integração sul-americana.

Héctor Luis Saint-Pierre (UNESP/Franca), diretor
Licenciado em Filosofia pela Universidad Nacional de La Plata, Argentina. Mestrado em “Lógica, Epistemologia e Filosofia da Ciência” pela Universidade Estadual de Campina (UNICAMP) onde também concluiu o doutorado em Filosofia Política em 1996. Fez pós-doutorado FAPESP/Universidade Autónoma de México em 1999. Defendeu sua Livre-docência na Universidade Estadual Paulista, em 2002, com tese sobre "Formas contemporâneas da violência Política". Realizou Concurso de Professor Titular em “Segurança Internacional e Resolução de Conflitos” em 2011. É pesquisador do CNPq (Pq2). Coordena a área de "Paz, Defesa e Segurança Internacional" da Pós-graduação em Relações Internacionais "San Tiago Dantas". Publicou 26 artigos em periódicos especializados, 44 capítulos de livros, 4 livros publicados e muitos artigos de opinião e entrevistas em veículos de comunicação. Participou em mais de 80 eventos científicos no exterior e de 70 no Brasil. Supervisou 1 pós-doutorado e orientou 3 doutorados, 17 dissertações de mestrado, além de muitos trabalhos de conclusão de curso nas áreas de História, Ciência Política e Relações Internacionais. Recebeu 4 prêmios e/ou homenagens. Atua na área de Ciência Política e Relações Internacionais, com ênfase em Integração Internacional, Conflito, Guerra e Paz. Lidera o Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (GEDES) da UNESP e é membro do Diretório da Red de Seguridad y Defensa de América Latina (RESDAL) e da Junta Académica ad hoc do Colégio Interamericano de Defesa (CID-OEA).

Ingrid Sarti (UFRJ), diretora
Professora e pesquisadora de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós-graduação em Economia Política Internacional. Áreas de pesquisa: economia política internacional; integração regional da América do Sul; teoria política clássica; partidos políticos e movimentos sociais. Doutora (Iuperj) e Mestre em Ciência Política (Stanford University e Universidade de São Paulo), bacharel em Ciências Sociais (Universidade de São Paulo). Atualmente, é também professora visitante na Universidade da Integração da América Latina – Unila, de cuja Comissão de Implantação fez parte (2008-2009). É membro do Colégio Editorial de “Crítica y Emancipación”, Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales. Coordenou o Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFRJ (2000-2007) e integrou a Diretoria da SBPC (2005/2007). É membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, do Comitê Diretivo do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais – Clacso e do Conselho Deliberativo do Forum Universitário Mercosul – FoMerco.

Maria Susana Arrosa Soares (UFRGS), diretora
Doutorado em Estudos Latino-Americanos (UNAM) e Pós-Doutorado na École des Hautes Études em Sciences Sociales (Paris).Docente e ex-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UFRGS. Diretora do Centro Brasileiro de Documentação e Estudos da Bacia do Prata (CEDEP) da Ufrgs e Coordenadora da elaboração do Thesaurus de Relações Internacionais, publicado, em 2008, pela Editora da UFRGS. Desenvolve pesquisas na área de Relações Internacionais em temas relativos à cultura, à diplomacia cultural e à cooperação cultural no âmbito sul-americano.

Rodrigo Duarte Passos (UFPI), tesoureiro
Possui graduação em Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade de São Paulo (1995), Mestrado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (1998) , Doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2006), atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria Política e Relações Internacionais. É professor do Departamento de Ciências Sociais e do Corpo Permanente do Programa de Mestrado em Ciência Política do Centro de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Piauí. É pesquisador do Grupo "Marxismo e Pensamento Político" do Centro de Estudos Marxistas da Universidade Estadual de Campinas, no qual desenvolve pesquisa sobre a relação entre guerra, política e hegemonia no pensamento de Antonio Gramsci. É Pesquisador Visitante e Bolsista do Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional - PNPD - do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Nesta instituição, atua no Projeto "O Papel da Defesa na Inserção Internacional do Trabalho", no tema "Divisão Internacional do Trabalho na Área de Segurança".

Cristina Pacheco (UEPB), conselho fiscal
Formada em Direito pela UFSC em 1997, é Mestre em Ciência Política e Doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP. Atualmente trabalha nos cursos de Graduação e Mestrado em Relações Internacionais da UEPB, onde é Professora Adjunta. Pesquisadora do INCT-INEU, desenvolve pesquisas na área de Política Internacional, com ênfase no papel do Judiciário nas estruturas de governança global.

Israel Roberto Barnabé (UFS), conselho fiscal
Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp com tese na área de Relações Internacionais. Graduação em Ciências Sociais e Mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp. Tem experiência nas áreas de Relações Internacionais, Ciência Política e Sociologia, atuando principalmente nas seguintes linhas: Globalização, Estado e Processos de Integração / Teoria das Relações Internacionais / Sociologia das Relações Internacionais. Atualmente é Professor Adjunto e Vice Coordenador do Núcleo de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe. Líder do Grupo de Pesquisa no CNPq: Política Internacional e Processos de Integração.

Nossas Propostas
A chapa IntegraRI torna pública as suas propostas centrais para a próxima gestão. As propostas estão divididas em três níveis, conforme apresentadas a seguir:

1. Acadêmica
Criação de revista acadêmica da associação, com vistas a promover a maior internacionalização da área.
Organização de seminários intermediários, de caráter temático.
Criação de coordenadorias de áreas temáticas permanentes.

2. Administrativa
Ampliação da profissionalização da gestão da secretaria executiva.
Edição de boletim com escopo informativo e analítico sobre temas centrais para a área.
Criação de um canal de comunicação direto com os pesquisadores, com a estruturação de um site mais dinâmico e informativo para os associados.
Constituição de coordenadorias regionais da ABRI, de forma ampliar a interlocução com os distintos programas e instituições de ensino de relações internacionais.

3. Político e político-científico
Criação de um comitê consultivo composto por estudantes de pós-graduação a fim de fornecer subsídios de políticas e aprimorar intercâmbio da ABRI com estudantes de pós-graduação.
Criação de um comitê de acompanhamento de políticas científicas, responsável pela elaboração de relatórios regulares a serem enviados para os associados.
Designação de diretoria para acompanhamento de políticas científicas e de interlocução com outras entidades e junto a entidades científicas nacionais. Definição funcional de quatro diretorias: (1) Diretoria de Assuntos Institucionais (para relações com a ANPOCS/SBPC/ABCP, etc); (2) Diretoria de Assuntos Internacionais (para relações com a IPSA/ISA/WISC, etc.); (3) Diretoria de Assuntos de Graduação e Pós-Graduação (para relações com os coordenadores de graduação e pós-graduação); (4) Diretoria de Políticas Científicas.

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