quinta-feira, 1 de maio de 2025

Contra todos os fanatismos: repudiando a extrema-direita burra - Paulo Roberto de Almeida

 Contra todos os fanatismos: repudiando a extrema-direita burra

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre ataques e acusações dos delirantes da extrema-direita.

         Abastecido por intensas leituras ecléticas, desde a mais precoce etapa do letramento, feita do embevecimento pelos grandes autores de histórias infantis e romances juvenis, nunca me prendi a qualquer escola ideológica ou a qualquer militância política exacerbada. Mesmo na fase de minha inclinação socialista, a do marxismo histórico e teórico, mais do que a do leninismo engajado, que coincidiu com a vigência dos anos de ditadura militar no Brasil, jamais deixei de ler, ao lado dos clássicos do marxismo, os grandes nomes do liberalismo mundial e do pensamento político democrático e mesmo libertário, quase anarquista (pela recusa de qualquer autoridade arrogantemente estatal). Esse ecletismo político e filosófico, me fez recusar, desde cedo, todas aquelas obsessões que frequentam nossos meios políticos e culturais: o fundamentalismo religioso, o fanatismo político, certas tribos bárbaras ligadas a algum clube futebolístico e até mesmo aquelas seitas que devotam uma paixão religiosa por ídolos musicais, esportistas ou quaisquer outros.
        Essa aversão aos extremismos de todos os tipos – religioso, político, futebolístico ou de idolatria por personagens temporariamente famosos – foi ainda mais reforçada depois que voltei de um longo exílio no exterior, durante os anos de chumbo da ditadura militar, quando reforcei minhas inclinações liberais e libertárias pela leitura de grandes mestres das doutrinas e filosofias políticas democráticas e daqueles que preconizam livres mercados e democracias de mercado. Desde minha volta engajei-me novamente na luta democrática, tendo sido logo fichado como “diplomata subversivo” pelo SNI, ao início de minha carreira diplomática, por ter continuado minha luta contra a ditadura. Também lutei contra as ditaduras de esquerda, equivocadamente classificadas como “socialistas”, quando sempre registraram inúmeras similitudes com regimes fascistas. Mas nunca tivemos algo desse tipo no Brasil, a não ser o velho populismo demagógico, supostamente progressista e impulsionado por militantes de extração gramsciana, mas que se apoiavam mais no castrismo bolchevique do que em teses inspiradas no pensamento sofisticado do marxista italiano.
        O fato de ter sido levado, durante todo o reino dos companheiros, ao ostracismo na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, pelo fato de expressar abertamente reservas à diplomacia partidária lulopetista, fez com que certa direita igualmente ideológica me colocasse, durante a fase de transição dos anos 2016-2021, numa categoria de defensores de uma política externa conservadora, ou alinhada com certas teses desse bloco de alucinados partidários da chamada direita mundial. Isso logo se revelou totalmente indevido, tendo eu já exibido o galardão inédito de ter sido punido por tucanos, petistas e bolsonaristas, justamente por defender ideias próprias em matéria de relações internacionais do Brasil.
        O Brasil se encontra infelizmente tomado por uma luta entre duas tribos ideológicas rivais, que se digladiam nas redes sociais em defesa de seus respectivos demagogos políticos, aos quais eu sou igualmente oposto, por justamente defender uma política externa livre de quaisquer influências partidárias distintamente sectárias. Como esse espaço foi ocupado, no espaço de quatro anos do governo anterior, pela franja lunática dos antiglobalistas idiotas – aos quais eu dediquei cinco “livros de combate”, desde Miséria da Diplomacia (2019), até Apogeu e Demolição da Política Externa (2021) –, os fanáticos defensores dessa tropa de alucinados antiglobalistas me tomam agora como defensor da tribo adversária, atualmente no poder, o que é invariavelmente denegado por minhas postagens independentes, sempre em apoio a uma política externa independente, baseada nos padrões tradicionais do Itamaraty, segundo valores e princípios inscritos nas cláusulas de relações internacionais da CF-1988.
        A esquerda presente nesses canais tende a ignorar minhas críticas à diplomacia partidária novamente em curso, uma vez que ela ocupa o poder, e se acha detentora da palavra certa no comando da política externa brasileira. A extrema-direita – que além de fanática é muito burra – costuma, em contrapartida, reagir com rancor sempre quando alguma postagem não se alinha com suas teses fanaticamente antipetistas, o que simplesmente não contemplo em meus argumentos, que não se guiam por posturas sectárias, e sim por uma análise racional das políticas em pauta. Formulo estas simples observações apenas para alertar os fanáticos de quaisquer tendências e setores de atividade que continuarei em minha prática habitual de analisar com isenção, e de criticar quando pertinente, as políticas de Estado aplicadas às relações exteriores do Brasil, meu terreno de reflexão preferencial (e profissional durante quase meio século).
        Resumo: não tenho partido, ou ideologia, não tenho religião (mas, atenção, não me defino como ateu, apenas como irreligioso) e não tenho nenhum time de futebol, tampouco cultivo qualquer devoção a alguma personalidade em destaque. Continuarei nesta postura contrarianista que é a minha, mas marcada por um ceticismo sadio que me faz examinar com extrema atenção – é o meu único “extremismo” – cada assunto relevante presente na agenda externa do Brasil, para então emitir minha opinião fundamentada em fatos e numa orientação filosófica distintamente liberal-democrática.
Reiterando, uma vez mais, minhas posições, já expostas desde o início do presente século, considero a política externa partidária do PT prejudiciais à credibilidade da diplomacia brasileira, tradicionalmente marcada por um processo decisório posto ao serviço exclusivo dos interesses nacionais, independente de considerações ideológicas como as que contaminam hoje certas teses vinculadas ao universo político do lulopetismo diplomático. Mas, quero deixar muito claro que vou continuar me opondo a quaisquer deformações tendenciosas que marcam as posturas diplomáticas, e outras, da extrema-direita estúpida que aparentemente domina o espectro político-partidário brasileiro na atualidade, chegando inclusive a “capturar” alguns supostos liberais nessa oposição sectária ao lulopetismo.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4913, 1 maio 2025, 3 p.

Atitude de Lula diante da Ucrânia traduz incoerência de sua diplomacia - Editorial O Globo

 O aliado sul-americano de Putin insiste em ir apertar a mão de um criminoso de guerra. A atitude NÃO é incoerente, é apenas ALINHADA a um Estado violador da Carta da ONU e das regras mais elementares do Direito Internacional, (PRA)


Atitude de Lula diante da Ucrânia traduz incoerência de sua diplomacia
Editorial O Globo, 1/05/2025
Ao se alinhar à Rússia, presidente rompe tradição de equilíbrio na política externa brasileira

A política externa brasileira já viveu melhores momentos. Tem ficado clara nos últimos tempos a inclinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por um dos lados de conflitos em que, por respeito à tradição diplomática e aos interesses nacionais, a posição do Brasil deveria ser, quando não neutra, ao menos mais equilibrada.
Em nenhum caso isso é tão evidente quanto na atitude de Lula diante da Ucrânia. Em Roma, depois do funeral do Papa Francisco, ao ser questionado sobre o encontro entre os presidentes americano, Donald Trump, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, ele disse que o Brasil continua “teimando” para que Ucrânia e Rússia se sentem à mesa de negociações. Mas imediatamente mudou de assunto, afirmando desejar que o mesmo aconteça no caso da “violência que Israel comete na Faixa de Gaza”.
Ora, quando Lula tentou atuar como mediador entre Kiev e Moscou, sua inclinação evidente pela Rússia levou Zelensky a recusar a oferta. Não era coerente que um chefe de governo com aspirações a aproximar dois países sugerisse que um deles abrisse mão de territórios invadidos pelo outro, como fez Lula ao declarar que Kiev deveria ceder a Península da Crimeia à Rússia. Ainda que barganhas em torno de territórios ocupados venham a ser debatidas nas futuras negociações de paz, não cabe a uma terceira parte tratar do assunto. É sintomático, também, que Lula tenha rejeitado convite de Zelensky para visitar Kiev, mas se prepare agora para ir a Moscou participar, ao lado de Vladimir Putin, das comemorações dos 80 anos da vitória dos aliados na Segunda Guerra.
Lula não consegue admitir que a Rússia comete, de forma indiscutível, a mais grave agressão na Europa desde o fim daquela guerra. Em 2022, no governo Jair Bolsonaro, a diplomacia brasileira foi tíbia diante da invasão da Ucrânia. Lula assumiu tendo a oportunidade de marcar uma diferença positiva na política externa, mas até agora não conseguiu.
A incoerência da diplomacia brasileira não se restringe a suas declarações de improviso. O comunicado oficial do Itamaraty depois da reunião do Brics nesta semana faz menção apenas protocolar à guerra na Ucrânia, enquanto dedica cinco extensos itens ao conflito entre israelenses e palestinos. Ainda que a Rússia faça parte do Brics e decerto tenha influência nos debates, o Brasil não tem a menor necessidade de aliviar os termos de sua condenação à guerra para fazer agrados a Putin. O contraste das atitudes do Itamaraty diante de Gaza e da Ucrânia revela o grau de desconexão da diplomacia brasileira com os valores e interesses do país.
É lamentável, pois o Itamaraty sempre separou a ideologia do governo do interesse nacional. Até na ditadura militar, o presidente Ernesto Geisel, um general conservador, foi convencido de que o colonialismo português chegava ao fim na África e reconheceu o governo de esquerda de Angola, reforçado por tropas cubanas com apoio da União Soviética. Mas Lula infelizmente não consegue evitar que a ideologia interfira em sua política externa.

1º de Maio melancólico e de incertezas para os trabalhadores - Luiz Carlos Azedo (Correio Braziliense)

 Um 1. de maio de 2025, que virou o enterro antecipado do lulopetismo sindical:


1º de Maio melancólico e de incertezas para os trabalhadores
Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense, quinta-feira, 1 de maio de 2025

Lula decidiu ressarcir os aposentados e pensionistas que foram lesados, mas Haddad não sabe como. Aguarda uma indicação da CGU e da AGU para definir como isso será feito
Talvez esta quinta-feira seja o mais melancólico 1º de Maio para os sindicatos brasileiros desde século, embora um feriado de quinta-feira, para a maioria dos trabalhadores, seja motivo de regozijo; para muitos, esta sexta-feira será ponto facultativo ou dia de home office, em mais um feriadão. Não é melancólico por causa do esvaziamento das tradicionais manifestações de trabalhadores, que historicamente são uma montanha-russa, com momento de ascenso e descenso do movimento operário, mas por causa dos descontos não autorizados de aposentados e pensionistas por associações e sindicatos ligados às centrais sindicais, no montante de R$ 6,3 bilhões, o mais novo e maior dos escândalos da história do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou constrangimento por causa do esvaziamento das comemorações de 1º de Maio, no estacionamento da Neo Química Arena, em Itaquera, que reuniu menos de duas mil pessoas, um evento organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual é grande patrono. Neste ano, o constrangimento é muito maior: o bilionário escândalo envolve o Ministério da Previdência, ao qual o INSS está diretamente subordinado. O ministro titular da pasta, Carlos Lupi, que é presidente do PDT, se recusa a pedir demissão do cargo. Houve incompetência, omissão e prevaricação.
O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e mais quatro dirigentes afastados dos cargos foram nomeações de Lupi: Vanderlei Barbosa dos Santos (diretor de Benefícios), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho (procurador-geral), Giovani Batista Fassarella Spiecker (coordenador de Suporte ao Atendimento) e Jucimar Fonseca da Silva (coordenador de Pagamentos e Benefícios). O ministro alega que foi traído pelos subordinados, mas não explica como R$ 6,3 bilhões foram movimentados de forma fraudulenta sem que sequer tivesse conhecimento.
Em vez de comparecer ao ato de 1º de Maio, marcado para esta quinta-feira, em São Paulo, Lula optou por realizar um encontro com os dirigentes sindicais, na terça-feira passada, e gravar um vídeo que será exibido pelas centrais sindicais. Nele, o presidente diz que as pautas precisam ser novas e que os sindicatos precisam melhorar a comunicação nas redes sociais. Lula também se mostrou simpático à redução da jornada de trabalho e ao fim da escalada 6×1 (seis dias trabalhados e um de folga na semana).
Lula também fará um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, no qual destacará os aumentos reais do salário mínimo, do número de trabalhadores com carteira assinada e a menor taxa de desemprego dos últimos tempos. Entretanto, nada disso resolve o problema político criado pelo escândalo do INSS: a oposição na Câmara conseguiu 185 assinaturas e protocolou, nesta quarta-feira, o pedido de criação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara para investigar o INSS.
De acordo com o relatório feito pela Controladoria-Geral da União (CGU), 70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação completa ao INSS para a assinatura dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que foram todos cancelados pelo governo. A Polícia Federal já investiga 11 entidades sindicais. O problema também caiu no colo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porque Lula decidiu ressarcir os aposentados e pensionistas que foram lesados, mas não sabe como. Haddad aguarda uma indicação da CGU e da Advocacia-Geral da União (AGU) para definir como isso pode ser feito legalmente.
Passado e presente
No Brasil, passado e presente se misturam no mundo do trabalho. A escravidão, com sua violência estrutural, impregnou a estrutura social de tal forma que a discussão sobre as relações de trabalho se mantém como um conflito entre as elites políticas e a grande massa da população. Daí decorrem o desrespeito e a redução dos direitos sociais. E o patrimonialismo nas estruturas sindicais.
Não temos "uma ética do trabalho", como assinalou Antônio Cândido, em Dialética da malandragem, um clássico ensaio sobre a cultura nacional. A péssima remuneração dos professores, cujo trabalho é considerado "vocação", é um bom exemplo, em contraste com as altas remunerações do setor público desproporcionais aos serviços prestados à sociedade.
O trabalho intelectual no Brasil também é desvalorizado, não apenas o trabalho manual. De acordo com o Banco Mundial, 64% da riqueza mundial advêm do conhecimento. Entretanto, as deficiências do sistema educacional reproduzem o analfabetismo funcional em grande escala.
A inserção social pela via do emprego já não é dominante. O trabalho avulso remunerado pela via dos aplicativos e o empreendedorismo são duas realidades novas. O "chão de fábrica" como "locus" do trabalho produtivo é cada vez mais minoritário. Os aplicativos estão revolucionando as relações de trabalho no Brasil num contexto social muito mais injusto do que nos países desenvolvidos.
A questão social que resulta dessa realidade está escancarada. O exército de desempregados e subempregados formado a partir da extinção de profissões ou redução de seus postos de trabalho depende cada vez mais da assistência de um Estado deficitário e pouco eficiente. Vivemos uma era de incertezas.

República Sindicalista da Corrupção: no Brasil, em se plantando, tudo dá - Malu Gaspar, Paulo Roberto de Almeida

 Pode parecer incrível, mas os bandidos não desistem, e como diria Pero Vaz de Caminha, no Brasil, "tudo dá". A natureza é pródiga, sendo ainda mais pródigos os sindicalistas da República Sindicalista da Corrupção. (PRA)

A entidade que mais aumentou sua arrecadação com o roubo dos aposentados, o Sindinap, tem como vice-presidente o irmão de Lula, Frei Chico. Outra, a Contag, tem ligações históricas com o PT e elege até deputado federal. E outra ainda, Cebap, tem como advogado o filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (depois que os contratos vieram à tona, Lewandowski disse que não há conflito entre a atuação do filho e a sua)...
Lupi sabe o que faz
Malu Gaspar
O Globo, quinta-feira, 1 de maio de 2025
Depois de uma semana fazendo malabarismo para aliviar a barra do presidente do INSS e fingir que não tinha nada a ver com o esquema que por anos roubou todo mês um pedacinho da aposentadoria de milhões de brasileiros, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, surgiu na Câmara dos Deputados nesta semana tomado de súbita indignação e clarividência. “Quem fez errado que vá para a cadeia. Eu não estou aqui para acobertar o roubo de quem quer que seja.”
Era o mesmo Lupi que, diante de todas as evidências de que havia uma quadrilha instalada na cúpula do INSS, resistiu a demitir o presidente do instituto já afastado pela Justiça — e ainda o descreveu como “extremamente qualificado”.
A Polícia Federal mostrou que esse servidor público exemplar ignorou os alertas oficiais de que havia um assalto em curso na instituição que dirigia e ainda atropelou os bloqueios determinados pelo Tribunal de Contas da União para impedir descontos indevidos.
Por esse esquema, só em 2024 cerca de R$ 2,3 bilhões foram surrupiados da conta de quase 6 milhões de aposentados para pagar a entidades sindicais por serviços que nunca foram contratados — dinheiro que irrigou as contas não só das entidades sindicais, como também de diretores do INSS, lobistas e operadores financeiros. Sem falar que, nos últimos anos, era difícil frequentar o meio sindical sem ouvir falar nesse esquema.
Vistos como alternativa de sobrevivência depois da extinção da contribuição sindical obrigatória pelo governo Michel Temer, tanto o consignado como a venda de serviços de seguro ou de auxílio-funeral exigiam que cada aposentado autorizasse descontos em seu contracheque — o que limitava a arrecadação, mesmo com propaganda enganosa ou venda casada.
O pulo do gato aconteceu quando os intermediários ligados ao INSS começaram a vender aos sindicatos a lista de novos aposentados, que iam direto para suas carteiras de sócios. Foi assim que um grupo seleto de entidades multiplicou sua arrecadação.
Vendo a fartura na concorrência, vários sindicalistas começaram a criar suas entidades para também entrar na farra. Dois deles me disseram que, nos últimos meses, quando começaram a enfrentar dificuldades para cadastrar suas novas entidades no sistema do INSS, procuraram o chefe de gabinete de Lupi, que por sua vez indicou um advogado para “assessorá-los” na tarefa.
Um desses sindicalistas me mostrou um contrato que disse ter sido entregue pelo advogado, prevendo remuneração de 20% do faturamento. Embora tanto o chefe de gabinete quanto o advogado neguem tudo, esse é exatamente o modus operandi descrito pela PF.
Só Lupi não viu nada. Na Câmara, ele disse que não se julga “responsável institucionalmente” pelo INSS. Ainda justificou o fato de o esquema ter crescido e se multiplicado sob seus olhos com o argumento de que o instituto “não é um botequim da esquina em que você pode enxergar tudo o que está acontecendo”. Isso mesmo tendo dito ao GLOBO, no final de semana, que sabia, sim, do que ocorria, mas era preciso ter “fatos concretos para ser investigados”.
O histórico de Lupi, que deixou o ministério de Dilma Rousseff em 2011 depois de denúncias de corrupção, não autoriza considerar esse discurso incongruente como atestado de incompetência. Mais provável ser sinal de outra coisa — a confiança de que, aconteça o que acontecer, ele continuará no cargo.
Uma razão para isso poderia ser o fato de ser Lupi quem manda no PDT, que Lula não pode dispensar em momento de fragilidade no Congresso e nas pesquisas de opinião.
. Outra, a Contag, tem ligações históricas com o PT e elege até deputado federal. E outra ainda, Cebap, tem como advogado o filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (depois que os contratos vieram à tona, Lewandowski disse que não há conflito entre a atuação do filho e a sua).
Nos últimos dias, Lula decidiu intervir na Previdência e chamar para si a tarefa de nomear o novo presidente do INSS. Até agora, porém, não demonstra disposição de demitir o ministro — nem de fritá-lo, como já fez com outros auxiliares. Pelo contrário.
Depois da audiência na Câmara, governistas saíram espalhando por Brasília a avaliação de que ele foi bem, saiu das cordas, “convenceu”. Gleisi Hoffmann garantiu que ele fica. Pode até parecer que Lupi não sabe muito bem o que diz, mas ele certamente sabe muito bem o que faz.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Contratos de Paulo Roberto de Almeida nos dados do INSS, 1977-2024

 No INSS, informações talvez relevantes sobre meus trabalhos?

Entrei por acaso no INSS, talvez com vontade de verificar que porcaria andaram fazendo por lá: não creio que eu tenha sido roubado pelos fraudadores que andaram surripiando contribuições indevidas de pobres aposentados e pensionistas.
Descobri que eu tive um bocado de contratações além do serviço exterior no Itamaraty, mas algumas instituições de ensino (pois que eu dei aulas o tempo todo) se esconderam atrás de um consórcio de cooperativas. Eis a minha ficha, resumida:

Contratos de Paulo Roberto de Almeida nos dados do INSS, 1977-2024

Vínculos de trabalho inscritos nos registros do INSS
Levantamento efetuado por PRA, em 29/04/2025

1) FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, professor de Sociologia, de 07/03/1977 a 28/02/1978.

2) COLEGIO BANDEIRANTES LTDA, professor de Sociologia e de História do Brasil, de 15/08/1977 a (sem indicação de término contratual)

3) ASSOCIACAO EDUCATIVA CAMPOS SALLES, professor de História Econômica e de Economia Brasileira, 01/09/1977 a (indefinido)

4) MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES, diplomata de carreira concursado, de 01/12/1977, aposentado em 31/10/2021.

5) FUNDACAO ALEXANDRE DE GUSMAO, Empregado ou Agente Público, 01/12/1977 até 12/2018.

6) MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES, embaixada em Paris, 01/10/1993 até 12/1995

7) MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES, embaixada em Washington, 19/09/1999 até 10/2003

8) CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA CEUB, professor de Economia Política, de 02/02/2004 até 05/07/2021

9) AGRUPAMENTO DE CONTRATANTES/COOPERATIVAS, professor no Uniceub, de 01/08/2004 a 30/06/2012

10) MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES, consulado em Hartford, EUA, 17/01/2013 até 10/2015

11) AGRUPAMENTO DE CONTRATANTES/COOPERATIVAS, professor no Uniceub, de 01/09/2016 a 31/10/2021

12) FUNDACAO ALEXANDRE DE GUSMAO, Diretor do IPRI, de 01/04/2017 até 11/03/2019 (data correspondente a algum tipo de remuneração)

13) AGRUPAMENTO DE CONTRATANTES/COOPERATIVAS, diferentes contratações parciais ao longo dos anos, em diferentes instituições de ensino, alcançando dezembro de 2024.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 30 abril 2025, 1 p.

EUA x China: Brasil e América Latina na Encruzilhada Geopolítica Pós-Trump - CEBC

EUA x China: Brasil e América Latina na Encruzilhada Geopolítica Pós-Trump


 A eleição do Presidente Donald Trump acirrou ainda mais a rivalidade estratégica entre Estados Unidos e China, trazendo novos desafios aos laços diplomáticos e econômicos do Brasil e da América Latina com as duas potências. Temas como o recente “tarifaço” e a tentativa de Washington de conter o avanço chinês em diversas áreas – dos investimentos externos ao desenvolvimento de novas tecnologias – mostram que essa disputa tem efeitos em todo o mundo. Na China, o governo tem buscado alternativas para lidar com esses desafios, incluindo estímulos ao consumo doméstico, impulsos no setor de inovação e a busca por novas frentes de cooperação no exterior. Ao mesmo tempo, aproveitando a liderança chinesa na agenda de transição energética, o Brasil tem a oportunidade de diversificar seu comércio com o país asiático, podendo expandir as exportações de minerais estratégicos e atrair mais investimentos que fortaleçam a posição nacional nas cadeias globais de valor. Esta edição da Carta Brasil-China traz análises de especialistas sobre esses e outros temas, oferecendo reflexões valiosas para formuladores de políticas públicas, empresários e acadêmicos.

Caso não consiga abrir, clique aqui
 
Artigos desta edição:

Entre Gigantes: O Brasil na Nova Era da Geopolítica

Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves 

EUA x China: Brasil e América Latina na Encruzilhada Geopolítica Pós-Trump
Thiago de Aragão 
 
Economia Chinesa: Diante de Tantas Incertezas, Algumas Certezas
Fabiana D'Atri

Eficiência Administrativa e Maior Participação Popular: Vetores da Nova Governança da China
Evandro Menezes de Carvalho

Brasil Amplia Exportações de Minerais Estratégicos para a China
Tulio Cariello

Acesse aqui a publicação completa.
https://cebc.us3.list-manage.com/track/click?u=2c61aa6bcb45643f58ef550bb&id=7572986edc&e=a60f6c22ff

A Carta Brasil-China é patrocinada pelo Bradesco.

Cordialmente,
Conselho Empresarial Brasil-China

Há salvação para a economia do Brasil não QUEBRAR? - Alexis Fonteyne (Ranking dos Políticos)

 Há salvação para a economia do Brasil não QUEBRAR?

Ranking dos Políticos, 30 abril 2025

Temos como reverter essa situação, desviar de uma profunda crise e vislumbrar um futuro de prosperidade econômica por aqui?
Para conversar sobre isso, convidamos o empresário e ex-Deputado Federal Alexis Fonteyne para um bate-papo ao vivo, que vai acontecer no Instagram do Ranking e no nosso canal do YouTube.
Entrevistado por Juan Carlos Arruda, diretor-geral do Ranking dos Políticos:

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...