Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Video BBC: History of Civilization - Kenneth Clark (YouTube)
Paulo Roberto de Almeida
Civilização é uma série de TV em 13 episódios escrita e apresentada pelo historiador de arte britânico Kenneth Clark:
Caros(as), gostaria de recomendar intensamente essa série, um verdadeiro curso intensivo de cultura e história ocidental.
Foi produzida pela BBC em 1969 e é apresentada pelo historiador e crítico de arte Kenneth Clark.
Os vídeos foram remasterizados, som e imagem estão com ótima qualidade.
Mando os links dos 3 primeiros, os outros estão no mesmo perfil do Youtube.
Estão com legendas PT-BR.
01 de 13 - Civilização - Kenneth Clark - Por um triz
https://www.youtube.com/watch?v=wRPIER-w238
02 de 13 - Civilização - Kenneth Clark - O Grande Degelo
https://www.youtube.com/watch?v=0SLDkml4XgM
03 de 13 - Civilização - Kenneth Clark - Romance e Realidade
https://www.youtube.com/watch?v=YOJmRqObeWQ
domingo, 23 de novembro de 2014
Imprensa livre: tudo o que os companheiros nao querem - Jose Roberto Guzzo (Veja)
22/11/2014
às 13:00 \ OpiniãoJ.R. Guzzo: ‘Caros leitores’
Publicado na edição impressa de VEJA
J.R. GUZZO
Os leitores de VEJA têm o direito de perguntar a si mesmos o que, afinal de contas, estão fazendo de tão errado assim. Ouvem dizer o tempo todo, do governo e do seu sistema de suporte, as coisas mais horríveis a respeito da revista que gostam de ler ─ tanto gostam que continuam a lê-la, semana após semana, sem a menor obrigação de fazer isso. Haveria aí alguma tara secreta, ou outro tipo qualquer de desvio de conduta? A pregação espalhada diariamente pelos mecanismos de propaganda a serviço do governo parece sugerir que existe, sim, uma doença muito séria com esses cidadãos: como poderiam, caso fossem pessoas sadias, buscar informação e outros itens de interesse num veículo que faz parte das leituras proibidas pelo Santo Ofício do PT?
Ainda na véspera da última eleição, a presidente da República, em pessoa, prometeu que iria processar a revista “na Justiça”, aparentemente com uma ação penal, por crimes não especificados e, segundo ela, gravíssimos. Até agora não entrou com ação nenhuma, é verdade, mas e daí? O que importa é afirmar que o leitor está sendo cúmplice de uma publicação “criminosa” ─ e como tal, segundo a filosofia do ex-presidente Lula, torna-se nazista, inimigo do Menino Jesus e participante de um golpe de Estado para derrubar Dilma Rousseff e o governo popular do PT.
Uma página de revista, como pode atestar alguém que já passou um certo tempo nesta vida, não é mais que isso ─ uma página de revista, apenas, obra que reflete os limites de quem a escreve e que não está programada para funcionar como uma distribuidora automática de verdades. Mas, no caso, esta coluna pode garantir, com margem de erro de 0%, que não existe rigorosamente nada de errado com os leitores, nem com sua decisão de escolher a leitura que bem entendem. O erro está do lado de quem os acusa, pelo mero fato de lerem VEJA, de serem nazistas, fascistas, caluniadores, mentirosos, golpistas, homófobos, racistas, antinordestinos, defensores do trabalho escravo, inimigos dos pobres e autores de sabe-se lá quantos crimes ainda. Cada uma dessas acusações, obviamente, é demência pura ─ mas, se VEJA é tudo isso aí acima, como o governo e sua tropa não param de dizer, seus leitores também o seriam, não é mesmo? Como todos eles sabem perfeitamente bem que não o são, o melhor que têm a fazer é ignorar a gritaria e tocar a vida para a frente. Para que se estressar com pecados que não cometemos?
Na verdade, os leitores têm um excelente motivo para se sentir satisfeitos: são eles, e ninguém mais, que mantêm viva esta revista. Eis aí a chave de tudo. Enquanto acharem que VEJA tem méritos suficientes para continuar a ser lida, os leitores formam uma linha de defesa que governo nenhum consegue derrubar – e estarão ganhando o confronto com as forças que querem decidir o que eles podem e o que não podem ler. Ao contrário do que gostaria a máquina de propaganda oficial, diretamente ou por meio da vasta e caríssima rede de auxiliares que montou na internet para agredir a imprensa livre, VEJA e os jornalistas que aqui trabalham não precisam do governo, seus 39 ministérios, suas verbas de publicidade, seus empregos, seus contratos de “prestação de serviços” e por aí afora. Precisam, isso sim, do público ─ e aí as coisas se complicam para quem está mandando no Brasil, pois simplesmente não há discurso de autoridade, ameaça de processo, “rede social” nem nenhuma outra invenção capaz de fazer com que os leitores da revista sumam no espaço. É a grande frustração do mundo petista. O que não se perdoa a VEJA, mais que qualquer coisa, é o sucesso ─ pela última medição dos auditores do IVC, em julho de 2014, sua tiragem semanal está em 1 100 000 exemplares. Há doze anos o governo e seus estrategistas de “mídia” tentam resolver esse problema. Continuam no mesmo lugar.
Os governos do PT conseguiram, com muitos milhões, montar durante esse tempo uma vasta rede de “imprensa a favor”. Mas é justamente aí que mora o problema: imprensa a favor não vale nada. Quem a respeita? Balzac dizia que era mais fácil escrever um romance do que arrumar o dinheiro para pagar o papel e a impressão. No caso, poderia dizer que é mais fácil escrever publicações inteiras de louvação ao governo do que encontrar leitores que as levem a sério. O que interessa para quem manda, na verdade, não é publicar aquilo que quer; é impedir que seja publicado aquilo que não quer. Isso não se resolve fazendo insultos a VEJA em notas oficiais, blogs ou comícios. Só se resolve com o silêncio do “controle social”.
Tags: controle social da mídia, Dilma Rousseff, imprensa livre, J.R. Guzzo, PT, redes sociais, Veja
Book review: a global history of developing world
Paulo Roberto de Almeida
Utietiang on White, 'A Global History of the Developing World'
by Seth Offenbach
Utietiang on White, 'A Global History of the Developing World'
Author:
Christopher M. White
Reviewer:
Bekeh Utietiang
Christopher M. White. A Global History of the Developing World. New York: Routledge, 2013. 320 pp. $130.00 (cloth), ISBN 978-0-415-69210-6; $44.95 (paper), ISBN 978-0-415-69211-3.
Reviewed by Bekeh Utietiang Published on H-Diplo (November, 2014) Commissioned by Seth Offenbach
In A Global History of the Developing World, Christopher M. White explores the struggles that have led to the independence of nations in the Global South. White focuses his narrative on this struggle with the goal of understanding the present geopolitical and socioeconomic status of these nation-states.
The book is an introductory textbook for world history courses. It is divided into four sections that correspond to four key themes: imperialism, nationalism, globalization, and development. In the first three sections, White focuses on Latin America, Asia, and Africa. In his discussion of imperialism, the author does not begin with the second European colonial project, which was mainly focused on Africa and Asia, but starts with the European colonial conquest of Latin America and the Caribbean. He weaves within his analysis the Catholic Church’s role in Latin America’s colonization as they sought to evangelize and convert the people. For White, “the Church and State were essentially the same institution” (p. 24). In the second European colonial project, Spain and Portugal played less significant roles; Britain, France, Belgium, and Germany were the main actors. White makes an intervention in the historiography on the Berlin conference of 1884-85 that partitioned Africa. He argues that some scholars overstate the importance of this conference as it was “not the event that officially decided the boundaries of the European colonies in Africa” (p. 67). What he does here is get his readers to think about these historical events as being more complex than most readers typically would.
In his exploration of nationalism, White argues that “the Cuban Revolution is the most important event to take place in Latin America during the twentieth century” (p. 82). The revolution defeated Fulgencio Batista, an ally of the United States, and had the potential to curb America’s sphere of influence in the region. Unlike Cuba, Asia’s independence was not a military revolution, but a social revolution. In India, for example, the author says, the nationalist movement began with Mohandas Gandhi in 1916 “during the peak of European imperialism” (p. 107). Independence was achieved in 1947 when colonial India was partitioned into India and Pakistan. Independence of African states came in the late 1950s and early 1960s. White posits that “European colonialism, slavery, drought and disease all played a role in Africa’s development foundations prior to independence” (p. 131). Despite independence, he argues, most African countries “were not much better off at the end of the century than they were upon independence two generations before” (p. 130). While this is an important observation of the problems that continue to plague independent Africa, some of White’s readers will find this point debatable. It would be hard to find many Africans who would argue that they would be better off under colonial rule. The nature of colonial rule limited the advancement of Africans because at its structure racial biases existed. While economic growth has been slow in postcolonial Africa, colonialism is partly to be blamed as it created what historian Frederick Cooper calls “Gatekeeper States.”
In the section on globalization, White does an excellent job showing the interconnections between the economies of the world and their impact on local people. He looks at the North American Free Trade Agreement (NAFTA) of 1994 and argues that it was responsible for the Mayan revolt. The Mayans wanted self-determination because they found that they could no longer compete with American and Canadian agribusiness. In another example of how international economics affect locals, he argues that NAFTA drove many immigrants to the United States, most of whom are undocumented (p. 164). This argument is ironic given that many American factory workers believe that NAFTA took away jobs to Mexico and one of NAFTA’s purposes was to limit migrations to the United States. It is true that some of the farmers were displaced as a result of NAFTA but another important outcome of NAFTA is that many automobile shops set up assembly plants in Mexico and created many skilled manufacturing jobs. As a result, American factory workers lost jobs.
White also looks at the conflicts that have become symptomatic of the Global South. The book’s treatment of the conflicts in Rwanda and the Congo is a superb summation of the ugly history in that region of Africa that has left many millions dead. He properly situates the conflicts as regional conflicts rather than national conflicts. The author shows how race and ethnicity has played a role in some of these conflicts.
The last section focuses on the theoretical debates scholars and practitioners have on the causes of development and underdevelopment. Here, White makes a distinction between scholars who hold “a bottom-up perspective of development” and those who hold a top-down perspective (p. 229). For those who hold the former, he begins with Karl Marx, who, he says, has had “more effect on the world than any other author of the social sciences” (p. 233). He is critical of Marxist theory and uses the failure of the communist experiments around the world to discredit it. But the author makes a good distinction between “Marxist analysis and Marxist politics/economics/social planning” (p. 234). He also argues that the dependency theory advanced by economist Raul Prebisch inspires import substitution industrialization which encourages production for internal consumption. In the 1970s, this economic policy encouraged massive spending and corruption in the developing world. With fallen oil prices in the 1980s, governments of the developing world had to privatize these companies.
In his analysis of the scholars who hold the views from above, he describes them as subscribing to the theory of “cultural determinism.” He begins this discussion with Adam Smith’s Wealth of the Nation (1776), August Comte’s positivist views, and Max Weber’s protestant ethic. White writes that “capitalism, in its purest theoretical form, as advocated by Adam Smith, Comte, and Max Weber, or in the form carried out by governments in practice, with all its flaws, is what is most needed to create a better world” (p. 245). He also summarizes the views of economist Milton Friedman and the Chicago school of economics, which advances a neoliberal economic policy: lower taxes, deregulation, privatization, and spending cuts.
The task White undertakes in writing this book is a daunting one; he covers a very large geographical area in a time frame of over five hundred years. For this reason, the book suffers from a lack of in-depth analysis and commits the offense of oversimplification of key events. For example, he discusses Napoleon’s occupation of Egypt leading to French and later British colonization of Egypt in one sentence (p. 44). The next sentence does not tell us how this happened but moves on to mention how the Russians took land from the Ottoman Empire leading to the Crimean War, creating the close ties between Turkey and Europe today. There are too many events conflated here without any unpacking or analysis. In the section on globalization, an engagement with the key theorists in the field and an analysis of opposing viewpoints to show how they are in conversation with one another would have greatly strengthened White’s overall arguments.
Despite these weaknesses, White must be commended for this work. The author’s ability to bring together the historiographies of these diverse regions in a conversation is one of the strengths of the book. The reader will immediately begin to see the commonalities between these regions as they struggle for self-determination from European colonialism and its aftermath. In this conversation, White does not focus his analysis only on the bigger nations, but also pays close attention to the smaller ones, such as Zimbabwe, Burma, and Haiti. Professors and students will find this book helpful as it points them to key events and themes. The questions in each chapter will also help in facilitating class discussions.
I will recommend this book as a textbook for world history survey courses. It is also a good primer for those wanting a concise explanation of key events in the modern history of the Global South.
Printable Version: http://www.h-net.org/reviews/showpdf.php?id=41630
Citation: Bekeh Utietiang. Review of White, Christopher M., A Global History of the Developing World. H-Diplo, H-Net Reviews. November, 2014. URL: http://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=41630
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 3.0 United States License.
Add a Comment
Read more or reply
Sobre as ‘causas’ do golpe militar de 1964 - Paulo Roberto de Almeida
sábado, 22 de novembro de 2014
Financiamento publico: o argumento mais calhorda que já li em sua defesa - Andre Singer
Operação à italiana
André SingerAntes de mais nada, convém fixar duas premissas que, embora óbvias, devem ser explicitadas desde logo.
1) O presente escândalo da Petrobras, em volume de dinheiro movimentado, parece superar a longa série dos até aqui expostos ao conhecimento público no Brasil.
2) Nada justificaria obstaculizar, nem mesmo as possíveis motivações eleitorais que tenham estado por trás do seu timing, a investigação criminal e o devido julgamento, com amplo direito de defesa, dos implicados no esquema.
Isto posto, convém guardar algumas cautelas com relação aos desdobramentos especificamente políticos do episódio. De acordo com o reportado pelo jornalista Mario Cesar Carvalho (Folha, 15/11), o modelo dos investigadores é a Mãos Limpas, realizada na Itália no começo dos anos 1990. Como se recorda, naquele país o sucesso da operação acabou por destruir o cerne do sistema partidário, provocando a ascensão de Silvio Berlusconi.
Se os velhos e enraizados partidos italianos pulverizados pela Mani Pulite tivessem sido substituídos por agremiações menos corruptas e mais representativas, a Itália teria se convertido no farol das democracias ocidentais. Mas aconteceu o contrário.
Meses atrás, o historiador Perry Anderson escreveu que hoje "a Itália [...] oferece o espetáculo mais conhecido de todos os teatros de corrupção do continente, e sua personificação mais celebrada: Silvio Berlusconi" ("Piauí", agosto/2014).
Por que uma investida profunda, generalizada e bem-sucedida contra corrompidos e corruptores acabou por gerar o oposto do esperado? O assunto é complexo, mas um dos elementos a ser levado em conta é o descrédito que atinge o conjunto das instituições quando às revelações de corrupção sistêmica não se seguem reformas capazes de aprofundar e ampliar a democracia.
Dou exemplo para tornar o ponto mais claro. Não adianta desbaratar esta ou aquela rede de propinas, por mais vasta que seja, e não mexer nos custos de campanha. Enquanto os comitês eleitorais usarem verdadeiras fortunas para produzir filmes publicitários em quantidade e qualidade suficiente de modo a preencher o horário eleitoral com padrão hollywoodiano, o dinheiro vai sair de algum lugar.
Outras fontes suspeitas de financiamento terão que se formar. O resultado, então, é um rápido aumento do cinismo no eleitorado. Convicto de que a política seria na essência desonesta, o cidadão opta por votar em candidatos que, de algum modo, expressam o seu próprio desprezo pelas instituições.
A Lava Jato precisa seguir. Mas se não formos capazes de agenciar uma reforma política racional, objetiva e consistente para responder ao que ela expõe, temo pelas consequências a longo prazo.
Petrobras-Pasadena: um excelente negocio, como sempre acreditei, e afirmei
Pasadena era chamada de ‘ruivinha’ após Petrobras constatar que ela estava enferrujada
Apelido, dado mesmo antes da compra, foi revelado pelo diretor financeiro da Petrobras em depoimento à Comissão Interna de Apuração da estatal
BRASÍLIA - A polêmica refinaria de Pasadena já era malvista pela área técnica da Petrobras desde o início do processo de avaliação para a aquisição. O desconforto era tal que a refinaria americana tinha um curioso apelido dados por funcionários antes da realização da compra. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, que no cargo desde 2003, contou em depoimento à Comissão Interna de Apuração que a refinaria era chamada de “ruivinha”, e explicou o motivo mostrando o desconforto com o negócio: Pasadena estava toda enferrujada.
VEJA TAMBÉM
“Pessoas desta sede viajaram para avaliação in loco, e houve reação negativa dessas pessoas, que não gostaram do que viram e apelidaram a refinaria de ruivinha, porque estava tudo enferrujado. Havia sentimento muito negativo, mas também desejo muito forte da área Internacional de que o negócio ocorresse”, disse Barbassa em 13 de maio deste ano.
Apontado no relatório da comissão como principal articulador do negócio e responsável em dez das 11 irregularidades levantadas pela investigação interna, o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró atribuiu o mau estado de conservação à falta de preocupação dos americanos com “aparência”. Ele foi ouvido antes de Barbassa, em 5 de maio.
“Questionado sobre as recomendações iniciais das avaliações, com itens apontando deficiências, o depoente declara que as refinarias nos EUA não têm a mesma preocupação com a aparência como ocorre com as da Petrobras (meio-fio pintado de branco, tanques pintados etc.)”, registra o extrato do depoimento do ex-diretor internacional. Cerveró foi além, dizendo que eventuais problemas nunca foram apontados pela área técnica como “algo inaceitável ou irreparável”. Destacou que a refinaria nunca tinha sido proibida de operar nos EUA.
PREJUÍZO CHEGA A US$ 530 milhões
O GLOBO teve acesso ao relatório da comissão e aos extratos dos depoimentos prestados. Além de Cerveró, foram apontados como responsáveis pelas irregularidades o ex-presidente José Sérgio Gabrielli, os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Jorge Zelada e cinco funcionários. O documento foi encaminhado à área jurídica, para se avaliar a obrigatoriedade de enviá-lo ao Ministério Público Federal. A refinaria foi comprada da belga Astra Oil por US$ 1,25 bilhão, em 2 operações. A Petrobras já reconheceu prejuízo contábil de US$ 530 milhões.
Em seu depoimento, Barbassa fez diversas críticas ao negócio. Para ele, o processo de compra foi “bem rápido”, e a Diretoria Internacional tinha autonomia “muito grande” e adotava procedimentos “mais simplificados”. Destacou que a compra da 1ª metade começou a ser negociada no fim de 2005, e em fevereiro de 2006 já foi aprovada pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração. Barbassa disse que a diretoria, em fevereiro, não sabia das cláusulas Marlim e “put option”, que garantiam rentabilidade mínima à sócia e obrigavam a Petrobras a comprar a 2ª metade em caso de desacordo comercial. Afirmou que as cláusulas estavam no anexo XXX e só foram conhecidas após aprovado o negócio. Mas frisou que isso ocorreu antes da assinatura do contrato, em setembro de 2006. Disse que o negócio não foi desfeito pois, na Diretoria Internacional, “havia muita vontade de levar adiante”.
Barbassa contou que só em 2007 sua diretoria conseguiu precificar a cláusula Marlim, e passou-se a saber quanto representariam os 6,9% de rendimento mínimo à Astra. Não disse qual seria esse custo, mas frisou não ser usual que se oferecesse ao vendedor parte do que seria ganho no futuro. Observou que a ampliação da refinaria para 200 mil barris/dia foi adiante mesmo estando no contrato a manutenção em 100 mil barris/dia. Isso gerou briga com a sócia. Afirmou que a compra da 2ª metade foi negociada para se livrar das duas cláusulas. Barbassa disse que Pasadena deu prejuízo todos os anos até 2013 e defendeu seu fechamento.
Cerveró apoiou a condução do negócio. Disse não ser comum se alongar sobre “cláusulas de saída” quando se negocia proposta de compra. Seu advogado, Edson Ribeiro, enviou depois carta registrando que a responsabilidade pela compra era do Conselho de Administração, então presidido pela presidente Dilma. Gabrielli também defendeu na comissão a lisura da compra. Em depoimento em 7 de maio, destacou a necessidade de, naquele momento, investir-se em refino no exterior. Costa respondeu a perguntas da comissão antes da delação premiada. Seu atual advogado, João Mestieri, disse que o ex-diretor “não teve nada a ver” com a compra de Pasadena. Mas não comentou a informação de que na delação Costa admitiu ter recebido US$ 1,5 milhão para não atrapalhar o negócio.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/pasadena-era-chamada-de-ruivinha-apos-petrobras-constatar-que-ela-estava-enferrujada-14631220#ixzz3JpA5zjMENovo-velho governo: companheiros surpreendidos com facada nas costas (e que facada!)
Não acredito que a Dilma vá entregar o ouro aos bandidos, passando a perna em quem nela acreditou
Pelas barbas do profeta (ou o bigode do Mercadante), com essas eu não contava. Aliás, na réstia de esperança que brota da minha santa ingenuidade ouso dizer que tudo o que estão noticiando é intriga da oposição. Não é possível que a elite reacionária tenha passado a perna na gente humilde de forma tão afrontosa e tão cara de pau.
O mito da revolucao cubana, por um desinformado - Paulo Roberto de Almeida
Luiscesarx
2 horas atrás - Compartilhada publicamenteO mito da Revolução Cubana Ordem Livre, em 01 de Junho, 2009. Autor Paulo Roberto de Almeida
Como eu corro o risco de ser realmente um desinformado, vou transcrever novamente o artigo aqui, para solicitar o concurso de novos leitores, quanto ao meu grau de desinformação.
Cada um pode se pronunciar, concordando com meu crítico, acima, ou fazendo novos reparos ao texto em questão, que segue aqui, novamente.
Paulo Roberto de Almeida
Classificação
de países segundo o PIB per capita
|
||
Posição
|
1957
|
2007
|
1
|
Venezuela
|
Espanha
|
2
|
Argentina
|
Portugal
|
3
|
Cuba
|
Chile
|
4
|
Espanha
|
Venezuela
|
5
|
Portugal
|
México
|
6
|
México
|
Argentina
|
7
|
Chile
|
Cuba
|
Fonte: United Nations Statistics
Division
|
Cuba:
indicadores da produção física, 1989 e 2006 e variação 2006-1989 (%)
(milhares de toneladas métricas, ou unidades
especificadas)
|
|||
Setores, produtos
|
1989
|
2006
|
2006-1989 %
|
Petróleo
|
718
|
2.900
|
303
|
Gás
Natural (milhões metros cúbicos)
|
34
|
1.085
|
3.091
|
Níquel
|
47
|
73
|
55
|
Açúcar
|
8.121
|
1.474
|
-82
|
Aço
|
314
|
257
|
-18
|
Cimento
|
3.759
|
1.705
|
-55
|
Eletricidade
(bilhões kW/h)
|
16
|
16
|
0
|
Têxteis
(milhões de m2)
|
220
|
27
|
-88
|
Fertilizantes
|
898
|
41
|
-95
|
Charutos
(unidades)
|
308
|
418
|
35
|
Sapatos
(milhões de pares)
|
12
|
3
|
-75
|
Sabão
(lavanderia)
|
37
|
14
|
-62
|
Cítricos
|
1.016
|
373
|
-63
|
Arroz
|
532
|
434
|
-18
|
Ovos
(milhões de unidades)
|
2.673
|
2.341
|
-12
|
Leite
(vaca)
|
1.131
|
415
|
-63
|
Fumo
|
42
|
29
|
-31
|
Gado
(milhares de cabeças)
|
4.920
|
3.737
|
-24
|
Peixes e
frutos do mar
|
192
|
55
|
-71
|
Fonte: Carmela Mesa-Lago, “The
Cuban Economy in 2006-2007”, op. cit., p. 4.
|