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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Contencioso territorial Venezuela-Guiana: uma disputa que interessa tambem ao Brasil

O contencioso não tem razão de ser, de existir, ou de prosseguir. Mas se for discutido, abordado, falado, tratado em reuniões formais ou informais, diplomáticas ou não, seria bom ter presente o seguinte aspecto.


O contencioso Venezuela-Guiana tem um agravante ainda mais preocupante do que o mencionado neste editorial do Estadão, com implicações para a nossa diplomacia, ainda que por motivos puramente históricos atualmente: o fato de envolver território "brasileiro". Explico. Ao adjudicar à Grã-Bretanha boa parte do território disputado naquela região com o Brasil, que atuou no diferendo por arbitragem por meio de Joaquim Nabuco (mas com base nos excelentes estudos de cartografia histórica feitos por Rio Branco), o rei italiano (presidente) acabou concedendo aos britânicos território que o Brasil considerava como seu, com base nos memoráveis esforços de penetração feitos pelos portugueses na era colonial. Ora, se a Venezuela contesta as fronteiras atuais, ela de fato está querendo avançar sobre território "brasileiro", ou que deveria sê-lo, se por acaso as fronteiras históricas forem contestadas segundo uma cronologia que antecede a arbitragem do final do século 19. A diplomacia brasileira não pode ficar indifente a esse avanço ilegítimo dos venezuelanos sobre terras que poderiam ser brasileiras, e que só estão atualmente sob a soberania da Guiana porque o rei italiano queria agradar e ficar com os ingleses mais de um século atrás.
Paulo Roberto de Almeida 

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Uma disputa sob encomenda
Editorial O Estado de S. Paulo,. 22 Julho 2015

Nada como um bom contencioso internacional para alimentar o discurso nacionalista e patriótico do presidente Nicolás Maduro, que tenta com isso aliviar a pressão exercida pela crise profunda que o chavismo provocou na Venezuela. A secular reivindicação territorial sobre um pedaço da vizinha Guiana está sendo retomada agora com renovado vigor, em razão da anunciada descoberta de petróleo naquela região. É uma combinação perfeita para a retórica rastaquera de Maduro: ao suposto roubo do território no século 19, patrocinado pelo Império Britânico, soma-se a exploração “imperialista”.
A reivindicação sobre o território conhecido como Essequibo é um tema que une os venezuelanos. Mesmo uma parte da oposição ao chavismo considera válido exigir a devolução da área, embora tal demanda tenha remotíssimas chances de ser atendida – pois o Essequibo representa nada menos que 62% do território da Guiana. É, portanto, um assunto capaz de mexer com o sentimento do país, razão pela qual, de tempos em tempos, serve a todo tipo de interesse.
O contencioso sobre o Essequibo remonta ao século 19. A atual fronteira entre Venezuela e Guiana foi estabelecida pelos britânicos em 1840. Mas a Venezuela considerava que seus limites se estendiam até o Rio Essequibo, incorporando uma área de 160 mil quilômetros quadrados – em seus mapas atuais, o país chama essa área, que hoje pertence à Guiana, de “Guayana Esequiba”, dizendo tratar-se de região “disputada”.
Em 1894, os Estados Unidos, a pedido dos venezuelanos, sugeriram uma arbitragem internacional – na qual os americanos serviram como advogados da Venezuela. Sem a defesa feita pelos Estados Unidos, que tinham interesse em evitar a expansão britânica na região, a Venezuela teria perdido território até o Rio Orinoco, isto é, metade de sua área atual. Portanto, o resultado da arbitragem, proclamado em 1899, foi razoável para a Venezuela – tanto é assim que os venezuelanos só voltaram a reivindicar o Essequibo em 1949.
Nesse meio tempo, porém, o território já estava ocupado por guianenses de fala inglesa, que hoje não têm intenção de se tornarem cidadãos venezuelanos. Essa realidade, além do fato de que é bastante improvável que a comunidade internacional decida dar a um país mais da metade do território de outro em razão de um suposto erro de arbitragem cometido há mais de um século, torna o pleito venezuelano ainda mais implausível.
Em 1966, Venezuela e Grã-Bretanha (e posteriormente a Guiana independente) se comprometeram a resolver o diferendo em negociações, mas não houve avanços. Em 1980, a Guiana incorporou formalmente o Essequibo a seu território.
Em todo esse tempo, o contencioso foi retomado ou esquecido ao sabor das conveniências políticas. A situação voltou a ficar tensa em março deste ano, quando a Guiana anunciou que a Exxon Mobil começaria a explorar petróleo em águas da região disputada. A Venezuela reagiu, e Maduro, bem a seu estilo, estendeu por decreto a soberania venezuelana às águas da área que reivindica. Com razão, a Guiana protestou, alegando violação do direito internacional e do princípio de que todos os Estados devem respeitar a soberania e a integridade dos demais.
Na última cúpula do Mercosul, o presidente da Guiana, David Granger, queixou-se das provocações venezuelanas e, num encontro bilateral, pediu à presidente Dilma Rousseff que ajudasse na mediação. Maduro quis participar do encontro, mas Dilma não permitiu – no que fez muito bem.
O chefão venezuelano, como se sabe, não se preocupa muito com leis, ordenamento jurídico e rituais diplomáticos quando se trata de preservar as fantasias chavistas. A retomada retumbante do contencioso do Essequibo – em que Maduro diz defender a Venezuela do “imperialismo” americano, mas age ele mesmo como imperialista – expõe toda a sua truculência, inadmissível no concerto das nações civilizadas.

Acordo espacial fracassado Brasil-Ucrania: um produto legítimo da estupidez petista

Tanto o ministro da Defesa, do partido totalitário, quanto o da "ciência e tecnologia", do anacrônico PCdoB, estiveram entre os responsáveis pelo maior fracasso do programa espacial brasileiro, que foi a sabotagem e a oposição estúpida conduzidas contra o acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA, que teria viabilizado comercialmente Alcântara mais de 13 anos atrás. Eles são os culpados de todos os prejuízos causados ao Brasil por mais este crime econômico monumental.
A matéria é deformada e esconde os crimes petistas, como mente quando afirma que o acordo com os EUA falhou porque estes não queriam repassar tecnologia, pois o acordo era justamente para NÃO repassar tecnologia. Era simplesmente um acordo comercial e de proteção da tecnologia americana, mas esta acabaria sendo repassada indireta e gradualmente, e o Brasil teria ganho milhões nesses anos todos. Bandidos!
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil desiste de foguete que já custou R$ 1 bi em parceria com a Ucrânia

Débora Nogueira
Do UOL, em São Paulo (SP) 
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  • Imagem mostra como seria o foguete Cyclone 4, que já estava praticamente pronto
    Imagem mostra como seria o foguete Cyclone 4, que já estava praticamente pronto

O Brasil decidiu cancelar unilateralmente o acordo bilateral que assinou com a Ucrânia em 2003 para a construção de um foguete lançador de satélites (Cyclone 4) e de um centro de lançamento na base de Alcântara (MA), segundo confirmaram nesta quinta-feira (23) fontes oficiais. O projeto recebeu um investimento de R$ 1 bilhão desde que foi iniciado o acordo de cooperação entre ambos países em 2004, sendo que os gastos foram divididos entre os países. Especula-se que as autoridades perceberam que o lançamento de satélites de grande porte não teria o retorno financeiro esperado.
"Era melhor desfazer esta cooperação e encontrar outros parceiros, que ainda não foram determinados, para que possamos avançar na área aeroespacial", disse o ministro da Defesa, Jaques Wagner, em declarações que concedeu aos jornalistas durante o ato de apresentação de uma nova embarcação de pesquisa oceanográfica da Marinha no Rio de Janeiro.
Nos últimos meses uma comissão integrada por representantes dos ministérios brasileiros de Defesa, Ciência e Tecnologia e Relações Exteriores estudou as alternativas para levar adiante o projeto, disse Wagner, mas chegou à conclusão de que "era melhor desfazer esta cooperação".
O projeto desse foguete foi a prioridade da Agência Espacial Brasileira (AEB) em um projeto que reconstruiria o  Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) após o incêndio  da base, no Maranhão, em 2003. Até então, o foco do governo era o lançamento do VLS-1, um lançador de satélites menores, com alto envolvimento da indústria e pesquisa brasileiros. 
Após a explosão da base, que matou 21 importantes técnicos e destruiu instalações, o projeto do VLS foi suspenso. Na tentativa de recuperação da base e com o objetivo de explorar o mercado de lançadores de satélites, o Brasil optou por focar na construção desse foguete maior, porém com tecnologia criticada mundialmente. O chamado Cyclone 4 seria maior que o VLS, capaz de lançar cargas mais pesadas como de satélites de telecomunicações (de até 800 kg e numa órbita geoestacionária, a 36 mil quilômetros de distância).
A Ucrânia usa métodos ultrapassados e abolidos em grande parte do mundo para a propulsão do foguete. O propelente hidrazina é altamente tóxico e um acidente poderia causar diversas mortes e dano ambiental catastrófico. Uma vez que a intenção comercial era a de realizar diversos lançamentos, havia ainda a preocupação quanto ao transporte da hidrazina na região.
Transferência de tecnologia
As decisões brasileiras na área espacial foram sempre tomadas com o objetivo de se favorecer a transferência de tecnologia, e isso muitas vezes deixou o Brasil distante dos maiores fabricantes da indústria espacial, principalmente os europeus e americanos, que não concordavam com a transferência total da tecnologia. Porém, o projeto do Cyclone 4 era um acordo "entre Congressos dos países" e não havia sido uma decisão que partiu da Agência Espacial Brasileira (AEB), que nega que tenha ingerência no acordo. 
Hoje, o ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, que também participou do ato no Rio de Janeiro, afirmou que tratava-se de um "acordo comercial" entre ambos países, que não incluía nenhum tipo de "transferência" de conhecimento tecnológico, para "prestar serviços a terceiros países que estivessem interessados em pôr satélites em órbita".
O foguete em parceria com a Ucrânia era realizado através da constituição de uma empresa conjunta, a Alcântara Cyclone Space (ACS), cuja missão seria o desenvolvimento e a exploração da base mediante prestação de serviços de lançamentos espaciais tanto para o Brasil e Ucrânia, como para outras potências ou, inclusive, para clientes privados.
Mas, segundo fontes oficiais, perante a atual política do governo brasileiro de redução dos gastos públicos para fazer frente à estagnação da economia brasileira, para o país é inviável um projeto que, segundo se previa, seria deficitário durante os primeiros 20 anos.
Por outro lado, a atual crise política da Ucrânia, provocada pela anexação da Crimeia por parte da Rússia e que tinha levado à paralisação de sua participação econômica no projeto, também contou na decisão. Com isso, cada um dos países perdeu cerca de R$ 500 milhões cada, segundo os números oficiais.
Segundo algumas versões, o governo da Rússia pressionava pelo fim da cooperação espacial entre Ucrânia e Brasil, seu principal parceiro comercial na América Latina.
Wagner, no entanto, rejeitou que o fim do projeto se deva a questões políticas, já que o fim do acordo "foi decidido antes disso", apesar de admitir que "eventualmente o conflito agravou (a situação) já que este incluía muita tecnologia que é compartilhada entre Rússia e Ucrânia".
Destino de Alcântara
A base de Alcântara é muito cobiçada internacionalmente por causa de sua localização privilegiada, que permite o uso máximo da rotação da Terra para impulsionar lançamentos com economia de combustível de até 30%.
A previsão do projeto era que o complexo de lançamento espacial começasse a funcionar em 2015, mas neste momento as obras de ampliação mostram um evidente estado de abandono, o que provocou a deterioração de grande parte do trabalho já realizado.
Entre as opções para uma saída às instalações "que já foram levantadas, apesar de ainda não terem sido terminadas", é a possibilidade de alcançar um acordo com outro parceiro que bem poderia ser Estados Unidos, Rússia, China ou Europa. Há um empecilho com o governo norte-americano em que a ausência de um acordo de salvaguarda tecnológica impede que sejam lançados no Brasil satélites que contenham peças com tecnologia norte-americana, o que restringe brutalmente a operação comercial.
Com os americanos, segundo confirmou Rebelo, foram retomadas as conversas a respeito no marco da visita de Estado que a presidente Dilma Rousseff realizou a Washington no final do mês passado. Os países não conseguem entrar em acordo
Em 2000 chegou a ser assinado um acordo de colaboração em matéria aeroespacial com os Estados Unidos, mas finalmente não prosperou por que os americanos não quiseram compartilhar sua tecnologia com o Brasil.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Impeachment: agora quase uma certeza - Fernando Exman (Valor)

 Apoio ao impeachment surpreende Planalto 
Fernando Exman - Valor Econômico, 23/07/2015

BRASÍLIA - A trajetória de queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff já vinha sendo apurada nas mais recentes pesquisas de avaliação do governo. Assim, a notícia divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o instituto MDA de que a aprovação da petista caiu de 10,8% em março para 7,7% em julho não chegou a surpreender autoridades do Palácio do Planalto. O mesmo não pode ser dito, porém, em relação ao dado segundo o qual cerca de dois terços da população apoiam o impeachment da presidente. Agora, o risco de Dilma é tal estatística traduzir-se em maior volume de manifestantes nos protestos contra o governo que devem ocorrer neste segundo semestre.

Em março, a pesquisa CNT/MDA calculou em 59,7% os entrevistados que apoiavam o impedimento da presidente. No mais recente levantamento, feito neste mês, o percentual atingiu 62,8% - alteração preocupante para quem pode depender da boa vontade de um presidente da Câmara dos Deputados que acaba de romper com sua administração e enfrenta ações no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, no limite, podem levar à perda de seu mandato.

Em pergunta estimulada apenas aos que se disseram favoráveis à interrupção do segundo mandato da presidente, 26,8% mencionaram que a medida se justificaria devido à existência de irregularidades nas prestações de contas do governo, as chamadas "pedaladas fiscais". Outros 25% citaram a corrupção na Petrobras investigada pela Operação Lava-Jato, ante 14,2% que apontaram ilegalidades na prestação das contas da campanha presidencial de 2014. Para 44,6% dessa parcela dos entrevistados, todos os três motivos embasariam o impeachment de Dilma.

Apenas 1,5% citaram outros assuntos como justificativa e outros 1,8% não souberam ou não responderam. Além de apontar uma maioria favorável ao impeachment da presidente da República, a pesquisa demonstra que grande parte dos críticos do governo sabe exatamente os motivos de sua indignação. Com o risco de enfrentar novos panelaços se for à televisão para explicar as ações de sua gestão ou vaias em eventos públicos em que o cerimonial do Palácio do Planalto não tiver o controle total da plateia, a margem de manobra da presidente também parece cair a cada dia.

Acordo espacial Brasil-Ucrania vai para o espaco: mais um crime economico lulo-petista

Previsível o fim do acordo espacial Brasil-Ucrânia: o fracasso mais gigantesco do programa espacial brasileiro e um dos maiores crimes econômicos jamais perpetrados contra os interesses do Brasil , tudo por obra do partido totalitário que nos governa, e isso começou bem antes, com a rejeição, também por irresponsabilidade e cegueira estúpida do PT, do acordo de salvaguardas tecnológicas Brasil-EUA. Nunca antes tivemos tanta incompetência e corrupção no comando do país. Que acabe logo...
Paulo Roberto de Almeida 

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Brasil formaliza rompimento de acordo para lançar foguete ucraniano

Tesouro já pagou meio bilhão por projeto fracassado. Itamaraty justifica em carta "significativa alteração da equação tecnológica-comercial"

por 
Cyclone 4 - Alcântara Cyclone Space / Divulgação

RIO -O Brasil informou à Ucrânia, por meio de comunicado ao embaixador do país em Brasília, que vai romper o tratado assinado entre os dois países para lançar de Alcântara (MA) o foguete Cyclone 4, cujo primeiro protótipo está em construção na Europa. A empreitada já custou meio bilhão de reais ao Tesouro Nacional e pode causar prejuízos ainda maiores por conta dos desdobramentos do rompimento do tratado binacional. 

A carta que anuncia a decisão foi publicada pelo site especializado Defesanet e é assinada pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Seu envio foi confirmado ao GLOBO por uma fonte do governo. O documento foi encaminhado ao embaixador Rostyslav Tronenko em 16 de julho, poucos dias depois de uma reunião, em Brasília, com a presença de representantes de vários ministérios, para tratar do impasse sobre o programa. A partir desta reunião, o assunto passou a ser tratado exclusivamente pelo gabinete do ministro das Relações Exteriores.

No comunicado, o chanceler brasileiro afirma que "ocorreu significativa alteração da equação tecnológico-comercial que justificou o início da parceria. E que, portanto, comunica a "decisão irrevogável do governo brasileiro de denunciá-lo (o tratado)".

A decisão foi tomada três anos depois que a presidente Dilma Rousseff recebeu diagnóstico, elaborado pelo então ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, apontando que o projeto não geraria os lucros projetados com o lançamento comercial de satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, por um preço de US$ 35 a 50 milhões, a cada satélite lançado. Os investimentos adicionais para viabilizar o programa seriam altos demais, e o mercado de lançamentos comerciais de satélites não tinha espaço para a entrada do foguete ucraniano. O orçamento inicial do programa era de R$ 1 bilhão. Sua primeira data de lançamento seria 2010. Todas estimativas estavam erradas

Em fevereiro de 2015, O GLOBO revelou que o governo já trabalhava com a possibilidade de cancelamento porque o projeto não era viável comercialmente.

A parceria agora renunciada pelo governo brasileiro é fruto de um tratado formalizado pelos congressos de Brasil e Ucrânia, em 2006. Nos termos do acordo, a Ucrânia pode contestar os argumentos do Brasil para desistir da parceria e, teoricamente, pode pedir o ressarcimento pelos prejuízos causados pelos investimentos já efetuados.

Enquanto o Brasil já consumiu cerca de R$ 500 milhões do Tesouro Nacional com a construção do Centro de Lançamento de Alcântara, a Ucrânia já construiu três quartos do foguete, sendo que a parte mais complexa do artefato, a tecnológica, ainda estava em desenvolvimento.

O GLOBO revelou, em 2010, que a construção do complexo espacial no Maranhão foi entregue, sem licitação, ao consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa, hoje investigadas na Operação Lava-Jato. A concorrência foi suspensa após o Ministério da Defesa, com uso de Decreto de Segurança Nacional, cancelar o edital que já havia sido publicado.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Mestrado em economia online: informacoes sobre o curso - Universidade Francisco Marroquín

Mestrado em Economia OMMA-UFM.

A empresa OMMA (Online de Madrid Manuel Ayau) tem sua sede em Madrid.
Já foram realizadas quatro edições do Mestrado em Economia em Espanhol; ele agora está sendo lançado pela primeira vez em Português.

O Mestrado em Economia em português, será totalmente online e "presencial".
Todas as terças e quintas serão ministradas aulas em tempo real, ocorrendo assim a interatividade professor-aluno.
Para quem não puder assistir em tempo real, há a possibilidade de acesso às gravações das aulas. Desta forma, não necessitará se deslocar para acompanhar o curso.

Para uma matricula no Mestrado, o primeiro passo é o preenchimento do formulário de admissão.
Para o fomulário de admissão acesse este link:
http://economia.ommayau.com/pt/index.php/Especial:Solicitud

Após preencher o formulário, em alguns dias o Diretor Adriano Gianturco entrará em contato para uma breve entrevista e você poderá aproveitar esse momento para tirar possíveis dúvidas. Só após a aprovação do diretor é que poderá efetuar o pagamento da matrícula e garantir uma vaga.

Segue o link do vídeo da Sessão Informativa do Mestrado em Economia OMMA-UFM que ocorreu no dia 10 de julho de 2015:
https://www.youtube.com/watch?v=wK20j_Jieqc

Conheça nossos professores:
http://economia.ommayau.com/pt/index.php/Professores

Saiba mais sobre a Universidade Francisco Marroquin:
http://economia.ommayau.com/pt/index.php/Manuel_F._Ayau

Veja nosso site em Espanhol:
http://www.ommayau.com/index.php/P%C3%A1gina_principal

Acompanhe-nos por Facebook:
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Assista os depoimento da turma do Mestrado em Economia em Espanhol:
https://www.facebook.com/221494731279021/videos/vb.221494731279021/746447472117075/?type=2&theater

Seguem mais informações sobre o Mestrado:

Duração e horários:
A 1ª edição do Mestrado em Economia UFM-OMMA começará no dia 17 de setembro de 2015 e terá duração de 12 meses + Tese. As aulas ocorrerão terças e quintas, das 12:30h às 15:30h (horário de Brasília).
No caso de o aluno não poder assistir a alguma das aulas, não há problema, já que todas as aulas são gravadas e disponibilizadas no ambiente virtual, para que o aluno não perca nenhum dos conteúdos tratados.
A nota final é composta por três componentes: 80% trabalhos / provas; 10% presença (ao assistir 70% das aulas, o aluno obterá pontuação máxima); e os outros 10% corresponderá à participação do aluno em aula.

Programa:
Você pode verificar o programa do Mestrado visitando o link abaixo:
http://economia.ommayau.com/pt/index.php/Nosso_programa
 
Online e "presencial"
O mestrado é disponibilizado na modalidade online-presencial. O aluno acessa uma plataforma online. Por meio de uma videoconferência, ele vê e escuta o professor ministrando sua aula em tempo real. O aluno pode interagir com o professor e os demais colegas, realizando perguntas, fazendo comentários, participando dos debates, etc. A vantagem dessa modalidade é que se pode assistir às aulas a partir de qualquer lugar do mundo, sendo necessário, unicamente, um computador com conexão à internet. Em todas as aulas será utilizado o método socrático e damos ênfase à participação ativa do aluno.
 
Perfil do aluno
Este Mestrado é dirigido a todas aquelas pessoas que querem aprender ou aprofundar seus conhecimentos em economia. Os alunos conhecerão todas as contribuições das correntes mais importantes do pensamento econômico, desde a seminal Escola Austríaca, passando pela Escola de Chicago (Ronald Coase, Robert Lucas, Milton Friedman...), a Escola da Escolha Pública (James Buchanan), a Escola de Bloomington (que popularizou Elinor Ostrom), e, por fim, o neoinstitucionalismo de Douglas North.

As pessoas que trabalham em think tanks ou no jornalismo econômico e financeiro encontrarão neste Mestrado em Economia o lugar ideal para poder consolidar sua carreira. Ademais, todos aqueles que desejam fortalecer seus conhecimentos de Economia por meio de um Doutorado verão nesse Mestrado um meio adequado, pois os professores, graças à parceria com a prestigiada Universidade Francisco Marroquín, poderão orientar os alunos para um Doutorado. E, em última instância, os fundadores da UFM e da OMMA estão cientes da importância que é possuir uma sólida formação econômica, em especial, na conjuntura atual; por isso, nosso Mestrado em Economia também é dirigido a quem quer aprender Economia, mas não está disposto a cursar uma graduação na área. O Mestrado em Economia da UFM-OMMA oferece, em um ano, a formação necessária para que você se converta em um economista preparado para o mercado.
 
Valor
O valor do Mestrado em Economia, com duração de 1 ano, oscilará entre 6.500 e 7.650 dólares dependendo da modalidade de pagamento escolhida. (considerando o dolar a 3.20 reais, valores sujeitos a alterações de acordo com a variação do dolar)

1x  6500 dolares - 1000 dolares (matrícula) =5.500 = 17.600 reais
2x  6885 dolares - 1000 dolares (matrícula) =1832 dolares / 2 = 9.416 reais (desconto de 5%)
4x  7267,5 dolares - 1000 dolares (matrícula) =20.056 dolares /4 = 5.014 reais(desconto de 10%)
12x 7650 dolares - 1000 dolares (matrícula) =18.720 /12  = 1.773 reais

Ao valor escolhido (12x, 4x, 2x, 1x) será descontado o depósito inicial de US$1000 (reserva da vaga) quando for efetivada a matrícula.

PROMOÇÃO:
Grupo de 2 pessoas = desconto de 5% em qualquer modalidade (12x, 4x, 2x)
Grupo de 3 pessoas ou mais = desconto de 10% em qualquer modalidade (12x, 4x, 2x)
(*)Todos os valores estão em Dólares

Mais informações, no site:
http://economia.ommayau.com/pt/index.php/P%C3%A1gina_principal

Tuane Umeki
Coordenadora de Mestrado

Centro de Estudios Superiores Online de Madrid Manuel Ayau
Calle Ángel, 2
28005 Madrid, España
Tel. +34 91 172 23 94
jadominguez@ufm.edu
www.ufm.edu
www.ommayau.com/pt

Mais Wikileaks das amizades petralhas (com dinheiro desviado do Brasil): chavistas...

EUA também monitoraram ligação entre Lula e o governo da Venezuela

Documentos da diplomacia americana avaliaram que o apoio do ex-presidente à campanha de reeleição de Hugo Chávez se dava por meio de licitações da Odebrecht

DINHEIRO SUJO - O empreiteiro apresentou extratos de movimentação de uma conta criada na Suíça para pagar propina. De lá, segundo ele, saíram 2,4 milhões de reais para a campanha de Lula
Estados Unidos monitoraram ligação entre o ex-presidente Lula, a construtora Odebrecht e o governo da Venezuela(Cristiano Mariz/VEJA)

A relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empreiteira Odebrecht e o governo da Venezuela também estavam entre os documentos examinados pela diplomacia americana, que monitorou as obras da construtora no exterior e apontou sinais de corrupção. Um telegrama enviado pela embaixada dos EUA em Caracas para o Departamento de Estado, no dia 7 de dezembro de 2006, fala sobre como o apoio de Lula à campanha para a reeleição de Hugo Chávez "poderia parecer um passo diplomático errado, mas realmente foi simplesmente um bom negócio".

LEIA MAIS:

EUA encontram sinais de corrupção em obras da Odebrecht no exterior

MP abre inquérito contra Lula para investigar tráfico de influência

O apoio de Lula se dava por meio de licitações vencidas pela empresa brasileira. "A ponte [sobre o rio Orinoco] foi construída pela empresa de construção brasileira Odebrecht e financiada pelo banco de desenvolvimento do Brasil, BNDES", diz o telegrama. "Supostamente, ela custou à Venezuela entre 1,1 bilhão e 1,2 bilhão de dólares [supostamente 40% acima do orçamento] e planos já existem para uma ponte número três", indicou.

"Apesar de a Odebrecht ter também 'vencido' o contrato para a terceira ponte, pelo que sabemos não houve um processo de licitação", indicam os americanos. No mesmo e-mail, a diplomacia dos EUA aponta como a Odebrecht também é a principal empresa nas obras das linhas 3 e 4 do metrô de Caracas.

Em 13 de novembro de 2007, outro telegrama voltou a falar das relações entre a Odebrecht e a diplomacia venezuelana. Desta vez, o alerta havia partido do então senador Heráclito Fortes, ex-DEM e atualmente deputado pelo PSB do Piauí. No dia 5 de novembro, ele telefonou para o embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, para pedir para ter uma conversa "ao vivo" com o diplomata. "Ele pediu um encontro urgente para levantar um assunto que ele não poderia falar pelo telefone", explicou o telegrama.

O assunto era a relação entre Venezuela, Irã, Rússia e o governo brasileiro. Fortes explicaria no encontro com o embaixador que "a diplomacia oficial venezuelana é cada vez mais comercial, com enormes contratos para empresas como a gigante brasileira Odebrecht, que então faria lobby pela Venezuela".

Nota do deputado Heráclito Fortes enviada ao site de VEJA:

Em 2007, como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, de fato recebi, com outros colegas e a pedido, a visita do embaixador - conforme registrado na matéria da Agência Senado. Na ocasião, vários foram os assuntos tratados. No entanto, a interpretação que o embaixador deu às conversas foge ao meu alcance. Eu não pedi encontro urgente para tratar de temas da política internacional que faziam, sim, parte da agenda da Comissão de Relações Exteriores e que foram debatidos com vários atores importantes. Minha posição pessoal sobre a Venezuela, sua entrada no Mercosul, as relações com o Brasil e a presença de empresas brasileiras naquele país estão todas expressas em pronunciamentos que fiz à época e que podem ser consultados por qualquer pessoa.

Wikileaks anti-corrupcao: diplomatas dos EUA seguiram os caminhos da Odebrecht (e de quem voces sabem...)

Essas coisas precisam ter um registro para a História: já que os telegramas tupiniquins são um pouco arredios, deve-se recorrer aos dos arrogantes imperialistas, que são um pouco mais loquazes...
Paulo Roberto de Almeida 


EUA MONITORAM OBRAS DA ODEBRECHT NO EXTERIOR E APONTAM SINAIS DE CORRUPÇÃO 

Telegramas do serviço diplomático americano apontam suspeitas de irregularidades nos negócios da empreiteira brasileira em ao menos quatro países durante segundo mandato de Lula, que, segundo os documentos, ‘ajudou a concluir um acordo’ em Angola

Jamil Chade

correspondente

O Estado de S. Paulo, 22 Julho 2015 | 05h 00

Lausanne - A diplomacia americana monitorou os negócios da empreiteira brasileira Odebrecht no exterior e apontou para suspeitas de corrupção em obras espalhadas pelo mundo na segunda gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência (2007-2010). Telegramas confidenciais do Departamento de Estado norte-americano revelados pelo grupo WikiLeaks relatam ações da empresa brasileira e suas relações com governantes estrangeiros. Lula é citado em iniciativas para defender os interesses da Odebrecht no exterior.

No dia 21 de outubro de 2008, a embaixada americana em Quito (Equador) descreve a pressão imposta sobre as empresas brasileiras pelo presidente daquele país, Rafael Correa. O governo equatoriano ameaçava expulsar tanto a Odebrecht quanto a Petrobrás, alegando descumprimento de contratos.

+ Veja os telegramas dos EUA sobre a Odebrecht em Quito

A embaixada americana em Quito, porém, alerta ao Departamento de Estado dos EUA que o motivo da pressão seria outro: corrupção. “Alfredo Vera, chefe da Secretaria Anticorrupção do Equador, levantou questões sobre os preços e financiamento dos contratos da Odebrecht”, indicou o telegrama. “Apesar de não termos informações de bastidores no projeto San Francisco (usina), o posto ouviu alegações com credibilidade de corrupção envolvendo o projeto de irrigação da Odebrecht em Manabi de um ex-ministro de Finanças que se recusou a assinar os documentos do projeto diante de suas preocupações sobre a corrupção”, afirmaram os EUA. 

O presidente do Equador Rafael Correa, acima e à esquerda ao lado do presidente do Panamá Ricardo Martineli, acima e à direita. Abaixo registros das viagens de Lula a Angola (esq) e à Venezuela (dir)

Outro alerta feito nos bastidores aos americanos se referia às condições do empréstimo do BNDES, para o mesmo projeto. “O posto também ouviu preocupações de um funcionário do Banco Central sobre termos desfavoráveis nos empréstimos do BNDES que apoiariam o projeto de irrigação”, constata o telegrama. Segundo os EUA, ambos problemas teriam ocorrido em 2006, no último ano do governo de Alfredo Palácio. “Apesar de não termos a história completa da ira de Correa contra a Odebrecht, suspeitamos que a corrupção e a pobre construção da empresa amplamente devem explicar suas ações (em relação a Correa)”, indicou a diplomacia.

Lula. Um ano depois, num telegrama de 5 de outubro de 2009, a embaixada americana no Panamá relata a Washington a situação delicada que vivia o então presidente local, Ricardo Martinelli. Numa conversa entre os diplomatas e um ministro do governo, Jimmy Papadimitriu, os americanos são alertados de que um escândalo de corrupção estaria prestes a eclodir, envolvendo a Odebrecht. 

+ Veja os telegramas sobre a Odebrecht no Panamá

“O administrador da campanha de Martinelli, e hoje ministro da presidência, Jimmy Papadimitriu, disse à Emboff (sigla em inglês para “oficial da embaixada”) que notícias estavam a ponto de sair de que Martinelli recebeu uma grande contribuição para sua campanha da construtora brasileira Odebrecht, que estava conduzindo várias grandes obras públicas no Panamá”, indicou o telegrama e que cita como Martinelli passou a ser alvo de ataques quando deu à empresa brasileira um contrato de US$ 60 milhões para a construção de uma estrada “sem licitação”.

Em 30 de outubro de 2007, outro telegrama apontou para as relações da Odebrecht com políticos estrangeiros. O caso se referia à viagem de Lula para Angola, naquele ano. A embaixada americana em Luanda escreveria naquele dia para Washington para descrever “uma produtiva visita de Lula”.

+ Veja o telegrama sobre a viagem de Lula a Luanda

Segundo a mensagem, “a visita de Silva (Lula) ajudou a concluir um acordo entre a gigante construtora brasileira Odebrecht, a paraestatal angolana no setor do petróleo Sonangol, e a Damer, até então desconhecida empresa angolana, para construir uma usina capaz de produzir não apenas etanol para exportação, mas gerar 140 megawatts de eletricidade por ano pela queima de bagaço”. 

O papel de Lula não é colocado em questão. Mas a diplomacia dos EUA levanta questões sobre a parceria fechada pela Odebrecht: “O acordo, chamado na imprensa de um entendimento entre a Sonangol e a Odebrecht, aloca 40% das ações para a Odebrecht, 20% para a Sonangol, e os restantes 40% para a Damer”. “Fontes na embaixada brasileira afirmaram que a Odebrecht foi “evasiva” quando questionada sobre a Damer, enquanto outras fontes apontam que a Damer está conectada com o presidente angolano (José Eduardo) dos Santos”. 

LIGAÇÃO COM GOVERNO DE CHÁVEZ TAMBÉM FOI ALVO DE TELEGRAMAS

Mensagem da embaixada americana em Caracas avaliou que apoio de Lula à reeleição de Chávez ‘foi um bom negócio’

Lausanne - A relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empreiteira Odebrecht e o governo da Venezuela também foi alvo de um exame por parte da diplomacia norte-americana.

Um telegrama enviado pela embaixada dos EUA em Caracas para o Departamento de Estado em 7 de dezembro de 2006 fala sobre como o apoio de Lula à campanha para a reeleição de Hugo Chávez “poderia parecer um passo diplomático errado, mas realmente foi simplesmente um bom negócio”.

+ Veja o telegrama sobre Lula em Caracas

O apoio de Lula ocorreu durante a inauguração da segunda ponte sobre o rio Orinoco, ligando os dois países naquele ano. Mas estaria ligado a licitações vencidas pela empresa brasileira. “A ponte foi construída pela empresa de construção brasileira Odebrecht e financiada pelo banco de desenvolvimento do Brasil, BNDES”, diz o telegrama. “Supostamente, ela custou à Venezuela entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,2 bilhão (supostamente 40% acima do orçamento) e planos já existem para uma ponte número 3”, indicou. 

Lula com o então presidente da Venezuela Hugo Chavez, em 2006 

“Apesar de a Odebrecht ter também ‘vencido’ o contrato para a 3.ª ponte, pelo que sabemos não houve um processo de licitação”, indicam os americanos. No mesmo e-mail, a diplomacia dos EUA aponta como a Odebrecht também é a principal empresa nas obras das linhas 3 e 4 do metrô de Caracas.

Em 13 de novembro de 2007, outro telegrama voltava a falar das relações entre a Odebrecht a diplomacia venezuelana. Desta vez, o alerta havia partido do então senador Heráclito Fortes, ex-DEM e atualmente deputado pelo PSB do Piauí. No dia 5 de novembro, ele telefonou para o embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, para pedir para ter uma conversa “ao vivo” com o diplomata. “Ele pediu um encontro urgente para levantar um assunto que ele não poderia falar pelo telefone”, explicou o telegrama. 

O assunto era a relação entre Venezuela, Irã, Rússia e o governo brasileiro. Fortes explicaria no encontro com o embaixador que “a diplomacia oficial venezuelana é cada vez mais comercial, com enormes contratos para empresas como a gigante brasileira Odebrecht, que então faria lobby pela Venezuela”. 

Acordos de Bretton Woods: 71 anos atras, no New Hampshire

Acordo de Bretton Woods

 
Acordo de Bretton Woods  ou ainda "Acordos de Bretton Woods" é o nome com que ficou conhecida uma série de disposições acertadas por cerca de 45 países aliados em julho de 1944, na mesma cidade norte-americana que deu nome ao acordo, no estado de New Hampshire, no hotel Mount Washington. O objetivo de tal concerto de nações era definir os parâmetros que iriam reger a economia mundial após a Segunda Guerra Mundial. O sistema financeiro que surgiria de Bretton Woods seria amplamente favorável aos Estados Unidos, que dali em diante teria o controle de fato de boa parte da economia mundial bem como de todo o seu sistema de distribuição de capitais. Os Estados Unidos finalmente tomavam as rédeas das finanças mundiais, manobra que se recusaram a executar por pelo menos cerca de 25 anos, devido a princípios da política externa do país, que advogava o não-envolvimento em questões político-econômicas sensíveis às nações europeias.
O primeiro passo para tal hegemonia estava na transformação do dólar como moeda forte do setor financeiro mundial e fator de referência para as moedas dos outros 44 signatários de Bretton Woods. Isso equivale dizer que todas as outras moedas passariam a estar ligadas ao dólar, originalmente variando em uma margem de no máximo 1% (positivamente ou negativamente). Para dar sustento essa força dólar em escala mundial, a moeda estaria ligada ao ouro a 35 dólares, o que permitia ao portador de dólares (em teoria; na prática, pouco funcional) transformar as notas de dólares que qualquer cidadão carregasse no bolso, em qualquer parte do mundo, no seu equivalente em ouro, de acordo com o estipulado em Bretton Woods. Evidentemente, tal conta seria impossível de se sustentar, mesmo com uma emissão de moeda extremamente controlada (como aconteceu na realidade), servindo todo conceito mais como uma propaganda de consolidação do dólar em escala mundial.
O acordo ainda previa a não menos importante criação de instituições financeiras mundiais que se encarregariam de dar o sustento necessário ao modelo que estava sendo criado, que seriam: "Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento", mais tarde renomeado para Banco Mundial, que funciona até hoje como uma espécie de Agência de Crédito tamanho família, destinada a fornecer capitais para políticas e projetos de desenvolvimento no mundo todo. Além desta seria criado o FMI (Fundo Monetário Internacional), uma espécie de "caixinha" de todos os países, que poderiam fazer movimentações de dinheiro do caso necessitassem de injeção de capitais em sua economia, respeitando, claro, alguns preceitos de disciplina fiscal a serem ditados pelos dirigentes do fundo.
Tal sistema duraria quase vinte anos, até que nos anos 70 o governo norte-americano fosse forçado a abrir mão de alguns preceitos de Bretton Woods.
Bibliografia:
http://www.clubeinvest.com/_technical_analysis/forex/Bretton_woods/Bretton_woods.php  - Página Clube Invest - Bretton Woods
http://www.enciclopedia.com.pt/new/articles.php?article_id=1703 - Página Enciclopédia -  Acordos de Bretton Woods