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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 17 de outubro de 2015

Google Scholar: trabalhos mais citados de Paulo Roberto de Almeida

Aqui estão meus trabalhos mais citados por outros pesquisadores, tal como computado pelo Google Scholar, segundo critérios que eles mesmos determinaram...

Google Scholar Paulo Roberto deAlmeida works citations

Índices de citaçõesTodosDesde 2010
Citações1024541
Índice h1511
Índice i102111

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 47 (1), 162-184
2004

PR Almeida
São Paulo: LTr 2
1998

PR Almeida, O Brasil
Porto Alegre: Livraria do Advogado 82
1999

PR Almeida
Revista brasileira de política internacional 49 (1), 95-116
2006

PR Almeida
Revista de Sociologia e Política 20, 87-102
2003

PR Almeida
Revista Cena Internacional. Brasília: UnB-IREL 9 (1), 7-36
2007

PR Almeida
Relações Internacionais: dois séculos de História: entre a ordem bipolar e o ...
2001

PRDE Almeida
Integración & Comercio 2 (6)
1998

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 36 (1), 11-36
1993

PR Almeida
Carta Internacional 2 (01), 03-10
2007

MC Lima, PR Almeida
Encontro Internacional" América do Sul 2005: Desafios e Perspectivas".(2000 ...
2005

PR Almeida
Revista Brasileira de política internacional 53 (2), 160-177
2010

PR Almeida
Meridiano 47, 4-9
2006

PR Almeida
Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social. São Paulo: LTr
1999

PR Almeida
Política externa 3 (1)
1994

C Almeida, I Alcario
1999

PR Almeida
Revista de Informação Legislativa, Brasília
1989

PR ALMEIDA
São Paulo: Paz e Terra
2002

PR Almeida
Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão
1992

PR de Almeida
Contexto Internacional 12 (1), 53
1990

PR de Almeida
Contexto Internacional 26 (1), 7
2004

PR Almeida
Revista de Geopolítica 1 (2), 5-20
9
2010

PR ALMEIDA, O Brasil
Revista Espaço Acadêmico
9
2005

PR ALMEIDA
9
2005

PR de Almeida
Meridiano 47, 11-15
9
2004

PR ALMEIDA
Correio Braziliense ou Armazém Literário. Edição Fac-similar. São Paulo ...
9
2001

PR Almeida
Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990) 4, 381-447
9
2000

MSP Castro
Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social. São Paulo: Ltr, 191-216
9
1999

PR Almeida
Boletim de Integração Latino-Americana
9
1995

PR ALMEIDA
RBCE Comércio Exterior 40, 52-60
9
1994

PR Almeida
Parcerias estratégicas 9 (18), 157-190
8
2012

PR Almeida
Brasília: Edição do Autor
8
2009

PR Almeida
Via Política
8
2007

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 44 (1), 112-136
8
2001

PR de Almeida
Revista Estudos Históricos 1 (27), 31-62
8
2001

PR Almeida
Cadernos Adenauer 2, 37-56
8
2000

K Jakobsen
Chaloult e Almeida (orgs.), 232-248
8
1999

PR ALMEIDA
Revista Espaço Acadêmico
7
2004

PR Almeida, F Giambiagi, JG Reis, A Urani
Reformas no Brasil: Balanço e Agenda, Fábio Giambiagi, José Guilherme Reis e ...
7
2004

E Cardoso, PR Almeida, R Barbosa
O Brasil e os Estados Unidos num mundo em mutação. Washington, DC
7
2003

PR Almeida
São Paulo em Perspectiva 16 (1), 3-16
7
2002

PR Almeida, Y Chaloult
Revista Brasileira de Política Internacional 42 (2), 145-160
7
1999

PR de Almeida
Contexto Internacional 19 (2), 307
7
1997

PR ALMEIDA
Boletim de Integração Latino-Americana
7
1994

PR ALMEIDA
De agosto de
6
2009



PR Almeida
Cena internacional 10 (2), 72-97
6
2008

PR ALMEIDA, O Brasil
MAZZUOLI, Valério de Oliveira; SILVA, Roberto Luiz (Coords.). O Brasil e os ...
6
2003

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 45 (2), 229-239
6
2002

PR Almeida
Meridiano 47 3 (22), 14
6
2002

PR ALMEIDA
preparado para libro en homenaje al Dr. Werter Faria, edición coordinada por ...
6
2001

PRDE Almeida
O Mercosul no limiar do século XXI. São Paulo: Cortez, 17-26
6
2000

PR de Almeida
Contexto Internacional 14 (2), 161
6
1992

PR Almeida
Estudos Avançados 5 (12), 187-203
6
1991

PR Almeida
Temas & Matizes 14, 73-95
5
2008

G Dupas
Chaloult e Almeida (orgs.), 132-146
5
1999

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 40 (2), 76-105
5
1997

PR de Almeida
Intellector, Río de Janeiro: Centro de Estudos em Geopolítica e Relaçôes ...
4
2008

PR Almeida
Carta Internacional. São Paulo
4
2006

PR Almeida
O crescimento das relações internacionais no Brasil. Brasília: Instituto ...
4
2005

PR de Almeida
International Relations and Brazil’s Foreign Policy: A Historic Perspective ...
4
2002

Y Chaloult
Mercosul, NAFTA e ALCA: A Dimensão Social, São Paulo, Ltr, 38-68
4
1999

PR Almeida
Revista espaço acadêmico 10 (119), 106-114
3
2011

PR Almeida
Parcerias Estratégicas 10 (21), 301-314
3
2010

M Diaz, PR Almeida
Stanley Foundation
3
2008

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 47 (2), 223-226
3
2004






PR Almeida
Revista História Hoje (revista eletrônica de História) 1 (1)
3
2003

PR Almeida, FR Fins
Revista Brasileira de Política Internacional 44 (1), 151-154
3
2001

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 41 (SPE), 42-65
3
1998

PR ALMEIDA
Brasília: Senado Federal
3
1992

PR Almeida
Revista espaço acadêmico 10 (120), 114-119
2
2011

PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 10 (114), 165-173
2
2010

PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 10 (113), 38-45
2
2010

PR Almeida
RESGATE-Revista Interdisciplinar de Cultura 1 (3), 33-52
2
2010

PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 9 (101), 41-50
2
2009

PR Almeida
Carta Internacional 1 (01), 03-04
2
2006

PR Almeida
Meridiano 47 6 (61), 8
2
2005

PR Almeida
Meridiano 47 6 (59), 13
2
2005

PR ALMEIDA
VII Annual Meetings of the Hewlett/UIUC Project on Brazil: Brazil in a Neo ...
2
2004

PR Almeida
Revista brasileira de política internacional 41 (SPE), 85-98
2
1998

PR ALMEIDA, F ROGIDO FINS
Via Mundi, Boletim de análise do estado da arte em relações internacionais ...
2

  
PR Almeida
Boletim Meridiano 47 3 (27), 3-5
1
2011

PR Almeida
Boletim Meridiano 47 3 (28-29), 13-15
1
2011

PR Almeida
Boletim Meridiano 47 4 (30-31), 30-34
1
2011

PR Almeida
Boletim Meridiano 47 11 (118), 27-29
1
2010

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 53 (2), 217-218
1
2010



PR Almeida
Meridiano 47 9 (95), 5
1
2008

PR Almeida
Meridiano 47 3 (25), 12
1
2002

PR Almeida
Meridiano 47 2 (17), 9
1
2001

PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 40 (2), 183-185
1
1997


 












O custo absurdo da (in)Justica no Brasil - Luciano Da Ros

 A Injusta Justiça 
Custo da Justiça no Brasil: Injustiça Social





Você pode pedir a um Poder que ele próprio faça uma autoreforma? Não, isso é ingênuo, como constatou Giordano Bruno frente à Igreja Católica Romana. Um Poder, como o Judiciário ou o Legislativo, que fixa suas próprias remunerações de maneira irresponsável, tem de ser controlado por quem? Em primeira instância, pelos vetos do Poder Executivo, em última, pela Sociedade.
Como a opinião pública — "a pior entre todas as opiniões" — brasileira está pensando ou agindo no momento? Ataca só a honesta mandatária atual do Poder Executivo e transforma em "herois nacionais" (sic) gente desonesta, como aquele juiz que faz prejulgamentos diários na imprensa e aquele parlamentar que tem dinheiro roubado na Suíça e faz "cara-de-paisagem"...
Claudia Safatle (Valor, 30/09/15) informa que as despesas do Poder Judiciário no Brasil equivalem a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB).Somados a esse percentual o orçamento do Ministério Público, de 0,32% do PIB, e mais 0,2% do custo das defensorias públicas e advocacia pública, o gasto total com o sistema de justiça no país chega a 1,8% do PIB, ou R$ 121 bilhões. Esse sistema consome 0,2% do PIB na França, 0,3% do PIB na Itália, 0,35% do PIB na Alemanhae 0,37% do PIB em Portugal. O PIB usado para o cálculo é o do Banco Central, de R$ 5,73 trilhões, em 12 meses até agosto.
Por todas as formas de análise comparada que se faz, tanto o Poder Judiciário (estadual, federal, trabalhista, militar e eleitoral, além do STF e o CNJ) quanto o sistema mais amplo de justiça no Brasil custam muito caro ao país.
É o que constata o estudo O Custo da Justiça no Brasil: Uma Análise Comparativa Exploratória, elaborado por Luciano Da Ros, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que circula em gabinetes do governo federal. O autor é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFRGS, onde faz pós-doutorado, e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Illinois.
O trabalho é um subsídio importante na discussão do gasto crescente do setor público, principalmente considerando-se que o Congresso deve confirmar ou derrubar o veto presidencial ao reajuste de salários do Poder Judiciário.
O projeto de lei 7920/14, aprovado pela Câmara em 25 de março e vetado por Dilma Rousseff em 22 de julho, prevê aumento de salários de até 78,56% aos servidores do judiciário, a ser pago em parcelas entre este e o ano de 2017.
A justificativa para o veto foi que a proposta representa uma despesa adicional de R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos, ao fim dos quais passa a R$ 10 bilhões por ano. Uma cifra pesada para o Tesouro Nacional bancar em uma situação fiscal precária como se encontra.
Para um orçamento que equivale a 1,3% do PIB, o Poder Judiciário no país é um caso "desviante", segundo o autor, se comparado com os países da OCDE, com os Estados Unidos ou, ainda, os com vários países latino americanos.
Somente El Salvador (1,35% do PIB) tem despesa com o poder judiciário nesse patamar. Tomando a taxa de câmbio de R$ 3,36, isso significa que a despesa per capita desse Poder no Brasil é de US$ 91,15 por ano.
Segundo o estudo de Da Ros, 89% da despesa é consumida com a folha de salários – padrão superior à média de 70% nos países europeus. São 16,5 mil magistrados – ou 8,2 juízes por 100 mil habitantes – o que não destoa dos demais países considerados. Portanto, não é a quantidade de magistrados no Brasil que explica o alto custo do Judiciário, mesmo levando em conta os seus elevados salários
O que foge ao padrão é o corpo de servidores, assessores, terceirizados, dentre outros, que totalizam 412,5 mil funcionários. São 205 funcionários para cada 100 mil habitantes, número muito superior aos 150 na Argentina, 66,9 na Alemanha, 42,1 no Chile, 41,6 na Colômbia ou 40,5 na Itália.
O Ministério Público – na ausência de informações o autor teve que buscar dados nos Estados e demais órgãos federais – teve um gasto de R$ 15,4 bilhões no ano passado, ou 0,32% do PIB. Apesar das dificuldades de se encontrar uma estrutura semelhante nos países comparados, Da Ros obteve informações que evidenciam uma despesa muito menor: é de 0,02% na Alemanha e na Espanha, de 0,06% em Portugal e de 0,09% na Itália.
Segundo cálculos do autor, R$ 9,9 bilhões, ou cerca de 0,2% do PIB, foram dispendidos com as defensorias estaduais e federais, Advocacia-Geral da União, procuradorias Estaduais e com as procuradorias dos dois municípios mais ricos do país (SP e RJ).
O legado de instituições autoritárias, o longo período de incertezas jurídicas decorrentes das crises econômicas dos anos 1980 e 1990, e as desigualdades socioeconômicas ajudariam a explicar por que o Brasil tem um sistema de justiça tão mais caro do que os europeus ou norte-americanos. O autor salienta que o judiciário brasileiro é identificado como um dos melhores da América Latina, mas não é possível desconhecer que seu custo atingiu um patamar além do desejável.
É fato que a carga processual é exorbitante: 95 milhões de processos tramitavam no sistema em 2013, praticamente 1 para cada 2 habitantes e 6.041 por magistrado. Mas a proporção da força de trabalho que auxilia cada magistrado na sua função é também substancialmente maior. No Brasil há 68 novos casos por funcionários anualmente, enquanto que em Portugal são 135 novos casos para cada servidor e 229 na Itália.
"Talvez seja o momento de considerar que o pêndulo orçamentário em relação ao Poder Judiciário tenha ido muito longe, particularmente no momento no qual o Brasil enfrenta difíceis escolhas relativas ao equilíbrio fiscal(...)", conclui Da Ros.

Economia brasileira: um buraco sem fundo - Celso Ming

Poço sem fundo

Desta vez, não são problemas limitados a meia dúzia de setores da atividade econômica ou da indústria; As estatísticas mostram que o problema está espalhado por toda a parte

Celso Ming

16 Outubro 2015 | 21h 00

As condições da economia continuam piorando, como mostraram nesta sexta-feira mais dois indicadores: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), cuja função é passar o pulso da economia que só será conhecido mais tarde, pela divulgação do comportamento do PIB; e o nível do emprego industrial, divulgado pelo IBGE, que mostra a quantas anda o mercado de mão de obra do setor no País.

Os dois números vieram negativos como mostram os gráficos, ao abaixo e no Confira. O IBC-Br aponta para um desempenho do PIB da ordem de menos 3,0% neste ano, dentro do que vai sendo projetado pela maioria dos analistas econômicos. E mostra, também, que vai sendo deixado um arrasto forte de continuidade da queda em 2016.

Evolução do IBC-Br
Evolução do IBC-Br

E a pesquisa que mede o emprego industrial, do IBGE, apontou queda de 0,8% no número total de assalariados na indústria em agosto ante o patamar de junho, na série com ajuste sazonal.

Desta vez, não são problemas limitados a meia dúzia de setores da atividade econômica ou da indústria. As estatísticas – e não só essas aí – mostram que o problema está espalhado por toda a economia, com as quase únicas exceções do agronegócio e do setor exportador.

O resumo da ópera é o de que, na média, a renda do brasileiro está caindo neste ano cerca de 3,0% a mais do que o bocado comido pela inflação. Se a inflação está chegando aos 10% em 12 meses, pode-se dizer que, em termos nominais, a perda de renda em relação ao ano passado é de aproximadamente 13%.

Pior que tudo, ainda não se vê o fundo do poço. A percepção dos analistas, dos empresários e de tanta gente que depende do desempenho da economia para acertar sua vida e tomar decisões é a de que as coisas devem piorar por meses e meses mais antes de começar a melhorar. Ninguém ousa prever o ponto de virada.

Esta não é aquela situação em que o médico diz ao paciente que a doença vai piorar, mas, digamos, em dois meses virá a melhora, depois a fisioterapia e, seis meses depois, tudo voltará ao normal. É que o doente não está tendo o tratamento econômico adequado, porque as decisões que permitiriam combater a doença e iniciar a recuperação estão encruadas no Congresso. O governo federal tampouco se empenha em derrubar suas despesas. Limita-se a anunciar e, às vezes, a colocar em prática operações meramente cosméticas, que nem algum efeito teatral conseguem produzir.

O quadro político confuso e indefinido não permite prognósticos assim, porque não se sabe quem será governo em questão de meses e qual será a política econômica a partir daí.

De quebra, ainda há essa lenta fritura do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como se ele fosse a causa de todos os males e como se sua substituição contribuísse para mudar tudo.

Essa fritura se intensifica no momento em que se multiplicam as revelações da Operação Lava Jato, quando os maiorais conhecidos precisam de bodes expiatórios e de densas cortinas de fumaça que mudem o foco das atenções.

CONFIRA:

Evolução do emprego industrial
Evolução do emprego industrial

Veja acima a evolução do emprego industrial desde agosto de 2013. É o oitavo resultado mensal negativo consecutivo, de acordo com os levantamentos do IBGE. Nos oito primeiros meses do ano, o índice já acumula queda de 5,6%.

Pessimismo

Nesta sexta-feira, a Associação Paulista de Supermercados, a Apas, divulgou o resultado de pesquisa que aponta para queda recorde de confiança dos empresários do setor. Nada menos que 70% estão pessimistas em relação ao futuro. E este é um setor em que as vendas não param.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Por que o brasileiro não aprova importações, mesmo adorando produtos importados? - Carlos Pio

Mature man holding assorted shopping bags, low section
ECONOMIA

Importações nos deixam mais ricos. Então por que somos contra?


Os brasileiros adoram produtos importados, mas não aceitam a ideia de que todo mundo deve ter a liberdade para importar o que bem entender. Adoram viajar para o exterior — e sempre que retornam ao país trazem as malas abarrotadas de roupas e calçados, aparelhos eletroeletrônicos, bebidas e guloseimas as mais diversas, perfumes, batons e maquiagens.

Em Miami,compram tudo o que encontram pela frente, por preço e qualidade mais vantajosos do que está disponível no mercado brasileiro. Os brasileiros também consomem importados dentro do país — nos supermercados, adegas, restaurantes, petshops, farmácias, shopping centers, feiras populares. Se o importado for melhor ou mais barato que o produto feito no Brasil, os turistas brasileiros compram.

Da mesma forma que o consumidor comum, empresários brasileiros de todos os ramos também importam aquilo que podem para modernizar ou baratear a produção. Do agricultor ao industrial, passando pelos profissionais liberais e pelos fornecedores de todo e qualquer serviço, empresários usam importados para atender melhor (e mais em conta) as exigências dos clientes. Sabem, na prática, que os importados geram economias e ganhos de qualidade fundamentais para ganharem da concorrência.

Não existe “produto nacional”

Definir um produto como nacional é, sem sombra de dúvida, uma arbitrariedade. Na complexa economia em que vivemos, é também cada vez mais difícil definir se um produto ou serviço é “nacional” ou “importado”. Quase nada é inteiramente produzido num único país, sem qualquer uso de matéria-prima ou tecnologia feitas no exterior.

Por que um avião da Embraer (empresa brasileira de construção de aviões) é considerado nacional, se o uso de componentes importados chega a 80% do custo de cada aeronave produzida? E o que dizer de um serviço que, mesmo produzido no país, é realizado por um trabalhador estrangeiro, com insumos importados e numa empresa multinacional?

Se não existem bens ou serviços exclusivamente nacionais, não seria contraditória a disposição de proteger os empresários brasileiros? Algumas importações permitem que praticamente toda e qualquer empresa, dos mais diferentes setores, passe a produzir mais e melhores produtos/serviços com um custo menor. Não seria arbitrário proibir esse tipo de importação? Infelizmente, os obstáculos ao comércio internacional são ainda a regra no Brasil, um dos países com economia mais fechada do planeta.

Voltemos ao paradoxo destacado no início do artigo. Perguntássemos aos compradores de bens e produtos importados se eles seriam favoráveis a uma profunda abertura da economia brasileira às importações, muitos provavelmente expressarão desconfianças e temores, quiçá certezas, de que a abertura da economia não faria sentido algum, seria nociva aos interesses e à soberania nacionais, provocaria desemprego e quebradeira geral de empresas, levaria o país a uma crise em função da sua inundação por produtos importados mais baratos e de melhor qualidade que aqueles produzidos localmente. Muitos assentariam sua defesa da proteção comercial no alegado “fato” de que não há país que não recorra à proteção de sua indústria nacional, de setores estratégicos ou dos empregos. “Olhe para os Estados Unidos”, diriam muitos, “nem eles que são liberais e que têm a economia mais eficiente do mundo praticam uma política dessa natureza.”

O que se perde fechando a porta para as importações?

Há sérios problemas nos argumentos de quem defende a proteção de produtores locais contra importações de insumos, tecnologias e componentes mais baratos e de melhor qualidade. No que se segue, discutirei os mais graves dentre eles.

  1. Importar mais é fundamental para que empresas locais e consumidores economizem recursos preciosos e possam consumir mais  (o que aumenta o bem-estar das pessoas) e investir ou lucrar mais (favorecendo crescimento econômico). Em contraste, obrigar os consumidores e produtores locais a comprarem apenas os bens e serviços de fornecedores locais, mais caros e/ou de pior qualidade que os importados, é antieconômico, provocando queda do bem-estar e do investimento;
  2. Quanto importamos tecnologia a custo mais baixo do que seria possível encontrar no mercado local, a importação aumenta a produtividade das firmas – ou seja, será possível produzir mais riqueza gastando menos recursos. Maior produtividade leva a aumentos na renda, produção, qualidade do produto e salários dos trabalhadores, além de forçar os preços para baixo;
  3. Maior liberdade para importar — menores impostos, fim das proibições e maior simplicidade burocrática — é requisito essencial para a inserção de empresas localizadas no país em cadeias transnacionais de comércio — viabilizando a produção em escalas muito maiores. A maior parte dos produtos manufaturados dependem dos fornecedores de componentes, tecnologias e matérias-primas localizados em diversos países. Não importa se o bem é mais complexo, como aviões, automóveis ou eletroeletrônicos, ou mais simples (pen drives, utilidades domésticas, eletroportáteis, brinquedos, etc). O que importa é a liberdade de cada fornecedor para importar todos os insumos que quiser, de onde quer que eles venham. Sem tal liberdade, será quase impossível garantir que as empresas brasileiras tenham preço e qualidade competitivos internacionalmente;
  4. Importados pressionam produtores locais a manter preços competitivos, contribuindo assim tanto para o combate à inflação (sem a necessidade de aumentar juros) quanto para a modernização das firmas, para que possam reduzir custos e preços;
  5. Acesso a amplo leque de importados mais baratos e de melhor qualidade do que o produto local promove o investimento e o emprego em setores e regiões brasileiras onde é menos custoso e mais lucrativo produzi-los, desconcentrando geograficamente a produção. Além disso, promove mais negócios em todas as partes em função dos menores custos;
  6. Mais importação não leva à crise cambial, o protecionismo é que gera a escassez de divisas. Tudo o mais igual, quanto maior a demanda por importados, mais cara será a moeda estrangeira. Num regime de câmbio flutuante como o atual, a depreciação do real naturalmente desestimula importações, que ficam mais caras na moeda local. Comércio mais livre pressiona o governo na direção de uma política econômica de melhor qualidade, sem manipulação de preços e com equilíbrio fiscal. Todas as crises cambiais vividas no Brasil ocorreram em função de péssima gestão macroeconômica em contexto de forte protecionismo comercial.

Países que impõem tarifas mais altas sobre as importações tendem a participar menos do comercio internacional (veja no gráfico abaixo). Com isso, eles perdem o que economistas chamam de “ganhos do comércio”, isto é, a capacidade de garantir maior bem-estar à sua população e mais eficiência às firmas nele instaladas por meio da ampliação da liberdade de comprar importados e vender para o exterior.

comercio

Sem que todos os cidadãos e empresas tenham total liberdade para importar o que bem entendam, com alíquotas módicas e sem burocracia, a economia nacional se torna cada vez menos produtiva. Os custos de produção ficam mais altos do que os dos concorrentes estrangeiros, diminuindo a competitividade dos produtores locais tanto na economia global, quanto na própria economia nacional, e reduzindo ganhos potenciais de escala; o atraso tecnológico se generaliza e prejudica a qualidade do que se produz localmente; a concorrência cai e os preços sobem, difundindo maiores custos, em cascata, para todas as empresas locais que são obrigadas a comprar de produtores nacionais; por fim, a pressão política por proteção se generaliza e mesmo produtores eficientes acabam por demandar proteção contra importados.

Dinamicamente, numa espiral destrutiva, o protecionismo afunda todo o país (firmas e famílias) num mar de incompetência e privilégios. No entanto, as menores empresas, as famílias mais pobres e as regiões menos avançadas são as que sofrem mais.

PF quebra sigilo bancario de ‘Lula’ e revela operacoes milionarias com empreiteiras (Pensa Brasil)

Blog Pensa Brasil, 13/10/2015 (http://pensabrasil.com/caiu-o-primeiro-tombo-pf-quebra-sigilo-bancario-de-lula-e-revela-operacoes-milionarias-com-empreiteiras/)

PF quebra sigilo bancário de ‘Lula’ e revela operações milionárias com empreiteiras

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviou à Polícia Federal e aos integrantes da força-tarefa paranaense, dados estarrecedores sobre a movimentação financeira milionária da LILS, empresa de palestras do ex-presidente Lula.

De acordo com o documento, Lula faturou apenas através da LILS cerca de R$ 27 milhões, desde que ele deixou a presidência da República. Destes, boa parte do dinheiro veio de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como Odebrecht (R$ 2,8 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,5 milhão) e OAS (R$ 1,4 milhão).
Lula é milionário. É o ex-presidente mais rico em toda a história do País.
Essa é apenas uma pequena amostra da movimentação financeira do ex-presidente. Os dados são referentes apenas a conta bancária da LILS e apontam a a destinação de parte dos recursos. De acordo com o relatório, a LILS aplicou R$ 12,9 milhões, fez um plano de previdência privada no valor de R$ 5 milhões, recolheu R$ 3 milhões em impostos e fez transferências de R$ 4,3 milhões.
Após as revelações de sua conta milionária, Lula entrou em pânico e passou toda a noite em claro. Fez dezenas de ligações durante a madrugada e conseguiu marcar uma reunião de emergência com a presidente Dilma Rousseff na manhã deste sábado. Os dois se encontraram a sós, sem a presença de assessores ou testemunhas.
A assessoria de imprensa do Planalto assim como a do ex-presidente Lula não repassaram informações sobre o conteúdo da conversa reservada.
Fontes : Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e Polícia Federal. Valores referentes apenas à LILS, empresa de Lula. Há ainda outros milhões doados por empreiteiras ao Instituto Lula, que não teve o sigilo quebrado. Lula terá que depor em inquérito da Operação Lava Jato.

O TPP provoca calafrios em certas autoridades brasileiras (nao todas...) - Matias Spektor

TPP: um dos grandes problemas de analistas acadêmicos é o de achar que o Itamaraty é responsável pela diplomacia brasileira. Não, não é; se foi no passado, isso ficou muito distante no tempo.
Há muito tempo que o Itamaraty deixou de ser o formulador, e por vezes o aplicador, da política externa, sobretudo em sua vertente econômica, ou seja, comercial.
Não há uma relação de causa a efeito, como se costuma dizer, sequer uma correlação...
Paulo Roberto de Almeida

Matias Spektor
 
Em seguida ao anúncio do Tratado Transpacífico (TPP), o ministro das Relações Exteriores disse ter "preocupação sistêmica". Em diplomatês, significa que o problema é grave.
O novo mega-acordo comercial é um golpe duro contra a estratégia brasileira dos últimos 20 anos, quando o condomínio PT-PSDB optou por fazer uma abertura comercial lenta e parcial, sem combate aos grandes interesses protecionistas nacionais.
A preocupação do chanceler se justifica porque o TPP reduz o poder de fogo de grandes países em desenvolvimento e reconcentra a autoridade pelo comércio global nas mãos de um grupo pequeno de países e de suas empresas.
Não surpreende que o TPP reintroduza elementos que o Brasil e seus aliados haviam conseguido eliminar ou neutralizar nas negociações multilateral da última década.
Além de facilitar comércio, o TPP agora estabelece disciplinas de direito trabalhista, proteção ambiental, convergência regulatória, serviços legais, comércio eletrônico, propriedade intelectual e políticas de conteúdo nacional. Um mecanismo de solução de disputas outorga poderes inéditos a investidores estrangeiros diante de Estados nacionais.
A proposta do TPP é tão ambiciosa, e seus signatários tão poderosos, que o efeito do acordo será sentido em todo o mundo. E servirá como balão de ensaio para a introdução de temas polêmicos. Para o Brasil, o saldo de um acordo dessa natureza é muito negativo.
Não se trata apenas de mais um passo em direção ao isolamento na geopolítica do comércio, mas de algo mais grave. Com o Brasil fora de qualquer negociação relevante, os defensores do livre comércio em Brasília perdem força diante de interesses protecionistas representados no Congresso.
O impacto disso é brutal por um motivo simples. O protecionismo brasileiro beneficia um grupo pequeno de grandes indústrias subsidiadas. Elas custam caro à sociedade, embora empreguem cada vez menos trabalhadores, que via de regra são da classe média.
Quem perde é o resto da economia, onde trabalha a maior parte da população. Esta, apesar de ser composta em sua grande maioria por pessoas de renda baixa ou muito baixa, é forçada a pagar caro por produtos de má qualidade que seus impostos subsidiam.
Forças protecionistas utilizarão o TPP para denunciar o imperialismo americano. Afastando o país das cadeias globais de valor, porém, manterão a sociedade brasileira enquistada no atraso tecnológico e na baixa produtividade. Impedirão o surgimento de uma política industrial inteligente.
A retomada da liderança em negociações comerciais deveria ser objetivo central da diplomacia brasileira. Desta vez, o país precisaria fazê-lo pela via da abertura.
 
MATIAS SPEKTOR escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Ah, como deve ser bom, voltar para o Brasil e dar de cara com a Receita Federal

Um exercício dantesco: verificando as regras de tratamento aplicadas à mudança, tal como estabelecidas por esse órgão supergeneroso que se chama Receita Federal:

Preparando a mudança e constatando como a Receita Federal é boazinha:
 
B . BENS NOVOS – isentos de impostos desde que sejam importados somente 1(um) por 
      categoria (ex.: uma TV, um refrigerador, uma lava-louça, etc.)
As notas fiscais de compra, em nome do proprietário da mudança, têm que ser apresentadas à Alfândega.


C. BENS DE CONSUMO (cosmético, bebida alcoólica, sabão, etc.) – sujeitos a cobrança de imposto de importação, ICMS e AFRMN, pois estão excluídos do conceito de bagagem desacompanhada.
(...)
8 - O limite para importar bebidas alcoólicas como bagagem, com isenção do pagamento dos impostos, é de 12 litros no total. Ultrapassado esse volume estará sujeito a cobrança de impostos ou poderá ser confiscado, dependendo da interpretação do auditor fiscal.

9 - A importação de alimentos em geral não é permitida.

10 - Bens de consumo ou bens novos que não forem declarados e forem encontrados na bagagem estarão sujeitos ao Imposto de Importação + ICMS + AFRMN + multa por falsa declaração, inclusive poderão ser confiscados.
11 - Base de cálculo dos impostos:

Imposto de importação (II): 50 % sobre o valor declarado.
Imposto estadual (ICMS) - itens de consumo / novos: valor declarado + I.I. / 0,82 x 18%
Imposto estadual (ICMS) - bebidas: valor declarado + I.I / 0,75 X 25%
Marinha Mercante (AFRMN): aproximadamente 25 % do valor do frete.


Não é uma gracinha?
Ou seja, pagando 50% de tarifa de importação sobre o valor declarado, mais ICMS, mais ICMS bebidas, mais 25% sobre o valor do Frete (???!!!), melhor deixar os bens com o fiscal da receita, não é mesmo? Pois iria sair muito mais caro do que voce pagou. Tem uma solução melhor ainda: destruir na hora, o bem que por acaso for embargado sob esses critérios.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 16/10/2015

A rigidez do gasto publico - Mansueto Almeida

A Rigidez do Gasto Público: Problemas e Soluções

Mansueto Almeida
Revista Interesse Nacional, ano 8, n. 31, outubro-dezembro 2015

De 1991 a 2014, a despesa primária do governo central cresceu 9 pontos de percentagem do PIB, um crescimento da despesa da ordem de R$ 512 bilhões, dos quais 78,7% decorrente da expansão de programas de transferência de renda: Benefício Mensal de Prestação Continuada, seguro-desemprego e abono salarial, Bolsa Família, INSS e aposentadorias de servidores públicos. Essa tendência do crescimento da despesa do governo central foi agravada, nos últimos três anos, com a criação de novos programas, em especial, subsídios setoriais, subsídios para o Minha Casa Minha Vida e desoneração da folha de salários.
Há hoje na economia brasileira dois grandes problemas. No curto prazo, a despesa do governo central continua crescendo acima da sua receita, o que significa que o resultado continua deficitário. A meta de 2% do PIB de superávit primário até 2018 exigirá que o setor público arrecade R$ 200 bilhões a mais do que arrecadou em 2014.
No longo prazo, regras para previdência (INSS), educação e saúde sinalizam um crescimento da despesa de pelo menos seis pontos do PIB até 2030. Controlar o crescimento da despesa pública significa modificar as regras que determinam a dinâmica da despesa. Não há alternativa que não seja uma profunda reforma nas vinculações e regras de crescimento do gasto público para que um maior crescimento da economia não se transforme, automaticamente, no crescimento mais rápido da despesa.
Este texto aborda a questão da rigidez do gasto público, destacando possíveis mecanismos de desvinculação da despesa à receita e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Sem alterações das regras atuais que indexam a despesa pública ao crescimento da receita e ao crescimento do PIB, corre-se o risco da necessidade de um aumento da carga tributária de pelo menos oito pontos de percentagem do PIB até 2030, sem que isso signifique aumento da poupança e do investimento do setor público.
As transferências De renda do governo central
O debate fiscal, algumas vezes, se destaca pela busca de uma saída fácil. Algumas pessoas acreditam que um gestor eficiente poderia, com ações voluntárias, reduzir desperdícios e fazer um ajuste fiscal sem a necessidade de aumentar carga tributária ou rever regras que determinam o crescimento de despesas obrigatórias.

(...)
 Leia a íntegra neste link: http://interessenacional.uol.com.br/index.php/edicoes-revista/a-rigidez-do-gasto-publico-problemase-solucoes-2/