Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
O TPP e sua importancia para a economia japonesa - C. Fred Bergsten (IIE, Washington)
Op-ed
The Trans-Pacific Partnership and Japan
C. Fred Bergsten
Published in the Nikkei Asian Review
C. Fred BergstenThe Trans-Pacific Partnership (TPP) is the most important trade agreement in world history in both economic and geopolitical terms. It incorporates 40 percent of the global economy, including its largest and third largest countries. It will increase the income of the participating countries by almost $300 billion (in 2007 dollars). It sets the stage for eventual expansion to a comprehensive Free Trade Area of the Asia Pacific (FTAAP) that will include virtually every country in the region, perhaps including China and India. Japan can have a major impact on that potential expansion. It can be especially influential with its US ally on the issue, as there is a sharp division within the United States between those who want to bring China into a cooperative Asia Pacific trade and investment structure, and those who view China as an inevitable enemy that should be excluded from such arrangements. It is clearly in Japan's interest to avoid having to choose between China and the United States, and it should thus strive tirelessly to promote a cooperative fusion over the next several years.
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domingo, 8 de novembro de 2015
Mercosul abandonou o livre-comercio: Rubens Barbosa
Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington
ISABEL VERSIANI, de Brasília
Folha de São Paulo, 07/11/2015
Para evitar o isolamento no novo cenário comercial mundial em que predominarão grandes acordos regionais como o TTP (Tratado Transpacífico), assinado entre EUA, Japão e outros dez países, o Brasil precisa liderar um processo de revisão das práticas e estratégias do Mercosul.
A opinião é de Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e em Washington durante o governo FHC e presidente do conselho da Sobeet (Sociedade de Estudos de Empresas Transnacionais) e do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp.
Em entrevista à Folha, Barbosa disse que o Mercosul virou um fórum de discussão política e social no qual o protecionismo impera. Além de garantir que as regras internas do bloco funcionem, também é necessário que os sócios busquem mais acordos com países desenvolvidos.
*
Folha - O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) disse que o Brasil poderá no futuro aderir ao TTP. Como o sr. vê essa possibilidade?
Rubens Barbosa - O acordo é aberto, qualquer país pode tentar aderir. No caso do Brasil, com a baixa competitividade da economia, a adesão é muito difícil porque você não pode mais modificar as regras, que preveem a eliminação das tarifas [de importação] na quase totalidade.
O acordo também prevê a adesão a uma série de normas, que vão desde vistos ao comércio eletrônico, passando pela propriedade intelectual, pelos investimentos, pela competitividade. E essas regras em sua maioria vão além do que é tratado pela OMC [Organização Mundial do Comércio], e o governo brasileiro tem se recusado a discuti-las. Então, teoricamente é possível, mas na prática as regras do acordo e a perda da competitividade do Brasil tornam muito difícil a adesão a curto prazo.
Como o Brasil deve agir então para evitar o isolamento?
Internamente temos que voltar com toda a força a discutir uma agenda microeconômica e facilitar a redução do custo Brasil, dos problemas que incidem diretamente na competitividade dos produtos brasileiros. Agora estamos muito concentrados na agenda conjuntural, do ajuste fiscal, mas temos de pensar a médio e longo prazo, em uma agenda estrutural que passa passa por reforma tributária, da Previdência, da trabalhista, a questão dos juros. É muito difícil hoje qualquer governo enfrentar uma abertura rápida da economia brasileira sem pensar no restabelecimento da competitividade.
Do ponto de vista externo, como o país pode se posicionar?
Temos de mudar a estratégia de negociação comercial, que nos últimos 13 anos ficou voltada para a negociação multilateral na rodada de Doha, da OMC, que infelizmente fracassou. Significa examinar acordos comerciais não só com a região, mas fora, com países mais desenvolvidos.
Além disso, temos que rever a política do Brasil em relação ao Mercosul, que deixou de ser instrumento de liberalização comercial. As regras não são seguidas e o protecionismo é que impera. E as dificuldades vão aumentar agora porque, além da Venezuela, entrou a Bolívia e depois vai entrar o Equador. O Equador, a Bolívia, a Venezuela, não pensam como o empresariado brasileiro, que quer ampliar mercados, abrir para exportação os seus produtos no exterior.
O Brasil deve parar de negociar como bloco e partir para entendimentos bilaterais?
Não, eu acho que o Brasil tem de liderar um processo de revisão das práticas e estratégias do Mercosul. O bloco tem que funcionar. O Mercosul se transformou hoje em um fórum de discussão política e social. No início do Mercosul já havia, ninguém era contra, mas prevalecia a prioridade econômica e comercial.
O acordo tarifário em discussão entre Mercosul e União Europeia pode minimizar perdas que o TTP ameaça trazer?
Dependendo da maneira como a coisa for negociada, mas tem que ver se a UE vai aceitar um acordo. O TTP vai gerar desvio de comércio. O Brasil exporta para os países do tratado US$ 54 bilhões, 35% dos quais são manufaturados, para os EUA, para o Peru, México, Chile. Esses produtos certamente vão enfrentar uma competição dos EUA e do Japão. Sem falar dos produtos agrícolas que vão enfrentar a competição da Austrália e da Nova Zelândia. Se o Brasil conseguir avançar com a UE, será muito positivo.
A resistência da Argentina contribuiu para o atraso das negociações com a UE. O Mercosul tem sido um entrave?
O último obstáculo do lado do Mercosul foi a Argentina, por causa de medidas protecionistas e da relutância em aumentar o volume de comércio na negociação. Mas também não descarto a má vontade de negociação por parte de muitos países da UE, porque a negociação implica uma série de vantagens para o setor agrícola brasileiro. Os dois lados têm dificuldades em avançar nessa negociação, a decisão agora vai ser política.
O governo fechou um acordo automotivo com a Colômbia, começou a negociar com o México a ampliação do comércio com tarifa zero e acertou com os EUA um esforço para harmonizar normas técnicas. Está havendo uma reação?
O governo resolveu se mexer, o que é positivo. Mas temos de lembrar que os acordos da Aladi (acordo de liberalização comercial entre países da América do Sul) preveem que em 2019 todos os países da região vão passar a negociar com tarifa zero a maioria dos seus produtos. Aí o Mercosul praticamente desaparece. O Brasil tem que exigir que os países cumpram o tratado.
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RAIO-X RUBENS BARBOSA, 77
Carreira: diplomata, foi secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e embaixador do Brasil em Londres (1994-1999) e Washington (1999-2004)
Cargos: preside o Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp e o conselho deliberativo da Sobeet
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
O Brasil e o TPP: uma tragedia anunciada (desde 2003) - Milton Lourenco
Começou com a implosão ideológica da Alca -- que não era nenhuma maravilha, mas pelo menos teria assegurado e consolidado nosso acesso aos mercados atrativos da América do Norte, ainda que com persistência do protecionismo agrícola e setorialmente na indústria -- e continuou pela proclamação de uma fantástica "nova geografia do comércio internacional", tanto pelo presidente quanto por seu devoto chanceler. Era tão fantástica que já estava em curso desde muitos anos, pelos países asiáticos, que exportavam sem discriminação para todos os mercados existentes, especialmente os da Europa e dos EUA. Mas os companheiros desprezavam de modo totalmente estúpido, e aqui insisto no adjetivo estúpido, esses mercados, pois como dizia o "capo di tutti i capi" não se podia ficar "dependente do comércio com os Estados Unidos". Sairam então com a tal de "diplomacia Sul-Sul" -- outra estupidez sem tamanho -- para conquistar os mercados do tal Sul: ou seja, América Latina, África, países árabes e africanos, e supostamente da China e outros asiáticos. Deu no que deu: três magros acordos comerciais que são absolutamente ridículos.
A política comercial companheira, volto a dizer, foi ingênua, estúpida, ideológica.
Agora que saiu o TPP, os empresários, sempre tímidos e envergonhados em denunciar as estupidezes companheiras, começam timidamente a protestar, como este "despachante aduaneiro".
Ele responsabiliza o Itamaraty pela tragédia anunciada, o que só em parte é verdadeiro. Certo: foram diplomatas que estiveram à frente do ministério durante todo o reinado companheiro, mas as políticas eram determinadas pelo PT, às quais os diplomatas cederam, talvez passivamente demais.
Dá para reparar o prejuízo?
Vai ser difícil...
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil e o TPP
Se não bastasse o imobilismo que caracterizou a diplomacia brasileira em relação ao comércio exterior nos últimos 13 anos, várias nações com as quais o Brasil tradicionalmente mantém intercâmbio movimentaram-se e acabam de formalizar o Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP). Depois de quase cinco anos de negociação, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã concluíram um acordo que suprime taxas alfandegárias em suas transações e define padrões técnicos unificados.
E o Brasil? Cálculos preliminares indicam que as exportações brasileiras para esses países – a hoje, ao redor de US$ 54 bilhões – deverão cair pelo menos 3%, especialmente nas áreas de minérios, commodities agrícolas e produtos industrializados. Só em manufaturados foram US$ 31 bilhões exportados – o equivalente a 35% do total de vendas externas do País – e US$ 47 bilhões importados.
Se sair o acordo entre Estados Unidos e União Europeia, a chamada Parceria Transatlântica, conhecida pela sigla TTIP, a perspectiva é de que a situação se agrave ainda mais, provocando maior isolamento comercial do Brasil, pois os europeus já não terão tanto interesse em assinar um acordo com o Mercosul e, provavelmente, aumentarão suas exigências. Com a TTIP, segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas, a queda nas exportações brasileiras chegaria a 5%.
O resultado de tantos desastres na política externa só pode ser debitado à (des)orientação do Ministério das Relações Exteriores a partir de 2003, quando os teóricos do Partido dos Trabalhadores (PT), sábios aos seus próprios olhos, imaginaram que poderiam sobrepor a influência dos Estados Unidos no continente com uma política pretensamente denominada Sul-Sul.
Ou seja, em vez de privilegiar o maior mercado do mundo, entendeu-se que seria possível fazer um bloco só com os países em desenvolvimento, favorecendo-se Cuba, Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e ainda países africanos não necessariamente governados por regimes de esquerda, como prova o trabalho desenvolvido pela diplomacia brasileira para que a Guiné Equatorial, nação onde pouco se fala Português, aderisse em 2014 à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), sem levar em conta que aquele país é governado há três décadas pelo mesmo governante e apresenta um dos piores registros de direitos humanos no mundo, segundo pesquisa anual da organização de direitos civis Freedom House, de Washington.
Diante de tão rotundo fracasso diplomático, o que se espera é que o atual governo entenda que o TPP representa uma mudança completa no tabuleiro das negociações comerciais, pois indica que o futuro será regido por mega-acordos comerciais. E que continuar na defesa do imobilismo e ficar de fora desses grandes acordos equivale a levar a Nação a um suicídio político.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
O TPP provoca calafrios em certas autoridades brasileiras (nao todas...) - Matias Spektor
Há muito tempo que o Itamaraty deixou de ser o formulador, e por vezes o aplicador, da política externa, sobretudo em sua vertente econômica, ou seja, comercial.
Não há uma relação de causa a efeito, como se costuma dizer, sequer uma correlação...
Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
O TPP e o Brasil - artigo Paulo Roberto de Almeida (Instituto Millenium)
O megabloco do Pacífico e o Brasil
O TransPacific Partnership não é um simples acordo de acesso a mercados, mas se estende a áreas que, na linguagem da OMC, figuram como “aspectos comerciais” de temas regulatórios: investimentos, barreiras técnicas, propriedade intelectual, normas fitossanitárias, meio ambiente, regulações laborais, compras governamentais, solução de controvérsias e serviços, como os financeiros, em que se destacam gigantes como os EUA, mas também cidades-Estado como Cingapura ou “enclaves” como Hong Kong.
Quais são os impactos para o Brasil? É evidente que as preferências trocadas entre os membros do TPP tendem a reduzir a penetração de produtos manufaturados brasileiros na região. Outro aspecto é que, mesmo sendo um acordo “regional”, parece claro que o TPP vai influenciar o formato e a abrangência de outros acordos do gênero, além de novos acordos multilaterais.
Com efeito, esse acordo, assim como os demais já existentes ou em negociação – como o “transatlântico”, entre os EUA e a União Europeia –, tendem a conformar o padrão das trocas internacionais no futuro previsível e definem o processo em curso de integração mundial das cadeias produtivas, das quais o Brasil e seus “sócios” do Mercosul estão em grande medida excluídos. Depois das decisões tomadas na era Collor – de abertura econômica e de liberalização comercial unilateral –, o país nunca mais experimentou uma redução significativa de barreiras aduaneiras, tendo, ao contrário, aumentado o seu grau ainda elevado de protecionismo comercial (sem mencionar a Argentina, que se excedeu nesse tipo de restrição).
Não estranha que todas as avaliações feitas a propósito do TPP o foram num tom de lamento conformado com o nosso isolamento mundial. Todos se perguntam se o Brasil vai continuar nessa mesma letargia, ou apostando todas as fichas num longínquo acordo multilateral ou num pouco plausível arranjo Mercosul-UE. O país paga o preço por anos de introversão econômica, de políticas setoriais excessivamente calcadas no mercado interno, da tolerância para com os desvios argentinos em relação ao livre comércio no Mercosul (contra os próprios termos do tratado), além da insistência na chamada diplomacia Sul-Sul. O Brasil enfrenta hoje os danos provocados pelas políticas comerciais equivocadas dos últimos anos.
O que poderia ser feito, então? Uma recomendação de bom senso começaria pela inversão de tudo o que vem sendo feito nessa área, e por uma opção inequívoca pela abertura comercial e pela integração das empresas brasileiras nas grandes cadeias de integração produtiva ao redor do mundo.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Trans-Pacific Partnership, as seen by The Economist
The Trans-Pacific Partnership
Weighing anchor
Negotiators agree on an ambitious trade deal, but opposition to its ratification is already fierce
TPP will apply to 40% of the world’s economy. For American exporters alone, 18,000 individual tariffs will be reduced to zero. Much the same will be true for firms in the other 11 members. Even agricultural barriers, usually among the most heavily defended, will start to come down. Foreigners will gain a toehold in Canada’s dairy sector and a bigger share of Japan’s beef market, for example. Some of these reductions will be phased in lamentably slowly, however: American tariffs on Japanese lorries will last another 30 years.
Tariffs in the region were not that high to begin with, though. More important is TPP’s effort to free trade in services. These are not usually subject to the same impediments as, say, agricultural or automotive imports; instead they get tangled up in beyond-the-border rules, such as customs, visas and licensing. TPP promises greater access to markets for more service providers, which over time should provide a boost to productivity. In spite of scaremongering on the left, the deal does not obviously exalt the interests of big business over those of lowly consumers. For instance, under pressure from Australia, Chile and Peru, America shelved its demand that certain drugs be protected from generic competition for at least 12 years, settling for five instead. In the same vein, TPP’s dispute-settlement mechanism explicitly bars tobacco firms from claiming compensation for public-health rules that harm their business.
To mollify unions and other likely opponents in richer countries, several of TPP’s 30 chapters are devoted to protections for workers and environmental safeguards. There are clauses that attempt to slow deforestation and overfishing. All parties will also be compelled to follow the International Labour Organisation’s basic principles on workers’ rights. They will be required to set a minimum wage and regulate working hours. Vietnam will have to allow unions independent of the Communist Party. Such commitments will be enforceable under the treaty’s dispute-settlement mechanism.
TPP also attempts to limit the extent to which governments can favour state-owned enterprises. Although there are lots of exceptions, this is quite a concession for the likes of Malaysia and Vietnam. According to Matthew Goodman of the Centre for Strategic and International Studies, a think-tank, “The White House feels this is a big one. It validates their definition of TPP as a 21st-century agreement.”
Since the fine print of the deal has not yet been published, and since tariff reductions form so small a part of its measures, it is very difficult to estimate how big a boost TPP will provide its members. The Peterson Institute for International Economics, another think-tank, estimated that it would boost the world economy by $223 billion by 2025. The greatest impact will be felt not in America, but in the less developed members. The study estimates that Vietnamese GDP could rise by as much as an additional 10% over the same period.
In the long run, TPP’s impact will depend on whether or not its membership expands, as it in theory might once the deal is up and running. South Korea, not one of the original 12, is pressing for swift accession. The crucial question is China. Many think America only pushed TPP forward in order to bolster its influence in Asia and counter China’s. But TPP’s economic significance will be severely curtailed if it does not include the country that lies at the heart of almost all Asia’s supply chains. China may now step up its push for a broader regional free-trade deal, built in part on TPP, says Jeffrey Schott, a former American trade negotiator.
Until TPP is ratified by its 12 original members, such talk is premature. This process should be straightforward in places like Japan and Singapore, where the ruling parties have commanding majorities. But Canada faces a knife-edge election on 19th October. One of the three main parties is campaigning against the agreement, arguing that it will kill farm jobs.
The biggest row will be in America, where Congress has 90 days to review the deal before putting it to an up-or-down vote, with no amendments. This “fast-track” procedure was narrowly approved earlier this year, despite opposition on both left and right. But Republicans like Mr Trump are already complaining that the deal grants too many concessions to America’s commercial adversaries. Democrats like Mrs Clinton, meanwhile, say they are worried it will cost America jobs. Republicans, traditionally advocates of free trade, have a majority in both houses of Congress. But trade deals are often unpopular with voters. It does not help that the presidential campaign will be in full swing when Congress votes, or that the deal is seen as part of the legacy of Barack Obama, a toxic figure for Republicans.
Any foot-dragging would be foolish. The slowing of the Chinese economy and a tepid global recovery from the financial crisis have led to a long-term slowdown in world trade. The value of goods shipped around the globe has been shrinking on and off since early 2009. In the first half of the year it slumped by 13% in dollar terms compared to the same period in 2014. In terms of volume, trade is still growing, but by a fraction of the rates that prevailed before the financial crisis.
The problem is not just cyclical: the ever-broader range of goods manufactured within China, among other structural changes, seems to have slowed trade growth permanently. This is worrying because trade remains the most reliable way for poor countries to become richer. TPP would undoubtedly help spur it.
sábado, 10 de outubro de 2015
O TransPacific Partnership e seu impacto sobre o Mercosul - Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
TPP vs Mercosul-UE: o primeiro começou 3 anos atras, o segundo se arrasta desde 1995...
Bem, o TPP já está concluído, embora faltem alguns peso-pesados do comércio internacional, como China, Coreia do Sul, por exemplo. Mas está aí, e deve crescer, embora seus efeitos -- inclusive em função de outros esquemas de liberalização já em vigor -- devem se exercer ao longo dos próximos anos.
Quem aí aposta num acordo Mercosul-UE?
Alguém?
Bem, não quero chamar nenhum dos meus leitores, que acham que essa coisa vai sair, de ingênuos.
Ingênuos, e ideólogos estúpidos, são os companheiros, que implodiram a Alca-FTAA em 2005, e que achavam que depois iam conseguir rapidinho um acordo bonzinho com a UE. Sacripantas!
Nunca achei a Alca uma maravilha, e de fato não era; mas sem ela, os europeus não têm NENHUM motivo para ceder nos temas de interesse do Brasil e de seus parceiro no Mercosul.
Só idiotas não vêem isso.
Tenho muitos artigos e dezenas de postagens sobre a bobagem companheira, uma entre muitas que eles cometeram CONTRA os interesses do Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
Mercosul e UE preparam lista de oferta para acordo de livre comércio
Portal UO, 5/10/2015
Com o início do último trimestre de 2015, começa a correr o prazo para Mercosul e União Europeia (UE) trocarem ofertas para um acordo de livre comércio entre os blocos econômicos. Os três meses finais deste ano são o período agendado com os europeus para a apresentação mútua de listas de produtos que poderão ter a tarifa zerada. Na quinta (1º) e sexta-feira (2) passadas, as delegações do Mercosul e da UE se reuniram no Paraguai para acertar os últimos detalhes.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, agora, caberá aos chanceleres e ministros da área econômica do Mercosul avaliar o resultado das reuniões em Assunção e decidir quando a troca ocorrerá. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, tem defendido a troca de ofertas ainda em outubro. As negociações para um acordo entre Mercosul e União Europeia começaram no fim da década de 1990 e, desde então avançam de maneira inconsistente.
Em 2004, chegou a acontecer uma troca de ofertas entre os blocos, que não resultou em acordo. Em 2010, as negociações foram retomadas mas a troca de ofertas agendada para 2013 não aconteceu. Segundo o Itamaraty, para serem consideradas satisfatórias, é esperado que as ofertas desonerem de 85% a 95% do volume do comércio de cada bloco econômico.
Na avaliação de Antônio Jorge Ramalho, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, o acordo entre Mercosul e União Europeia é positivo e necessário para os países latino-americanos. "De um lado, você tem necessidade de abrir os mercados para, no médio e longo prazo, reduzir os preços e a pressão inflacionária nas economias do Mercosul. Do outro, há o interesse em tornar as indústrias locais mais competitivas. Dar mais sustentabilidade, no longo prazo, às indústrias da região", afirmou.
Ramalho lembra, no entanto, que o aumento da concorrência pode penalizar as empresas que não investem em tecnologia. "As indústrias que não investiram suficientemente em tecnologia vão ter que pagar um preço. Vão ter que, ou sair do mercado, ou dar um salto", afirmou o professor, que considera o acordo oportuno, em um momento de contração da atividade econômica brasileira. "Na situação atual, vai ser muito positivo. Isso passa a integrar a estratégia de reativação da nossa economia", disse.
Na visão dele, o Mercosul é mais responsável pelo atraso na negociação do acordo do que a União Europeia. "Por muito tempo, o principal obstáculo era a Argentina, pelo custo político que teria no curto prazo. Ela tem dificuldade em estabelecer trocas mais abertas por causa dos seus problemas de competitividade. Mas, do ponto de vista sistêmico, isso é necessário para o Mercosul e inclusive para a Argentina".
Apesar de não conhecer o teor das propostas atuais, Ramalho acredita que esteja havendo entendimento entre os blocos econômicos, já que as negociações estão avançando. "Essas coisas não se fazem isoladas. Eles vão sinalizando, é um processo de negociações. A dinâmica normal é que, quando é apresentada a proposta, a outra parte já está sabendo [o teor]", declarou.