Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Abertura comercial lenta e gradual - Marcos Troyjo (CB)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
Como abrir a economia de um pais? Breve analise da experiencia internacional - SAE/PR
sábado, 15 de dezembro de 2018
Agenda de Trump nao serve ao Brasil - Sandra Rios (Poder 360)
Paulo Roberto de Almeida
País não deve importar agenda de política externa de Trump, diz Sandra Rios
Sandra Rios: O lado positivo dessa mudança é que facilita a coordenação das políticas de comércio exterior. Hoje, os instrumentos de política comercial são distribuídos em diferentes ministérios, principalmente nos atuais Mdic e Fazenda. E eles costumam ter visões distintas sobre política comercial, abertura, necessidade de proteger 1 ou outro setor. É claro que é uma mudança muito grande e há riscos operacionais, mas acho que tem a vantagem de garantir coerência às políticas.
A última reforma comercial relevante foi feita na 1ª metade da década de 1990. Naquela época, abrimos a economia, negociamos o Mercosul e deixamos o país mais ou menos em linha com o que a maior parte dos países em desenvolvimento estava fazendo. A partir de 1995 não houve mais nenhum movimento de abertura e, ao contrário, a partir de 2008 1 conjunto de medidas acabou aumentando a proteção à indústria nacional. Isso teve 1 impacto importante sobre a evolução da produtividade e nossa capacidade de competir no mercado internacional.
O que é fundamental agora é atualizar a nossa política comercial para ficarmos mais em linha com outros países em desenvolvimento de grande porte, como Indonésia e México.
O 1º elemento é a redução da tarifa de importação, levar o país a padrões de outros países em desenvolvimento. Essa reforma é muita vezes combatida com o argumento de que é melhor abrir a economia negociando acordos comerciais, porque aí você abre o mercado, mas ao mesmo tempo ganha mais acesso ao mercado exportador.
Achamos que o Brasil deve continuar negociando acordos comerciais, mas são processos complexos, demorados. Estamos negociando com a União Europeia, por exemplo, há mais de 20 anos. O acordo ainda não foi concluído e acho que não vai sair tão cedo.
Em economia, não se pode esperar tanto tempo. Ninguém está falando em eliminar tarifas de importação, mas reduzir 1 pouco os níveis para tornar a estrutura mais racional enquanto se negocia acordos comerciais.
Um critério importante é a relevância do parceiro. Nos últimos anos, mais notadamente a partir de 2010, a gente concluiu acordos que não vão promover nenhuma mudança na nossa estrutura produtiva e capacidade de competir. O acordo com a UE, esse sim, se fosse implementado, faria com que sentíssemos uma mudança grande no futuro.
O país deve buscar parceiros relevantes, que tenham oferta complementar à nossa. Isso vale, por exemplo, para EUA, Canadá, Japão e Índia. Mas em todos esses casos são negociações complexas.
O Mercosul foi criado como uma união aduaneira. Mas desde o início ficaram evidentes as dificuldades de se implementar o modelo que, em teoria, é superior em termos de integração comercial. Se pudesse funcionar assim, seria ótimo.
Só que os países têm estruturas produtivas diferentes, prioridades diferentes e o que aconteceu foi que se estabeleceu regimes de exceção que foram aumentando com o tempo. Além disso, os países, principalmente Brasil e Argentina, colocaram barreiras ao comércio intrabloco. Assim, não avançamos em vários pontos.
A questão é se vale a pena manter o modelo de união aduaneira, que toma muito tempo das negociações. Nossa visão é que é melhor colocar a atenção nas questões relacionadas à área de livre comércio.
As declarações me parecem equivocadas. Não faz sentido o Brasil entrar nesse movimento de transferência da embaixada em Israel para Jerusalém. Também não vale a pena entrar em disputa comercial com a China, que é o nosso principal mercado. É uma importação da agenda do Trump sem levar em consideração que os recursos de poder e interesses dos países são muito diferentes.
No caso da China, é claro que isso foi provocado também pela percepção de que o país está investindo em setores estratégicos do Brasil, mas mesmo que a gente se aproxime dos EUA, o que acho importante, não vamos vender para eles os produtos que vendemos para a China.
Tem também a questão da retirada do Brasil do Acordo de Paris, que vejo como outro equívoco. A agenda da sustentabilidade interessa ao país, reforça nossos interesses econômicos.
O que preocupa são manifestações no sentido de distanciamento do Brasil de organismos multilaterais. Há críticas do governo eleito, por exemplo, à participação da OMC (Organização Mundial do Comércio) na nossa agenda de política comercial, mas a instituição é muito importante para 1 país como o Brasil, que tem pequena participação no mercado internacional e exporta produtos agrícolas, cuja regulação se dá basicamente na OMC.
O que vem sendo ventilado é de abertura em diversas frentes. Parece positivo, mas ainda não temos detalhes.
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Trade liberalization in Brazil - World Bank
WORLD BANK POLICY RESEARCH WORKING PAPER ABSTRACTS
World Bank Policy Research Working Paper No. 8600
Email: jreis@worldbank.org
MARIANA IOOTTY, World Bank
Email: miootty@worldbank.org
JOSE SIGNORET, World Bank
Email: jsignoret@hotmail.com
TANJA GOODWIN, World Bank
Email: tanja.goodwin@gmail.com
MARTHA MARTINEZ LICETTI, World Bank
Email: mlicetti@worldbank.org
ALICE DUHAUT, World Bank
SOMIK V. LALL, World Bank
Email: slall1@worldbank.org
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Trans-Pacific Partnership, as seen by The Economist
The Trans-Pacific Partnership
Weighing anchor
Negotiators agree on an ambitious trade deal, but opposition to its ratification is already fierce
TPP will apply to 40% of the world’s economy. For American exporters alone, 18,000 individual tariffs will be reduced to zero. Much the same will be true for firms in the other 11 members. Even agricultural barriers, usually among the most heavily defended, will start to come down. Foreigners will gain a toehold in Canada’s dairy sector and a bigger share of Japan’s beef market, for example. Some of these reductions will be phased in lamentably slowly, however: American tariffs on Japanese lorries will last another 30 years.
Tariffs in the region were not that high to begin with, though. More important is TPP’s effort to free trade in services. These are not usually subject to the same impediments as, say, agricultural or automotive imports; instead they get tangled up in beyond-the-border rules, such as customs, visas and licensing. TPP promises greater access to markets for more service providers, which over time should provide a boost to productivity. In spite of scaremongering on the left, the deal does not obviously exalt the interests of big business over those of lowly consumers. For instance, under pressure from Australia, Chile and Peru, America shelved its demand that certain drugs be protected from generic competition for at least 12 years, settling for five instead. In the same vein, TPP’s dispute-settlement mechanism explicitly bars tobacco firms from claiming compensation for public-health rules that harm their business.
To mollify unions and other likely opponents in richer countries, several of TPP’s 30 chapters are devoted to protections for workers and environmental safeguards. There are clauses that attempt to slow deforestation and overfishing. All parties will also be compelled to follow the International Labour Organisation’s basic principles on workers’ rights. They will be required to set a minimum wage and regulate working hours. Vietnam will have to allow unions independent of the Communist Party. Such commitments will be enforceable under the treaty’s dispute-settlement mechanism.
TPP also attempts to limit the extent to which governments can favour state-owned enterprises. Although there are lots of exceptions, this is quite a concession for the likes of Malaysia and Vietnam. According to Matthew Goodman of the Centre for Strategic and International Studies, a think-tank, “The White House feels this is a big one. It validates their definition of TPP as a 21st-century agreement.”
Since the fine print of the deal has not yet been published, and since tariff reductions form so small a part of its measures, it is very difficult to estimate how big a boost TPP will provide its members. The Peterson Institute for International Economics, another think-tank, estimated that it would boost the world economy by $223 billion by 2025. The greatest impact will be felt not in America, but in the less developed members. The study estimates that Vietnamese GDP could rise by as much as an additional 10% over the same period.
In the long run, TPP’s impact will depend on whether or not its membership expands, as it in theory might once the deal is up and running. South Korea, not one of the original 12, is pressing for swift accession. The crucial question is China. Many think America only pushed TPP forward in order to bolster its influence in Asia and counter China’s. But TPP’s economic significance will be severely curtailed if it does not include the country that lies at the heart of almost all Asia’s supply chains. China may now step up its push for a broader regional free-trade deal, built in part on TPP, says Jeffrey Schott, a former American trade negotiator.
Until TPP is ratified by its 12 original members, such talk is premature. This process should be straightforward in places like Japan and Singapore, where the ruling parties have commanding majorities. But Canada faces a knife-edge election on 19th October. One of the three main parties is campaigning against the agreement, arguing that it will kill farm jobs.
The biggest row will be in America, where Congress has 90 days to review the deal before putting it to an up-or-down vote, with no amendments. This “fast-track” procedure was narrowly approved earlier this year, despite opposition on both left and right. But Republicans like Mr Trump are already complaining that the deal grants too many concessions to America’s commercial adversaries. Democrats like Mrs Clinton, meanwhile, say they are worried it will cost America jobs. Republicans, traditionally advocates of free trade, have a majority in both houses of Congress. But trade deals are often unpopular with voters. It does not help that the presidential campaign will be in full swing when Congress votes, or that the deal is seen as part of the legacy of Barack Obama, a toxic figure for Republicans.
Any foot-dragging would be foolish. The slowing of the Chinese economy and a tepid global recovery from the financial crisis have led to a long-term slowdown in world trade. The value of goods shipped around the globe has been shrinking on and off since early 2009. In the first half of the year it slumped by 13% in dollar terms compared to the same period in 2014. In terms of volume, trade is still growing, but by a fraction of the rates that prevailed before the financial crisis.
The problem is not just cyclical: the ever-broader range of goods manufactured within China, among other structural changes, seems to have slowed trade growth permanently. This is worrying because trade remains the most reliable way for poor countries to become richer. TPP would undoubtedly help spur it.