Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Abertura comercial lenta e gradual - Marcos Troyjo (CB)
Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia garante que governo vai abrir frentes negociadoras e tarifárias, além de simplificar processos e reduzir impostos
Simone Kafruni
Correio Braziliense, 5/02/2019
O Brasil é um país muito fechado comercialmente e o atual governo pretende promover “uma abertura responsável nos próximos quatro anos”. Foi o que garantiu o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, no painel A Importância do Comércio Internacional, realizado nesta terça-feira (5/02) durante o Correio Debate: "Desafios da Economia em 2019".
Troyjo fez um breve relato histórico para analisar os vários milagres econômicos observados no mundo nos últimos 70 anos. Segundo ele, os países que conseguiram mudar de patamar nesse período -- Alemanha, Japão, Chile, CHina, Espanha, Cingapura e Coreia do Sul -- conquistaram essa evolução com base nas relações internacionais. “Essas nações tiveram uma significativa parcela do seu PIB (Produto Interno Bruto) representada pela soma de exportações e importações. Esses países usaram o comércio exterior como trampolim”, destacou.
Enquanto isso, comparou Troyjo, outros países permaneceram “ensimesmados” com pequena parcela de comércio exterior, exportando e importando pouco. “No Brasil, se excluirmos os famosos ciclos da monocultura da exportação (café e cana), raramente veremos um momento em que o país tenha mais de 30% do PIB representado pelo comércio exterior”, ressaltou o secretário.
Segundo ele, a fatia que o Brasil ocupa em todo o comércio internacional também é pequena, oscila entre 1% e 1,3% entre tudo o que se compra e vende no mundo. “O Brasil é um país fechado e precisamos nos abrir. Mas o sucesso não é só pela abertura comercial. Precisa vir acompanhada de outras medidas”, assinalou.
Troyjo afirmou que é preciso considerar três compartimentos: conjuntura, estrutura e abertura. “Atualmente, as circunstâncias apontam para a disputa comercial entre as duas potências China e Estados Unidos. Há quem diga que existe uma guerra fria entre os dois, mas o fato é que existe um alto grau de interdependências entre as duas nações”, disse.
O secretário destacou que o Brasil precisa retomar o foco nas relações com os EUA. “Na nossa conjuntura, não podemos deixar de levar em consideração nossas relações comerciais com os EUA”, reiterou. Mas mercados como o Sudeste Asiático e o Mercosul também não podem ser ignorados.
“O que precisamos fazer é nos estruturarmos para essa competição. Nossa agenda é de correção de equívocos do passado, que passa pelas reformas. Precisamos ter a capacidade de responder, qual nossa política comercial”, afirmou. A formulação da coordenação interna, destacou o secretário, reside em definir o interesse nacional e melhorar o nosso sistema multiagências.”
Sobre a abertura, Troyjo destacou que o país está fechado por barreiras tarifárias, regras e burocracia. “Vamos abrir o país nos próximos quatro anos. Seja pela frente negociadora ou tarifária, pela simplificação dos processos e pela queda de impostos, ou ainda pela exposição de setores brasileiros, a economia vai se abrir. Será muito mais integrada. Mas não vamos fazer isso de forma irresponsável e sim com sintonia e sincronia”, garantiu.
Um comentário:
Roland Matt Rola
disse...
Abertura "responsável"! Lá vem mais um passo na destruição da indústria nacional. Preparem-se!!!!
Um comentário:
Abertura "responsável"!
Lá vem mais um passo na destruição da indústria nacional.
Preparem-se!!!!
Postar um comentário