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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 13 de março de 2018

Rubens Barbosa sobre o acordo Mercosul-UE (OESP, 13/03/2018)

LUZ NO FIM DO TUNEL
Rubens Antonio Barbosa
O Estado de S. Paulo, 13/03/2018 
                
Depois de mais de 15 anos de negociações, passando por momentos favoráveis de avanços e épocas negativas de retrocesso, parece que os entendimentos para um acordo entre o Mercosul e a União Europeia estão   chegando à reta final.
                Os entraves internos no Mercosul e na Europa estão sendo flexibilizados. As negociações técnicas que se estenderam até a semana passada, em Assunção do Paraguai, avançaram no exame das ofertas agrícolas (produtos mais sensíveis e quotas), de bens e serviços, no acordo de compras governamentais e nas regras técnicas (barreiras tarifárias, não tarifárias, sanitárias, fitossanitárias). Outras, como por exemplo, origem (drawback), propriedade intelectual, indicação geográfica, precaução (desenvolvimento sustentável) e comércio eletrônico continuam pendentes.
Segundo as informações disponíveis, os entendimentos em nível técnico terminaram com uma relação reduzida de temas que somente poderão ser resolvidos pela vontade politica dos dois blocos com concessões recíprocas. A partir da próxima semana, técnicos e ministros do Mercosul se reúnem para tentar superar os últimos entraves, de forma a permitir encontro Mercosul-EU e poder discutir e anunciar, em nível ministerial, um “pré-acordo“ político, deixando para os técnicos os últimos ajustes para se chegar ao texto final.
Na melhor das hipóteses, temos ainda uns poucos meses para concluir esse processo negociador.
Coloca-se então a questão da assinatura do acordo comercial às vésperas da eleição de outubro. Do ângulo do Mercosul e do Brasil, em especial, seria importante que a assinatura fosse feita ainda no atual governo, deixando para o futuro presidente a implementação do acordo. Apesar da negociação estar concluída, caso a União Europeia decida esperar pelo novo governo, haverá um atraso de vários meses, adiando ainda mais a sua entrada em vigor.
É importante sublinhar que, a partir da assinatura, o instrumento legal terá de ser traduzido para a língua dos 27 países membros da UE, o que tomará pelo menos um ano. Deverá ser ratificado pelo Parlamento europeu, em pelo mais um ano, e também pelos Congressos dos países membros do Mercosul. Dessa forma, o acordo que vier a ser assinado só entrará em vigor a partir de 2021. Como os produtos mais sensíveis dos dois lados terão suas tarifas zeradas depois de dez anos, a rigor, os efeitos mais fortes desse acordo passarão a vigorar daqui a 15 anos (a partir de agora), tempo suficiente para que as reformas necessárias para modernizar o Brasil sejam implementadas.
Do ponto de vista do Brasil, o acordo com a União Europeia é importante porque põe fim ao isolamento de nosso pais das negociações comerciais. Vai também forçar o pais a modificar regras e regulamentos para alinhá-los com os avanços que ocorrem no mundo, e vai abrir possiblidades de ampliação da cooperação empresarial nas áreas de ponta, fora o fato de ampliar o mercado europeu para produtos brasileiros.
Em termos mais amplos, a intenção de concluir a negociação com a Europa, de avançar os entendimentos com a EFTA, a Índia e iniciar tratativas com o Canadá deveria também ser vista no contexto da discussão das reformas estruturais (trabalhista, tributária e previdência social). Essas reformas, complementadas por medidas adicionais de facilitação de comércio, infraestrutura e de redução da interferência do Estado nas atividades empresariais, aumentarão a competitividade dos produtos brasileiros que poderão enfrentar a agressiva presença de produtos do exterior no mercado interno e conquistar mercados nos grandes blocos regionais.
Com a luz no fim do túnel nessa longíssima negociação, como é natural, surgem vozes contrárias ao acordo sob o argumento de que ele irá quebrar a nossa indústria, tratada ainda como nascente, e de que, em vez de reduzir, devemos aumentar as tarifas para defender o mercado interno de bens industriais. Nos últimos 50 anos, essa “politica industrial” não facilitou o acompanhamento das transformações que ocorrem na era do conhecimento. A indústria, em sua grande maioria, não absorveu os avanços tecnológicos e de inovação, acarretando a perda de espaço das manufaturas nacionais nos mercados mais dinâmicos e fazendo com que a produção nacional seja seriamente afetada pela concorrência externa.  A situação para esse setor se agravou ainda mais pelo fim dos subsídios, das desonerações e do crédito fácil, não por uma questão ideológica, mas porque o Estado brasileiro está quebrado. Por outro lado, questões levantadas pela OMC contra a politica industrial na área automotriz e de informática estão obrigando a ajustes para adequar nossa legislação às regras da Organização. Além disso as negociações de acordos comerciais, como no caso da UE, estão fazendo com que o Brasil tenha de se incorporar às regulamentações existentes no resto do mundo. A decisão do governo brasileiro de acessar a Organização de Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE), por seu lado, já esta obrigando o pais a ajustar-se a cerca de 240 acordos, códigos e regulamentos em vigor. Dentro dessa linha, a partir de 2019, dependendo do resultado das eleições, o futuro governo poderia examinar concretamente a possibilidade de associar-se à parceria trans-pacífica (TPP), com o Japão, países asiáticos e países da Aliança do Pacifico. Com essa linha de atuação externa na politica de comércio exterior, o Brasil voltaria a estar plenamente inserido nos fluxos dinâmicos de comércio e de investimentos globais. 
                A eleição de outubro será um divisor de águas. Ou o Brasil avança com uma agenda de modernização interna e de inserção competitiva no exterior ou compraremos uma passagem, sem retorno seguro, para uma crise de proporção à que vive hoje a Grécia e que Portugal já viveu.

Rubens Barbosa. Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TPP vs Mercosul-UE: o primeiro começou 3 anos atras, o segundo se arrasta desde 1995...

Em qual acordo você aposta, caro leitor?
Bem, o TPP já está concluído, embora faltem alguns peso-pesados do comércio internacional, como China, Coreia do Sul, por exemplo. Mas está aí, e deve crescer, embora seus efeitos -- inclusive em função de outros esquemas de liberalização já em vigor -- devem se exercer ao longo dos próximos anos.
Quem aí aposta num acordo Mercosul-UE?
Alguém?
Bem, não quero chamar nenhum dos meus leitores, que acham que essa coisa vai sair, de ingênuos.
Ingênuos, e ideólogos estúpidos, são os companheiros, que implodiram a Alca-FTAA em 2005, e que achavam que depois iam conseguir rapidinho um acordo bonzinho com a UE. Sacripantas!
Nunca achei a Alca uma maravilha, e de fato não era; mas sem ela, os europeus não têm NENHUM motivo para ceder nos temas de interesse do Brasil e de seus parceiro no Mercosul.
Só idiotas não vêem isso.
Tenho muitos artigos e dezenas de postagens sobre a bobagem companheira, uma entre muitas que eles cometeram CONTRA os interesses do Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Mercosul e UE preparam lista de oferta para acordo de livre comércio
Portal UO, 5/10/2015
Com o início do último trimestre de 2015, começa a correr o prazo para Mercosul e União Europeia (UE) trocarem ofertas para um acordo de livre comércio entre os blocos econômicos. Os três meses finais deste ano são o período agendado com os europeus para a apresentação mútua de listas de produtos que poderão ter a tarifa zerada. Na quinta (1º) e sexta-feira (2) passadas, as delegações do Mercosul e da UE se reuniram no Paraguai para acertar os últimos detalhes.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, agora, caberá aos chanceleres e ministros da área econômica do Mercosul avaliar o resultado das reuniões em Assunção e decidir quando a troca ocorrerá. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, tem defendido a troca de ofertas ainda em outubro. As negociações para um acordo entre Mercosul e União Europeia começaram no fim da década de 1990 e, desde então avançam de maneira inconsistente.
Em 2004, chegou a acontecer uma troca de ofertas entre os blocos, que não resultou em acordo. Em 2010, as negociações foram retomadas mas a troca de ofertas agendada para 2013 não aconteceu. Segundo o Itamaraty, para serem consideradas satisfatórias, é esperado que as ofertas desonerem de 85% a 95% do volume do comércio de cada bloco econômico.
Na avaliação de Antônio Jorge Ramalho, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, o acordo entre Mercosul e União Europeia é positivo e necessário para os países latino-americanos. "De um lado, você tem necessidade de abrir os mercados para, no médio e longo prazo, reduzir os preços e a pressão inflacionária nas economias do Mercosul. Do outro, há o interesse em tornar as indústrias locais mais competitivas. Dar mais sustentabilidade, no longo prazo, às indústrias da região", afirmou.
Ramalho lembra, no entanto, que o aumento da concorrência pode penalizar as empresas que não investem em tecnologia. "As indústrias que não investiram suficientemente em tecnologia vão ter que pagar um preço. Vão ter que, ou sair do mercado, ou dar um salto", afirmou o professor, que considera o acordo oportuno, em um momento de contração da atividade econômica brasileira. "Na situação atual, vai ser muito positivo. Isso passa a integrar a estratégia de reativação da nossa economia", disse.
Na visão dele, o Mercosul é mais responsável pelo atraso na negociação do acordo do que a União Europeia. "Por muito tempo, o principal obstáculo era a Argentina, pelo custo político que teria no curto prazo. Ela tem dificuldade em estabelecer trocas mais abertas por causa dos seus problemas de competitividade. Mas, do ponto de vista sistêmico, isso é necessário para o Mercosul e inclusive para a Argentina".
Apesar de não conhecer o teor das propostas atuais, Ramalho acredita que esteja havendo entendimento entre os blocos econômicos, já que as negociações estão avançando. "Essas coisas não se fazem isoladas. Eles vão sinalizando, é um processo de negociações. A dinâmica normal é que, quando é apresentada a proposta, a outra parte já está sabendo [o teor]", declarou.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Acordo Mercosul-UE: Debate entre um protecionista e um cidadao normal (CBN)

Ouvi o debate e lamento que o Embaixador Samuel tergiverse sobre a abertura comercial. Na verdade, ele não quer abertura nenhuma, mas a continuidade da proteção e das tarifas altas.
Ele define o Mercosul como união aduaneira, o que é parcialmente verdadeiro, mas amplamente equivocado, pois ele não funciona como UA. Mas ele diz também que o Mercosul NÃO É uma zona de livre comércio (ZLC) o que é inteiramente falso, pois uma UA implica necessariamente uma ZLC, para dentro. E não deveria existir nenhuma objeção a que essa ZLC+UA parcial negocie um acordo de liberalização comercial com outra UA+ZLC.
O diferencial de tarifas para ele é algo congelado, e que deve permanecer aqui, pois se não tiver tarifa as empresas multinacionais desaparecerão, asi no más...
Nunca ouvi tantos equívocos juntos, e tanta obsessão protecionista.
Se dependesse dele, o Brasil continuaria fechado e eternamente protecionista. sem mencionar os equívocosde fundamentação ou de simples concepção de organização econômica: ele pretende que o governo oriente, comande e até obrigue as empresas a fazerem desta ou daquela forma: o viés fascista e corporativo é nítido. Samuel não acredita na autonomia das empresas: ele quer que o Estado diga a elas o que fazer, como fazer, por quanto vender...
Paulo Roberto de Almeida

Debate CBN, Segunda, 07/07/2014, 23:41

'União Europeia quer acordo com o Mercosul por causa da crise econômica'

O embaixador e professor do Instituto Rio Branco Samuel Pinheiro Guimarães participa da discussão com o professor de RI e membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP Alberto Pfeifer.
As discussões entre os dois mercados já se arrastam há 14 anos. Quais os motivos para tanta demora e que benefícios essa união traria para o país?
Segundo o diplomata, os europeus exportariam mais aos países do acordo aduaneiro sul americano do que ao contrário, o que não caracterizaria uma via de mão dupla.
Alberto Pfeifer, afirma que o Mercosul vem perdendo seu dinamismo econômico. Para o Brasil, a grande oportunidade está fora da Europa, em países com alto crescimento, como a China.



terça-feira, 3 de junho de 2014

Nuestros hermanos: supostos argentinos bloqueiam suposto acordo comercial com suposta UE

Supuestos hermanos, por supuesto...
Paulo Roberto de Almeida

BRASIL – ARGENTINA
Argentina tenta barrar negociação com União Europeia
RAQUEL LANDIM - DE SÃO PAULO
Folha de S. Paulo, 3/06/2014

Documento atribuído ao Itamaraty mostra que país vizinho não aceitou "plano B" sugerido pelo Brasil
Argentinos, que têm no Brasil um de seus principais mercados, temem ser deslocados por produtos europeus

Principal obstáculo para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, a Argentina quer impedir que Brasil, Uruguai e Paraguai negociem em separado com os europeus.
Segundo a Folha apurou, os argentinos temem que seus produtos sejam deslocados no mercado brasileiro por concorrentes europeus. A Argentina destina boa parte do que produz para o Brasil.
Mercosul e UE tentam retomar as negociações para um acordo, que estão travadas desde 2003. No Brasil, é grande a pressão do empresariado, que acusa o governo Dilma Rousseff de isolar o país do comércio global.
Uma comunicação interna atribuída ao Itamaraty por hackers, que vazaram centenas de documentos confidenciais na semana passada, mostra que Brasil e Argentina estão em rota de colisão nas negociações com a UE. O Itamaraty não confirma a veracidade dos documentos.
Num telegrama diplomático, é feito um relato sobre a última reunião entre negociadores sul-americanos e europeus, que ocorreu em Bruxelas no final de março. O encontro terminou sem avanços por causa da falta de ambição da proposta do Mercosul.
O impasse na negociação provocou um desentendimento entre Brasil e Argentina. Ao avaliar o resultado com os demais países do Mercosul, o representante do Brasil indicou que não aceitaria uma oferta pouco ambiciosa do Mercosul e que o país "terá um plano B".
O "plano B", que conta com a simpatia de Uruguai e Paraguai, é um cronograma de abertura diferente para cada país do Mercosul. Essa flexibilidade permitiria aos argentinos serem mais protecionistas que os demais.
A Argentina, porém, rechaçou o "plano B". Para o governo Cristina Kirchner, "ritmos diferenciados" de abertura dos mercados dos países do Mercosul seriam "incompatíveis com o aprofundamento da integração do bloco".

CARÊNCIA
Os europeus saíram decepcionados do encontro, porque não tiveram uma indicação clara da abrangência da oferta do Mercosul. O negociador da UE chegou a reagir de "forma negativa" ao ser informado de que um grupo de produtos poderá ter um "período de carência" para reduzir suas tarifas de importação.
A Argentina é o grande entrave do processo. Enquanto Brasil, Paraguai e Uruguai já conseguiram incluir 87% dos produtos na oferta para a UE, os argentinos resistem em abrir mais de 82% do seu mercado. Dizem que, no máximo, chegarão a 85%.
Além disso, insistem que precisam de um prazo de sete anos para começar a reduzir as tarifas de importação de cerca de metade dos produtos, que só seriam submetidos ao livre mercado em 15 anos. Os europeus recusam qualquer "carência".
Desde março, os negociadores do Mercosul se reuniram mais algumas vezes com poucos resultados.
Segundo apurou a reportagem, no último encontro em Caracas, os técnicos concluíram que não conseguem mais avançar e deixaram para os ministros tomar uma "decisão política" sobre o futuro do acordo com a UE. A reunião entre os ministros deve ser marcada em breve.

Exportações para país vizinho caem pelo 8º mês seguido
Folha de S. Paulo

DE BRASÍLIA - As exportações brasileiras para a Argentina caíram pelo oitavo mês consecutivo em maio, comprometendo o resultado da balança.
De janeiro a maio deste ano, o Brasil vendeu menos US$ 3,3 bilhões em produtos para o mundo em relação ao mesmo período de 2013. Quase a metade do montante deve-se ao que deixou de ser exportado para a Argentina --terceiro parceiro comercial do país e principal destino de manufaturados.
Apesar do desempenho fraco das vendas, a queda nas importações permitiu superavit comercial de US$ 712 milhões em maio. Foi o pior resultado desde 2002 para o mês, mas ajudou a reduzir o deficit no ano, agora em US$ 4,9 bilhões.

Novo acordo automotivo com Argentina não avança
Valor Econômico

Divergências em torno do estabelecimento de metas para a importação de autopeças fabricadas na Argentina por montadoras instaladas no Brasil ainda impediram o fechamento de um novo acordo automotivo entre os dois países. Uma reunião "secreta" entre autoridades brasileiras e argentinas ocorreu ontem à tarde, em Brasília, mas não conseguiu eliminar todas as pendências.
Mesmo sem nenhuma menção em sua agenda, o ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, recebeu em seu gabinete a ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi, para mais uma rodada de negociações. A reunião durou mais de três horas e não foi divulgada pela assessoria de Borges.
Nem mesmo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, pôde acompanhar parte da reunião e perambulava nos corredores do ministério à espera de informações sobre o que ocorria dentro do gabinete.
O maior impasse girava em torno das compras de autopeças pelas fábricas brasileiras. Elas importam US$ 20 bilhões por ano em partes e peças. Uma das reivindicações argentinas era ter metas progressivas para a substituição de fornecedores extra-Mercosul, como europeus e asiáticos, por produtos fabricados no país vizinho. O Brasil - tanto o governo quanto as montadoras - aceita trabalhar em um programa de estímulo à integração das cadeias produtivas, mas rejeita compromissos numéricos.
Os dois países já têm um entendimento garantido em torno do congelamento de suas atuais posições de mercado. Hoje, os carros brasileiros detêm 50% do mercado argentino; os veículos argentinos detêm 10% de fatia das vendas no Brasil. A tendência é que esses percentuais sejam mantidos, como teto, durante até três anos.
O acordo automotivo expira no dia 30. Se não for renovado, mesmo que temporariamente, volta a incidir a cobrança de tarifa de importação de 35% sobre o intercâmbio de veículos dentro do Mercosul. Diante do peso que isso representaria aos dois lados, a aposta é na renovação - pelo menos por um ano - do acordo.
Os fabricantes brasileiros tentam, até o último instante, convencer o governo a não aceitar que o novo acordo inclua a volta do "flex", que limitaria superávits na balança comercial do setor.
Caso isso não seja possível e o governo ceda a essa condição do lado argentino para fechar o entendimento, a indústria ainda tentará que o coeficiente seja igual ao que vigorou até junho de 2013, quando o flex era de 1,95. Isto é: para cada US$ 1 milhão em embarques de carros argentinos ao mercado brasileiro, o Brasil podia vender US$ 1,95 milhão em produtos automotivos à Argentina - ou vice-versa - sem a cobrança de tarifas.
Quem olha o resultado da balança do setor automotivo pode concluir que o flex seria uma condição aceitável para o lado brasileiro, já que o superávit brasileiro é pequeno. De janeiro a abril, a vantagem do Brasil é pequena, com US$ 2,54 bilhões em exportações de veículos e componentes para a Argentina e importações equivalentes a US$ 2,26 bilhões.
O problema, segundo uma fonte da indústria, é que o governo argentino conseguiu aproximar os valores à custas das chamadas Djais (Declaração Jurada Antecipada de Importação), um sistema de controle por meio do qual a liberação de produtos importados depende de autorização das autoridades argentinas.
O fim das Djais foi, inclusive, colocada pela indústria como sugestão de condição para o governo brasileiro oferecer uma linha de financiamento para os importadores argentinos. Os negociadores do país vizinho, entretanto, não aceitaram essa condição.

A Argentina quer um "flex" de 1,30. O governo brasileiro não vê problemas em definir a volta do sistema, mas quer alguma coisa intermediária, entre esse número defendido pelo país vizinho e o 1,95 que é o ano vigorava até o ano passado. O mais importante, conforme uma autoridade que acompanha o assunto, é ter flexibilidade suficiente para não comprometer os embarques das montadoras à Argentina. Uma nova reunião deve ocorrer, em Buenos Aires, na semana que vem.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mercosul-UE: mesmo se fosse so a Argentina, a negociacao nao prosperaria...

Não se deve creditar apenas ao protecionismo argentino o insucesso na preparação da posição negociadora do Mercosul para um mais do que hipotético acordo com a UE. O Brasil também tem arrastado os pés nesse processo, pressionado internamente, e mantendo sua tradicional postura introvertida.
Em todo caso, o fracasso é o de menos atualmente.
O mais clamoroso é mesmo o ridículo a que se submetem diplomatas e técnicos de política comercial (que na verdade não existe, só existe a política).
Paulo Roberto de Almeida

Acordo comercial entre UE e Mercosul ‘patina’

Última reunião dos sul-americanos parar uma oferta conjunta aos europeus terminou sem conclusão, e acerto agora depende de solução política 

27 de maio de 2014 | 21h 01
Mauro Zanata - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Atolada nas discussões técnicas e diplomáticas, a oferta conjunta dos países do Mercosul para um acordo de livre-comércio com a União Europeia depende agora de uma negociação direta entre os presidentes do bloco comercial sul-americano. A ultima tentativa dos negociadores, feita há duas semanas em debates na Venezuela, não evoluiu. O difícil acerto, apurou o Estado, está na dependência de uma "solução política".
A nova, e definitiva, rodada de negociações será tentada diretamente pelos presidentes durante reunião paralela da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para ocorrer à margem do encontro dos dirigentes do grupo BRICS, em meados de julho, em Fortaleza (CE), após a Copa.
Mesmo com a dificuldade para fechar a oferta comum, a presidente Dilma Rousseff considera uma "questão simbólica" apresentar uma proposta de acordo conjunto do Mercosul aos europeus ainda este ano. Mesmo que o acordo efetivo com a UE seja adiado para 2015. "Ela se comprometeu pessoalmente com isso na ultima viagem à Bruxelas", diz uma fonte graduada do governo.
Limite. O prazo para atingir um acordo interno no bloco sul-americano estava "próximo do limite" desde a ultima tentativa de acordo no fim de abril, após infrutífera negociação em Montevidéu. De lá para cá, não houve evolução. Só divergências, informaram negociadores brasileiros. A proposta única dos quatro países-membros não melhorou na última reunião do Grupo Mercado Comum (GMC) do bloco, realizada em Caracas.
Ate aqui, a oferta preliminar patina na insuficiência do prazo fixado para a redução a zero das tarifas sobre os produtos europeus e está imobilizada na abrangência do volume de comércio. O compromisso UE-Mercosul era iniciar a troca das ofertas até início de junho. Em Caracas, a Argentina voltou a travar as negociações e o Brasil não teve força para fazer a oferta avançar.
A proposta conjunta do Mercosul chegou à média de 82% do volume de comércio, ainda longe da meta de zerar ao menos 87% das tarifas.
Prazo. A oferta de prazo para a desgravação tarifária do Mercosul foi elevada de 12 para 15 anos, segundo relatos feitos ao Estado. Os europeus insistiam em dez anos, mas aceitariam 12 anos, desde que houvesse a ampliação do volume de comércio abrangido.
Ocorre que, além de ampliar o prazo para a desgravação, a Argentina insiste em incluir uma carência de sete anos nessa conta para garantir uma "transição". Os sócios não concordam, principalmente o Brasil.
Pior oferta. No cálculo comercial dos dois blocos, tem prevalecido a chamada "pior oferta". Ou seja, quando um país bloqueia a oferta de determinado produto, o bem fica fora da proposta. Isso não melhora o conjunto da proposta e, pior, reduz a média da oferta final. O produto passa a ser classificado como "sensível", o que prejudica os termos de um acordo único.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mercosul: descoordenacao e protecionismo argentino dificultam acordocom UE

Argentina entrega proposta parcial à UE e frustra Brasil

Valor Econômico, Sexta-feira, 22 de Novembro de 2013


O governo argentino frustrou negociadores brasileiros e apresentou uma proposta incompleta aos demais sócios do Mercosul para levar adiante as discussões de um esperado acordo de livre comércio com a União Europeia.
Antes de levar qualquer coisa aos europeus, o Mercosul faz um esforço para coordenar suas próprias posições. A Argentina deixou de fora da sua proposta três dos quatro eixos que costumam formar um acordo: serviços, investimentos e compras governamentais. Ela só apresentou, nas discussões internas do Mercosul, uma oferta de bens. Ou seja, especificou quais produtos importados da UE poderão ter suas tarifas de importação eliminadas - e em quanto tempo. Mas não fez nenhuma menção à abertura do mercado de serviços, à proteção de investimentos e a margens de preferências em suas licitações públicas para fornecedores europeus. Os demais parceiros do bloco sul-americano fizeram o dever de casa completo e incluíram as quatro áreas na proposta de acordo. Só a Venezuela, que ainda se adapta à tarifa externa comum, está fora das discussões.
O compromisso de entregar uma oferta de liberalização comercial à UE, até o fim de dezembro, foi assumido por todo o bloco. O Paraguai, mesmo ainda estando formalmente fora do Mercosul, e o Uruguai já haviam fechado suas propostas. A Argentina vinha fazendo suspense em torno de sua posição nas negociações. Na semana passada, enviou a Brasília uma delegação de ministros para reiterar o interesse em evoluir nas negociações.
Logo em seguida, entretanto, houve decepção com o que os argentinos realmente colocaram sobre a mesa. Na sexta-feira, numa reunião em Caracas, o aborrecimento dos técnicos foi tão grande que o encontro acabou horas antes do término previsto.
Além de não incluir em sua proposta três áreas importantes em qualquer acordo de livre comércio, o governo argentino levou aos demais sócios do Mercosul uma oferta de eliminação de tarifas que cobre um nível de comércio tido como insuficiente para avançar nas discussões com a UE. Os europeus exigem o fim das alíquotas sobre cerca de 90% de suas exportações ao bloco sul-americano. Uruguai e Paraguai já superaram esse patamar em suas propostas. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou uma oferta do Brasil que abrange 87% do comércio. O compromisso argentino ficou abaixo disso.
O governo brasileiro tem preferência por conciliar posições e chegar a uma proposta conjunta do Mercosul, mas já levou a Buenos Aires a mensagem de que isso seria impossível com o atual nível de ambição da Argentina.
A dúvida, entre os negociadores brasileiros, é se a Argentina deu sua posição definitiva ou ainda está aberta a melhorar sua oferta e incluir as demais áreas. Se não houver melhorias, a única alternativa será ter uma proposta conjunta do Mercosul que envolva as regras gerais do acordo, mas com velocidades diferentes de abertura comercial com a UE. O tempo é curto: o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, que coordenam as negociações do lado brasileiro, querem levar essa proposta até o dia 15 de dezembro.
Para dar peso político à apresentação da oferta de acordo, os ministros Luiz Alberto Figueiredo e Fernando Pimentel cogitam levar pessoalmente a proposta, em Bruxelas - sede da Comissão Europeia. O Brasil fará uma oferta com ou sem a Argentina.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mercosul: Argentina preocupada com jogo proprio do Brasil

Señales de juego próprio


Durante el segundo semestre del año, el gobierno brasileño ha venido emitiendo señales que estarían indicando su predisposición para dar un viraje trascendental a la política internacional del país en materia económica y comercial. Este giro se consumaría con la celebración del primer acuerdo de última generación con países desarrollados, esto es, la Unión Europea (UE), aunque hasta ahora figura bajo la apariencia de un compromiso a ser contraído por el Mercosur en bloque.

En tal sentido, es notorio que tanto Uruguay como Paraguay habrán de sumarse al desafío. Y también se ha explicitado en declaraciones oficiales que Venezuela todavía no está en condiciones de hacerlo por no haber completado aún la incorporación al Mercosur. Pero ¿qué actitud asumirá la Argentina?

En primer lugar, propongo examinar las medidas adoptadas recientemente porBrasil, con el objeto de constatar que, más allá de los anuncios, habría una decisión política de reforzar a la brevedad las condiciones de competitividad previendo los desafíos planteados por la nueva modalidad de inserción internacional.

Entre otras disposiciones, en el último tiempo se destacan:

• La fijación de un procedimiento acelerado a fin de acceder a los beneficios fiscales para investigación y desarrollo, según previsiones de la ley de informática.

• Avances en el proyecto de ventanilla única con el objeto de unificar trámites de exportación.

• Activación de un régimen especial de reintegro de valores tributarios para empresas exportadoras.

• Puesta en marcha de la Agencia Brasileña Gestora de Fondos (ABGF)

• Aumento de recursos y extensión para pequeñas empresas de las prestaciones contempladas en el Programa de financiamiento de exportaciones (Proex).

• Inauguración en Ceará de la primera Zona de Procesamiento de Exportaciones, configurando así áreas primarias de control aduanero y acceso a tratamientos especiales; desgravación, hasta fin de 2014, de aranceles a la importación para bienes de capital, informática y telecomunicaciones no producidos en el país.

• Sustitución de un decreto de 1995 sobre investigaciones antidumping , acortando plazos para la aplicación de disposiciones provisionales de protección.

En segundo lugar, más allá del intercambio de ofertas y demandas de desgravación arancelaria entre los países del Mercosur y la Unión Europea, si damos por sentada la predisposición deBrasil a culminar esas tratativas, ¿cuáles serían las opciones argentinas?

La hipótesis más probable tiene que atenerse a la actualidad político-económica signada por "cepos" comerciales y cambiarios que impiden la suscripción de un compromiso semejante.

Deberíamos esperar entonces una concertación de plazos o instancias suspensivas de aplicación que confirmarían la tendencia al aislamiento. No resulta difícil imaginarlo: las concesiones acordadas entre Brasil y la UE potenciarían a los respectivos mercados en perjuicio de las expectativas argentinas para recibir inversiones y desarrollar su oferta exportable.

La hipótesis alternativa de una participación argentina cabe únicamente si aquellos "cepos" desaparecen. Pero en tales circunstancias aún habría que considerar el camino por seguir.

El primer camino consistiría en alinear las posiciones negociadoras con las deBrasil. Pero dadas las conocidas disparidades estructurales entre ambos países, así se consagraría a Brasil como el interlocutor directo de la UE, haciendo realidad la temida "Brasil-dependencia".

El segundo camino está plagado de obstáculos, pero parece más adecuado.

Doble renegociación

Consistiría en blanquear las diferencias con Brasil reconociendo que las disparidades estructurales preexistentes entre países en desarrollo tienden a agudizarse cuando esos países entablan vínculos similares con países desarrollados. Por ello, para la Argentina una negociación responsable con la UE implicaría, necesariamente, renegociar los vínculos con Brasil, hasta ahora distorsionados por el espejismo del Mercosur.

Ello significaría, entre otras cosas, acordar reglas para evitar que las subvenciones a la producción distorsionen el comercio recíproco e incidan sobre la radicación de inversiones; garantizar la operatividad de un mecanismo bilateral de salvaguardias, y prevenir eventuales desplazamientos de mercados en beneficio de Brasil si finalmente los dos países no alcanzaran a negociar en conjunto con la UE reglas sanitarias y fitosanitarias, y obstáculos técnicos al comercio..

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mercantilismo mercosuliano: de volta aos Navigation Acts do seculo 17 (mucho loco...)

Pois é, parece louco mas é assim: quando a gente pensa que, finalmente, o Brasil, o Mercosu, a América Latina vão avançar para o século 21, eis que de repente, não mais que de repente, eles recuam para os tempos do mercantilismo, do século 16 e 17. Incrível, mas verdadeiro.
Vejam apenas esta informação, em relação às negociações (mais do que decenais) entre Mercosul e UE:
"Argentina quiere que sus exportaciones salgan del Mercosur únicamente en barcos con bandera de estados del bloque."
Para trás Mercosul, em direção ao passado...
Paulo Roberto de Almeida

Uruguay se apoya en Brasil para buscar pacto con UE 
Juan Pablo Correa
El País (Uruguai), 15/11/2013

Brasil y Uruguay ya tienen una lista de unos 100 ítems arancelarios con respecto a los cuales planean ofrecer desgravaciones a la UE antes de fin de año pero Argentina aún no lo ha hecho. Es que Brasil sabe que en 2014 pasará a ser considerado un país de ingreso medio lo que le hará perder desgravaciones que podría retener si quedan plasmadas en un acuerdo de libre comercio. Y también sabe que la paciencia europea con Argentina, puesta a prueba con la expropiación en ese país a la petrolera española Repsol, está cerca de llegar a su fin. El bloque europeo ha dejado entrever que va a "esperar" por el Mercosur no mucho tiempo más y que si Argentina no muestra voluntad negociadora, limitaría las tratativas a Brasil y Uruguay.

Las conversaciones se lanzaron en 1998 aunque no se realizan reuniones desde 2012, pero han sido relanzadas por la presidente brasileña Dilma Rousseff.

La mandataria se reunió el fin de semana pasado con su colega uruguayo José Mujica y ambos hablaron de la importancia estratégica de relanzar el diálogo. Y Mujica ha hablado recientemente de que Argentina ha tomado una actitud "insular" y adoptado actitudes que hacen "añicos" al Mercosur.

Precisamente, técnicos de Uruguay, Argentina, Brasil y Paraguay se reunirán hoy en Caracas para presentar e intercambiar las propuestas que los respectivos países llevarán a la discusión de un acuerdo con la Unión Europea.

En momentos en que Brasil y Uruguay buscan dinamizar y proyectar al Mercosur hacia afuera de la región a través de este acuerdo comercial, la mala relación con Argentina y el reciente episodio de la prohibición del gobierno kirchnerista de los transbordos en los puertos uruguayos siguen generando reproches. La comunidad portuaria comienza a dar señales de extrema preocupación y a pedir una solución pragmática. El canciller Luis Almagro dijo ayer que las medida argentinas "están abiertamente en violación" del marco que regula el comercio de servicios en el Mercosur".

De todas formas, los privados ya dan señales de que no esperan mucho de las gestiones oficiales y piden que se estudie alguna opción intermedia. En una concurrida reunión realizada el miércoles en el Centro de Navegación su presidente, Mario Baubeta, abogó por buscar una solución de compromiso y su postura fue apoyada.

Fernando Correa, gerente de relaciones institucionales de Katoen Natie, la operadora de la principal terminal de contenedores montevideana, dijo a El País que se podría aceptar un acuerdo de cargas con Argentina que implicara "excepciones" por las que no solamente se aceptarían buques de banderas del Mercosur sino también, en casos específicos, de fuera de la región. Así, se podría mantener algo de actividad logística.

Argentina quiere que sus exportaciones salgan del Mercosur únicamente en barcos con bandera de estados del bloque. Como Uruguay se opone a esa posibilidad, prohibió los transbordos de productos argentinos en Montevideo .

"Perdimos ya 8.000 o 9.000 contenedores. La operativa bajó a la mitad. Un barco que siempre se iba con entre 800 y 1000 contenedores llenos se fue esta semana con 250. No vienen contenedores de Argentina para transbordo No podemos seguir así", dijo Correa.


En la comunidad portuaria se confía en que la necesidad de acordar con la UE (que no acepta un acuerdo de carga en el Mercosur) lleve a Brasil a intermediar para dar "un poco de aire" al puerto montevideano.

Depois dos emprestimos secretos, a diplomacia secreta: Acordo Mercosul-UE (El Cronista, BAires)

Sem comentários...
Ou apenas um: o lead se refere a um vice-ministro, que passa antes do chanceler...
Paulo Roberto de Almeida

Kicillof viajó de incógnito a Brasil para dilatar acuerdo con la UE
El Cronista (Argentina), 15/11/2013

Acorralada por las presiones de Brasil para avanzar en un acuerdo de libre comercio con la Unión Europea, la Argentina se habría comprometido a presentar en las próximas horas una propuesta con la lista de productos en los que está dispuesta a realizar concesiones, así como también en los reclamos que pretende por parte de Europa. Sin embargo, fuentes cercanas a la negociación relativizaron esta promesa e hicieron hincapié en que “la oferta aún está verde”.

Altos funcionarios del Gobierno viajaron el miércoles a Brasilia y se reunieron, en absoluta reserva, con sus pares locales, a quienes les garantizaron que harían esta semana una oferta. Hoy habrá una reunión a nivel técnico en Caracas, donde los referentes de los distintos países del bloque buscarán acercar posiciones. Las posturas más alejadas son las planteadas por los principales países del Mercosur, ya que Brasil quiere avanzar con el acuerdo y la Argentina buscó dilatar la negociación lo máximo que pudo. Hasta ahora, que el gobierno de Dilma Rousseff dio el ultimátum al plantear que si el país no hacía una oferta, avanzarían de igual modo. Brasil tiene una clara decisión de negociar, ya que cree que un acuerdo con la UE le resultará beneficioso en el largo plazo en términos de comercio e inversiones.

Del encuentro realizado anteayer en Brasilia, participaron los cancilleres de ambos países, Héctor Timerman y Luiz Alberto Figueiredo; el ministro de Desarrollo, Industria y Comercio de Brasil, Fernando Pimentel; el viceministro de Economía argentino, Axel Kicillof, y el secretario de Planeamiento Estratégico de la cartera de Industria, Horacio Cepeda. “Ellos –por los argentinos– nos llamaron y nos dijeron que estaban dispuestos a hablar. Entonces los invitamos a esta reunión”, dijo el jefe de la Cancillería al término del encuentro.

Desde Brasil se mostraron satisfechos con el encuentro porque habría habido “avances”, según Figueiredo, pero en el gobierno argentino insisten en recalcar que la UE pretende la apertura en el sector de bienes y servicios pero no cede en materia agrícola, rubro que defienden con fuerte proteccionismo. Los números indican que la Argentina deja de ganar u$s 12.000 millones anuales por los controles que aplica Europa.

El viejo continente tiene un alto nivel de protección, por ejemplo, en biodiesel, carne vacuna y frutas, mientras que la Argentina atraviesa un sólido proceso de industrialización, argumentan en los despachos oficiales.

Reuniones con industriales

En los últimos meses, el Gobierno mantuvo reuniones con representantes de distintos sectores industriales para sondear cuánto estaban dispuestos a conceder en materia arancelaria. Algunos pidieron ser excluidos de la negociación, como el rubro autopartista, mientras que otros avalaron la opción de avanzar hacia una desgravación arancelaria pero de forma gradual y con un plazo de 15 años.

“La Argentina va a hacer una propuesta no negociadora y cada vez se escucha más la idea de una negociación a dos velocidades: una más rápida liderada por Brasil y apoyada por Paraguay y Uruguay, y otra más lenta, de Argentina y Venezuela, que incorpore menos productos y plazos más largos de desgravación”, señaló una fuente cercana a la discusión.
Estas diferencias generarán una ruptura del Mercosur como bloque, ya que generará una perforación del Arancel Externo Común (AEC). “La Argentina está en una encrucijada entre tener un conflicto interno o con el Mercosur”, consideró un empresario del rubro automotriz.


La expectativa era que el intercambio de ofertas entre el bloque regional y Europa se realice a fin de año, pero los expertos en estas negociaciones adelantan que será difícil.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Venezuela NAO faz parte do Mercosul - Camex dixit...

Camex aprova acordo de livre comércio entre Brasil e UE; Venezuela fica de fora

Mercosul-e-União-Européia
Arko-Infolatam, 9/10/2013
José Maurício dos Santos
O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), presidido pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, aprovou o acordo brasileiro de livre comércio que integrará o documento do Mercosul a ser entregue à União Europeia (UE).
O documento deverá ser entregue até o fim deste ano e integrará propostas de, além do Brasil, Argentina Uruguai e Paraguai.
Paradoxo
A Venezuela, apesar de ser a atual presidente do bloco, pelo menos por hora, não terá suas sugestões integradas ao documento, uma vez que o acordo reconhece que o país ainda precisa da aprovação do parlamento paraguaio para ser considerada membro-pleno. Ou seja, o Mercosul vive hoje esse paradoxo: politicamente a Venezuela faz parte do bloco, até o preside; economicamente ainda não é reconhecida.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Las interminables negociaciones UE-Mercosur - Carlos Malamud

Las negociaciones UE Mercosur a la espera de nuevas definiciones

America Latina Europa
En el presente mes de septiembre tanto la UE como Mercosur deberían presentar sus ofertas en materia comercial
Infolatam
Madrid, 15 septiembre 2013 
Por CARLOS MALAMUD
(Infolatam).- La firma de un Tratado de Asociación entre la Unión Europea (UE) y Mercosur sigue en el aire. Si bien en la Cumbre UE – América Latina y Caribe celebrada en Madrid en mayo de 2010 se acordó relanzar la negociación con el objetivo de cerrar antes de finales de ese año un acuerdo birregional, poco se ha avanzado desde entonces en la materia.
En el presente mes de septiembre tanto la UE como Mercosur deberían presentar sus ofertas en materia comercial, ya que en los aspectos político y de cooperación no parecen existir grandes diferencias. Pero es precisamente en ese punto donde las resistencias dentro de Mercosur son mayores. Pese a no ser ésta la única causa del atraso negociador, es una de las más importantes.
A esto se agregan los cambios trascendentales ocurridos tanto en la UE y el Mercosur como en el contexto global. En la UE se pasó de una asociación de 15 miembros a otra de 28, mientras que en el Mercosur el ingreso de Venezuela fue acompañado de la suspensión de Paraguay. Recientemente el anuncio de negociaciones entre Estados Unidos y la UE para firmar un mega acuerdo de libre comercio transatlántico que se suma a la iniciativa del Trans-Pacific Partership (TPP) ha impactado de lleno en la relación UE – Mercosur.
Pese a ser apoyada por Dilma Rousseff José Mujica, la incorporación venezolana al bloque subregional suramericano debilita la posición negociadora de Brasil frente a la UE. El gobierno bolivariano hace gala de una filosofía comercial antagónica con el libre comercio y la abolición o reducción de sus barreras arancelarias no figura entre sus premisas.
Simultáneamente en Brasil ven con preocupación la próxima pérdida de sus preferencias comerciales con Europa. El país ha sido clasificado por la UE como de renta media alta, una decisión que comenzaría a tener consecuencias a partir de 2014. De este modo, según el Financial Times, cerrar un acuerdo con la UE se ha convertido en una necesidad urgente para el gobierno brasileño.
En Brasilia ya es un secreto a voces que Rousseff ha perdido la “paciencia estratégica” que tenía con Argentina y, muy especialmente, con los gobiernos kirchneristas. En los últimos meses su relación con Cristina Fernándezse ha ido tensando de forma creciente y hay muchos empresarios, funcionarios y políticos que insisten en que “Con Argentina o sin Argentina es necesario arreglar pronto con Europa”.
Sin embargo ni la UE ni mucho menos Brasil, dada su compleja relación con sus vecinos, están interesados en ser los responsables de la desaparición de Mercosur. De ahí la necesidad de buscar soluciones imaginativas para esquivar las actuales rigideces institucionales que impiden a sus miembros negociar unilateralmente tratados comerciales. Si eso no fuera posible, cada vez son más los que se atreven a afirmar que Brasilia podría discutir en solitario un Tratado con la UE, convencidos de que su paso sería rápidamente seguido por Uruguay e inclusive por Paraguay.
Entre las opciones barajadas para eludir lo dispuesto en la Decisión 32/00 que prohíbe a los países del Mercosur negociar de forma individual se ha comenzado a hablar de un posible acuerdo a dos velocidades. El precedente es el Acuerdo de Complementación Económica Nº 59 de 2003 firmado por Mercosur con Colombia, Ecuador y Bolivia (la Comunidad Andina).
De este modo, todos los miembros del Mercosur deberían negociar y firmar un acuerdo marco para avanzar en el Tratado con la UE. En un momento posterior Brasil debería presentar su propuesta y calendario de desgravación arancelaria al tiempo que recibiría de forma recíproca el esquema de la UE. Si bien es factible que Uruguay y Paraguay se sumen de inmediato, los restantes países, especialmente Argentina y Venezuela, no tendrían que cumplir los mismos plazos, aunque en algún momento también se deberían sumar a la negociación.
Según el último informe de la CEPAL sobre comercio exterior los países latinoamericanos se verían seriamente afectados por los mega acuerdos regionales de libre comercio. Sin embargo, no todos ellos sufrirían las mismas consecuencias. Los más abiertos y con TLC firmados con Estados Unidos y la UE estarían en una situación más favorable que los demás. Éste es un tema de creciente preocupación para las autoridades brasileñas y una de las principales diferencias entre los países de la Alianza del Pacífico y los del Mercosur.

domingo, 20 de novembro de 2011

Relacoes Mercosul –Uniao Europeia: um questionario de 2004 - Paulo Roberto de Almeida

As perguntas abaixo foram respondidas a um jornalista espanhol, que preferiu dirigir-me as perguntas em inglês, mas alertando que eu poderia responder em português. Sequer reli o que respondi na ocasião, em 24 de maio de 2004, mas todas as respostas devem ser lidas no contexto da época.


Relações Mercosul –União Européia
Respostas a questionário

Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; Brasília, 24 maio 2004)

1) Do you think it is possible to concrete an agreement among The European Union and Mercosur in order to sign up the final agreement in November? What  do you thing are the major problems that could explain the fact that this  agreement had been postponed so many times?
            PRA: É, sim, possível um acordo entre o Mercosul e a UE, mas não acredito que ele seja abrangente como poderia ser, ou verdadeiramente caracterizado pelos princípios do livre comércio. Por caracterísitcas próprias a cada bloco, o acordo será o reflexo dos protecionismos setoriais que bloquiam uma verdadeira liberalização abrangente, convertendo esse acordo em algo mais do que comércio administrado. Ainda assim, a situação do comércio recíproco estará facilitada, e novos fluxos de intercâmbio vão se estabelecer.
            Os problemas principais se situam, por um lado, no renitente, reiterado e injusto protecionismo agrícola europeu e, por outro lado, no renitente, reiterado e irracional protecionismo industrial e de serviços por parte do Mercosul. Nenhum dos lado parece disposto a fazer um verdadeiro esforço para se libertar desses protecionismos setoriais, que prejudicam em primeiro lugar seus próprios consumidores, ainda que beneficiem os lobbies agrícolas, industriais e comerciais com eles identificados.
            Em outros termos, teremos liberalização parcial dos fluxos de comércio mas não verdadeiramente livre comércio.

2) If the parties don´t make any agreement, do you think that might be harmful for the progresses of Mercosur carried out by Lula´s initiatives? Could this  disagreements change the mind of the members of MERCOSUR in relation to ALCA  in detriment of the European Union? Could this be perjudicial for MERCOSUR in relation to its subregional identity?
            PRA: Não há uma relação direta entre os progressos internos ao Mercosul e os acordos comerciais que este bloco possa fazer externamente, nos planos regional (com a CAN, por exemplo), hemisférico (Alca), birregional (com a UE) e multilateral (OMC). O Mercosul padece de problemas internos que derivam de suas fortes assimetrias macroeconômicas e sociais, bem como da incapacidade política dos governos dos países membros em internalizar de fato as medidas propostas, discutidas, acordadas e muitas vezes adotadas, que independem do aprofundamento da liberalização comercial externa para serem implementadas.
            Por outro lado, progressos da liberalização nos planos regional e multilateral podem estimular, ou induzir, o Mercosul a aprofundar seu próprio processo de integração, na medida em que se não o fizer ele pode se tornar irrelevante do ponto de vista das preferências internas ou retirar legitimidade intrínseca ao próprio processo de integração.
            Do ponto de vista político, persistem inclusive diferenças de percepção, entre os países membros do Mercosul, entre as vantagens respectivas da Alca e do acordo com a UE, segundo os parceiros. Uruguai e Argentina parecem privilegiar um acordo na Alca, ao passo que o Brasil, por razões essencialmente políticas do partido que agora ocupa o poder (PT), parece privilegiar um acordo com a UE, por considerá-lo mais benéfico. Trata-se, porém, em grande medida, de preconceito contra os Estados Unidos e a Alca.
            Não há uma definição clara do que poderia ser prejudicial para o Mercosul em termos de identidade regional, uma vez que a maior parte dos países parece enfatizar a importância de uma relação mutuamente proveitosa com os Estados Unidos e vêem como positivo um acordo no âmbito da Alca, ao passo que o Brasil inclina-se mais favoravelmente a um acordo com a UE.

3)  Do you think that the enlargement of the European Union can be harmful for the agreement between the European Union and Mercosur?
            PRA: Os efeitos são diversos e complexos, mas motivos de preocupação existem, na medida em que todo bloco comercial, restrito ou amplo, sempre significa um certo potencial de desvio de comércio. A ampliação do bloco europeu poderá significar maior desvio de comércio intra-bloco e portanto menores oportunidades para exportações a partir do bloco do Mercosul. Deve-se igualmente considerar os efeitos em termos de reforço de certas políticas negativas como o subvencionismo interno e externo na área agrícola, onde estão concentradas as vantagens comparativas do Mercosul.
            Ou seja, mesmo que exista um acordo Mercosul-UE, ele pode produzir efeitos limitados em vista da ampliação da UE aos novos países membros.
            Por outro lado, em outras linhas produtivas, o mercado europeu pode estar ainda mais atrativo, pela sua nova amplitude e extensão.

4)  One of the items is the beginning of a possible agreement with the Andinean  Countries and Central America, do you think it would take so more time as the negotiations with MERCOSUR?
            PRA: Já existe um acordo de princípio entre o Mercosul e a CAN, que se aproxima mais do conceito de preferências tarifárias do que de livre comércio, mas progressivamente os intercâmbios entre as duas regiões vão se intensificar.
            Não há, por outro lado, nenhum progresso real em termos de acordo comercial entre o Mercosul e países da América Central, que sempre vai estar mais vinculada aos mercados da América do Norte, a começar pelos Estados Unidos.

5)  Do you think that the cooperation between Kirchner, Lula and Chaves could benefit the estrategic assotiation between the two regions? Why this  cooperation, this new way of cooperation that was very important two in the  creation of G-3 and G-20?
            PRA: Não há essa cooperação tripartite, mas tão somente uma excelente cooperação, institucionalizada, entre o Brasil e a Argentina, com maior aproximação política dependendo dos presidentes (o que parece ser o caso agora com Lula e Kirchner), e uma certa aproximação política entre esses dois países e a Venezuela de Chavez, mas este dirigente parece ter problemas mesmo com aqueles outros líderes que poderiam ser seus aliados na defesa da legalidade, ao administrar mal a crise política da Venezuela.
            Não há esse G-3 entre os três países, pois o únicoG-3 de que se fala atualmente no Brasil é o esquema que aproxima este país da África do Sul e da Índia. O outro G-3 da América Latina refere-se a um acordo de liberalização comercial Chile-México-Colômbia, concluído na Aladi, no início dos anos 90.
            O G-20, por sua vez, tem vida própria e está mais vinculado às posições negociadoras em agricultura na OMC do que a qualquer esquema político na América do Sul.

6)  Do you think Spain is vitalizing the relations between the two regions in this third meeting? What is the balance of the Spain initiatives in the last  two?
            PRA: A Espanha tem desempenhado um papel fundamental não apenas nos processos de cooperação política e econômica (cúpulas ibero-americanas e euro-latino-americanas), como também na implementação prática da interdependência econômica recíproca, ao ser um dos maiores investidores, se não o maior, na região. Ela continuará a ter um papel relevante nesses processos político-diplomáticos e econômicos, voltando a dispor, em conseqüência, de um poder político e econômico que ela nunca mais tinha tido desde o final da dominação colonial sobre o continente. Esse poder, obviamente, é feito atualmente em benefício de todos os povos da região e da Espanha.