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terça-feira, 24 de maio de 2016

Fundo Soberano: um dos grandes crimes economicos do lulopetismo - Paulo Roberto de Almeida

Meu take sobre uma das medidas anunciadas neste dia 24 de maio de 2016 pelo governo interino: 

Um dos grandes "crimes econômicos" do PT: o Fundo Soberano.
O governo interino anunciou hoje a liquidação do mal denominado "Fundo Soberano", que não era nem Fundo, nem Soberano, e que NUNCA deveria ter sido criado, uma vez que o Brasil NUNCA reuniu os dois principais requerimentos para exibir um: superávit fiscal e superávit de transações correntes. Esse Fundo foi uma completa fraude, e talvez uma medida para que o governo inepto e corrupto dos companheiros tivesse acesso a alguns bilhões de reais (em dólares) para seu uso SEM CONTROLE do Legislativo.
O governo anunciou que pretende recolher R$ 2 BILHÕES desse Fundo, mas não é dito que esse Fundo já contou, de forma muito heterodoxa aliás, mais de R$ 15 BILHÕES, que poderiam ter rendido pelo menos mais 5 ou 6 bilhões.
Acontece que o governo corrupto do PT enfiou pelo menos um valor equivalente em ações da Petrobras, compradas na alta, que simplesmente se VOLATILIZOU com a Grande Destruição perpetrada pelos assassinos econômicos. Ou seja, nós, brasileiros, o Brasil, perdeu mais de 15 bilhões com a inépcia (para não dizer a corrupção) companheira.
Este é um dos MAIORES CRIMES ECONÔMICOS do PT, que deve ser devidamente contabilizado pelos analistas.
 
Dois anos atrás eu já escrevia sobre essa fraude companheira: 

Crimes econômicos do lulo-petismo: o Fundo Soberano do Brasil


Dentre todos os crimes econômicos do lulo-petismo - e eu não estou considerando as patifarias deliberadas, que são muitas, apenas os erros catastróficos de gestão - este avulta como um dos maiores, disputando acirradamente o primeiro lugar com as incompetências no setor de energia (todas as formas: eletricidade, combustíveis, exploração de petróleo, etc.), os gastos inacreditáveis com as refinarias (Pasadena, Abreu e Lima, Maranhão), os "investimentos" do BNDES ou a ainda mais inacreditável transposição das águas do São Francisco.
Começa que o FSB não é um Fundo, não é Soberano e tampouco é do Brasil, sendo mais apropriadamente uma Falcatrua Surpreendente dos Bolcheviques do PT, uma inacreditável história de incompetência, de má gestão e desastres sucessivos, que causaram um imenso prejuízo contábil efetivo, e uma outra perda incomensurável, pouco aferível, do lado do custo-oportunidade. Começa pelo fato de que o Brasil, comparado a todos os demais países que mantêm FSs, é justamente um país que reúne todas as condições para NÃO ter um FS. Ele não tem nem superávit fiscal, nem de transações correntes. De onde saíram os recursos para o FSB? Como é que um país, administrado por idiotas e criminosos econômicos, se endivida em Selic - média de 11% - para obter um rendimento abaixo de 4%??? Como se fez isso? Quem permitiu? Onde estão o Congresso, o TCU, o MP, a PG-FN, que nunca controlaram isso? Onde estão os relatórios de gestão do FSB?
Esses criminosos econômicos do PT, a começar pelo Ministro da Fazenda e pelo Secretário do Tesouro, deveriam ser processados por crimes repetidos de responsabilidade econômica, serem demitidos e enfrentar cadeia, o que aconteceria em qualquer país sério. 
Procurem neste blog tudo o que eu já escrevi contra o FSB, um dos maiores crimes econômicos, dentre muitos outros, cometidos pelos lulo-petistas, neste caso petralhas, contra o Brasil. 
Paulo Roberto de Almeida
 
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 Meu colega blogueiro Felippe Hermes, do blog Spotniks, também escreveu sobre esse Fundo numa postagem feita nesse blog em 23 de setembro de 2014, sob este conjunto de ações alopradas:

 (...)
Fundo Soberano
Prática comum em países com um forte superávit em transações correntes – ou seja, em excedente de dólares – a prática de criar um fundo de investimentos para aplicar em outros países e projetos seduziu o governo brasileiro, na onda da “descoberta” do Pré-Sal.
Assim como não possuiu um superávit em transações correntes – o que em geral ocorre em países produtores de petróleo, como os árabes – o fundo soberano brasileiro também não possui foco em investimentos no exterior. Seus recursos, cerca de R$15 bilhões, foram destinados a compra de ações de empresas estatais brasileiras, como a Petrobrás, em parte do processo de capitalização da empresa para suportar os investimentos no Pré-Sal.
O Fundo, que era dono de R$12 bilhões em ações da estatal, viu seu valor cair 40%, e invertendo a lógica do mercado, vendeu na baixa, depois de ter comprado na alta.
Atualmente o fundo ainda é dono de R$2,5 bilhões em ações do Banco do Brasil, e possui 80% de seu patrimônio investido em uma conta do próprio governo, com remuneração de 98% da taxa Selic.
Prejuízo estimado – R$4,4 bilhões.

A America Latina na geopolitica mundial - artigo Paulo Roberto de Almeida (revista do CEDIN)

Meu artigo mais recente publicado:


1225. “A América Latina na geopolítica mundial: perspectivas históricas e situação contemporânea do Cone Sul”, Revista Eletrônica de Direito Internacional do CEDIN (Belo Horizonte: CEDIN, vol. 17, 2016, ISSN: 1981-9439; p. 342-367; link para a revista: http://www.cedin.com.br/publicacoes/revista-eletronica/#Volume_17; link para o artigo: http://www.cedin.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Vo-Paulo-Roberto-Almeida_A-Am%C3%A9rica-Latina-na-geopol%C3%ADtica-mundial-perspectivas-hist%C3%B3ricas-e-situa%C3%A7%C3%A3o-contempor%C3%A2nea-do-Cone-Sul-OK.pdf). Relação de Originais n. 2933.

 Trecho inicial: 


A América Latina na geopolítica mundial: perspectivas históricas e situação contemporânea do Cone Sul
Latin America and the world geopolitical framework: historical perspectives and the contemporary context of the Southern Cone

Paulo Roberto de Almeida





Resumo: Ensaio de caráter histórico e também analítico-prospectivo sobre os processos de desenvolvimento econômico e de inserção econômica internacional dos países latino-americanos do Cone Sul, com destaque para os ensaios de integração comercial, em escala sub-regional, ou plurilateral. Evidencia-se o relativo isolamento da região dos mercados e dos intercâmbios mais dinâmicos da economia mundial contemporânea, ao terem os países da América Latina privilegiado processos nacionais de desenvolvimento econômico e social, com pouca abertura aos fluxos e cadeias produtivas e comerciais englobando outras regiões, ainda que alguns países – a Aliança do Pacífico, por exemplo, formada por México, Colômbia, Peru e Chile – tenham buscado inserir-se nos novos exercícios de abertura econômica, de liberalização comercial e de integração produtiva, que se deslocam paulatinamente do Atlântico norte para a bacia do Pacífico.
Palavras-chave: economia mundial; integração econômica; comércio internacional; Cone Sul da América Latina.

Abstract: Historical and analytical essay on the economic development and the world economic integration of the Southern Cone Latin-American countries, with emphasis on the attempts at commercial integration, at sub-regional level, or in the plurilateral context. There is a clear pattern of a relative insulation of those countries from the most dynamic flows and markets of the world economy, as Latin American Southern Cone relayed mostly on national developmental processes, with very few opening towards those flows and value chains that encompasses other regions, albeit some countries – those of the Pacific Alliance, that is Mexico, Colombia, Peru and Chile – have endorsed those new exercises of economic opening and trade liberalization, moving preferentially from the north Atlantic toward the Pacific basin.
Key words: world economy; economic integration; international trade; Latin American Southern Cone.



1. A sucessão de preeminências na economia mundial e a América Latina
Existem duas maneiras de analisar a questão da sucessão de hegemonias políticas e econômicas no sistema internacional e a posição da América Latina nesse contexto: uma pelo lado histórico ou sistêmico, ou seja, pelas tendências estruturais de longo prazo, a outra pelos dados da conjuntura, que são naturalmente caracterizadas por flutuações na economia mundial e por dinamismos diferenciados entre as principais economias planetárias. A América Latina, a despeito de estar situada numa posição relativamente excêntrica em relação às grandes disputas hegemônicas mundiais, sempre sofreu a influência ou o impacto dos grandes conflitos internacionais, ainda que sua condição de região periférica esteve sempre vinculada aos poderes do Atlântico norte, Europa ocidental, desde cinco séculos, e Estados Unidos da América, desde o final do século 19, e com maior ênfase a partir da Segunda Guerra Mundial.
Na primeira vertente, a do contexto histórico, podemos falar de uma lenta sucessão de hegemonias econômicas e militares – e o lado estratégico sempre depende da dinâmica econômica dos países ou impérios – e uma acomodação sucessiva entre centros mais dinâmicos e outros em declínio relativo. Por vezes existem choques globais, como os ocorridos com as grandes guerras nacionais do período napoleônico, ou os dois grandes conflitos globais do século 20, que de certa forma já sinalizaram para o fim da grande dominação europeia sobre o mundo, depois de cinco séculos, aproximadamente, de predominância absoluta sobre vários continentes. Esses grandes conflitos são relativamente raros, e de toda forma, a emergência da arma atômica ao final do último grande conflito global já sinaliza para sua inviabilidade prática, restando, portanto, analisar os dados relativos às tendências latentes, sempre existem, à substituição de hegemonias pelo lento acumular de mudanças econômicas, geralmente tecnológicas, mas também comerciais e financeiras.


Ler a íntegra no  link  da revista: http://www.cedin.com.br/publicacoes/revista-eletronica/#Volume_17; ou no link para o artigo: http://www.cedin.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Vo-Paulo-Roberto-Almeida_A-Am%C3%A9rica-Latina-na-geopol%C3%ADtica-mundial-perspectivas-hist%C3%B3ricas-e-situa%C3%A7%C3%A3o-contempor%C3%A2nea-do-Cone-Sul-OK.pdf).

De onde vem a riqueza dos mais ricos? Estudo da Forbes e reflexao sobre o Brasil (Paulo Roberto de Almeida)

Meus comentários iniciais sobre a matéria abaixo baseada em pesquisa da revista Forbes.

Que a maior parte da riqueza acumulada na América Latina, ou especialmente no Brasil, seja o resultado de herança, ou seja, de patrimônio mantido na família, é absolutamente normal no plano econômico, sendo maior nesta região apenas porque ela é absolutamente improdutiva, parada, estagnada, pois em outros países é riqueza produzida continuamente.
    Agora, achar que isso é ilegítimo significa apenas que todos os que pensam assim, querem expropriar essa riqueza, pela taxação da herança ou do patrimônio. A única coisa que vão produzir é a exportação dessa riqueza para paraísos fiscais ou para outros países que promovem criação da riqueza a partir da própria riqueza.
    Filosofia pikettyana, ou seja, completamente maluca.
Paulo Roberto de Almeida

Notas de dólar
 MERCADO FINANCEIRO IMPULSIONA FORTUNA DOS BILIONÁRIOS NO MUNDO
 
Anualmente a revista “Forbes” publica o seu ranking de bilionáriosdo mundo. Apesar do crescimento lento da economia mundial, em 2015, o clube dos super-ricos atingiu a marca 1.826 pessoas, superando o recorde anterior, estabelecido em 2014. Mas quem são esses bilionários e de onde sua riqueza vem?

O estudo “As origens dos Super-ricos”, realizado pelas pesquisadoras Caroline Freund e Sarah Oliver, do Peterson Institute for Internacional Economics, instituição de pesquisa sem fins lucrativos baseada em Washington, usa esses dados para entender os super-ricos.

O trabalho busca responder a algumas questões que estão ligadas à concentração de renda no globo. Por exemplo: esses bilionários são herdeiros ou construíram as próprias fortunas? Sua riqueza vem do setor produtivo ou do mercado financeiro?

Segundo o estudo, o clube dos super-ricos é mais dinâmico do que se pensa. Atualmente, a maior parte dos bilionários construíram as próprias fortunas. O Brasil não é representativo dessa tendência mundial. No país, a maior parte da riqueza é herdada.

Como funcionou o trabalho?#

A pesquisa se baseia em informações coletadas entre 1996 e 2015 no ranking de bilionários da revista “Forbes”. Essa organiza dados sobre participação acionária em empresas, declarações financeiras das companhias, e reuniões com candidatos para listar todos os indivíduos do mundo com mais de US$ 1 bilhão em patrimônio líquido em determinado ano.

O trabalho agregou esses bilionários de acordo com o setor da indústria que melhor representa a origem de suas fortunas, nas seguintes categorias: setores ligados a recursos naturais (como minérios ou petróleo), setores novos (que incluem, por exemplo, a indústria de tecnologia), setores produtores de bens exportáveis (que inclui bens industriais e alimentos, por exemplo), setores produtores de bens não exportáveis (como o setor de mídia e de construção) e setor financeiro.

O dólar se desvalorizou desde 1996, o que significa que US$ 1 bilhão na época representa mais dinheiro do que US$ 1 bilhão em valores atuais. O estudo levou isso em conta e fez as mesmas comparações excluindo os super-ricos cuja fortuna não somaria US$ 1 bilhão se os valores de 1996 fossem corrigidos pela inflação. Em linhas gerais, as diferenças não foram relevantes, mesmo com essa ressalva.

A riqueza dos super-ricos vem de suas famílias?#

Não necessariamente. Em todas as regiões do mundo, o volume total de fortunas aumentou principalmente por causa do surgimento de novos super-ricos, e não através do aumento da riqueza de quem já era super-rico. Essa distinção é importante porque diz respeito à forma como a renda tem se concentrado, se com mobilidade social ou apenas através da concentração de mais dinheiro nas mãos de quem já era rico.

Nem sempre foi assim. Em 1996 a maior parte das fortunas eram herdadas. Mas já em 2001, 58% dos bilionários tinham construído as próprias fortunas, uma mudança em grande parte explicada pelo boom do setor de tecnologia, diz o trabalho.

A parcela de bilionários que herdaram as próprias fortunas é maior na Europa (35,8%) do que nos Estados Unidos (28,9%).

ORIGEM DA RIQUEZA (%)#



Na década seguinte essa tendência se intensificou com o crescimento acelerado do número de bilionários de países em desenvolvimento. O boom dessas economias foi acompanhado pela criação de novas fortunas. Em 1996 a China não tinha nenhum bilionário, e o Japão, 40. Em 2015 a China tinha 213 bilionários, e o Japão, 24.

Na Europa, a concentração de bilionários se moveu para o leste. Na Rússia, novas fortunas foram criadas no setor petrolífero, por exemplo. Em 1996, a Alemanha tinha 47 bilionários, e a Rússia, nenhum. Em 2015, a Alemanha tinha 103 e a Rússia, 88.

A importância do papel dos novos bilionários não significa que aqueles que já eram ricos não tenham ficado ainda mais endinheirados. Cerca de 20% do aumento da riqueza nas mãos de bilionários no período se deve ao enriquecimento de quem já fazia parte do clube.

De onde vem a riqueza dos super-ricos?#

O estudo analisa o que gerou o aumento do número de bilionários e da riqueza total na mão deles nos Estados Unidos, na Europa e em outros países desenvolvidos - como o Japão e Coreia do Sul, por exemplo.

Entre 1996 e 2014 o mercado financeiro respondeu por 40% do crescimento no número de bilionários nos Estados Unidos. Na Europa, o setor exportador responde pela maior parte dos novos ricos: 43,4%. O setor financeiro responde por apenas 13,5%.

ALTA DO NÚMERO DE BILIONÁRIOS (%)#



Fundos de hedge - que têm autorização para realizar operações financeiras mais arriscadas e em geral recebem aplicações de alto valor de investidores experientes - tiveram um papel fundamental nos Estados Unidos. Eles respondiam por menos de 10% da riqueza do setor financeiro americano em 2000, e por 22% em 2015.

ALTA DAS FORTUNAS (%)#



Setor de tecnologia
As fortunas nos Estados Unidos também tendem a ser menos ligadas a heranças porque há no país uma proporção maior de bilionários do setor de tecnologia, diz o estudo. Eles são 56 pessoas, ou 12% dos bilionários. Na Europa são 17 pessoas, ou 5% dos bilionários.

Os “novos setores”, que englobam o setor de tecnologia, responderam por 19% do aumento no número de bilionários nos Estados Unidos, e na Europa, por 12,7%.

E o Brasil?#

O trabalho não analisa o caso brasileiro especificamente, mas traz dados sobre os bilionários do país. Em 2014 eles responderam por 3,9% dos bilionários do mundo.

47,7%
Dos bilionários brasileiros são herdeiros

18,5%
Vêm do setor financeiro

21,5%
Fundaram as próprias companhias

4,6%
Enriqueceram com base em conexões políticas ou em áreas ligadas a recursos naturais. Segundo o estudo “um bilionário é identificado como politicamente relacionado se houver notícias conectando sua riqueza a posições que ocupou no governo, parentes no governo ou concessões questionáveis”.

Há no país uma proporção maior de super-ricos herdeiros do que no mundo. A distribuição está em linha com aquela do resto da América Latina.