Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
sábado, 18 de setembro de 2010
O Apartheid em construcao: curso sobre pensamento negro na UnB
Eu, inocentemente, pensava que pensamento não tinha cor, não podia ter cor, era só pensamento, tout court.
Quanta ingenuidade a minha...
Estou até com vontade de inscrever-me nesse curso a ser oferecido pela UnB, para tentar descobrir que coisa é essa que se chama "pensamento negro": quem são seus autores principais, quais as ideias defendidas (if any), quais as bases lógicas, empíricas, históricas e filosóficas desse tal de pensamento negro, enfim, de que material diferente de qualquer outro pensamento é feito esse negro?
Sim, porque deve haver uma especificidade nesse tipo de pensamento que nenhum branco, ou amarelo, ou qualquer outra cor, raça, etnia, não consegue ter, salvo ser for negro retinto, mas também pode ser pardo, mulatinho, mestiço, enfim alguma combinação afro-qualquer coisa que passa automaticamente a ser identificado como negro.
Eu sempre me surpreenderei com a vitalidade do pensamento brasileiro, neste caso brasiliense, ou quem sabe apenas da UnB?
Certamente uma universidade que merece estar entre as melhores do Brasil, quem sabe ela não recebe um prêmio da Unesco por essa ação em favor do Apartheid racial?
Paulo Roberto de Almeida
Pensamento Negro Contemporâneo - curso na UnB
O Decanato de Extensão (DEX), por meio do Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) convida a comunidade interna e externa para se inscrever de 20 a 30 de setembro, no curso gratuito "Pensamento Negro Contemporâneo, edição 2® Semestre/2010.
O curso apresenta duas modalidades: a) como disciplina de graduação na UnB, oferecida aos estudantes na grade de matrícula no módulo livre (4 créditos) e b) como curso de Extensão para interessados da comunidade em geral, portadores de diploma do segundo grau, professores da rede pública e privada e técnicos.
O conteúdo programático contém temas como racismo, representação social, resistência negra no Brasil, cultura e identidade negra, políticas de ações afirmativas, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início em 27 de setembro, com nscrições por turmas, o curso tem carga horária de 60 horas-aula. Serão oferecidas 4 turmas (A, B, C e D). As aulas serão ministradas pelos professores Ivair Santos, Edson Cardoso e Sales Augusto.
PERÍODO DE INSCRIÇÕES de 20/09/2010 (segunda-feira) a 30/09/2010 (sexta-feira), das 8h30 às 11h40 e das 14h30 às 17h30.
Local: Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) –Decanato de Extensão -Prédio da Reitoria Informações: Telefone: 31070322/31070323/31070324 (NPIR/DEX) C/ (fulaninha e sicraninha)
Saiba mais
Ofertado com grande procura desde o segundo semestre letivo de 2006,O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento EnegreSer, que vinha discutindo essa estratégia para fortalecimento da temática e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação afirmativa desenvolvido pela universidade nos últimos anos, além de buscar a garantia do acesso.
3 comentários:
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Receba o apoio de uma pessoa com a pele um pouco escura, no repúdio a essas ideologias segregatórias. Ou seria melhor dizer, receba o apoio de um negro, afro-descendente, mulato etc?
ResponderExcluirTemo chegar o momento em que no Brasil as pessoas serão classificadas pela cor de suas peles... Sempre tive a pele um pouco escura, mas até hj nunca fui taxado como negro, afro-descendente etc. Mas medidas como essa do governo brasileiro me fazem pensar que esse dia pode chegar... E as pessoas me olharão não pela pessoa que sou, mas sim pela cor de minha pele e me encaixarão em cotas ridículas e em estereótipos mais ridículos ainda.
Embaixador, parabéns pelo trabalho em denunciar as anomalias do governo brasileiro.
Thiago James,
ResponderExcluirVoce reproduziu em parte, mas nao sei se conscientemente, os argumentos de Martin Luther King Jr, em seu famoso discurso "I have a Dream", feito em Washington, no verao de 1963.
Leia o discurso. Voce vai gostar.
Paulo Roberto de Almeida
Embaixador, garanto que quaisquer relações entre meu comentário e o discurso de Martin Luther King Jr foram pura coincidência.
ResponderExcluirMas obrigado pela dica, vou dar uma olhada no referido discurso. O governo brasileiro não deveria valorizar ideologias separatistas e disseminadoras de desigualdade, mas sim investir para que toda a camada pobre da população tivesse acesso a educação e empregos.
Todos deveriam ter consciência que essas medidas implementadas pelo governo brasileiro impedirão as pessoas de ver a verdade sob os estereótipos, conseguindo efeitos contrários aos desejados.
Espero entrar no Instituto Rio Branco enquanto ainda não há cotas obrigatórias para negros, pardos e indígenas, mostrando que todos aqueles que tiveram oportunidades de estudar podem ser aprovados, por seu próprio mérito.
Independente de cor da pele, dos cabelos ou dos olhos.
Falando como futuro candidato do CACD, espero cumprimentá-lo algum dia como um colega diplomata.