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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Paranoia antichinesa substitui (ou se acrescenta a) velhas paranoias: continua sendo uma paranoia...

Paranóias brasileiras e sua geografia cambiante: pequena digressão sobre uma doença tupiniquim
Paulo Roberto de Almeida

No início dos anos 1960, mais exatamente a partir de 1961, um pequeno panfleto nacionalista começou a fazer muito sucesso no Brasil: Um dia na vida do Brasilino (versões eletrônicas ainda podem ser encontrada nos sites de algumas dessas seitas velhuscas que esqueceram de morrer com a implosão do socialismo; um resumo também pode ser lido neste link: http://www.culturabrasil.pro.br/brasilino.htm).
O nome já diz tudo: Brasilino era um cidadão comum, urbano, vivendo num universo dominado por empresas estrangeiras (ainda não se dizia multinacionais), sobretudo americanas. Ao acordar, Brasilino já estava pagando royalties ao imperialismo: acendia a luz que lhe era fornecida pela Light and Power, tomava banho com sabonete Lux ou Palmolive, escovava os dentes com Kolynos, se barbeava com Williams e Gillette, comia aveia Quaker e tomava Ovomaltine. Ao se deslocar para o trabalho, usava um carro alemão ou americano, com gasolina fornecida pela Esso, fumando o seu “Souza Cruz”, na verdade pertentente à American Tobacco. Já no escritório, se quiser telefonar, só pode ser por meio da American Telegraph and Telephone. Alguma indisposição depois do almoço (também preparado com diversos produtos estrangeiros), e lá vai um Alka-Seltzer. Assim Brasilino passava o dia, consumindo, invariavelmente, o tempo todo, produtos estrangeiros e, claro, pagando royalties e dividendos, o tempo todo, ao imperialismo.
O sentido da panfleto era, portanto, muito claro: éramos explorados, espoliados, dominados pelo capital estrangeiro. Se dizia que mais de 70% de nossa indústria era estrangeira, 100% dos fabricantes de automóveis, 70% disso, 80% daquilo. O mais terrível era a dominação americana nos filmes, na TV, corrompendo nossa bela cultura nacional, afastando nossos sambas em favor do desgraçado rock-and-roll. Enfim, o panfleto era um festival de bobagens, com erros grosseiros, mais até factuais do que de equívocos econômicos, o que não o impediu de ser, como referido, um enorme sucesso de público e de opinião. Ele contribuiu, e muito, para sedimentar na cabeça dos brasileiros – inclusive de distintos membros das elites, como militares, diplomatas e empresários – a noção de que o capital estrangeiro estava ali para nos explorar, para sugar nossas riquezas, para espoliar nossos fabulosos recursos naturais. Se não fosse o capital estrangeiro, e a remessa de lucros, o Brasil e os brasileiros seriam naturalmente muito ricos, pois todo o dinheiro remetido ao exterior sob a forma de lucros, dividendos e royalties aos investidores internacionais ficaria necessariamente no Brasil. Simples assim.
O fantasma nessa época era o imperialismo americano, que aliás se encarregou de mostrar que era mesmo poderoso, ao tramar o golpe que resultou na derrubada de um governo “democrático” em 1964. Depois vieram os tempos dos acordos MEC-Usaid, da aliança da Time-Life com a Rede Globo, dos empréstimos extorsivos feitos pelos banqueiros de New York e, obviamente, nossa indústria continuou dominada pelo capital estrangeiro. Não importa se os militares foram mais nacionalistas do que o mais acirrado dos comunistas, fortalecendo a golpes de decretos o capital nacional, proibindo o capital estrangeiro em vários setores da economia nacional, inaugurando estatais como quem cria coelhos. A mentalidade paranóica contra o capital estrangeiro continuou, ainda que atenuada depois de tantos anos de “sobrevivência miraculosa” do capital nacional, de nacionalização quase completa da programação da Globo e do predomínio absoluto da maravilhosas musicas nacionais em nossas rádios.
Passados tantos anos, quando a gente já estava quase se acostumando à decadência progressiva do imperialismo americano, já cansados dessa história que o capital estrangeiro vem ao Brasil para nos explorar, eis que surge novo perigo, desta vez amarelo: o necolonialismo chinês. Ele vem com toda força, comprando terras, minas, indústrias, destruindo empregos, fechando fábricas, saqueando, literalmente, nossos fabulosos recursos naturais. Contra ele se levantam grandes sumidades do pensamento econômico nacional: o economista Delfim Neto, que já serviu a vários generais presidentes e que agora serve a um presidente que pretende reeditar o tempo dos generais; o empresário siderúrgico neoprotecionista e presidente da Fiesp, que pretende não apenas fechar o país às importações mas simplesmente banir as empresas chinesas do território nacional; vários outros já agitaram a tese do espectro sino-imperial, uma reedição atualizada do velho imperialismo espoliador de antigos tempos. Mais um pouco, serão os próprios autores da tese dos “aliados estratégicos” que vão agitar novamente a mais surrada das bandeiras patrioteiras e pedir uma moratória na invasão chinesa em nome da defesa da soberania nacional. Todos se levantam contra o novo fantasma, e acham que ele não se contentará em ser o primeiro parceiro comercial e “sócio industrial” obrigatório, mas vai querer também se apossar de nossos campos, nossas minas e consumir toda a nossa comida. Não duvidem, senhores: o perigo agora é muito maior, pois eles são mais de um bilhão!
Cada vez que eu ouço, ou leio, essas teses delirantes, mais me convenço de que o Brasil e os brasileiros são paranóicos de nascença: estamos sempre sendo atacados por algum imperialista malévolo, por algum espoliador disfarçado de comerciante, por algum neocolonialista travestido de investidor. Mais me convenço de que somos uma nação de mentalidade atrasada, de medos inexplicáveis, de temores não justificados pela marcha normal dos negócios capitalistas. Os chineses são capitalistas? Sim, até mais do que os brasileiros. Quem quer que tenha ido à China – ou se não puderem leiam os relatórios de uma fonte insuspeita: o think tank americano Freedom House, sobre as liberdades econômicas no mundo – sabe que a liberdade empresarial é muito maior na China do que no Brasil, que a carga tributária e os embaraços burocráticos são muito menores lá do que no Brasil, que a competição é feroz – como deveria ocorrer em qualquer país capitalista normal – e que negócios são negócios, não empreendimentos filantrópicos.
A limitação de compra de terras a proprietários estrangeiros além de ser paranóica, estrito e lato senso, é propriamente anti-chinesa; as tentativas de impedir empresas chinesas – estatais ou não – de adquirir mineradoras, fábricas, empresas de transporte ou de eletricidade no Brasil são risíveis, se não fossem patéticas. Tudo isso, como nos tempos de Brasilino, quando se pensava expulsar as empresas estrangeiras do país, não vai servir em nada a causa do desenvolvimento nacional, vai apenas atrasar e atrapalhar nosso próprio processo de modernização produtiva. Empresários que sempre mamaram nas tetas do Estado, rentistas disfarçados e protecionistas sem vergonha, todos esses paranóicos voluntários ou inconscientes causam um enorme mal ao Brasil, apelando para o tradicional refúgio dos canalhas: o patriotismo, ou a “defesa do interesse nacional”, como os ideólogos de plantão adoram proclamar.
O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar enveredando por esse caminho de retração e de fechamento. Os empresários brasileiros precisam aprender a fazer negócios na China e com os chineses, aqui e em qualquer outro lugar. Nunca foram tão grandes as oportunidades para o crescimento econômico, sabendo explorar as vantagens do comércio e dos mercados internacionais, no Brasil, na China, na América Latina, em quaisquer outros continentes. A nova paranóia anti-chinesa é uma atitude totalmente contraproducente, do ponto de vista dos próprios interesses brasileiros, além de completamente ridícula para quem se pretende pronto para enfrentar o mundo como ele é.

(Shanghai, 23.09.2010)

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La invasión económica de China en Brasil y América Latina amenaza transformar al continente en una especie de satélite del dragón rojo, con potenciales transformaciones culturales, psicológicas y políticas
Destaque Internacional - Informes de Conyuntura
Año XII - No. 308 - Madrid - San José de Costa Rica
Santiago de Chile, 20 de septiembre de 2010
Responsable: Javier González

1. En lo que va de 2010, China se ha dedicado a "comprar" América Latina ante el desinterés aparente de los Estados Unidos y de las demás potencias occidentales. Esas potencias parecen bostezar delante del neocolonialismo impulsado por un enigmático "capitalcomunismo" chino, cuya esencia es difícil de definir pero cuya influencia con certeza se expande como una sui generis metástasis por las Américas.

2. La Venezuela de Chávez recibió de China, en el primer semestre de 2010, líneas de crédito de 20 mil millones de dólares. Ecuador, después de modestos 56 millones de inversiones directas de China en 2009, firmó este año contratos por 5 mil millones en el área de petróleo y energía hidroeléctrica. Perú, durante el primer semestre, recibió inversiones en minería por 1.400 millones de dólares, y China se transformó en el segundo socio comercial del país.

3. El caso del gigantesco Brasil es especialmente notorio en materia de invasión económica de China, que pasó a ser en 2010 la principal socia comercial de ese país, desplazando a los Estados Unidos. A comienzos de año, Petrobrás firmó un acuerdo para abastecer a China durante 10 años con 200 mil barriles de petróleo diarios. Las compras de alimentos y minerales superaron los 20 mil millones en el primer semestre. Los chinos compran todas las tierras y minas que encuentran a la venta y que la legislación les permite comprar.

Hace pocos días, el periódico The Guardian publicó un reportaje especial preguntando si, en vez de "socia comercial", China no podría ser más apropiadamente denominada "saqueadora" del Brasil. En amplio reportaje, el periódico inglés muestra que los chinos están financiando la construcción del superpuerto de Açu, en São João da Barra, al norte del Estado de Rio de Janeiro, para exportar a China toda clase de productos alimenticios y de minerales. El referido superpuerto será una gigantesca "autopista marítima hacia China", y se ha llegado al punto de que un gran empresario financia cursos gratuitos de mandarín para la población de esa ciudad brasileña. A través de esa "autopista marítima", cada año serán transportados a China "miles de toneladas de mineral de hierro, granos y millones de barriles de petróleo", para "aliviar la aparentemente insaciable sed de China por recursos naturales", comenta el periódico inglés.

3. No en vano, el presidente de la Federación de Industrias del Estado de São Paulo, Benjamin Steinbruch, hizo un llamado al actual gobierno brasileño para poner frenos legales a la invasión económica china. El mencionado empresario aclara que la competencia de los chinos es totalmente "desleal", y que no se trata de una acción de la iniciativa privada china sino de una invasión del propio Estado chino.

El nuevo gobierno brasileño que surja de las próximas elecciones nacionales tendrá delante de sí la disyuntiva de cambiar su conducta externa con relación a China o de transformarse en una especie de satélite económico, junto con otras naciones latinoamericanas. Mas aún. La invasión económica de China en Brasil y América Latina no solamente amenaza transformar al continente en una especie de satélite del dragón rojo, sino que podrá provocar gigantescas transformaciones culturales, psicológicas y políticas.

4. En ese contexto, suenan superficiales e inclusive irresponsables las declaraciones recientes efectuadas en Pekín por el secretario de Estado adjunto de los Estados Unidos para el Hemisferio Occidental, Arturo Valenzuela, en el sentido de que ve con "buenos ojos" las inversiones chinas en América Latina, y que éstas no serían "ni una preocupación ni una amenaza".

5. En sentido diferente, son de destacar las declaraciones de varios cancilleres de la Asociación de Naciones del Sudeste Asiático (Asean) manifestando malestar ante la arrogancia regional china, especialmente por sus pretensiones hegemónicas en el Mar de la China meridional. Por su parte, en Japón, se destaca la amplia victoria electoral obtenida por el actual primer ministro pro occidental Naoto Kan, en las elecciones internas del gobernante Partido Democrático (PD), sobre su rival pro chino Ichiro Ozawa. Japón, Corea del Sur y otras naciones del Sudeste Asiático están en condiciones de constituirse en un importante y decisivo contrapeso para las pretensiones hegemónicas de China.

6. Contra el sistema totalitario chino poco o casi nada se habla, ni siquiera se chista. Hecha la salvedad de honrosas excepciones, se trata de un conformismo psicológico de naturaleza casi hipnótica, se diría que suicida. Ese conformismo parece haber tomado cuenta de muchas mentalidades gubernamentales, diplomáticas y empresariales. Tampoco se chista cuando grandes empresas radicadas en China son obligadas a abrir sus secretos industriales y enigmáticamente aceptan esas pesadas condiciones, aún sabiendo que China copiará los productos, los fabricará y distribuirá en Occidente como productos "genéricos", a precios muchos más bajos. Casi no se habla de los "derechos humanos" violados por un Estado totalitario y que reduce a un trabajo semiesclavo, para decir lo menos, a millones de chinos dedicados a producir artículos con bajos costos que inundan América Latina.

7. Paradójicamente, lo que nunca se permitió al "imperialismo" estadounidense se está permitiendo al "neoimperialismo" chino. La frase atribuida a Lenin, de que "los mismos burgueses van entregar la cuerda con la que los vamos a ahorcar", parece adquirir, en el caso de China, una enorme actualidad, sea cual sea la ideología que esté actualmente por detrás del misterio chino.

¿Quién podrá garantizar que la influencia económica china en América Latina no redunde en exigencias en el corto y mediano plazo, que nos conduzcan a formas de neoesclavitud psicológica, cultural y hasta política?

Negar la influencia internacional del dragón chino sería irreal; pero, por otro lado, sería ingenuo no sospechar que la metástasis china pueda tener componentes publicitarios similares a los usados por la antigua Unión Sovietica para impresionar a los occidentales. Buena parte de los supuestos "logros" soviéticos en los campos militar, económico y tecnológico eran simples mentiras transformadas en verdades a través de trucos publicitarios. ¿En qué medida y en qué porcentajes se mezclan las verdades y las mentiras en el caso de China? Cabe a los especialistas y a los formadores de opinión estudiar objetivamente ese problema.

Link del artículo del periódico The Guardian sobre el "saqueo" que China estaría haciendo en el Brasil:
http://www.guardian.co.uk/world/2010/sep/15/brazil-port-china-drive
(artigo reproduzido abaixo

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Brazil's huge new port highlights China's drive into South America
Investments guarantee Chinese access to soy, oil and other badly needed resources
Tom Phillips in Sao Joao da Barra
The Guardian, Wednesday 15 September 2010

Brazil Super Port The 'super port' in Sao Joao da Barra is the largest port investment in Brazil and will have capacity for the largest ships in the world. Photograph: Douglas Engle/Australfoto

Blades slicing through the morning heat, the helicopter rose from the tarmac and swept into a cobalt sky, high above Rio's Guanabara Bay.

It powered north-east over deserted beaches, dense Atlantic rainforest and fishing boats that bobbed lazily in the ocean below. Then finally, 80 minutes on, the destination came into view: a gigantic concrete pier that juts nearly two miles out into the South Atlantic and boasts an unusual nickname: the Highway to China.

Dotted with orange-clad construction workers and propped up by dozens of 38-tonne pillars, this vast concrete structure is part of the Superporto do Acu, a £1.6bn port and industrial complex that is being erected on the Rio coastline, on an area equivalent to 12,000 football pitches.

Reputedly the largest industrial port complex of its type in the world, Açu is also one of the most visible symbols of China's rapidly accelerating drive into Brazil and South America as it looks to guarantee access to much-needed natural resources and bolster its support base in the developing world.

When Acu opens for business in 2012, its 10-berth pier will play host to a globetrotting armada of cargo ships, among them the 380-metre long Chinamax – the largest vessel of its type, capable of ferrying 400,000 tonnes of cargo.

Millions of tonnes of iron ore, grain, soy and millions of barrels of oil are expected to pass along the "Highway" each year on their way east, where they will alleviate China's seemingly unquenchable thirst for natural resources.

"This project marks a new phase in relations between Brazil and China," Rio's economic development secretary, Julio Bueno, said during the recent visit of about 100 Chinese businessmen to the port complex, which is being built by the Brazilian logistics company LLX and should receive billions of dollars of Chinese investment.

This new phase of engagement with Brazil and South America, is part of China's "going out strategy" – an economic and, some say, diplomatic push for Chinese companies, many of them state-run, to invest abroad, snapping up access to minerals, energy and food by pouring the country's colossal foreign reserves into overseas companies and projects.

China is expected to overtake Japan as the world's second largest economy this year and may already be the world's greatest energy consumer. Now it is set to become Brazil's top foreign investor, with its companies plowing $20bn into the country in the first six months of 2010, compared with $83m in 2009. A recent study by Deloitte predicted that Chinese investments in Brazil could hit an average of about $40bn a year between now and 2014, with companies throwing money at sectors ranging from telecommunications, infrastructure and farming, to oil, biofuels, natural gas, mining and steel manufacturing.

"Relations with Brazil in all areas have entered a new era," Qiu Xiaoqi, China's ambassador in Brazil, recently told the state news agency Xinhua.

The surge in China's South American spending is not just a Brazilian phenomenon. Ecuador has already signed around $5bn of bilateral deals with China this year, including $1.7bn to help build a hydro-electric dam and $1bn investments for oil exploration and infrastructure projects. That compared with Chinese investment of just $56m in 2009.

Chinese companies have sunk $1.4bn into mining operations in Peru this year, while in April Hugo Chávez announced that the Chinese, already major sponsors of Venezuelan oil exploration, had agreed to open a $20bn credit-line for the "Bolivarian revolution".

Michael Klare, author of Rising Powers, Shrinking Planet, a book about the growing tussle for global resources, described today's China as "the shopaholic of planet Earth".

"The Chinese authorities understand that to sustain the country's continued growth, they will have to ensure that its industries are provided with adequate supplies of energy, minerals, and other basic raw materials," he said. But the "going out" strategy went far beyond business transactions, he added.

"They seek to fashion a multipolar world in which no single power – read the United States – plays an overwhelmingly dominant role. To this end, they seek to bolster ties with rising regional powers like Brazil and South Africa."

In Sao Joao da Barra, the city nearest to Acu and one of Rio state's poorest regions, the Chinese presence is being felt even before Brazil's Highway to China is complete.

Keen to impress, LLX staff at the Açu port lay on hot water and Mandarin interpreters for visiting Chinese dignitaries. Sao Joao da Barra's town hall, meanwhile, has started offering free Mandarin lessons to locals interested in working with the wave of Chinese guests that is anticipated.

"You should see a 10-year-old boy saying, 'I understand … the Chinese are coming and when the Chinese industries come I want to work for them and if I speak Mandarin I'll have a competitive advantage on the others'," beamed Eike Batista, the billionaire entrepreneur behind the superport and one of the most vocal cheerleaders for Chinese advances into Brazil. "[It is] wonderful."

Leonardo Gadelha, LLX's CFO, said during a recent tour of the port: "This is part of a Chinese strategy of going to the market more and more. They are already a very considerable presence in Africa and we are now going through this moment in Brazil."

The Highway to China lay "in the middle" of this blossoming relationship with China, he said, adding: "We are betting that … this will continue growing."

Not all Brazilians, or indeed western governments, share such enthusiasm.

"There are many in Washington who worry about China's growing presence in Africa and Latin America and claim that this poses a threat to America's long-term strategic interests," said Klare, noting, however, that the US' "fixation" with Afghanistan and the war on terror meant there had been virtually no reaction.

In Brazil meanwhile China's arrival has prompted cries of neo-colonialism. "The Chinese have bought Africa and now they are trying to buy Brazil," the prominent economist Antônio Delfim Netto complained in a recent interview with the Estado de Sao Paulo newspaper, warning that it was a "grave mistake" to allow a foreign state to buy "land, minerals [and] natural resources" from another sovereign power.

Batista, Brazil's richest man, rejected such criticism, saying: "The association between Brazil and China is a two-way highway." Chinese companies such as Wuhan Iron and Steel had committed to helping build a $5bn steel mill at the port complex, rather than always shipping out primary resources to process at home, he pointed out. "You want to get three tonnes of raw iron ore, [so] produce one tonne of steel in Brazil," he said. "That philosophy is sinking in and is great for both sides."

Neither would Chinese companies be allowed to flood the complex with hordes of foreign workers as had happened in Africa, said Gadelha, the CFO.

"If it was up to them they would bring lots of Chinese workers as they are used to doing," he admitted. "[But] Brazil's legislation is very strict in this sense."

Batista suggested that rather than complaining about China's courtship of Brazil, western powers should urge their own companies to pay more attention to the region themselves.

"In the last 15 years or so the [American and European] CEOs have stopped coming here and that is why they are a little bit behind," he said. "We are pushing European companies and saying: 'You're not really understanding what is happening in Brazil'."

"Don't put Brazil in the same bag as our neighbours," he added. "We are not Central America. We are not Venezuela. We are not Argentina."

This article was amended on 17 September 2010. The original refferred to the 380-metre wide ChinaMax. This has been corrected.

Beijing's deals
Brazil In November 2009 Brazilian energy giant Petrobras signed a $10bn loan deal with China's Development Bank. As part of the deal Petrobras will guarantee the supply of 200,000 barrels of oil per day to China over the next 10 years. Chinese companies and state banks pumped around $20bn into Brazil in the first half of this year.

Venezuela Hugo Chávez, pictured, unveiled a $20bn credit line from China's Development Bank to fund the "Bolivarian revolution" in April.

Ecuador The country has already signed around $5bn of bilateral deals with China this year, including $1.7bn to help build a hydro-electric dam and $1bn investments for oil exploration and infrastructure projects. In 2009 direct Chinese investment in the country was just $56m.

Peru Chinese companies invested $1.4bn in mining operations in Peru during the first four months of this year, making China the country's second largest trade partner.

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