Em qualquer país civilizado, um presidente de Banco Central que garantisse, como garantiu o atual presidente do BC, em setembro de 2011, entregar uma taxa de inflação dentro da meta, e que não o fizesse, seria demitido sumariamente pelo parlamento. Mas o nosso Congresso, na verdade, é cúmplice da inflação alta, pois os congressistas também acreditam que é melhor um pouco de inflação para se ter maior crescimento e menos desemprego. Pois acabam colhendo maior inflação e menor crescimento, sem que isso beneficie a população, quer empregada quer a desempregada.
Infelizmente, estamos entregues a um bando de amadores economistas que se acreditam desenvolvimentistas, e que só conseguem ser estagnacionistas...
Paulo Roberto de Almeida
O novo Copom opta pelo desenvolvimentismo
O texto merece ser reproduzido em parte: "Considerando o balanço de riscos para a inflação que apresenta piora no curto prazo, a recuperação da atividade doméstica menos intensa do que o esperado e a complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". No passado, diante de uma piora do risco de inflação, o Copom anterior não recearia em elevar a taxa de juros básica. Hoje, em nome do desenvolvimento, opta por manter essa taxa para permitir um clima favorável à retomada do crescimento econômico.
Não faltarão economistas para ir buscar o exemplo dos EUA, ou da União Europeia, para justificar essa mudança da política monetária. Ocorre que, nessas duas regiões, é preciso aumentar a demanda doméstica para dar impulso à indústria, que está com capacidade de produção não utilizada. No Brasil, a situação é muito diferente: a demanda doméstica é "robusta", como gosta de assinalar o Banco Central, enquanto nossa indústria, sem a competitividade necessária, prefere importar os componentes dos produtos que oferece. Esse descasamento entre a demanda e a oferta foi sempre considerado, até agora, um foco de inflação, que exige conter o crescimento da demanda doméstica para, num primeiro tempo, modernizar a indústria e elevar sua competitividade, que lhe permitirá conquistar fatias do consumo doméstico em outros países.
O Copom atual comunga com uma visão totalmente diversa, menosprezando o fato de que a inflação sempre traz embutido um mecanismo que a autoalimenta e que é necessário contê-la o mais cedo possível, para evitar que sua disseminação comece a contagiar todos os preços da economia.
Na economia brasileira atual, só um fator pode realmente contribuir para reduzir os preços: os investimentos na infraestrutura. Eles adicionam valor à produção nacional, na medida em que o País disponha de um sistema de estradas rodoviárias capaz de reduzir o custo do transporte - custo que se torna ainda menor quando é possível utilizar ferrovias e vias fluviais que cheguem a portos marítimos bem equipados.
PRA,
ResponderExcluirDeveriam ler "As Seis Lições", não acha? Mas ficaria mal para os companheiros basearem-se em um liberal...