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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Reflexao do dia: Emile Zola sobre os poetas que corrigem os homens

Enquanto eu esperava pacientemente, durante algumas horas, num apartamento vazio que me entregassem um móvel recentemente comprado nos fabulosos serviços que supostamente atendem o consumidor brasileiro, eu pegava o que estava mais disponível para me entreter.
Acabei lendo algumas lettres de jeunesse, que o jovem Émile Zola escrevia a seus amigos.
Esta carta, por exemplo, foi escrita em Paris em 10 de agosto de 1860, ou seja, pelo menos 30 ou 40 anos antes antes que o grande escritor francês chegasse ao pináculo da fama, com o caso Dreyfus.
E o que ele dizia a seu amigo Baille?
Isto:

Le poète a deux armes pour corriger les hommes: la satire et le cantique...
Je m'explique: le poète satirique met à nu l'homme et ses perversités, il les fait rougir et combat son vice par sa honte; le chantre lyrique, au contraire, crée une chimère, un homme idéal, le présente à l'homme réel et ramène ce dernier à la vertu par la sublime couleur dont il l'a peint.

Cf. Émile Zola, Correspondance, Lettres de Jeunesse, vol. I, Paris: Bibliothèque Charpentier; Eugène Fasquelle éditeur, 1907, p. 124.

Ou seja, antes de se tornar um realista, Zola era um romântico...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 14/12/2015