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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

As besteiras de EA na política externa - Rodrigo Maia

O chanceler acidental manda seus esbirros ficarem vigiando o que eu posto nas redes sociais. Me parece ótimo: assim pelo menos ele lê alguma coisa de útil.
Não tenho culpa se a maior parte das notícias sobre a sua gestão seja eminentemente negativa, pois ele realmente faz muita besteira, muitas vezes não por vontade própria, apenas para agradar seus chefes.
Paulo Roberto de Almeida

Maia diz que EUA não defendem Brasil e critica "besteira" de Ernesto Araújo

Jamil Chade
Notícias UOL, 12/12/2019
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, teceu nesta quinta-feira duras críticas contra a política externa de Jair Bolsonaro, a relação estabelecida com os EUA e ao chanceler Ernesto Araújo.
Maia viajou a bordo de um avião da FAB para Genebra, na Suíça, nesta quinta-feira. Com uma comitiva composta por outros deputados, ele manteve reuniões com Roberto Azevedo, o diretor-geral da OMC.
O deputado ainda irá visitar nos próximos dois dias organismos internacionais e a ONU, entidade frequentemente criticada pelo presidente.
Eu acho que há uma relação do Brasil com os EUA e não há uma relação dos EUA com o Brasil. E é normal. O presidente americano já está em campanha. O eleitor dele é nacionalista e basicamente anti-América do Sul, pelo menos é o que vejo à distancia.Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Nos últimos meses, o governo americano não concretizou seu apoio para a entrada do Brasil na OCDE, não liberou o comércio de carnes nacionais e ameaçou sobretaxas o aço nacional. No mesmo período, o Brasil fez importantes concessões.
Ao ser questionado por jornalistas brasileiros sobre a diplomacia brasileira em seu primeiro ano de gestão de Ernesto Araújo no Itamaraty e a opção por um alinhamento aos EUA, Maia foi duro e alertou que não existe hoje reciprocidade.
Ninguém podia imaginar da parte do presidente americano posições concretas em defesa de uma relação com o Brasil. Não me pareceu uma coisa provável. É claro que os EUA são muito importantes, mais forte na economia mundial, é bom que o Brasil tenha uma boa relação, mas não vejo os americanos retribuindo essa convergência ideológica entre os dois presidentes em ações práticas que beneficiem a economia brasileira, por exemplo. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Maia e Toffoli reagem à fala de Guedes sobre o AI-5
Band Notí­cias
Na visão de Maia, a prioridade da Casa Branca hoje não é o Brasil e só se interessa pela América Latina por conta da ameaça que pode existir de uma maior implicação chinesa na região.
Questionado se a política externa de Bolsonaro deveria mudar, ele deixou claro sua insatisfação com Araújo.
O presidente foi eleito e a política externa é do governo. Agora a minha posição em relação ao ministro das Relações Exteriores é uma posição muito crítica. Acho que ele é muito ideológico e não defende os interesses práticos, pragmáticos dos brasileiros na relação com outros países. Fez mudanças em embaixadores só do ponto de vista ideológico, só porque tinham sido ministros da Dilma, uma besteira, os embaixadores são funcionários de carreira, vão atender a todos os governos respeitando a orientação do governo eleito.Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados

Direitos Humanos

Na sexta-feira, um dos encontros de Maia será com a alta comissária da ONU para Direitos Humano, Michelle Bachelet, duramente questionada pelo governo brasileiro depois de seus comentários sobre a violência policial.
A ex-presidente chilena gerou um dos momentos mais constrangedores para Bolsonaro no cenário internacional. Numa coletiva de imprensa, ela repetiu críticas já realizadas por quase uma dezena de dirigentes internacionais nos últimos anos, questionando a ação policial no Brasil.
Ela também alertou que, sob a gestão de Bolsonaro, o "espaço democrático" estava "encolhendo".
Imediatamente, Bolsonaro a atacou e elogiou Augusto Pinochet, o ex-ditador chileno. O militar foi o responsável por um regime que matou o pai de Bachelet, a deteve e a torturou. Os comentários do brasileiro foram condenados por delegações de esquerda e direita, de todo o mundo.
O encontro de Maia com Bachelet ainda ocorre num momento em que o governo Bolsonaro é alvo de um número inédito de denúncias internacionais na ONU por conta das violações de direitos humanos. Neste ano, já são pelo menos 37 casos apresentados à entidade internacional.
Questionado sobre sua mensagem à chilena, ele deixou claro que vai mostrar que as instituições brasileiras estão funcionando e que a defesa dos direitos humanos é prioridade.
"Acho que as pessoas muitas vezes confundem narrativas com práticas", declarou. "O Brasil tem instituições funcionando, leis que não foram modificadas e que não mudaram marcos de defesa do cidadão, preservação do cidadão", insistiu.
"O que a gente vem aqui fazer também é mostrar que o Congresso Nacional vem cumprindo seu papel, garantindo seu espaço na sociedade, diálogo, uma agenda que tem priorizado uma agenda de reformas econômicas e sociais e não uma agenda que transforma essas narrativas em debates lei", afirmou.
Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia - Antonio Cruz / Agência Brasil
Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia
Imagem: Antonio Cruz / Agência Brasil

Globalismo

Maia, que tem uma agenda que percorre justamente as entidades criticadas pela atual administração brasileira, fez questão de destacar a importância da ONU.
O Brasil é um país democrático. Entendemos a importância desses organismos. A importância desses organismos multilaterais.Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Outro ponto da agenda de Maia é um encontro com Guy Ryder, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho. A agência já fez críticas ao longo do ano às políticas adotadas pelo governo e chegou a colocar o Brasil na lista de países suspeitos de violar convenções trabalhistas.

2020

Para o ano que chega, Maia ainda insistiu que a pauta do Congresso está dada. "A reforma tributária já está andando", disse. Segundo ele, o governo deve mandar também a reforma administrativa. "Tem que ser logo no início do ano. Talvez até o final de janeiro. Nós já temos a nossa bem encaminhada", disse.
Estamos com uma consultoria importante, a Falcone. Estamos com um mapeamento da situação do Congresso. Tem mais de 4 ml funções. Até para colocar broche tem uma estrutura montada. Um desperdício de dinheiro público. Estrutura salarial alta, custo alto. Servidores que custam, entre ativos e inativos, R$ 3,5 bilhões. Há muita coisa para fazer. Não apenas para reduzir custos. Mas para melhorar a qualidade do processo legislativo.Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
"Agora, precisamos que o governo mande a dele. A estrutura salarial que foi construída no Congresso, dos servidores. não é diferente do Judiciário e Executivo. É importante que se construa uma reforma dos Três Poderes para poder construir carreiras que tenham marcos iniciais de salários parecidos e não haja a competição de concursos", completou.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Isso é um governo ou é o caos? O clima político se agrava (General Heleno e Rodrigo Maia)

Difícil dizer que personagens tão rústicas – a começar pelo presidente, seus três filhos aloprados, e o general do GSI – tenham efetivamente um projeto racional para dar um golpe e instaurar um regime autoritário (que eles parecem apreciar e considerar necessário para "governar" o Brasil). Eles simplesmente não têm condições reais de chegar a tanto, não apenas por falta de apoio no sistema político, entre os militares, no Congresso, na sociedade civil (pois ninguém toparia uma aventura dessas), mas também porque eles não tem condições intelectuais de sequer preparar uma coisa dessas. Como já disse várias vezes, e repeti acima, eles são rústicos (evito uma palavra mais ofensiva), e o que parece um grande plano arquitetado para produzir o mal ditatorial, nada mais é do que instintos autoritários primitivos, extremamente desorganizados e improvisado.
Resumindo tudo: estamos num governo caótico, tendo à frente um bando de malucos autoritários, mentalmente limitadíssimos, e tudo o que eles podem produzir é mais caos...
Acho que os famosos "donos do dinheiro" – ou seja, aqueles que mandam de fato no Brasil – deveriam reconsiderar o seu apoio a essa tribo.

Paulo Roberto de Almeida

Maia diz que Heleno virou 'auxiliar do radicalismo de Olavo'

'Acho que a frase dele (sobre novo AI-5) foi grave. Além disso ainda fez críticas ao Parlamento, como se o Parlamento fosse um problema', diz o presidente da Câmara

Mariana Haubert e Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo 
04 de novembro de 2019 | 13h06

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira, 4, o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o acusou de virar "um auxiliar do radicalismo do Olavo [de Carvalho]", escritor considerado o guru do bolsonarismo. 
A reação do deputado foi à declaração do militar, em entrevista ao 'Estado', sobre a ideia aventada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de se editar um "novo AI-5" para conter o radicalismo da esquerda.  

Augusto Heleno
O ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, durante simulação de ataque ao presidente Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na entrevista, Heleno não repudiou a possibilidade e disse que, se Eduardo propôs, era preciso estudar como fazer, pois iniciativas "para organizar o País" sofrem resistência, em uma crítica indireta ao Congresso. "Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter", afirmou o ministro na quinta-feira. 
Para Maia, a fala de Heleno foi "grave". "Infelizmente o general Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. É uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nessa linha", disse Maia, em Jaboatão dos Guararapes (PE), para onde viajou para receber uma homenagem. O presidente da Casa disse ainda que há um pedido de convocação do ministro em análise na Câmara.   
O Ato Institucional nº 5 foi o mais duro instituído pela ditadura militar, em 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados. Também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o direito a habeas corpus. A partir da medida, a repressão do regime militar recrudesceu. 
O general é um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro para assuntos militares. Na entrevista ao Estado, o ministro comparou a dificuldade para emplacar uma regra como o AI-5 ao ritmo lento que tramita o pacote anticrime de Sérgio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública.   
"Além disso ainda fez críticas ao Parlamento, como se o Parlamento fosse um problema para o Brasil. É uma cabeça ideológica", afirmou o presidente da Câmara.  
A declaração de Eduardo sobre o AI-5, dada em entrevista à jornalista Leda Nagle, provocou um terremoto político na semana passada, a ponto de Maia dizer que a apologia à ditadura era passível de punição. Horas depois, o presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, desautorizou o filho, sob o argumento de que quem fala em AI-5 só pode estar “sonhando”.  
No fim do dia, o “zero três” de Bolsonaro pediu desculpas, mas o estrago já estava feito. Em nota, Maia classificou as declarações de Eduardo como “repugnantes”. 
Procurado, Heleno não havia se manifestado sobre a declaração de Maia até a publicação desta notícia.