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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Atrasos educacionais garantidos com as sauvas freireanas do MEC: BNC - Editorial Estadão

Não é só na História que os ideólogos lulopetistas trabalhando para aquele dinossauro freireano chamado MEC tropeçam em sua própria pedagogia aloprada. Em outras matérias também, como em Português e Matemáticas, os militantes do atraso educacional continuam fazendo obra nefasta ao tentar aprovar a BNC, que deveria mais apropriadamente chamar-se Besteirol Nacional dos Companheiros. Não contentes em criar a Grande Destruição na área econômica, eles continuam a aprofundar o Grande Retrocesso na esfera educacional. Se os equívocos e os crimes econômicos podem ser corrigidos em prazo relativamente curto -- penso em um ou dois anos, por obra de bons economistas e colocando os autores da inépcia e da corrupção na cadeia, por obra da Justiça --, na esfera educacional, no entanto, qualquer mudança, supondo-se que sejam adotadas as políticas corretas, demora dez a quinze anos, ou mais, para produzir efeitos. Esse é mais um dos resultados nefastos para o país e para a sociedade advindo da tropa de mafiosos que se apossou do poder em 2003.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15/01/2016

A farsa da consulta pública - Geral - Estadão

A consulta pública da proposta de uma Base Nacional Comum Curricular (BNC), que é prevista pelo Plano Nacional de Educação, converteu-se em mais uma entre as inúmeras confusões políticas e administrativas do governo da presidente Dilma Rousseff.
O projeto foi elaborado no ano passado por especialistas cujos nomes estranhamente não foram divulgados à época pelo Ministério da Educação (MEC). E, apesar de os dirigentes do órgão terem afirmado que já receberam quase 10 milhões de sugestões, por meio de mensagens eletrônicas, até agora não divulgaram os critérios pelos quais elas são examinadas e consideradas. Ou seja, não esclareceram se essas sugestões estão sendo aceitas ou recusadas. Como não há um confronto público de opiniões e ideias, torna-se assim impossível saber se as sugestões endossam ou rejeitam as linhas mestras da minuta da BNC. Especialistas em educação classificam como “buraco negro” o recebimento e o arquivamento das opiniões de quem imaginou que a consulta aberta pelo MEC tivesse um mínimo de seriedade.
Os esclarecimentos sobre os critérios de como quase 10 milhões de sugestões têm sido processadas são fundamentais para o futuro do sistema educacional. Entre outros motivos, por causa das graves falhas na minuta da BNC divulgada pelo MEC. O texto não oferece informações óbvias sobre para que deve servir a escola, quem deve definir os conteúdos e os critérios para a elaboração de um currículo. Mas prima pelo apego a modismos pedagógicos e pelo abuso de jargões lulopetistas.
As falhas estruturais e o enviesamento ideológico da minuta da BNC não se concentram só na área de história, onde os responsáveis pelo texto desprezaram os fundamentos da civilização europeia para privilegiar a história africana e ameríndia, como modo de valorizar o tema da escravidão de negros e indígenas. Também há falhas graves em outras áreas. Em língua portuguesa, por exemplo, não há definição clara sobre a complexidade dos textos que os alunos de cada etapa deverão conseguir ler e entender. A proposta também não estipula objetivos precisos a serem atingidos nem prevê dificuldades que os alunos têm de superar, levando em conta variáveis como número de páginas de livros e tipo de construção. E, mais grave, prevê gramática no currículo só a partir do 3.º ano do ensino fundamental.
“O que se espera do texto narrativo do aluno brasileiro do 9.º ano é muito parecido ao que o currículo dos Estados Unidos exige de estudantes do 5.º ano”, diz a pesquisadora Paula Louzano, da Faculdade de Educação da USP. “O que se vê são aprendizados desconectados. Por causa da cortina de fumaça ideológica, não há conceitos objetivos, tais como no currículo francês, que determina o modelo de parágrafo que o aluno deve ler em um minuto para a verificação de fluência. Falar nisso aqui é pedir para ser chamado de fascista”, afirma Ilona Becskeházy, mestre em educação pela USP.
Na área de matemática, a minuta da BNC estabelece que o conceito de fração será ensinado apenas no 4.º ano do ensino fundamental, o que é considerado tardio pelos especialistas. Eles recomendam o contato com o tema já na pré-escola. “O estudo da ideia da parte pelo todo (a fração) é fundamental. Entrar neste conteúdo tardiamente cria uma dificuldade imensa para o aluno”, adverte Louzano. A proposta também prevê que os alunos do 1.° ano do ensino fundamental devam aprender a contar pelo menos até 30. Em muitos outros países, contudo, eles concluem esse ano escolar sabendo contar até 100 ou mais.
Diante do baixíssimo nível de qualidade do sistema brasileiro de ensino, e que tem sido registrado por diferentes mecanismos nacionais e internacionais de avaliação, a elaboração de uma BNC deveria ser uma oportunidade ímpar para se promover um debate amplo e consistente sobre as mudanças que precisam ser feitas no campo da educação. Em vez disso, o governo Dilma optou por uma consulta pública sem confronto de ideias e posições, o que fará da uniformidade ideológica a principal marca da BNC que está sendo forjada pelo MEC.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Educacao brasileira: mais demagogia do MEC

 MEC quer criar Programa Mais Professores

Mariana Tokarni

Agência Brasil, 22/08/2013


Brasília – O Ministério da Educação (MEC) quer levar professores a escolas onde faltam docentes em ação semelhante ao Mais Médicos. O Mais Professores faz parte do Compromisso Nacional pelo Ensino Médio, apresentado hoje (21) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na Câmara dos Deputados. A criação do programa já havia sido comentada antes pelo ministro, mas é a primeira vez que é apresentado em detalhes.

Segundo Mercadante, o compromisso ainda está em fase de desenvolvimento e depende do Orçamento disponível. Entre as ações do programa, está a proposta de levar professores a escolas de municípios com índices de desenvolvimento humano baixos ou muito baixos e que tenham um baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - índice calculado a partir do fluxo escolar e o desempenhos dos estudantes em avaliações nacionais.

A intenção é que, mediante o pagamento de uma bolsa, professores se disponham a reforçar o quadro dessas escolas. Para as escolas com baixo rendimento, a pasta quer atrair bons professores para melhorar o ambiente acadêmico. Caso não haja professores disponíveis na rede, o MEC cogita a participação de professores aposentados que queiram voltar às salas de aula.

Segundo Mercadante, as áreas com as maiores carências de professores são matemática, física, química e inglês. O ministro diz que as disciplinas representam cerca de 3% das matrículas de ensino superior, índice que tem se mantido constante. O Mais Professores, esclarece o ministro, ainda é uma proposta em aberto.

Além de atrair professores para áreas carentes, o compromisso propõe o aperfeiçoamento da formação continuada dos docentes, com o desenvolvimento de material didático específico e a criação da Universidade do Professor, uma rede que vai concentrar todas as iniciativas voltadas para a formação docente. Pretende-se que em um mesmo portal o professor possa acessar todos os cursos e programas disponíveis.

O compromisso prevê também um redesenho curricular do ensino médio, para que as disciplinas ensinadas tenham uma maior integração entre si. Para que o ensino seja melhorado, a pasta aposta na educação integral. Para 2013, segundo o ministro, está prevista a adesão de 5 mil escolas no ensino de dois turnos. No ano que vem, serão 10 mil centros de ensino.

Faz parte do compromisso a ação Quero ser Professor, Quero ser Cientista, com a oferta de 100 mil bolsas de estudo para jovens que queiram ingressar na área de exatas. Além disso, o ministério desenvolveu, em conjunto com pesquisadores, um kit para estimular o interesse pelas ciências. "Vamos distribuir os kits de ciências para alunos de toda a rede. Ele vai poder manipular, usar. É inspirado em alguns brinquedos, mas mais sofisticado e barato", explicou Mercadante.

Mercadante diz que o ensino médio é uma fase que precisa de atenção. "Andamos muito nos anos iniciais [do ensino fundamental], melhoramos nos anos finais e simplesmente atingimos a meta [do Ideb] no ensino médio. O que é pouco. Ainda precisamos de um salto de qualidade", disse.

Em 2012, 8.376.852 alunos estavam matriculados regularmente e 1.345.864 cursavam o ensino médio pelo Educação de Jovens e Adultos (EJA), de acordo com o Censo Escolar. A maioria das matrículas do ensino médio está na rede estadual de ensino (84,9%). As escolas privadas ficam com 12,7% das matrículas, as escolas federais com 1,5% e as municipais com 0,9%.

A defasagem idade-série ainda é alta, segundo o MEC, em 2012, dos estudantes matriculados no período, 31,1% têm idade acima do esperado para a série que cursam.

Carlos Alberto Montaner discute educacao publica e politicas economicas- Cato Institute


Carlos Alberto Montaner sostuvo un interesante intercambio con el profesor cubano Haroldo Dilla sobre la gratuidad de la educación universitaria, el marxismo y ciertas concepciones erróneas acerca de lo que es el liberalismo.
Carlos Alberto Montaner es periodista y escritor cubano. Este texto fue publicado originalmente en dos partes el 10 y 16 de julio de 2013, respectivamente.

Primera parte

El profesor Haroldo Dilla, exiliado cubano radicado en Santo Domingo, discrepa de mis ideas sobre la gratuidad de la enseñanza universitaria expresadas a propósito de las manifestaciones estudiantiles en Chile. Su texto, La ignorancia y el cinismo fue publicado en 7días.com.do del 8 de julio pasado. Se trata de un periódico digital dominicano que posee, me dicen, una extensa difusión.
Es la cuarta polémica que sostengo con otros tantos cubanos últimamente. No me quejo, porque, como decían los campesinos en sus controversias rimadas, “me dan pie para la décima”. La primera fue con el periodista radial Edmundo García, la segunda con el cantautor Silvio Rodríguez y la tercera con el profesor Arturo López-Levy. Todas pueden localizarse en la red. Los tres primeros encarnaban diversas posiciones del oficialismo cubano. Ahora surge este inesperado intercambio con el economista Haroldo Dilla, exiliado en República Dominicana.
El tema que se debate
En efecto, como irrita al profesor Dilla, creo que es inmoral que el conjunto de la sociedad afronte las responsabilidades económicas de unos pocos adultos, generalmente pertenecientes a las clases medias y altas del país, que luego se beneficiarán del ejercicio de las profesiones alcanzadas.
Como escribí en La buena educación, reproducido en diversos medios, me parece más razonable y justo que el Estado invierta los escasos recursos de que dispone en mejorar notablemente la enseñanza pre-escolar, primaria y secundaria, cuando los niños y adolescentes todavía no han sido declarados adultos responsables, porque es en esa etapa de la vida cuando se crean el carácter, los hábitos y los valores que los van a acompañar hasta su muerte.
Es en esa fase, además, donde están presentes prácticamente todas las personas, y no el porcentaje minoritario que accede a las universidades (desde el 51% en Canadá hasta el 3% en África subsahariana, con un promedio planetario de algo menos del 7%). Si de lo que se trata es de preparar a los ciudadanos para que puedan competir y sobresalir, es en los primeros años donde es más útil poner el acento.
Naturalmente, si la sociedad fuera inmensamente próspera y el Estado igualmente rico, no habría que elegir. Teóricamente, se podría subsidiar a todos, todo el tiempo, siempre que existan suficientes riquezas. Sólo que ese panorama es muy poco frecuente y, cuando existe, como sucede en algunos pozos de petróleo con himnos y banderas del Medio Oriente, las marginaciones son de carácter religioso. En algunos de esos países el todos no suele incluir a las mujeres.
Simultáneamente, el profesor Dilla rechaza mi conformidad con que esos estudios universitarios también puedan ser actividades lucrativas, como suele ocurrir con la enseñanza primaria o secundaria, zona de la educación donde proliferan las buenas, escuelas privadas. Dilla comparte con muchos religiosos el rechazo a la obtención de beneficios producidos por una ocupación a la que le confiere una majestad especial.
Le escandaliza que una persona, o un grupo de inversionistas, arriesguen sus capitales y su tiempo fomentando una actividad empresarial dedicada a transmitir conocimientos a alumnos universitarios que libremente han decidido pagar por ellos porque los encuentran adecuados. Dilla prefiere obligar al conjunto de la sociedad a que sufrague los costos que eso implica.
(...)

Ler a íntegra do artigo neste link: