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terça-feira, 17 de maio de 2022

O Mercosul vem sendo torpedeado pelo governo Bolsonaro: mais um pouco afunda de vez (matérias da imprensa)

Son qualquer pretexto, esses caras do Paulo Guedes vão conseguir afundar o Mercosul, um dos projetos mais relevantes da diplomacia brasileira. Mais um pouco eles completam a demolição.

Paulo Roberto de Almeida


Governo estuda zerar tarifas de importação de mais 11 produtos para combater inflação

Na lista, técnicos cogitam incluir itens usados na construção civil, como material siderúrgico. Outras desoneraçôes ainda não deram efeito esperado

Eliane Oliveira
09/05/2022 - 19:00 / Atualizado em 09/05/2022 - 22:37

BRASÍLIA — Com uma inflação de dois dígitos e sem perspectiva de trégua, mesmo com as sucessivas altas dos juros decididas pelo Banco Central, o Ministério da Economia estuda mais uma rodada para zerar as tarifas de importação.

Desta vez, a lista seria formada por 11 produtos, incluindo itens usados na construção civil, como material siderúrgico. O aço tem sido apontado como vilão pelas empresas de construção civil, que pedem para o governo facilitar o ingresso de vergalhões importados, por exemplo, no Brasil.

A medida deve ser discutida, na quarta-feira, pelo Comitê Executivo da Câmara de Comércio Exterior (Gecex). Só a partir daí poderá ser tomada uma decisão a respeito.

Também deverá entrar em pauta na reunião mais uma rodada de diminuição, em 10%, da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que está em negociação com os demais sócios do bloco.

Outra medida, que não depende da concordância de Argentina, Paraguai e Uruguai, seria a queda de 10% das alíquotas de bens de capital, informática e telecomunicações.

Em 21 de março deste ano, o governo fez a primeira tentativa para combater a inflação, ao zerar o Imposto de Importação do etanol e de seis alimentos da cesta básica: macarrão, óleo de soja, margarina, queijo e açúcar refinado.

Na época, a equipe econômica projetava um impacto no preço da gasolina — em que é acrescido álcool anidro — de R$ 0,20.

Desoneração ainda não baixou preços
Ao reduzir o Imposto de Importação, o governo tenta forçar a queda dos preços, por meio do aumento do ingresso de produtos importados. Mas representantes de setores, como os de café e óleo de soja, ouvidos pelo GLOBO disseram que não houve impacto significativo nas importação.

As tarifas zeradas em março vão vigorar até o fim deste ano. Segundo o governo, a renúncia fiscal estimada seria de cerca de R$ 1 bilhão.

No caso do Mercosul, a primeira rodada de redução da TEC ocorreu em novembro do ano passado, de forma unilateral. A pedido da Argentina, foram excluídos produtos considerados sensíveis para os vizinhos, como como automóveis, autopeças, laticínios, têxteis, pêssegos e brinquedos. Na época, o Ministério da Economia projetava uma diminuição do nível de preços em 0,3% a longo prazo.

Uma fonte da área econômica comentou que, hoje, os uruguaios vêm se posicionando contra a medida, por não terem conseguido o apoio formal do Brasil para negociarem acordos em separado com países que não fazem parte do Mercosul. Um desses mercados é a China.  

https://oglobo.globo.com/economia/macroeconomia/governo-estuda-zerar-tarifas-de-importacao-de-mais-11-produtos-para-combater-inflacao-25504859


Governo planeja novos cortes de impostos e mira aço, conta de luz e cesta básica


09/05/2022 20h38  Atualizado há 2 horas

A área econômica do governo Jair Bolsonaro se encaminha para determinar novos cortes em impostos e tarifas de importação. As medidas são uma tentativa de conter a alta persistente da inflação – 11,3% no acumulado de 12 meses até março pelo IPCA.

Estão em estudo no governo, atualmente:

- uma nova redução de 10% na Tarifa Externa Comum (TEC) aplicada à maior parte dos produtos que vêm de fora do Mercosul (ou seja, que não são importados de Argentina, Paraguai e Uruguai);
- uma redução a zero dos tributos de importação para 11 produtos, como aço e itens da cesta básica.

O governo quer colocar essa nova rodada de medidas econômicas em prática para tentar segurar a inflação em pleno ano eleitoral.

Pesquisas têm mostrado que a alta dos preços é um dos aspectos mais mal avaliados do governo Jair Bolsonaro até aqui, em razão de efeitos como a redução do poder de compra e a elevação do custo de vida.

O pacote anti-inflação inclui, ainda, medidas em estudo para baratear a conta de luz e amenizar a alta do diesel. Em razão do calendário eleitoral – que impõe restrições aos governantes nos cargos –, o governo teria desistido de aumentar a faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas.

Tarifa do Mercosul
No caso da Tarifa Externa Comum do Mercosul, integrantes da área econômica e do Itamaraty já negociam com os países do bloco para tentar uma redução conjunta. No Ministério da Economia, entretanto, a tendência é defender o corte mesmo sem o consenso regional.

Uma redução semelhante foi definida no fim de 2021. Naquele momento, parte do governo defendia um corte maior na tarifa – a proposta final ficou em 10% para não atrapalhar outras negociações com os países vizinhos.

A área econômica aposta na medida como um instrumento para combater a inflação, que fugiu das expectativas iniciais para o ano após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Para custear as medidas, o governo diz que há recursos em caixa em razão da arrecadação recorde que vem sendo registrada nos últimos meses.

Em março de 2021, o presidente Jair Bolsonaro defendeu em discurso na Cúpula do Mercosul a necessidade de ampliar o comércio com países fora do bloco econômico. Relembre no vídeo abaixo:

https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2022/05/09/governo-planeja-novos-cortes-de-impostos-e-mira-aco-conta-de-luz-e-cesta-basica.ghtml