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quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Notícias da frente diplomática, nomeações de novos embaixadores do Itamaraty - 23/11/2022

 Para onde o chanceler de Bolsonaro gostaria de ser enviado por Lula


Atual ministro das Relações Exteriores, Carlos França tem mantido contato frequente com integrantes da equipe de transição de Lula

Igor Gadelha
23/11/2022 6:00, atualizado 22/11/2022 20:58

De saída do comando do Itamaraty, o atual chanceler Carlos França fez chegar a diplomatas próximos a Lula que gostaria de ser indicado pelo presidente eleito para a embaixada do Brasil em Londres, na Inglaterra.

Desde o fim da eleição, o ministro das Relações Exteriores de Jair Bolsonaro tem mantido contato frequente com o ex-chanceler Celso Amorim, principal conselheiro de Lula para a área internacional.

Além do próprio destino, França negocia o futuro de seus principais auxiliares no Itamaraty. Para o atual secretário-geral do ministério, Fernando Simas, por exemplo, tenta garantir o comando da embaixada do Brasil em Roma, na Itália.

Já para o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, atual secretário de Assuntos Multilaterais Políticos da pasta, o atual chanceler negocia a indicação para a embaixada brasileira em Paris, na França.

https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/para-onde-o-chanceler-de-bolsonaro-gostaria-de-ser-enviado-por-lula


Com Lula, o retorno da diplomacia presidencial


Perfil do chanceler vai apontar rumo da política externa

23/11/2022 05h00  Atualizado há 3 horas

A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva recoloca em foco a chamada diplomacia presidencial. É aquela modalidade de diplomacia conduzida pessoal e diretamente pelo chefe de Estado, a qual ganhou peso nos mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, sob Lula entre 2003 e 2010, recebeu potentes esteroides anabolizantes. Agora, é dado como certo que Lula buscará novo protagonismo internacional. A dúvida que permanece, sobretudo diante do mistério sobre quem será o ministro da área, é como encaixará o Itamaraty e o futuro chanceler nos seus planos.

Intelectual reconhecido internacionalmente, FHC valeu-se da experiência que acumulou quando esteve à frente do Itamaraty para projetar-se no exterior. Depois de eleito presidente, com ajuda da chancelaria, construiu uma intensa agenda que acabou sendo alvo de críticas e piadas, como se tais visitas não demonstrassem o prestígio político do Brasil no exterior ou ajudassem na abertura de mercados.

Perfil do chanceler vai apontar rumo da política externa 
Lula chegou à Presidência com bom trânsito entre lideranças de esquerda em outros países, devido à rede de contatos internacionais que construiu durante sua carreira sindical. Sua biografia singular, de operário e retirante que chegara ao topo do poder, ampliou a audiência. É possível dizer que Lula imprimiu, também com ajuda fundamental do Itamaraty, uma política externa com grande ativismo. Com ela, estendeu a atuação brasileira para locais onde o país até então pouco se arriscara, como o Irã.

Mas o petista tampouco foi poupado. Quando adquiriu em 2004 uma nova aeronave presidencial, por exemplo, o avião logo foi batizado pela oposição de “AeroLula”. Em outros casos, como a tentativa de mediar o conflito entre israelenses e palestinos, foi acusado de ter uma ambição desmedida.

Nos últimos anos, o instrumento da diplomacia presidencial foi perdendo peso. Compreensível: Dilma Rousseff e Michel Temer não tiveram a mesma aptidão dos antecessores. Nem o charme.

Jair Bolsonaro, por sua vez, estreou o governo com uma política externa que tinha entre suas diretrizes transformar o Brasil em pária. No fim de março de 2021, em meio a uma crise com o Congresso, substituiu o ministro das Relações Exteriores na tentativa de fazer uma correção de rota. A situação melhorou, sim, mas um passivo considerável já estava dado. Tanto que Lula colocou entre suas prioridades sinalizar logo de cara, em caso de vitória, que o reposicionamento do Brasil na cena internacional seria uma de suas maiores prioridades.

E assim foi feito. No dia 30 de outubro, enquanto o presidente eleito recebia telefonemas de líderes estrangeiros e lia a manifestação de outros nas redes sociais felicitando-o pelo triunfo no segundo turno, articulava-se o seu retorno ao palco internacional em grande estilo.

Diante dos danos à imagem do Brasil por causa da recente política ambiental, decidiu-se que sua estreia seria justamente na cúpula do clima que se realizaria dali a alguns dias no Egito, a COP27. Uma ampla agenda de reuniões bilaterais também era formulada, na qual foram incluídos representantes das Nações Unidas e de parceiros estratégicos.

Antes de retornar ao Brasil, Lula fez escala em Portugal. Foi uma saída estratégica.

Fora do país, o presidente eleito evitou perguntas sobre a escolha de ministros. Conseguiu dar destaque ao discurso sobre seus planos para promover a defesa dos povos originários e do meio ambiente, à medida em que sua equipe assumia o desgaste das negociações com o Congresso sobre a PEC da Transição.

Algo semelhante ocorreu em 2002. Durante o período de transição, Lula viajou para os Estados Unidos para encontrar o então presidente americano, George W. Bush.

Havia tensão no ar de ambos os lados. Àquela altura, não era possível prever como se dariam as relações bilaterais de dois países conduzidos por presidentes tão diferentes do ponto de vista ideológico. O americano era visto pela esquerda brasileira como alguém de extrema direita, ao passo em que o brasileiro vinha sendo chamado de comunista por setores políticos dos EUA. Mas o clima logo mudou.

Testemunhas do encontro contam como se deu a distensão. Bush recebeu Lula de pé com importantes assessores, afirmando que os dois mostrariam como era possível duas pessoas tão diferentes fazerem negócios. Segundo relatos, Lula colocou em prática sua tática para encantar desconhecidos: segurou o braço do interlocutor, mirou-o olho no olho e manteve o papo em tom ameno. Estabeleceu-se, assim, uma improvável relação de confiança.

Nem mesmo um pedido para que Lula não se opusesse publicamente contra a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque atrapalhou a reunião. Bush retribuiu quando, após o escândalo do mensalão, desembarcou em Brasília para dividir a mesa com Lula em um churrasco na Granja do Torto. O gesto foi visto como uma demonstração de apoio ao petista num momento difícil de seu primeiro mandato.

O caso é relatado por quem quer explicar como o fator pessoal, a diplomacia presidencial, pode influenciar as relações exteriores e a política doméstica dos países envolvidos.

É possível argumentar que os quatro anos do governo Bolsonaro foram marcados pela pandemia, e isso pode até ter atrapalhado a agenda internacional do atual presidente. Mas, o fato é que Bolsonaro comprovou a tese existente entre funcionários do Ministério das Relações Exteriores segundo a qual a diplomacia presidencial, no Brasil, tem um caráter errático. Com um ministro ideológico no início do mandato, perdeu tempo precioso e prejudicou os interesses nacionais.

Interlocutores de Lula dão como certo que o presidente eleito deverá dar novo dinamismo à agenda internacional elaborada a partir do Palácio do Planalto. Mas esta sempre dependeu, e continuará dependendo, da estrutura do Itamaraty e das viagens preparatórias realizadas pelo chanceler.

O perfil do ministro irá sinalizar se Lula pretende colocar a pasta a serviço do Estado, de sua própria reputação ou do PT.

Fernando Exman é chefe da redação, em Brasília. Escreve às quartas-feiras
E-mail: fernando.exman@valor.com.br

https://valor.globo.com/politica/coluna/com-lula-o-retorno-da-diplomacia-presidencial.ghtml


Comissão aprova 7 indicados para embaixadas e organizações internacionais

Marcella Cunha | 22/11/2022, 19h10

A Comissão de Relações Exteriores sabatinou nesta terça-feira (22) cinco indicados a postos diplomáticos: Márcio do Nascimento para assumir o cargo de Embaixador do Brasil na Jordânia; Fernando José de Abreu, na Tunísia; Evaldo Freire, na Mauritânia; Rubem Amaral, no Sudão; e Leonardo Monteiro, na Guiné Equatorial. Também foram aprovados os nomes de Paula de Souza para representar o Brasil na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Carla Carneiro na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2022/11/comissao-aprova-7-indicados-para-embaixadas-e-organizacoes-internacionais


PT consegue barrar embaixadores indicados por Bolsonaro para Argentina, Itália e Vaticano

Acordo foi costurado pela equipe de transição com presidente do Senado e chanceler; comissão analisa outras nomeações

22.nov.2022 às 19h41
Thaísa Oliveira

BRASÍLIA
Aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiram um acordo com a liderança do Senado para barrar indicações de Jair Bolsonaro (PL) às embaixadas brasileiras na Argentina, na Itália e no Vaticano. Os três são considerados postos-chave para a área de relações exteriores do futuro governo.

Os diplomatas apontados pelo atual presidente para esses postos nem entraram na pauta da CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) do Senado nesta terça-feira (22), quando o colegiado aprovou, em sabatina, os indicados para as representações na Tunísia, na Mauritânia, na Guiné Equatorial, no Sudão e na Jordânia.

O movimento contou com o apoio dos presidentes da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CRE, Esperidião Amin (PP-SC). A avaliação é de que a definição de cargos estratégicos para o país não cabe mais a Bolsonaro, derrotado nas eleições, cuja gestão termina com a posse de Lula, em 1º de janeiro.

Amin afirmou que a questão também foi acordada com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. "O que está sendo aprovado é fruto do sucesso de um acordo entre pessoas de mesma formação, de mesma informação e envolvendo carreiras de Estado", disse. "É importante que a gente delibere [a situação de outros postos] porque há casos em que estamos com a embaixada vaga. Seria um ato de desconsideração com o país."

Seis indicados de Bolsonaro para outros postos serão sabatinados pela comissão nesta quarta-feira (23).

Durante a votação em plenário nesta terça, Pacheco agradeceu ao titular do Itamaraty pela colaboração. "Meu reconhecimento a vossa excelência [Amin] e ao chanceler Carlos França pela contribuição dada para que fossem realizadas essas sabatinas e apreciação no plenário do Senado."

A representação em Buenos Aires é um posto com interlocução direta com um dos principais aliados regionais de Lula, o peronista Alberto Fernández —que visitou o presidente eleito em São Paulo no dia seguinte à vitória do petista. Bolsonaro havia indicado para o cargo o diplomata Hélio Vitor Ramos, que foi assessor internacional do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ).

Já o atual chefe de gabinete de França, Achilles Zaluar, foi o nomeado para a embaixada no Vaticano. A designação não deve ser analisada pelo Senado porque o PT quer a indicação devido à identificação do partido com o papa Francisco e suas pautas de reforma da Igreja Católica.

A Itália, por sua vez, é considerado um dos postos de maior prestígio entre as embaixadas brasileiras no exterior. A posição ganhou maior importância para aliados de Lula após a eleição de um governo de ultradireita no país europeu, liderado por Giorgia Meloni. Bolsonaro havia indicado para a vaga Fernando Simas Magalhães, atual secretário-geral do Itamaraty.

As mudanças de planos para o Ministério das Relações Exteriores com a chegada de Lula à Presidência são ainda mais amplas do que as indicações não analisadas nesta terça.

O atual governo chegou a enviar outras designações que nem sequer foram lidas por Pacheco —o que as impede de tramitar no Senado. É o caso da missão em Paris, cujo indicado era o diplomata Paulino Franco de Carvalho. A França —governada por Emmanuel Macron, que recebeu o petista no ano passado e acumulou atritos com Bolsonaro— deve desempenhar papel de interlocutor privilegiado de Lula na Europa, razão pela qual a equipe de transição quer definir quem ocupará a embaixada.

O mesmo vale para a representação do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio). Os planos da gestão atual eram que a vaga fosse ocupada pelo hoje secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Itamaraty, Sarquis José Buainain Sarquis —a indicação, no entanto, pode ser revista pela transição.

Dessa forma, os nomes analisados nesta terça foram para postos considerados de menor sensibilidade.

O nome do diplomata Márcio Fagundes do Nascimento foi aprovado para a embaixada da Jordânia, o de Rubem Guimarães Coan Fabro Amaral para a missão no Sudão, e o de Evaldo Freire para a Mauritânia. Já Fernando José Marroni de Abreu recebeu o aval dos senadores para a representação na Tunísia e Leonardo Carvalho Monteiro, na Guiné Equatorial.

O Senado também endossou as delegadas permanentes do país junto à Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e à FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) —respectivamente, as diplomatas Paula Alves de Souza e Carla Barroso Carneiro.

A votação para todos os cargos foi unânime na Comissão de Relações Exteriores. Estão na pauta do colegiado nesta quarta as sabatinas dos indicados por Bolsonaro para as embaixadas do Brasil no Vietnã, na Guatemala, na África do Sul, na Costa Rica, no Líbano e na Tanzânia.

O movimento de tentar sustar a análise de nomeações do atual governo se deu em outros âmbitos, não só na diplomacia. Aliados de Lula e integrantes do Judiciário também tentaram adiar sabatinas de desembargadores indicados pelo presidente para duas vagas abertas no STJ (Superior Tribunal de Justiça), Messod Azulay Neto e Paulo Sérgio Domingues.

Havia a expectativa por parte de aliados de Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que figurou na lista quádrupla do STJ, de que Lula pudesse rever as indicações e apontar o nome do magistrado. A avaliação final, no entanto, foi a de que o movimento criaria mal-estar com a base de Bolsonaro no Senado, em um momento em que o governo eleito tenta aprovar a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição para pagar o Bolsa Família em 2023.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/11/pt-consegue-barrar-embaixadores-indicados-por-bolsonaro-para-argentina-italia-e-vaticano.shtml


Plenário aprova indicação para embaixada na Tunísia

Da Agência Senado | 22/11/2022, 18h06

Proposições legislativas
MSF 76/2021
Com 45 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção, o Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (22) a indicação (MSF 76/2021) do diplomata Fernando José Marroni de Abreu para a chefia da embaixada brasileira na Tunísia. O indicado é atualmente representante do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e órgãos correlatos, como o Programa Mundial de Alimentos.

Natural de São Borja (RS), Fernando Marroni nasceu em 1957. É formado em engenharia química, ciências econômicas e relações internacionais, e é mestre em relações internacionais.

Desde que Iniciou a carreira diplomática, em 1982, Marroni ocupou vários cargos no Ministério de Relações Exteriores e serviu em embaixadas na Jordânia, Espanha, Itália, França e Cuba, além de participar da Empresa Brasileira de Administração Aeroportuária (Infraero), da Subsecretaria-Geral de Planejamento Político e Econômico e do Ministério Extraordinário de Política Fundiária, entre outros cargos.

Tunísia
O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da República da Tunísia, em 1956. No mesmo ano, foi aberto o consulado brasileiro em Túnis e, em 1961, foi criada a embaixada. Desativada temporariamente em 1999 em razão de cortes orçamentários, a missão diplomática foi reaberta em 2001.

Após a revolução tunisiana (“Revolução de Jasmim”) de janeiro de 2011, o país busca maior inserção internacional e as relações bilaterais com o Brasil foram intensificadas. Em 2016 foi assinado um acordo entre o Mercosul e a Tunísia. No campo comercial, as relações Brasil-Tunísia eram centradas na importação de fosfatos e na exportação de açúcar, porém o cenário hoje é outro, passando o Brasil a exportar mais soja que açúcar e a importar fertilizantes, azeite de oliva e frutas como tâmaras e figos.

A cooperação técnica bilateral com a Tunísia está amparada pelo Acordo de Cooperação Técnica, vigente desde 2002. Desde o lançamento, em 2016, do primeiro projeto bilateral, no domínio do eucalipto, a Tunísia tem demonstrado interesse por ampliar e diversificar a cooperação com o Brasil. Entre as áreas de maior interesse estão o fortalecimento institucional da Agência Tunisiana de Cooperação Técnica e do Centro de Promoções das Exportações da Tunísia (Cepex); promoção do artesanato; valorização socioeconômica da pesca e frutos do mar; transporte e logística e desenvolvimento social.

Sabatina
A mensagem de indicação recebeu na Comissão de Relações Exteriores (CRE) parecer favorável do relator, senador Ogari Pacheco (União-TO). Submetido a sabatina nesta terça-feira, Marroni prometeu aos membros da CRE dar prioridade ao fechamento do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Tunísia, que já vem sendo negociado há anos. O diplomata ainda destacou o fato de o Brasil ter, historicamente, superávits no comércio bilateral com a Tunísia. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que o fluxo comercial chegou a US$ 277 milhões, com superávit para o Brasil de US$ 192 milhões. O Brasil já exporta principalmente soja, açúcares e melaços.

https://www12.senado.leg.br/noticias/noticias/materias/2022/11/22/plenario-aprova-indicacao-para-embaixada-na-tunisia


Senado aprova novo embaixador brasileiro no Sudão

Da Agência Senado | 22/11/2022, 18h39

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (22) a indicação do diplomata Rubem Guimarães Coan Fabro Amaral para chefiar a embaixada do Brasil na República do Sudão (MSF 8/2022). Ele recebeu 48 votos a favor e 2 contra com 2 abstenções.

Amaral passou por sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE) na manhã desta terça. Ele defendeu a promoção do comércio bilateral entre os países, visando à ampliação dos investimentos brasileiros no Sudão, com ênfase no agronegócio. Ele ressaltou que o Brasil pode exercer papel fundamental “como facilitador” do processo de estabilização política do Sudão e sua plena reintegração à comunidade internacional. O país sofreu um golpe militar em 2021 e passa agora por um processo transitório democrático. 

O indicado ressaltou que o Sudão possui enorme potencial agrícola, mas com dificuldades que podem ser superadas por meio da cooperação com o Brasil. Entre essas dificuldades, citou a agricultura pouco mecanizada e carente de tecnologia, culturas pouco variadas e desafios para aquisição de insumos e obtenção de financiamento para ampliar a produção.

Rubem Amaral foi encarregado de negócios nas embaixadas no no Egito, em Gana e na Indonésia, e atualmente exerce a mesma função na Arábia Saudita. Também foi assessor na Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras e de Assuntos Consulares e Jurídicos (2018), diretor de Estudos Econômicos e Pesquisas do Ministério do Turismo (2018) e coordenador-geral de Turismo e Esporte do Itamaraty (2019-2020).

O país
A República do Sudão ocupa território equivalente à área dos estados do Amazonas e Tocantins somados. É o terceiro maior país da África, mesmo depois de ter perdido 25% de sua área com a separação do Sudão do Sul em 2011. É um país presidencialista e tem aproximadamente 37 milhões de habitantes, dos quais 97% são de religião islâmica. Em 2021 o produto interno bruto (PIB) do país foi de U$ 34,37 bilhões, o que significa um PIB per capita de US$ 775,04.

Apesar de Brasil e Sudão terem estabelecido relações diplomáticas em 1968, elas se aprofundaram apenas neste século porque os conflitos civis entre o norte e o sul do país impediram um aumento das relações bilaterais. O fim do conflito, em 2005, foi fator importante para a aproximação. Em 2004 o Sudão abriu embaixada em Brasília, a primeira do país na América do Sul. Por sua vez, o Brasil abriu sua embaixada em Cartum em 2006.

Na percepção do Itamaraty, o Sudão identifica o Brasil como parceiro privilegiado, capaz de contribuir para o desenvolvimento de setores importantes da economia do país e para a necessária diversificação de sua matriz produtiva. Os dois países mantêm cooperação nas áreas de agricultura e da energia, mas o comércio segue sendo bastante fraco e tem oscilado bastante. A balança comercial de U$ 100 milhões em 2010 caiu para US$ 27,6 milhões em 2020. As exportações brasileiras respondem por mais de 98% desse montante e estão centradas no açúcar (bruto e refinado). O Brasil importa principalmente plantas utilizadas em perfumaria e medicina.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/11/22/senado-aprova-novo-embaixador-brasileiro-no-sudao



Aprovada em Plenário indicação de novo embaixador na Jordânia

Da Agência Senado | 22/11/2022, 19h09

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (22) a indicação de Márcio Fagundes do Nascimento a embaixador na Jordânia (MSF 77/2022) com 48 votos favoráveis, três contrários e três abstenções. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) foi autor do relatório na Comissão de Relações Exteriores (CRE) favorável à indicação.

Nascido em 1961, no Rio de Janeiro, o diplomata ocupa desde 2020 o cargo de diretor do Departamento de Europa no Ministério de Relações Exteriores. Nascimento é graduado em letras neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, entre outras funções, atuou como assistente da Secretaria de Relações com o Congresso, subchefe da Divisão das Nações Unidas, assessor técnico do Departamento de Organismos Internacionais, diretor do Departamento do México, Canadá, América Central e Caribe.

No exterior, serviu como terceiro e segundo-secretário na missão na Organização das Nações Unidas, em Nova York, conselheiro na missão na Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena; e conselheiro e ministro-conselheiro na embaixada em Montevidéu.

Jordânia
A Jordânia (oficialmente Reino Hachemita da Jordânia) é um país do Oriente Médio que teve de acolher milhões de refugiados, sendo hoje o segundo país do mundo com maior número de refugiados por habitante.

Brasil e Jordânia formalizaram suas relações bilaterais no ano de 1959. No ano de 1984, Brasil e Jordânia abriram embaixadas em suas respectivas capitais. Segundo o relatório de Portinho, as relações entre os dois países são marcadas por fluidez de diálogo político, com novo impulso a partir da troca de visitas de alto nível na década de 2000.

Em 2015, Brasil e Jordânia acordaram mecanismo de consultas políticas. Ademais, Acordo de Cooperação Técnica, assinado em 2018 e que aguarda ratificação da Jordânia, permitirá a alocação de recursos financeiros para a implementação de projetos de cooperação bilateral em áreas consideradas prioritárias, como agropecuária, saúde, educação, formação profissional, entre outras. No campo da cooperação em matéria de segurança e inteligência, Amã conta com as únicas adidâncias da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal no Oriente Médio.

Sabatina
Nascimento foi submetido a sabatina na manhã desta terça-feirs. Aos membros da CRE, o diplomata elegeu como prioridade entre suas ações o avanço das tratativas para o país como alternativa para importação de fertilizantes pelo Brasil. A Jordânia é o 7º maior produtor mundial do insumo no mundo, enquanto o Brasil, líder em produção agrícola, ampliou seu consumo de fertilizantes, passando de 150 mil toneladas para 300 mil por ano. Para o diplomata, a Jordânia se transformou numa “parceira indispensável” à agricultura brasileira, já que o Brasil também possui um relevante papel no segurança alimentar do país, ao fornecer 80% do frango e 50% da carne consumidos pelos jordanianos. 

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/11/22/aprovada-em-plenario-indicacao-de-novo-embaixador-na-jordania


Nome de embaixador na Guiné Equatorial é confirmado no Plenário

Da Agência Senado | 22/11/2022, 18h31

O Senado aprovou, nesta terça-feira (22), o nome do diplomata Leonardo Carvalho Monteiro para o cargo de embaixador do Brasil na Guiné Equatorial (MSF 7/2022). Foram 47 votos a favor, nenhum contrário e duas abstenções. O nome de Monteiro já havia sido aprovado, mais cedo, em sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE), sob relatoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

Leonardo Monteiro nasceu no ano de 1958, em São Paulo (SP). Graduou-se em Letras pela Universidade Mackenzie, de São Paulo, em 1979. Três anos depois iniciou sua carreira diplomática. Já trabalhou nas representações brasileiras na França e na Espanha. A Guiné Equatorial é um pequeno país áfricano, com cerca de 1,3 milhão de habitantes, que tem o português como uma das línguas oficiais, ao lado do espanhol e do francês.

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/11/22/nome-de-embaixador-na-guine-equatorial-e-confirmado-no-plenario


Aprovado novo embaixador na Mauritânia

Da Agência Senado | 22/11/2022, 18h14

O Plenário do Senado aprovou o diplomata Evaldo Freire para o cargo de embaixador do Brasil na Mauritânia, país do noroeste da África. A MSF 3/2022 recebeu parecer favorável da relatora, senadora Eliane Nogueira (PP-PI). A indicação foi aprovada com 48 votos a favor, 1 voto contra e 2 abstenções.

Durante sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE), Evaldo Freire salientou que o relacionamento entre Brasil e Mauritânia tem um horizonte significativo a ser desenvolvido.

— Há  muito ainda a ser desenvolvido: na cooperação técnica, no comércio e também na área de defesa. Há propostas significativas nas áreas militar e de educação, como um programa de estudante-convênio para o fortalecimento da língua portuguesa. É relevante a questão da prospecção de fosfato, que vai diretamente aos nossos interesses — disse o diplomata na ocasião.

Desde 2015, segundo Freire, a Mauritânia tem alcançado níveis significativos de desenvolvimento. Em 2022, a perspectiva é de que o país cresça 5,3%, em uma economia baseada principalmente nas atividades extrativistas.

Evaldo Freire nasceu em 1954 em Teresina, Piauí. Cursou Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestrado em Política Internacional pela Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica. Ingressou na carreira diplomática em 1985.

Ao longo de sua carreira, desempenhou diversas funções, entre as quais: cônsul-adjunto nos Consulados-Gerais em Nova York e São Francisco; diretor do Comitê Nacional da Rio+20; missão transitória na embaixada em Bissau. Desde 2015, é embaixador do Brasil em Malabo, na Guiné Equatorial.

Mauritânia
De acordo com o Itamaraty, a Mauritânia conta com população de 4,15 milhões de habitantes (dados de 2019) e Produto Interno Bruto (PIB) nominal da ordem de US$ 8,1 bilhões (dados de 2020), sendo uma república semipresidencialista. Praticamente toda a população pratica a religião muçulmana.

O Brasil reconheceu a independência da Mauritânia em 1960 e estabeleceu relações diplomáticas com o país em 1961. Em 2008, o governo mauritano inaugurou representação diplomática permanente em Brasília. Em 2010, foi aberta a embaixada do Brasil em Nuaquexote. A abertura das respectivas missões contribuiu para maior aproximação bilateral.

Atualmente, a cooperação em matéria de defesa é a área mais dinâmica do relacionamento entre os dois países. O governo mauritano firmou contratos de compra e manutenção de aeronaves Super Tucanos A-29, da Embraer; de compra de sistema de vigilância de fronteiras, equipamento de tráfego e sistema de controle aéreo; e de uso de sistemas de aquisição e manutenção de radares fixos e móveis. Também houve a venda pela empresa Avibrás de mísseis para utilização por essas aeronaves. Em 2019 a Mauritania Airlines também comprou da Embraer dois aviões modelo E-175.

O fluxo de comércio bilateral cresceu entre 2001 e 2012. O superávit comercial brasileiro está lastreado sobretudo em produtos do agronegócio (açúcar refinado e carne de frango congelada). Desde 2014, a média anual do volume das exportações brasileiras é de pouco mais de US$ 100 milhões.

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/11/22/aprovado-novo-embaixador-na-mauritania

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Lula pretende rever indicações de Bolsonaro para embaixadas e posto na ONU - Felipe Frazão (OESP)

TRANSIÇÃO


Itamaraty
Lula pretende rever indicações de Bolsonaro para embaixadas e posto na ONU

Ministro das Relações Exteriores , Carlos França telefonou para Celso Amorim , um dos articuladores da equipe petista

FELIPE FRAZÃO, BRASÍLIA
O Estado de S. Paulo, 7/11/2022

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja rever as indicações de embaixadores feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Senado. Há pelo menos 15 embaixadores já apresentados formalmente pelo atual chefe do Executivo cujas sabatinas estão travadas desde o início da campanha eleitoral. Com a transição de governo, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, telefonou para o ex-chanceler Celso Amorim, um dos articuladores da equipe petista.

A conversa ocorreu na manhã da sexta-feira passada. Ficou acertado que eles voltarão a discutir detalhes da transição e dos novos representantes do País no exterior a partir da semana que vem, depois que Amorim retomar as atividades - ele passará por uma cirurgia em São Paulo amanhã. Em tom considerado gentil e republicano, França se dispôs inclusive a encontrar o ex-ministro de Lula fora de Brasília.

"É assunto delicado e teremos que analisar enquanto a transição progride", disse Amorim ao Estadão. "São cargos de confiança. Tudo vai se passar de modo civilizado, as providências que tiverem que ser tomadas serão tomadas, sem espírito persecutório."

Além de rever indicações, o novo governo ainda promoverá uma série de mudanças de titulares que estão em atividade em postos estratégicos. O principal deles é Washington, representação chefiada por Nestor Forster, diplomata identificado com Bolsonaro.

Também deverá haver troca em Buenos Aires e na representação da ONU, em Nova York.

CHANCELER. O futuro do atual chanceler e de sua equipe será negociado caso a caso, com o time de Lula, num processo conhecido como "testamento". No fim do mandato, cabe ao titular do Itamaraty conduzir a realocação de embaixadores no rodízio diplomático.

Em reuniões no Itamaraty, França já definiu quem serão os representantes do ministério na transição. O principal nome será o secretário-geral das Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães, o número dois na hierarquia da pasta, auxiliado por seu chefe de gabinete, Gabriel Boff Moreira. O próximo posto de Simas, proposto para a embaixada na Itália, está em jogo.

Em privado, os próprios embaixadores da atual cúpula do Itamaraty reconhecem que as indicações serão revistas. O governo eleito indica que não abrirá mão de ter nomes da estrita confiança de Lula.

Ao Estadão, o Itamaraty disse esperar que as sabatinas ocorram a partir de 21 de novembro. Mas senadores afirmaram que a dança das cadeiras no serviço exterior pode ser postergada. Há cúpulas internacionais que podem atrapalhar as conversas, como a COP-27, no Egito, e o G-20, na Indonésia. O assunto será discutido hoje, em reunião convocada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

COM ISSÃO. A Comissão de Relações Exteriores do Senado está acéfala. Os últimos embaixadores sabatinados foram aprovados em junho. Nesta quinta-feira, haverá eleição do novo presidente. Por acordo, a vaga ficará com o senador Esperidião Amin (PP-SC).

O receio da bancada do PT e de senadores alinhados a Lula era de que parlamentares ligados ao Palácio do Planalto tentassem impor uma aprovação às pressas de nomes alinhados ao bolsonarismo. Isso faria com que Lula fosse obrigado a reverter as nomeações a partir de janeiro, o que implicaria custo político e despesas.

Mas, até no Itamaraty, a expectativa é de mudanças na lista, ainda que parciais. Um embaixador lembrou que, mesmo se aprovados no fim do ano, os novos chefes de missão só chegariam aos postos a partir de janeiro, tendo as cartas credenciais já assinadas por Lula.

Se não houver acordo para retirada de parte dos nomes até o fim de novembro, a bancada do PT no Senado prepara duas ações. A equipe do senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da comissão, defende que as sabatinas sejam suspensas temporariamente e pretende apelar a Pacheco para que ele retire de tramitação as mensagens enviadas pelo Planalto.

O foco são embaixadas consideradas estratégicas para a política externa. Da lista que chegou ao Senado, devem ser revistos Buenos Aires, Organização Mundial do Comércio (OMC), Haia, Santa Sé e Roma. Para integrantes do PT, esses cargos são sensíveis e os embaixadores devem estar alinhados ao presidente eleito.

ARGENTINA. Das embaixadas mais sensíveis já indicadas, há uma grande preocupação com Buenos Aires, destino de visita de Lula nas próximas semanas. Atualmente na Itália, o indicado de Bolsonaro é o embaixador Hélio Vitor Ramos Filho, ex-assessor do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ). Ele substituiria Reinaldo Salgado, indicado para Haia, na Holanda.

"Algumas indicações podem ser revistas, porque são postos estratégicos. É o caso de Buenos Aires, que é eixo estruturante do Mercosul e da integração regional, além da relação bilateral com a Argentina", disse o assessor do PT no Senado e especialista em Relações Internacionais Marcelo Zero, cotado para compor a equipe de transição na política externa.

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Algumas dessas indicações podem ser revistas, porque são postos estratégicos.

"É o caso de Buenos Aires, que é eixo estruturante do Mercosul e da integração regional, além da relação bilateral com a Argentina "

Marcelo Zero

Assessor do PT no Senado e especialista em Relações Internacionais

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Itamaraty sendo leiloado entre diversos candidatos interessados no, ou indicados para o cargo (alguns autodesignados)

O cargo não dá muitos votos, nem tem dinheiro. Ao contrário, é preciso mendigar junto à Fazenda ou Tesouro para pagar nossas contribuições a organismos internacionais, assim como para viagens e remoções. Mas dá um certo prestígio, se o chanceler for alguém preparado, o que não era certamente o caso do chanceler acidental, o primeiro do desgoverno do Bozo.

 Ex-secretário de Temer é cotado para o Itamaraty de Lula

Principal entusiasta da nomeação é o advogado Cristiano Zanin, que fez a defesa da campanha de Lula no TSE e do ex-presidente na Lava Jato
Igor Gadelha
Matrópoles, 04/11/2022

Ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência durante o governo Temer, o pesquisador de Harvard Hussein Kalout passou a ser cotado, nos bastidores, como possível chanceler de Lula.

O principal entusiasta da nomeação de Kalout é o advogado Cristiano Zanin, que atuou na defesa da campanha do presidente eleito e nos processos do petista na Operação Lava Jato.

Levado por Zanin, Kalout contribuiu com a campanha de Lula. Ele ajudou a organizar ao menos dois encontros de Lula com diplomatas no apartamento do advogado no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Especialista na área de relações internacionais, Kalout se define como cientista político e professor. Ele é conselheiro consultivo internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

No governo Temer, além de secretário de Assuntos Estratégicos, Kalout integrou o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e foi presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento.

Outros cotados
Além de Kalout, outros três nomes são cotados para o Itamaraty: Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo; o embaixador Celso Amorim, chanceler nos governos do petista; e o senador Jaques Wagner (PT-BA).

https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/ex-secretario-de-temer-e-cotado-para-o-itamaraty-de-lula


Mercadante é cotado para Relações Exteriores, com Amorim na assessoria de Lula

Desenho seria semelhante ao do primeiro mandato do petista, em que Celso Amorim foi chanceler e Marco Aurélio Garcia, assessor

Folha de S. Paulo, 3.nov.2022 às 23h01

O economista Aloizio Mercadante está cotado para ser Ministro das Relações Exteriores (Itamaraty). No governo Lula (PT), o cargo será um dos mais prestigiados, ao contrário do que ocorreu no governo de Jair Bolsonaro (PL). O presidente não privilegiava a política internacional –e chegou até mesmo a bater boca com presidentes como o francês Emanuel Macron, enquanto seu filho Eduardo Bolsonaro atacava a China.

DUETO
No desenho que já é debatido entre integrantes do núcleo mais próximo de Lula, o ex-chanceler Celso Amorim, principal referência do PT nas relações internacionais, seria assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais.

DUETO 2
O cargo foi ocupado por Marco Aurélio Garcia nos governos anteriores de Lula.

Enquanto Amorim, que comandava o Itamaraty, representava o Estado brasileiro, Garcia atuava como um emissário pessoal de Lula, aplainando o terreno para questões delicadas que o governo teria que tratar com outros países, especialmente na América Latina. No PT se considera que o modelo foi um sucesso.

LINHA DIRETA
Como presidente da Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, Mercadante coordenou a elaboração do programa de governo de Lula e também manteve diálogo com governantes e lideranças internacionais.

LINHA DIRETA 2
Já Amorim é um dos mais experientes diplomatas brasileiros, tendo comandado o Itamaraty nos governos de Lula e de Itamar Franco. Além disso, é amigo de Lula e sempre acionado por ele em assuntos internacionais, pelo amplo conhecimento teórico, prático e o trânsito que tem no exterior.

PLANO B
Outra possibilidade é Mercadante ocupar um cargo na área econômica, como a presidência do BNDES ou o Ministério do Planejamento.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2022/11/mercadante-e-cotado-para-relacoes-exteriores-com-amorim-na-assessoria-de-lula.shtml

sábado, 29 de outubro de 2022

Os intelectuais do Itamaraty - Paulo Roberto de Almeida (1999)

 Os intelectuais do Itamaraty


 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 18 agosto 1999, 2 p.

Elementos de informação sobre os “intelectuais” do Itamaraty, a pedido de um jornalista

 

 

Quem é exatamente e o que faz, hoje em dia, o diplomata brasileiro? Para começar, ele não mais será mais, majoritariamente, “o” diplomata, pois desde alguns anos um número cada vez maior de mulheres resolveu ingressar na “carrière”, assim como também a proporção dos jovens de boa família — vale dizer, os representantes refinados das antigas elites oligárquicas do passado — tende a equiparar-se à de jovens de classe média, como ocorre aliás com qualquer outra profissão “normal”. Reconhecidamente, o diplomata brasileiro do limiar do século XXI ostenta pouca semelhança com seu homólogo supostamente em “punhos de renda” do começo do século XX. A chamada “diplomacia ornamental e aristocrática” há muito tempo ficou para trás, soterrada pela mesma tendência à burocratização e à tecnocracia que caracterizam quase todos os serviços do Estado nas democracias modernas. 

Os diplomatas, a bem da verdade, foram a primeira categoria do funcionalismo público a se submeterem a regras de recrutamento profissionalizado — desde 1939 pelo DASP e a partir de 1945 pelo Instituto Rio Branco —, superando a seleção algo arbitrária de outros estratos funcionais ou a que vigorava entre os próprios diplomatas da época do barão do Rio Branco, no começo do século. Os exames são comprovadamente rigorosos — a “hecatombe” entre o número de inscritos, em torno de 2700 a cada ano, e o dos sobreviventes, aproximadamente 25 apenas, o prova — e o antigo viés elitista marcado pela exigência do francês foi eliminado há cerca de dois anos. Mas não se considere por aí que os novos recrutados tenham se equiparado à média do funcionalismo brasileiro, cujos padrões são altamente desiguais, dependendo da categoria. O diplomata brasileiro continua a ser, antes de mais nada, o mais “intelectualizado” representante da burocracia pública, uma espécie de “ilha de excelência” no mar nem sempre muito azul da competência estatal. 

Os exemplos dessa “intelligentsia” diplomática abundam, bastando citar, por exemplo, o falecido crítico literário e polemista político José Guilherme Merquior, o filósofo e ex-ministro da Cultura — hoje embaixador em Praga — Sérgio Paulo Rouanet, o saboroso articulista (e ex-ministro da Fazenda) Rubens Ricupero, atual secretário-geral da UNCTAD em Genebra, o fecundo historiador Evaldo Cabral de Melo, especializado na história regional do Nordeste seiscentista, assim como muitos outros da jovem geração. 


Brasilia, 18/08/1999

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Vergonha do Brasil e do Itamaraty - Paulo Roberto de Almeida

 Vergonha do Brasil e do Itamaraty: uma expressão pessoal de meu profundo desconforto moral com o desgoverno que rebaixa o conceito externo da nação.

Ingressei na carreira diplomática em plena ditadura, e durante alguns anos continuei resistindo ao regime militar, usando nomes de guerra para escrever contra o autoritarismo e mesmo contra aspectos da “diplomacia blindada” que tivemos em algumas fases da ditadura. 

Mas a política externa não era o pior aspecto do regime militar, quando comparada, por exemplo, à idiotice da censura política e da repressão cultural, ou até, no limite, à repressão desapiedada de opositores pacíficos do regime, entre os quais eu me incluía.

Melhoramos muito em todos os aspectos desde 1985, embora a vergonha das desigualdades sociais tenha continuado impérvia desde então, a despeito de melhorias pontuais em governos passados.

Mas um aspecto passou a me constranger desde as eleições presidenciais de outubro de 2018: jamais, até 2018-19, senti tanta vergonha da política externa e da diplomacia como nos últimos 4 anos.

Tenho profunda tristeza pelo que ocorreu com nossa imagem internacional e com o lado deprimente e depressivo que atingiu — o verbo não é muito forte — o Itamaraty, sobretudo na primeira fase do atual governo, quando a gestão da Casa de Rio Branco esteve entregue à franja lunática que rebaixou o conceito da diplomacia profissional e da própria política externa de forma nunca antes vista na história do país. 

Não consigo imaginar o estado de espírito da maioria dos meus colegas diplomatas e não consigo entender como alguém da carreira possa ainda admitir, apoiar ou defender o atual desgoverno, conduzido por um desequilibrado ex-militar, um indigno representante das masmorras dos anos de chumbo da ditadura militar.

Os valores e princípios da diplomacia profissional brasileira foram espezinhados e conspurcados pelos que humilham a nação no mundo. 

Sei que este meu protesto não tem nenhuma relevância no atual contexto eleitoral; eu apenas desejei registrar meu sentimento num momento decisivo da trajetória do Brasil: vamos atravessar o Bicentenário da Independência numa situação de profunda divisão do país.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 5/09/2022

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

PEC das Embaixadas é inadequada e contrária ao interesse público: prof. Alberto do Amaral

 PEC das Embaixadas é inadequada e contrária aos interesses públicos


A opinião é do professor Alberto do Amaral, para quem a proposta desvaloriza a formação de diplomatas e pode servir como moeda de troca para a obtenção de interesses políticos

Jornal da USP no Ar / Jornal da USP no Ar 1ª edição / Rádio USP
Publicado: 25/08/2022

A  PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Embaixadas, de autoria do senador Davi Alcolumbre, autoriza que membros do Parlamento controlem uma embaixada de forma permanente sem que tenham que deixar o mandato. O professor Alberto do Amaral, de Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP, analisa a proposta, que não teve uma repercussão positiva no meio diplomático brasileiro.

De acordo com o professor, a PEC 34/2021 é inadequada e contrária ao interesse público. Além disso, pode desvalorizar a formação de diplomatas. “O mérito é fundamental na carreira diplomática, ela é constituída por várias etapas e, com exceção de uma delas, a ascensão de terceiro para segundo secretário, todas as etapas são galgadas pelos indivíduos por intermédio do mérito até a função de embaixador”, descreve.

O Brasil possui uma escola mundialmente reconhecida de formação de diplomatas, o Instituto Rio Branco, fundado em 1945 em homenagem ao Barão do Rio Branco. O instituto já formou mais de 2 mil diplomatas desde a sua criação. Permitir que parlamentares assumam o controle de uma embaixada pode desvalorizar essa formação.

Interesses distintos
Além disso, a atividade diplomática possui uma lógica diferente da parlamentar: “A diplomacia é uma atividade política que visa a projetar os interesses brasileiros no médio e no longo prazo. A política parlamentar, ao contrário, obedece uma lógica de curto prazo, em que os partidos buscam obter poder”, comenta Amaral.

O ingresso na carreira diplomática exige um conhecimento amplo sobre diversos temas que têm influência no País e no mundo. É necessário compreender as relações internacionais e o modo como os países se organizam para participar da execução da política externa brasileira.

Conflito de interesses
A problemática da PEC não está localizada na atuação de um parlamentar como embaixador, mas sim na possibilidade de acumular os cargos. “Um senador ou um deputado reunindo os requisitos técnicos e conhecimentos necessários para o exercício da função diplomática poderia atuar; se isso acontecer, o conveniente seria que este político renunciasse ao seu cargo para exercer a função. Com isso, evitar-se-ia a partidarização da diplomacia e o desincentivo para um candidato à carreira diplomática.”

A competência de indicar o embaixador é do presidente da República e a aprovação do nome precisa ser chancelada por senadores, configurando um possível conflito de interesses. Um senador indicado provavelmente receberia apoio de seu partido, o que pode estremecer a ideia de equilíbrio entre os Poderes previsto pela Constituição. 

O Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a Consultoria do Senado e a Casa Civil emitiram pareceres contrários à PEC 34/2021. Amaral indica que o exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania deveria ser um exame muito mais rigoroso do que tem sido. “Inúmeros projetos já foram aprovados sem cumprirem os requisitos constitucionais. Hoje, a Comissão obedece muito mais a interesses políticos de curto prazo, sobretudo dos partidos majoritários, do que propriamente aos interesses do País.”

https://jornal.usp.br/atualidades/pec-das-embaixadas-e-inadequada-e-contraria-aos-interesses-publicos/

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Lula faz confusão entre políticas de governo e instituições de Estado - Editorial da Folha de S. Paulo

Eu já havia registrado na própria data em que foi noticiada,  23/08/2022, a tremenda confusão e a postura essencialmente autocrática exibida pelo candidato Lula em relação a duas instituições de Estado – Itamaraty e FFAA – que ele pretendia, no dia anterior, que poderiam fazer o que o governo – presumivelmente o seu – quiser, numa revelação involuntária do seu sentimento majestático, típico da época das monarquias absolutas.

Eis a minha postagem em itálico, mais clara impossível, a que se segue o Editorial da FSP no mesmo dia, do qual só tive conhecimento nesta data, 25/08/2022: 

"Blog Diplomatizzando: 

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Lula continua sendo o autoritário que sempre foi e se engana com o Itamaraty: Lula e a política externa (UOL) 

 Lula se equivoca profundamente, e arrogantemente, com respeito ao Itamaraty. Ele é composto, na sua IMENSA MAIORIA, por quadros progressistas, e os conservadores são muito poucos, entre eles os oportunistas dispostos a virar casaca e se disfarçar, como fez o patético ex-chanceler acidental durante 30 anos, bem antes de se revelar um vulgar fundamentalista e sabujo a serviço dos novos bárbaros.

Os diplomatas apenas não aderem ao sectarismo ideológico e à diplomacia partidária que pretende fazer o ex-presidente. Eles defendem valores e princípios que sempre foram consenso na política externa NACIONAL, sem as preferências políticas da esquerda.

Paulo Roberto de Almeida

Itamaraty é aquilo que governo quer, assim como Forças Armadas, diz Lula

São Paulo, 22
Notícias UOL, 22/08/2022 21h20"

Segue-se o editorial da FSP.

Paulo Roberto de Almeida


Para inglês ouvir - Ao pregar alternância de poder na Venezuela, Lula ensaia inflexão que soa frágil

Editorial da Folha de S. Paulo, 23.ago.2022 às 21h30

"Defendo alternância de poder não só para mim. Desejo para a Venezuela e para todos os países. Não há presidente insubstituível. O Brasil vai tratar a Venezuela com respeito." A assertiva, proferida pelo presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encerra em si uma novidade e uma chave de compreensão.

É salutar enfim ouvir o ex-presidente brasileiro apoiar princípios democráticos na ditadura vizinha, após quase duas décadas de defesa intransigente do regime chavista.

O país no Caribe tinha excesso de democracia, chegou a dizer Lula quando titular do Planalto, em 2007. Assim, ainda que chame opositores de Nicolás Maduro de impostores, um direito seu que contradiz o discurso de respeito universal a resultados eleitorais, fica a sugestão de uma inflexão.

Para inglês ver, no caso, quase literalmente: a plateia de Lula na segunda-feira (22) era composta por jornalistas a serviço de órgãos de mídia internacionais. Já o trecho asseverando que o "Brasil vai tratar a Venezuela com respeito" indica o mais do mesmo do pensamento de política externa do PT.

Nos anos de Lula no poder, a autonomia possível e desejável na arena externa foi muitas vezes confundida com antiamericanismo pueril.

Pior, o amor sincero por ditaduras de esquerda, a começar pela romantizada Cuba castrista, virou política de Estado em ocasiões.

Quando as botas de soldados cubanos pisaram sobre manifestantes nos inauditos atos de 11 de julho de 2021, Lula preferiu dizer que o problema estava nos EUA, comparando a repressão insular a episódios de violência racial americanos.

São incontáveis os exemplos de tal visão tortuosa, ditada, sim, por afinidade ideológica —ainda que seja bastante claro que o antípoda do líder petista, Jair Bolsonaro (PL), provou-se no poder ser muito mais chavista do que o rival.

Numa visão otimista, um Lula de volta ao governo deixaria tais arroubos esquerdistas para o campo da retórica. Pode ser, mas a sequência de declarações do ex-presidente nesta fase da campanha tem deixado pistas de um outro caminho.

No mesmo dia em que ponderou sobre a Venezuela, o ex-presidente também afirmou que o Itamaraty e as Forças Armadas são órgãos de Estado e que, por isso, "serão aquilo que o governo quiser que seja".

Tal grau de incompreensão do arcabouço institucional é incompatível com a estatura pública de Lula, ainda mais quando ele ocupa a dianteira da corrida eleitoral.


editoriais@grupofolha.com.br

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/08/para-ingles-ouvir.shtml

 

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Lula continua sendo o autoritário que sempre foi e se engana com o Itamaraty: Lula e a política externa (UOL),

 Lula se equivoca profundamente, e arrogantemente, com respeito ao Itamaraty. Ele é composto, na sua IMENSA MAIORIA, por quadros progressistas, e os conservadores são muito poucos, entre eles os oportunistas dispostos a virar casaca e se disfarçar, como fez o patético ex-chanceler acidental durante 30 anos, bem antes de se revelar um vulgar fundamentalista e sabujo a serviço dos novos bárbaros.

Os diplomatas apenas não aderem ao sectarismo ideológico e à diplomacia partidária que pretende fazer o ex-presidente. Eles defendem valores e princípios que sempre foram consenso na política externa NACIONAL, sem as preferências políticas da esquerda.

Paulo Roberto de Almeida

Itamaraty é aquilo que governo quer, assim como Forças Armadas, diz Lula

São Paulo, 22
Notícias UOL, 22/08/2022 21h20

O candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira, 22, que o governo federal é quem tem autonomia para definir as ações do Itamaraty e das Forças Armadas.

A declaração foi feita em São Paulo no lançamento do livro de fotos "O Brasil no Mundo: 8 anos de Governo Lula", do fotógrafo pessoal do petista, Ricardo Stuckert, e no momento em que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) concedia entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.

"O Itamaraty será aquilo que o governo quiser que seja, assim como as Forças Armadas", afirmou Lula. "Não existe política pública ativa e altiva se não tiver um governo ativo e altivo. O Itamaraty tem muita gente conservadora, gente de direita, e não são poucos, mas ele não decide as políticas que serão colocadas em prática. Quem define é o governo, e é através da política do governo que pode agir mais ou menos", acrescentou. "Foi essa política ativa que fez com que trouxesse para o Brasil a Olimpíada", seguiu.

Para Lula, o Brasil vive um momento de "empobrecimento da política externa". "A coisa que dá muito orgulho é que nossa política externa nunca permitiu que a gente falasse grosso com Uruguai, ou outro país pequeno, mas nunca permitiu que a gente falasse fino com os Estados Unidos", afirmou o candidato, ao lado de Celso Amorim, seu ex-ministro das Relações Exteriores. "Não tem sentido ser eleito e depois não mandar nada."

Estiveram no palco do evento ex-ministros do governo Lula como Guido Mantega (Fazenda), Celso Amorim (Relações Exteriores), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Fernando Haddad (Educação), que é candidato ao governo paulista.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2022/08/22/itamaraty-e-aquilo-que-governo-quer-assim-como-forcas-armadas-diz-lula.htm