Um apelo à atenção de meus colegas, diplomatas profissionais:
Paulo Roberto de Almeida
Fazem dois anos e sete meses que a Rússia vem bombardeando impiedosamente a Ucrânia, matando milhares de civis, destruindo o país. Frente a essa tragédia, o assim chamado Sul Global - e nele o Brasil, de forma proeminente - permanece vergonhosamente indiferente ao massacre e ao morticínio de civis inocentes.
Para o Brasil, os crimes de guerra e crimes contra a humanidade não possuem nenhum significado? Esses crimes estão em confronto implícito com a postura tradicional do Brasil, ao se chocarem com valores e princípios tradicionais de nossa diplomacia, de nossa própria Constituição.
Os diplomatas profissionais não têm nada a dizer em face desses crimes? Estão por acaso contidos por alguma força política?
Não sentem nenhum prurido de vergonha ao fazerem tantas notas de solidariedade sobre alguma inundação em algum canto do mundo e NENHUMA notinha sobre tantas vidas humanas ceifadas pele guerra de agressão?
Se eu estivesse na ativa, trabalhando no setor de comunicações, ou “pior” ainda, no próprio “desk” Ucrânia, eu me sentiria terrivelmente angustiado ao não poder emitir nenhuma nota do solidariedade ao valente povo ucraniano que enfrenta a segunda maior potência militar do planeta, condenado a resistir para não desaparecer como nação soberana.
Nenhum comentário de algum diplomata versado em Direito Internacional, ou em qualquer outra matéria?
Paulo Roberto Almeida
Brasília, 10/09/2024
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