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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Da Armada Real para a Marinha Imperial - livro sobre as forças navais de Portugal e do Brasil no momento da independência do Brasil

Da Armada Real para a Marinha Imperial


Escrita por historiadores dos dois lados do Atlântico, esta obra dá-nos uma visão multifacetada da ação do Poder Naval nas Guerras Napoleónicas e na Guerra da Independência do Brasil, no período de 1793 a 1826.

Trata-se de uma obra com o subtítulo “As unidades e organismos que ficaram no Brasil e os que voltaram para Portugal”, patrocinada pela Comissão Cultural de Marinha, de Portugal, e pela Diretoria do Património Histórico e Documentação da Marinha, do Brasil. A coordenação ficou a cargo do Capitão-de-mar-e-guerra José Rodrigues Pereira (Portugal) e do Capitão-de-fragata Pierre Paulo da Cunha Castro (Brasil).
O livro em apreço, com edição de janeiro de 2018 e uma tiragem de 500 exemplares, abre com dois prefácios, um do Vice-almirante Augusto Mourão Ezequiel, Diretor da Comissão Cultural de Marinha (Portugal), e outro do Vice-almirante José Carlos Mathias, Diretor do Património Histórico e Documentação da Marinha (Brasil), a que se seguem uma introdução, dez capítulos e uma bibliografia. De assinalar as numerosas gravuras e ilustrações, 106 no total, em grande parte provenientes dos acervos do Arquivo Histórico e do Museu de Marinha (Portugal) e da Diretoria do Património Histórico e Documentação da Marinha (Brasil).
A obra é prefaciada pelos Vice-almirantes Augusto Mourão Ezequiel e José Carlos Mathias, respetivamente das Marinhas Portuguesa e do Brasil.
A obra é prefaciada pelos Vice-almirantes Augusto Mourão Ezequiel e José Carlos Mathias, respetivamente das Marinhas Portuguesa e do Brasil.
Os capítulos desta obra foram escritos por historiadores dos dois lados do Atlântico e através deles é possível ter uma visão multifacetada da ação do Poder Naval nas Guerras Napoleónicas e na Guerra da Independência do Brasil, no período de 1793 a 1826. O Capitão-de-mar-e-guerra José Rodrigues Pereira escreveu os seis primeiros capítulos, nalguns casos adaptando textos de obras suas como “Campanhas Navais (1793-1807)”. Os restantes quatro capítulos foram escritos por brasileiros, o cap. 7 pelo Professor Wagner Bueno dos Santos e pelo Capitão-de-corveta Carlos Lopes da Silva, o cap. 8 pelo Capitão-de-fragata Paulo Castro, o cap. 9 pelo Capitão-tenente Sérgio Oliveira Filho e o cap. 10 pelo Capitão-tenente Daniel Martins Gusmão.
Nos finais do sec. XVIII a Armada Real, sob a liderança de Martinho de Melo e Castro, e a partir da sua morte (1795), de Rodrigo de Sousa Coutinho, dispunha de uma frota de 116 unidades, das quais 13 naus e 26 fragatas, montando 2.200 peças de artilharia e com um efetivo de cerca de 800 oficiais e 20.000 homens de mestrança, marinheiros, artilheiros e fuzileiros, provenientes de uma população de pouco mais de três milhões de habitantes. Foi com estes meios que se constituíram então as Esquadras do Estreito (1793–1807), a Esquadra do Oceano (1797-1799), que operou com Nelson no Mediterrâneo, as Esquadras do Canal (1793-1795) e a Esquadra que em 1807 levou a cabo a transferência da Corte para o Brasil.
A nau RAINHA DE PORTUGAL, da esquadra do Marquês de Niza, e a esquadra do Almirante Ball encontram-se durante o bloqueio a Malta, outubro de 1798 (pormenor do Óleo de Alberto Cutileiro, Museu de Marinha, Lisboa)
A nau RAINHA DE PORTUGAL, da esquadra do Marquês de Niza, e a esquadra do Almirante Ball encontram-se durante o bloqueio a Malta, outubro de 1798 (pormenor do Óleo de Alberto Cutileiro, Museu de Marinha, Lisboa)

Das 15 unidades iniciais, ex-navios da Armada Real Portuguesa em setembro de 1822, a Marinha Imperial Brasileira reforçou-se e, em 1826, apenas quatro anos mais tarde, já dispunha de 120 navios.

Em 1821 D. João VI e a Corte, cerca de 3.000 pessoas, regressaram a Lisboa a bordo de uma Força Naval com um total de 12 unidades, entre militares e mercantes. Nessa altura a Esquadra acusava já acentuada decadência, fruto da baixa prioridade que a Marinha tinha, face ao Exército, no período das Invasões Francesas.
Em setembro de 1822 D. Pedro, com o “Grito do Ipiranga”, separa o Brasil da Metrópole e iniciam-se as operações da Guerra da Independência, pois o Nordeste, o Pará e Maranhão e a Província Cisplatina, com fortes guarnições portuguesas, não aderiram à revolta. O Capitão-de-mar-e-guerra Luís da Cunha Moreira, futuro Visconde de Cabo Frio, o primeiro Ministro da Marinha Imperial, organizou a nova Marinha com base em 15 navios de guerra surtos no Rio de Janeiro e em cerca de 100 oficiais, 900 marinheiros e 250 fuzileiros que aderiram a D. Pedro. Este núcleo inicial foi reforçado com diversas unidades, adquiridas na Europa e nos Estados Unidos, sendo contratados no Reino Unido numerosos oficiais, mestres e marinheiros. Para Comandante da Esquadra foi contratado Lord Thomas Cochrane, futuro Marquês do Maranhão, com a patente de Primeiro-almirante. A Marinha Imperial foi-se reforçando e em finais de 1826 já dispunha de mais de 120 unidades, que constituíam a Esquadra do Rio da Prata e as Divisões Navais da Baía e da Costa de África, para além de diversas unidades em serviço de guarda-costas, subordinadas aos diversos Governos Provinciais.
Capa da obra "DA ARMADA REAL PARA MARINHA IMPERIAL, as unidades e organismos que ficaram no Brasil e as que voltaram para Portugal".
Capa da obra “DA ARMADA REAL PARA MARINHA IMPERIAL, as unidades e organismos que ficaram no Brasil e as que voltaram para Portugal”.

Uma obra para ser lida, relida e guardada nas estantes dos dois lados do Atlântico.

Em síntese, um conjunto de textos muito interessantes, de particular valia para quem estuda história naval, que documentam um período importante, mas pouco conhecido do percurso das duas Marinhas, do Brasil e de Portugal. E que permitem assinalar que ambas estas Marinhas se podem justamente considerar herdeiras das tradições da Escola de Sagres.
Esta obra, com um preço de capa de 22€, encontra-se à venda na Loja do Museu de Marinha (Lisboa) e na sua loja online. Aos interessados aqui deixamos os contactos, tel +351 210 977 387, e-mail loja@lojadomuseudemarinha.pt , endereço postal, Loja do Museu de Marinha, Praça do Império, 1400-206 Lisboa,  Portugal.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Marinha do Brasil: programa de submarinos - Pesquisa Fapesp

Avanços extremamente promissores do ponto de vista tecnológico.
Paulo Roberto de Almeida


ENGENHARIA NAVAL
Marinha lança ao mar o Riachuelo, o primeiro de cinco submarinos que estabelecerão novo patamar tecnológico para a indústria naval brasileira

Revista Fapesp, Edição 274dez. 2018


Cerimônia de integração do Riachuelo, realizada no início de 2018
Marinha do Brasil

Após seis anos de construção, está previsto para ser lançado ao mar em dezembro em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o Riachuelo, o primeiro de cinco submarinos, quatro convencionais e um de propulsão nuclear, que estão sendo fabricados no país e integram o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil. Além de patrulhar e defender a chamada Amazônia Azul – área marítima de 4,5 milhões de quilômetros quadrados rica em biodiversidade e recursos como as reservas de petróleo do pré-sal –, os submarinos são um importante impulso ao desenvolvimento tecnológico da indústria naval brasileira.
O valor estimado a ser aplicado no Prosub é de R$ 31,85 bilhões. O programa contempla a edificação de um complexo industrial em Itaguaí com dois estaleiros – um de construção e outro para manutenção –, uma base naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas. Após o Riachuelo, o cronograma prevê a finalização dos submarinos convencionais Humaitá em 2020, Tonelero em 2021 e Angostura em 2022. O lançamento do submarino nuclear, o SN-BR Álvaro Alberto, está previsto para 2029. Com ele, o Brasil pretende se inserir no grupo de detentores da tecnologia de submarinos nucleares, formado por apenas seis países: China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Índia.
Na medida em que ficarem prontos, os novos submarinos convencionais da classe S-BR Riachuelo irão substituir a atual frota composta por cinco embarcações da classe Tupi, informa o almirante de esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, anunciado ministro de Minas e Energia semanas depois de ter sido entrevistado para esta reportagem. Os submarinos Tupi foram fabricados nos anos 1980 e 1990, sendo um deles construído na Alemanha e os demais no Brasil, numa tarefa realizada pela Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) em parceria com o Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro.



A modernização da frota convencional já garante um aumento do poder de monitoramento e defesa das águas brasileiras, já que os novos submarinos Riachuelo têm maior autonomia do que os da classe Tupi – podem ficar 70 dias em missão, diante de 45 das embarcações atuais. O nuclear, porém, elevará essa capacidade a um novo patamar. Um convencional é impulsionado por motor elétrico alimentado a óleo diesel. Como a combustão do óleo diesel depende de oxigênio, a embarcação precisa emergir em geral duas vezes ao dia para captar o gás da atmosfera, ou, pelo menos, estender até a superfície um tubo chamado snorkel. Precisa também de reabastecimento regular de diesel. Nesses momentos, a embarcação fica exposta e se torna alvo mais fácil de ser atacada em situações de conflito.
Já os submarinos com propulsão nuclear são menos vulneráveis. Sua fonte de energia é um reator nuclear, cujo calor gerado vaporiza água, possibilitando o emprego desse vapor em turbinas. Dependendo do arranjo de cada submarino, as turbinas podem acionar geradores elétricos ou o próprio eixo propulsor. Nos dois casos, produz toda a energia necessária à vida a bordo. “Por possuírem fonte virtualmente inesgotável de energia, podem ficar submersos por tempo teoricamente ilimitado”, explica o almirante Bento. Dessa forma, a autonomia dos submarinos – entendida como o tempo fora da base – é limitada apenas pela resistência física e psicológica das tripulações e pelo estoque de mantimentos. A Marinha dos Estados Unidos definiu esse tempo em seis meses.
Outra vantagem dos submarinos com propulsão nuclear é a velocidade de deslocamento. Enquanto os convencionais se movem a uma velocidade média de 6 nós (aproximadamente 11 km/hora), os com propulsão nuclear chegam a 35 nós – quase 65 km/hora. Com isso, podem cobrir rapidamente maiores distâncias. “A disponibilidade de submarinos com propulsão nuclear aumentará significativamente a dinâmica operativa da força. As características dessas embarcações, como grande mobilidade e poder de ocultação, garantem expressiva capacidade de dissuasão na defesa da Amazônia Azul”, afirma o militar.

Transferência de tecnologia
O Prosub é resultado de um acordo de cooperação assinado em 2008 entre os governos do Brasil e da França, com participação de empresas públicas e privadas sob coordenação da Marinha brasileira. A parceria determina que os franceses não apenas assessorem os brasileiros na construção dos submarinos, como também ajudem a projetá-los. A França contribui com a tecnologia não nuclear para os projetos e construções, sendo a Naval Group, companhia que até 2017 atendia pelo nome de Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), a responsável pela transferência do know-how.
A empresa brasileira envolvida no projeto é a construtora Norberto Odebrecht (CNO), que constituiu com a DCNS uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Itaguaí Construções Navais (ICN), em que a Marinha do Brasil tem uma ação preferencial (golden share). A ICN é a responsável pela construção dos estaleiros, da base naval e dos submarinos. A Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas é um de seus braços operacionais. Segundo o almirante Albuquerque, o desafio tecnológico do projeto está sendo superado com transferência de tecnologia em diversas áreas, incluindo a infraestrutura industrial, a construção dos submarinos e o sistema de controle e combate – o projeto da propulsão nuclear não faz parte do acordo. O processo de transferência de tecnologia envolve o fornecimento por parte dos franceses de informações e dados técnicos sobre os submarinos, cursos de capacitação, treinamentos específicos realizados na França e assistência técnica.
Outra ação prevista no Prosub é a nacionalização de equipamentos e componentes tanto para a construção da infraestrutura como das embarcações. O programa prevê a transferência de tecnologia para companhias brasileiras selecionadas. Até o momento, 52 empresas nacionais já se envolveram no Prosub, como a catarinense WEG, responsável pelo fornecimento de motores elétricos, e as paulistas Adelco, especializada em sistemas de energia, e Newpower, encarregada de desenvolver baterias adequadas aos submarinos.
O Prosub é fruto de um acordo de cooperação assinado entre os governos do Brasil e da França em 2008
Uma tecnologia considerada crítica pela Marinha para o sucesso do projeto é o sistema de combate dos submarinos, responsável pelo controle e gestão dos seis tubos lança-torpedos que equipam o Riachuelo. A tarefa ficou a cargo da Fundação Ezute, instituição privada sem fins lucrativos criada em 1997 credenciada como empresa estratégica de defesa (EED) pelo Ministério da Defesa.
O processo de nacionalização desse sistema teve início em 2011, com o envio de nove profissionais da fundação para treinamento na França em engenharia e integração de sistemas e desenvolvimento do software de gerenciamento Combat Management System (CMS). “Nossos engenheiros foram os responsáveis pela criação dos módulos que permitem a comunicação do submarino com o link de dados táticos usado pela Marinha em seus navios”, informa Andrea Hemerly, diretora para o mercado de defesa da Fundação Ezute.
Integração de sistemas
De volta ao Brasil em 2015, a equipe passou a multiplicar o conhecimento adquirido, treinando novos membros para o projeto e apoiando a Marinha na integração dos sistemas dos submarinos da classe Riachuelo e no projeto preliminar do sistema de combate do SN-BR. “Estamos confiantes em que o Brasil alcançará seu objetivo de obter autonomia em engenharia e integração de sistemas de combate de submarinos, bem como para especificação, projeto, desenvolvimento e integração do sistema de combate do primeiro submarino com propulsão nuclear feito no país”, afirma Andrea Hemerly.
O engenheiro naval Luis De Mattos, presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), diz que o Brasil tem um corpo técnico preparado e uma estrutura industrial ampla, o que facilita a absorção de tecnologia. “O que faltava era oportunidade. E é o que o Prosub está criando”, diz. Para Mattos, foi importante a Marinha estabelecer objetivos claros na nacionalização de tecnologia, que começa com um índice de 20% de conteúdo local no Riachuelo e cresce progressivamente em cada nova embarcação. “O Prosub permitirá ao Brasil entrar em um grupo seleto de países capacitados para construir seus próprios submarinos. No futuro poderemos até participar de licitações internacionais”, avalia.
O sonho da propulsão nuclear

Projeto do submarino com reator nuclear teve início em 1979 e só deve estar finalizado no final da próxima década

 Imagem ilustrativa do submarino nuclear em construção no Brasil
Marinha do Brasil via Defesa Aérea & Naval

A construção de submarinos de propulsão nuclear é uma meta perseguida pelo governo desde 1979, quando foi criado o Programa Nuclear da Marinha do Brasil (PNMB). Seu objetivo era obter capacitação técnica para projetar, construir, operar e manter sistemas de propulsão naval com reatores nucleares, assim como deter o ciclo de produção do combustível nuclear. O desenvolvimento do sistema de propulsão nuclear do submarino SN-BR Álvaro Alberto é de responsabilidade exclusiva da Marinha, que já iniciou a implantação do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene) em Iperó (SP). “O Labgene possibilitará a simulação da operação do reator e dos sistemas eletromecânicos a ele integrados”, diz o almirante de esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.
Para que o PNMB atinja seu objetivo é vital que o país domine a tecnologia do ciclo do combustível nuclear e dos reatores do tipo água pressurizada, conhecidos pela sigla PWR (pressurized water reactors), usados em usinas nucleares e na propulsão de submarinos. “Dentre as etapas do ciclo do combustível, a separação isotópica é a que agrega maior valor tecnológico e a mais complexa.  Por isso, a Marinha priorizou o enriquecimento de urânio como a primeira etapa a ser dominada”, conta o militar. Entre as tecnologias de enriquecimento, a mais promissora foi a de ultracentrifugação. As primeiras máquinas de ultracentrifugação feitas no Brasil iniciaram operação em 1982.
Com isso, o país avançou no desenvolvimento de novos materiais, sensores eletrônicos e novas válvulas para operação com hexafluoreto de urânio (UF6) – composto usado no enriquecimento de urânio –, o que impulsionou centros de pesquisas em indústrias e universidades.
Apesar dos avanços, a construção do submarino nuclear sofreu dificuldades e o cronograma teve de ser revisto. Em 2008, quando Brasil e França firmaram a parceria que daria origem ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos, a previsão era de que o nuclear ficaria pronto em 2021. O prazo, agora, é 2029, meio século após o início do projeto.
Para o especialista em assuntos de defesa Bernardo Wahl de Araújo Jorge, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, além das restrições orçamentárias do governo federal, a demora na concretização do projeto se deveu a dificuldades para dominar o ciclo de propulsão nuclear, o que inclui o processo de produção do combustível.
“Esse não é um tipo de tecnologia que costuma ser transferido de um país para outro. Exército, Marinha e Aeronáutica desenvolveram programas tecnológicos buscando formas de enriquecer o urânio. O da Marinha prevaleceu, por ser o mais eficiente”, diz Jorge. “Se esse submarino tivesse sido prioritário para todos os governos e se não houvesse contingenciamento, o atraso seria anormal. Como isso não aconteceu, o tempo amplo que está levando para a sua conclusão não é tão excepcional.”

sábado, 21 de abril de 2018

Revista Pesquisa Naval, da Marinha

Marinha comemora Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação com lançamento de edição da revista Pesquisa Naval

Publicado em 20/04/2018
A Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) realizará cerimônia em comemoração ao Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na Marinha. O evento acontece no dia 25 de abril, às 16h, no Salão Nobre do Comando da Marinha, em Brasília, e contará com a presença de diversas autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário Federal, além de membros do Corpo Diplomático e da Academia.
Neste ano, a cerimônia celebrará ainda o 10º aniversário da DGDNTM. No dia, haverá o lançamento da 29ª Edição da Revista Pesquisa Naval; a entrega da Menção Honrosa do Prêmio Soberania pela Ciência; e a entrega do Prêmio Soberania pela Ciência.

A Revista Pesquisa Naval
A revista Pesquisa Naval (RPN) é um periódico científico de publicação anual que apresenta à comunidade científica uma coletânea de estudos desenvolvidos por pesquisadores das áreas Científica, Tecnológica e de Inovação, cujos temas sejam das áreas de interesse da Marinha. O periódico é publicado pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e é avaliado pelo Sistema de Classificação de Periódicos, Anais, Revistas e Jornais (Qualis) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O Prêmio Soberania pela Ciência
O prêmio, criado em 2016 com o objetivo de reconhecer e premiar o melhor trabalho, foi desenvolvido por pesquisadores e equipe de pesquisa das Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) da Marinha, com intuito de atingir objetivos estratégicos elencados na Doutrina de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha e para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional.
Nesta segunda edição, o prêmio foi concedido ao trabalho intitulado Metodologia para a Estimativa Computacional do Ruído Vibratório em Propulsores, desenvolvido por pesquisadores da Diretoria de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DDNM). O trabalho é de autoria do Primeiro-Tenente Eduardo Ribeiro Malta, com o Capitão-Tenente Alceu José dos Santos Moura e o Capitão-Tenente Rubens Cavalcante da Silva como coautores.
A DGDNTM concederá ainda menção honrosa ao Grêmio de Ciência e Tecnologia da Escola Naval, pela realização do Barco Solar. O projeto pretende aplicar tecnologias renováveis de ponta em diferentes tipos de embarcação, assim como incentivar o desenvolvimento de outros projetos de Ciência e Tecnologia.

Patrono

Nascido em 22 de abril o Almirante Álvaro Alberto é considerado patrono da Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha do Brasil e homenageado na data. Para a instituição, Álvaro Alberto deixou como legado a convicção de que o domínio e a aplicação do conhecimento são os vetores para o progresso acional.
Álvaro Alberto foi catedrático do Departamento de Físico-Química da Escola Naval, onde se dedicou ao desenvolvimento de pesquisas na área de explosivos e energia nuclear. Além dos cargos e funções desempenhados ao longo da carreira naval, foi presidente da Sociedade Brasileira de Química; um dos criadores e primeiro presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ); um dos idealizadores da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas e presidente da Academia Brasileira de Ciências.
O Almirante dá nome ao Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Marinha. Também em sua homenagem, o submarino com propulsão nuclear da Marinha será batizado com o seu nome.

Serviço:
Cerimônia alusiva ao Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação na Marinha
Local: Esplanada dos Ministérios, Bloco N, Salão Nobre do Comando da Marinha - 9º andar
Data: 25 de abril
Hora: 16h
Mais informações:
Assessoria de Comunicação Social da DGDNTM
dgdntm-comunicacao@marinha.mil.br
(61) 3429-1809/1954
Para conhecer o trabalho da DGDNTM, acesse o site.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Que venham os inimigos, em barco, bote ou jangada...

Vejam esta frase de um militar responsável:
"Quando nós conseguirmos isso (submarino nuclear)... nenhum país do mundo terá coragem e condições de se aproximar de nossa costa", disse o subchefe de operações do Comando de Operações Navais da Marinha.
Uau! Estamos protegidos, então!
Mas, apenas uma dúvida: e se esse algum país do mundo vier também de submarino nuclear: vai ser um duelo ao por do sol? (ou no fundo do mar?)
Paulo Roberto de Almeida

Militares expandem simulação de ataque ao pré-sal
Por Eduardo Simões
Reuters Brasil, terça-feira, 13 de julho de 2010

SÃO PAULO - Ao mesmo tempo em que a prospecção de petróleo no pré-sal é ampliada para além da área das primeiras descobertas, Marinha, Exército e Aeronáutica começam na semana que vem um exercício militar de norte a sul da costa do país para mostrar capacidade de proteger as riquezas submarinas.

Ao contrário de sua primeira versão realizada em 2008 e que se concentrou somente na região Sudeste, a Operação Atlântico 2, com início marcado para 19 de julho, abrangerá também a região Nordeste e, além de simular ameaças à infraestrutura petrolífera, também exercitará o combate à pesca ilegal.
"Esse ano nós vamos realizar uma operação muito mais complexa, com maior grau de realismo", disse à Reuters o contra-almirante Paulo Ricardo Médici, subchefe de operações do Comando de Operações Navais da Marinha.

Ele acrescentou que os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo, ambos na costa da região Nordeste, foram incluídos no teatro de operações das manobras deste ano.

"Essa inclusão de Fernando de Noronha se deve ao fato de (a ilha) ter um possível emprego estratégico por forças inimigas, caso não tenhamos militares realizando um perfeito controle territorial", disse Médici.
"(Fernando de Noronha) pode ser um importante apoio logístico para qualquer força que quiser atacar o nosso território", completou. Já a área de São Pedro e São Paulo, segundo o almirante, é alvo constante de embarcações que pescam ilegalmente na costa brasileira.

As manobras incluirão a simulação de ataques de submarinos e de ocupação por forças inimigas de uma plataforma de petróleo emprestada às Forças Armadas pela Petrobras.

A um custo estimado de 10 milhões de reais, de acordo com Médici, os jogos de guerra também envolverão a infraestrutura petrolífera das bacias de Santos e Campos e instalações energéticas, como as usinas nucleares em Angra dos Reis.

"É uma região que precisará ser protegida à medida que tivermos cada vez mais plataformas operando", disse Médici, acrescentando que o Brasil não sofre uma ameaça específica. "(Mas) precisamos estar preparados."

NOVOS MEIOS

A Operação Atlântico 2 mobilizará 10 mil militares das três forças. Navios de guerra, aviões de transporte e de ataque também participarão das manobras.

Médici reconheceu a necessidade de aquisição de novos equipamentos para garantir a proteção da costa brasileira, especialmente novos navios-patrulha e navios-escolta.

"Nós temos 8.500 quilômetros de costa. Se você pensar que nós precisamos proteger toda essa costa marítima, vai se verificar claramente a necessidade de mais meios", afirmou.

Ele disse, no entanto, que a chegada de um submarino a propulsão nuclear à esquadra brasileira, prevista para 2020, será essencial para essa tarefa.
"Quando nós conseguirmos isso (submarino nuclear)... nenhum país do mundo terá coragem e condições de se aproximar de nossa costa", disse.

Além do submarino a propulsão nuclear, resultado de um acordo com a França que prevê a transferência de tecnologia da parcela convencional do navio, o Brasil deve adquirir também novos caças de multiemprego para a Força Aérea.