Entorno de um sociopata nada pode brilhar além dele (Ricardo Bergamini).
Como se reconhece um cretino?
Ricardo Bergamini
1 – Quando por falta de argumentos, critica a imprensa ao exercer o seu sagrado e legítimo direito de opinião e expressão.
2 – Quando contrariado em suas neuróticas paixões políticas, critica a saudável e aparente desorganização da democracia, que lhe concede o direito de pregar o seu amor pela escuridão e o silêncio da ditadura, mas que o inverso jamais seria possível.
3 – Cria desilusão com as instituições para fortalecer o seu poder: esse é um caminho perigoso, o de colocar pessoas acima das instituições.
Que Deus tenha piedade dos cretinos, e nos mantenha afastados deles (Ricardo Bergamini).
Na política, os extremos são exatamente iguais (Ricardo Bergamini).
LULA, O DEGRADADOR DE INSTITUIÇÕES
Reinaldo Azevedo, fevereiro de 2010
O papel de um governante, de um chefe de estado, não é lamentar que as instituições sejam assim ou assado: a ele cabe seguir as leis e tomar a iniciativa, se achar conveniente, de propor mudanças. Há caminhos para isso.
O papel de um governante, de um chefe de estado, não é lamentar que as instituições sejam assim ou assado: a ele cabe seguir as leis e tomar a iniciativa, se achar conveniente, de propor mudanças. Há caminhos para isso. Costumo afirmar aqui, e fiz isso ainda hoje no seminário de que participei, que aquele que transgride as leis para “fazer justiça” ou para “promover a igualdade” acaba provocando novas injustiças e mais desigualdade. Sempre aparece alguém para dizer: “Pô, mas a sociedade caminharia para a paralisia; não mudaria nunca!” Quem disse que não? Há os instrumentos próprios para mudar as instituições. Um dos Poderes da República, o Legislativo, tem esse papel. O Executivo também pode encaminhar suas demandas ao Congresso.
Mais: um presidente da República é uma liderança política fortíssima. Torna-se o centro agregador de partidos e bancadas setoriais; tem um poder imenso. Se acredita que algo tem de ser mudado na legislação, seu papel é buscar os caminhos institucionais para fazê-lo.
O que é inaceitável? Justamente o que Lula tem feito: a crítica sistemática aos mecanismos de controle existentes na sociedade, especialmente aqueles destinados a pôr freios no Poder Executivo, sem que tenha, até agora, proposto mudança nenhuma — nem ele próprio nem o seu partido. O INCONFORMISMO DE LULA COM AS LEIS E COM A CONFORMAÇÃO DO ESTADO SERVE AO PROSELITISMO BARATO, à crítica ligeira, às desculpas esfarrapadas. Ao boquejar contra o Tribunal de Contas da União, por exemplo, ele degrada o padrão institucional brasileiro sem propor nada no lugar.
Agora que discorri sobre a questão de princípio, ao fato.
O Babalorixá de Banânia foi a Fortaleza, onde participou da cerimônia que comemorou os cinco anos do AgroAmigo, um programa de crédito rural ligado à agricultura familiar do Nordeste — ele está inaugurando até qüinqüênios…
E meteu o dedo no gatilho:
“Somos nós, os deputados, os senadores, que vamos fazendo lei, lei, lei, lei. E uma lei vai atropelando a outra, e vai atropelando a outra, e quando a gente tem que xingar alguém, xinga a gente mesmo, que é a gente que vai criando as leis, e vai gerando dificuldade.
(…)
Você tinha um exército de execução falido, mal-remunerado e desmotivado, e você tinha uma baita de uma máquina de fiscalização, bem remunerada. É só ver quanto ganha um engenheiro no Tribunal de Contas [da União] e ver quanto ganha um engenheiro numa obra aqui no Ceará (…) E quando a gente pensa que está tudo pronto, a gente visita uma obra, a oposição fala: é política.”
É isso aí. Ainda que a crítica de Lula fosse procedente, tal realidade não pertence à árvore da vida; é uma construção, uma escolha, que pode ser mudada. O que ele fez para mudar? Ele se contenta em atropelar a ordem legal, como bem sabe o Tribunal Superior Eleitoral. E notem a nada sutil inferência de que a culpa pelas obras emperradas de seu governo é da tal “máquina”; antes, é óbvio, a responsabilidade cabia a
os governantes.
Não, esse, definitivamente, não é um bom caminho, pouco importa se a economia cresce 0,1%, 6% ou 11%. Não é um bom caminho porque se trata de uma agressão à própria democracia. A um governante, num regime democrático, não cabe reclamar das leis. Contente ou descontente com elas, ele tem de segui-las. Se contente, deixa-as como estão; se descontente, propõe mudanças segundo o molde institucional dado.
O resto é vigarice intelectual, é proselitismo que degrada as instituições.