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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Raízes: exposição Ai Weiwei - Oca, parque Ibirapuera, SP

Ai Weiwei: exposição Raiz
A exposição reúne 70 obras que ocupam 8 mil metros quadrados. Com curadoria de Marcello Dantas, trabalhos emblemáticos de Weiwei são expostos ao lado de obras inéditas, resultado de uma imersão do artista na cultura brasileira. Oca. Pq. Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portões 1, 2 e 3, 5082-1777. 11h/20h (dom. e fer., 11h/19h; fecha 2ª), com visitas de hora em hora. R$ 20 (vendas pelo site: eventim.com.br/exporaiz). Até 20/1.

Algumas fotos do conjunto da magnífica exposição, dedicada a vários aspectos da carreira pessoal e artística do grande artista chinês, atualmente residindo em Berlim; as fotos foram escolhidas dentre as que tratam da questão dos refugiados e das migrações forçadas:











domingo, 17 de setembro de 2017

Comenda da Revolucao Constitucionalista de SP (1932): relutancia em aceitar, acordo final

Recebi, em 15 de setembro de 2017, a visita do presidente e de membros do  Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, na pessoa do Prof. Adilson Cezar e simpáticos acompanhantes, que vieram atribuir-me o Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista”. Abaixo, uma foto minha com os integrantes da comitiva, estando o Prof. Adilson Cezar à esquerda (ou direita, na foto).

Qual a origem dessa homenagem? Explico logo. Recebi, em 26 de julho último, a seguinte comunicação do presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, Prof. Adilson Cezar:


Sorocaba/SP, 26 de julho de 2017.

Prezado amigo

Dr. PAULO ROBERTO DE ALMEIDA.

DD. Diplomata.

(...)

Venho comunicar-lhe a satisfação de poder agracia-lo com a condecoração “Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista” em conformidade com os anexos – ofício informativo da outorga da condecoração “Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista”, e da competente ficha de concessão. 
       (...)
Adilson Cezar


Minha primeira atitude, por não me considerar merecedor de tal comenda, foi de recusa do citado colar, cuja reprodução está acima, pela seguinte mensagem: 

"Resposta em 31 de julho de 2017:
  Caro Adilson,
  Desejo, em primeiro lugar, agradecer imensamente, e sinceramente, a honra que me é feita nesta comunicação, que respondo tardiamente, devido a uma semana extremamente carregada de trabalho.
  (...)
  Quanto à nova honraria que pensa me fazer, devo ser absolutamente sincero, como sempre sou, e dizer-lhe que não me julgo merecedor da comenda.
  A despeito de ser paulista, e de ter, como democrata, os mesmos sentimentos democráticos que impulsionaram os revoltosos de 1932, contra um governo provisório que se transformava em caudilhismo arbitrário, não creio que eu possa figurar entre os contemplados com a distinção relativa à Revolução Constitucionalista.
  Saí de SP aos 21 anos para estudar fora do país, voltei sete anos depois, ingressando logo em seguida na diplomacia, para passar quase a metade do período decorrido desde então no exterior. Sempre estou ligado a SP, por atividades acadêmicas e profissionais, e costumo frequentar regularmente vários eventos na capital.
  Entendo, contudo, que a condecoração deva contemplar precisamente aqueles bem mais vinculados às atividades paulistas, e não me considero enquadrado, mesmo sem conhecer o estatuto que regula a honraria, nessa categoria.
  Desculpando-me humildemente por esta postura, mas que encontro justificada objetivamente, agradeço uma vez mais esta distinção que me é feito, e coloco-me à disposição para o que puder ajudar no âmbito do IPRI, do qual sou agora o diretor. 
  O abraço do Paulo Roberto de Almeida"

Nova comunicação, desta vez em 2 de agosto, do concedente: 

Sorocaba/SP, 02 de agosto de 2017.

Meu prezado amigo 

Dr. PAULO ROBERTO DE ALMEIDA.

Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Funag-MRE).

Li com atenção sua resposta ao meu oferecimento da condecoração Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista de 1932, e agradeço a sua posição clara e objetiva. 

Mas perdoe-me discordar de seu ponto de vista – e por isso acredita-lo como estudioso merecedor sim dessa honraria. Permita-me além do fato de ser paulista, como pesquisador dedicado a recuperação histórica de nosso país – encaixa-se perfeitamente no escopo dos propósitos desta: 

Infelizmente penso que eu errei no ato de lhe comunicar em não informar a respeito do regulamento da mesma (como deixa claro em sua estimada resposta). 
Regulamento: ".....tem por objetivo homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, bem como instituições que tenham colaborado para a divulgação e estudos, relacionados com a nossa História e em particular àqueles que dizem respeito à gloriosa epopeia da Revolução Constitucionalista de 1932”. 

Poderia ainda desfilar “n” motivos para lembrar que a Revolução Constitucionalista de 32, não deve ser caracterizada como exclusividade dos paulistas, mas sim de todos nós brasileiros. Tenho certeza de que sabe disso melhor do que ninguém. 

Este meu arrazoado se faz não com a intenção de demovê-lo, o que pode realizar a qualquer momento, bastando para isso nos comunicar dessa sua decisão. Temos sim necessidade de lhe esclarecer e mais ainda de demonstrar que a mesma tem fundo meritório aos nossos olhos em seus trabalhos. 

(...)

Sugiro ao amigo, que com o tempo, reveja seu trabalho com olhar menos exigente, e perceba que pode sim ostentar com justificativa uma condecoração como essa que lhe oferecemos. Se amanhã, modificar essa opinião – por favor, nos comunique – pois poderemos aqui em Sorocaba, recebe-lo em outra ocasião e ou até em uma de nossas passagens por Brasília (...) poderemos fazer aí esse imposição (já temos anteriormente feito isso...). 
(...)
Muito obrigado pela manifestação e a cortesia demonstrada.

Forte abraço.

Adilson Cezar.
  

De fato, o regulamento do Colar (aqui acima reproduzido em sua capa),  esclarece em seu Preâmbulo que: 

A finalidade deste Colar é galardoar personalidades brasileiras e estrangeiras, assim como instituições e pessoas físicas que tenham colaborado para a realização de estudos e divulgação de fatos históricos, que enalteçam a gloriosa memória de São Paulo e do Brasil.

O "do Brasil", e mesmo o "de São Paulo", cobrem, portanto, minha condição de pesquisador, de produtor de conhecimentos didáticos, relativos à nossa história, na qual São Paulo desempenha um papel fundamental na construção do Brasil contemporâneo, sobretudo do lado da economia, onde se concentram meus esforços de pesquisa e de sistematização do itinerário de nossas relações econômicas internacionais, no qual o café desempenha um papel fundamental.
Em função dessas considerações, decidi escrever o que segue ao presidente do IHGGS: 


De: Paulo R. Almeida
Enviada em: quarta-feira, 2 de agosto de 2017 09:36
Para: Adilson Cezar
Assunto: Re: Ainda a condecoração.

            Caríssimo Adilson Cezar,
            Eu lhe sou muito grato pelas amplas especificações e explanação sobre o sentido e os propósitos da honraria vinculada à Revolução Constitucionalista de 1932, com as quais concordo plenamente, o que me permite revisar minha posição, de princípio, de estritamente aceitar unicamente as homenagens de que me julgo merecedor, e jamais compactuar com atribuições políticas ou meramente cerimoniais. 
            Sou contrário, por exemplo, a quaisquer atribuições desse tipo de honraria, em qualquer nível da federação, unicamente por desempenho de cargo, eleito ou em comissão, uma vez que entendo que os estatutos dessas ordens as prescrevem para aqueles que tenham, efetivamente, prestado relevantes serviços naquelas áreas de atividades pertinentes à comenda, o que sempre envolve algo mais, e um tempo maior de desempenho, do que simples eleição para o cargo ou escolha para desempenho de função, o que pode ter sido obtido meramente por compadrio (quando não por conivência ou cumplicidade), por nepotismo, fisiologismo e outros “isso" ainda mais nefastos. 
            No passado, pensei em devolver minha Ordem do Rio Branco quando com ela foi contemplado um conhecido e notório corrupto (...). Só não o fiz porque essa Ordem divide claramente os agraciados entre os diplomatas do quadro e todos os demais contemplados, (...).
            Neste caso, permito-me indicar-lhe que é com prazer que aceito a honraria, não por qualquer “paulistice” de minha parte — o que seria até geograficamente incorreto, uma vez que apenas nasci no estado, e na capital, mas dele me encontro afastado desde que ingressei no serviço público federal, e também porque não cultivo qualquer tipo de “patriotice” piegas — mas justamente pelo sentido que ela possui na justificativa alinhada em suas palavras, qual seja, a de "homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, bem como instituições que tenham colaborado para a divulgação e estudos, relacionados com a nossa História e em particular àqueles que dizem respeito à gloriosa epopeia da Revolução Constitucionalista de 1932”.
            Mesmo sem ser um historiador paulista, ou sequer historiador tout court, creio que tenho oferecido certa agregação de valor ao conhecimento histórico vinculado à diplomacia brasileira, em diversos trabalhos de cunho historiográfico ou de interpretação sociológica sobre nossas relações internacionais do passado e do presente, o que provavelmente me permite integrar um pequeno corpo de estudiosos voluntários (ou seja, não profissionais) engajados na pesquisa e divulgação de aspectos relevantes da inserção global do Brasil. São Paulo é, desde a segunda metade do século XIX, pelo menos, uma espécie de locomotiva do desenvolvimento brasileiro, não apenas no sentido material do termo, mas igualmente na dimensão “mental", ou espiritual, e intelectual dos progressos brasileiros em quaisquer terrenos nos quais se tenham exercido seus habitantes originais, índios, portugueses, brasileiros, e mesmo os imigrantes que vieram para dar sua contribuição à produção de riqueza neste pedaço do Brasil.
            Como muitos, sou descendente de imigrantes pobres, até analfabetos, que vieram ao Brasil entre o final do século XIX e início do XX, para, de certa forma, substituir os antigos escravos nas plantações de café, e aqui puderam, italianos e portugueses, educar os seus filhos e “produzir” paulistas que deram continuidade aos esforços de criação de riqueza e de renda. 
            Não sou particularmente um estudioso da Revolução paulista, ou Constitucional, mas sempre me revoltei contra as versões “carioca” ou “gaúcha” de nossa historiografia, que classificam a revolução como sendo secessionista, ou “oligárquica”, pois ela traduziu, justamente, as aspirações dos democratas e liberais do estado, e de muitas outras partes do Brasil, que tinham perdido as esperanças, a dois anos da revolução da Aliança Liberal, na liderança castilhista e autoritária que levaria o Brasil a uma ditadura fascista poucos anos adiante.
            Tenho prazer, assim, em dar-lhe meu assentimento à concessão da comenda, e dizer-lhe que me sinto orgulhoso de fazer parte de uma pequena confraria de homenageados por serviços prestados ao estado e ao país, sem quaisquer objetivos oportunistas ou compensatórios. Terei prazer em comparecer à cidade, na primeira oportunidade possível, para transmitir um pouco do conhecimento acumulado e da experiência adquirida em algumas décadas no exercício da diplomacia ativa do país, e nos estudos empreendimentos em caráter voluntário e particular, assim como estou à disposição para algum encontro em Brasília com os mesmos objetivos. (...)
            Agradeço, uma vez mais, a distinção feita, e coloco-me à disposição para as demais disposição atinentes a este processo. Em anexo, um breve currículo acadêmico e profissional mais atualizado.
           (...)
Paulo Roberto de Almeida  

Foi assim que recebi, no último dia 15, em meu escritório de Brasil, a comenda já reproduzida acima, acompanhada do respectivo diploma, como reproduzido abaixo.

Foram feitas muitas fotos na ocasião, que remeterei aos interessados oportunamente, e reproduzirei aqui, num limite aceitável.

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 17 de setembro de 2017

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Malditos paulistas reacionarios - Folha, Reinaldo Azevedo

Leiam o que informa a Folha. Volto em seguida.
Tem um lugar no Brasil onde 61% dos eleitores afirmam que não votariam na presidente Dilma Rousseff “de jeito nenhum”. Lá, 83% da população querem mudança, um percentual bem mais alto do que no resto do Brasil. E só 23% aprovam o atual governo. Provavelmente por isso, tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma num segundo turno, com folga, caso a eleição fosse realizada apenas entre os eleitores desse lugar – o tucano ganharia por 46% a 34%; o ex-governador de Pernambuco, por 43% a 34%.

É um lugar onde a opinião política do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, é mais influente que a do ex-presidente Lula (29% votariam “com certeza” em alguém apoiado pelo magistrado, enquanto 24% fariam o mesmo com o petista). E onde mais da metade dos moradores (54%) dizem sentir vergonha pela realização da Copa do Mundo no Brasil. Esse lugar é o maior colégio eleitoral do Brasil, o Estado de São Paulo. Os dados são da pesquisa Datafolha realizada entre os dias 3 e 5 de junho em todo o Brasil, com um número de entrevistas grande o suficiente em São Paulo para uma análise mais precisa sobre o comportamento eleitoral dos paulistas.
São Paulo destoa do resto do Brasil em quase todos os temas investigados. Se fossem contabilizados só os votos dos eleitores do Estado, a disputa presidencial hoje estaria tecnicamente empatada entre Dilma, com 23%, e Aécio, com 20%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Em São Paulo, Eduardo Campos tem 6%, seguido de perto por dois candidatos evangélicos: o Pastor Everaldo Pereira (PSC), com 4%, e o senador Magno Malta (PR-ES), com 3%. Já o candidato do PSTU, José Maria, alcança 2%.
Conforme os resultados apurados em todo o país, 30% do eleitorado nacional ainda não tem candidato a presidente da República. É um recorde desde 1989 para esse período pré-eleitoral. Em São Paulo, a soma dos indecisos com os que afirmam pretender votar em branco ou nulo é ainda maior: 37%. Os paulistas são mais pessimistas que os demais brasileiros em todas as questões relacionadas à economia. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% esperam aumento do desemprego, 48% entendem que o poder de compra irá diminuir.
Por encomenda da Folha, o Datafolha ouviu 4.337 pessoas no Brasil, 2.029 delas no Estado de São Paulo. A margem de erro é sempre de dois pontos. A taxa de confiança é de 95%. Significa que em 100 levantamentos parecidos, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95.
(…)

Voltei
Vou citar um cantante “progressista”, um tal Caetano Veloso, que não vai muito, ou nada!, com a minha cara… Já se recusou até a dançar comigo, muito entre aspas, é claro! Peninha! O fato é que, em São Paulo, não se costuma dar muita bola para quem sobe ou desce a rampa.

Os petistas têm mais dificuldade de se criar no Estado do que em outras regiões do país. Desde a volta das eleições diretas, o partido venceu a disputa em São Paulo uma única vez: em 2002. Naquele ano, Lula obteve 55,39% dos votos, contra 44,61% de Serra. Nas outras todas, comeu poeira. A saber:
1989 – Lula, 42,10% X Collor, 57,90% (2º turno):
1994 – Lula, 27,01% X FHC, 55,74% (1º turno);
1998 – Lula, 28,84% X FHC, 59,89% (2º turno);
2006 – Lula, 47,74% X Alckmin, 52,26% (2º turno);
2010 – Dilma, 45,95% X Serra, 54,05% (2º turno).

É por isso que Marilena Chaui, por exemplo, a Tati Quebra Barraco da esquerda do Complexo Pucusp, acha São Paulo um estado “reacionário”. Os petistas não se conformam que exista um Estado que responde por um terço da economia do país e que resista ao petismo. Vai ver é por isso que São Paulo responde por um terço da economia do país!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O Brasil a caminho do Apartheid: mais um exemplo de racismo oficial, em SP

O Brasil continua a afundar no mais deslavado, injusto e anticonstitucional racismo oficial, patrocinado por líderes demagógicos que falham em seu dever e obrigação de tratar a todos igualmente e que estão criando um novo Apartheid no Brasil: de um lado a elite privilegiada dos afrodescendentes, de outro todos os demais, que aliás são agora, estatisticamente, minoria em relação aos primeiros, assim colocados em situação de privilégio por autodeclaração.
A indignidade moral desse tipo de comportamento vai ter consequências mais adiante, quando o racismo oficial de dirigentes medíocres e demagogos ajudar a consolidar e congelar uma cultura separada do mainstream brasileiro, que é mulato, misturado, em todo caso único e indistinto em suas muitas cores e manifestações culturais, e que vai passar a ser dominada, essa cultura separada, por oportunistas e aproveitadores do militantismo falsamente negro e falsamente oprimido.
Lamento que estejamos afundando no racismo, na mediocridade, no retrocesso mental.
Paulo Roberto de Almeida 

São Paulo

Prefeitura de SP estabelece cota de 20% para negros no serviço público

A lei foi sancionada pelo prefeito e publicada nesta terça-feira no Diário Oficial. Cota entra em vigor em março

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, sancionou uma lei que estabelece que 20% das vagas em cargos efetivos e comissionados do serviço público municipal sejam destinados a pessoas negras. A lei foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial
A lei prevê que "todos os órgãos da administração pública direta e indireta do município ficam obrigados a disponibilizar em seus quadros de cargos em comissão e efetivos o limite mínimo de 20% das vagas e/ou cargos públicos para negros, negras ou afrodescendentes".
De acordo com texto, que foi aprovado em novembro na Câmara Municipal, "consideram-se negros, negras ou afrodescendentes as pessoas que se enquadram como pretos, pardos ou denominação equivalente, conforme estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, será considerada a autodeclaração".
As novas regras também se aplicam a vagas de estágio. Caso não haja o preenchimento do porcentual mínimo para negros, "as vagas remanescentes serão distribuídas aos demais candidatos".
O poder executivo tem 90 dias para regulamentar a lei, que partiu de um projeto apresentado pela bancada do PT na Câmara Municipal. 
Outras esferas - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) já havia anunciado, no início do mês, a reserva de 35% das vagas na administração direta e indireta (empresas públicas) para negros e indígenas. Em novembro, a presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional um projeto para destinar um quinto das vagas em concursos públicos federais para a população negra.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O que os petralhas mais sabem fazer: arrancar dinheiro do contribuinte

Minhas condolências mais sentidas aos paulistanos.
Mas quem mandou votar nesses tarados pelo capital alheio?
Paulo Roberto de Almeida

Haddad vai aumentar em 24% arrecadação com IPTU em 2014

Prefeito vai reajustar a Planta Genérica de Valores dos imóveis da capital; novo Orçamento será de R$ 50,7 bi

O Estado de S.Paulo, 30 de setembro de 2013

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai aumentar a arrecadação com o IPTU em 24%. A previsão é de que a arrecadação com o imposto saltará de R$ 5,5 bilhões e chegará a R$ 6,8 bilhões em 2014. Serão mais R$ 1,3 bilhão nos cofres da Prefeitura. O aumento vai ocorrer por meio da revisão da Planta Genérica de Valores (PGV), cuja última atualização foi feita em 2009. No entendimento dos técnicos da gestão Haddad, a PGV está desatualizada e não reflete o impacto da valorização do metro quadrado da cidade nos últimos anos motivada pelo aquecimento do mercado imobiliário.
Há 4 anos, a média do m² no Município era de R$ 3,9 mil e hoje está estimada R$ 8 mil. Haddad ainda não definiu as travas que limitarão os reajustes do IPTU para que não se configurem abusivos. Além disso, o prefeito estuda baixar a alíquota do imposto. A arrecadação com o imposto terá alta real, descontada a inflação, de aproximadamente 19%. A cidade tem cerca de 3 milhões de contribuintes.
O reajuste do IPTU é uma das principais medidas do novo orçamento de São Paulo. Haddad vai enviar à Câmara Municipal o Orçamento de 2014 ainda hoje. Ele é estimado em R$ 50,7 bilhões. O valor é 20,7% superior ao previsto pela gestão Gilberto Kassab (PSD) para este ano - R$ 42 bilhões. A inflação no período deve ficar em torno de 6%. As principais fontes de recursos serão, além do aumento do IPTU, os repasses recordes de verbas federais por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de parcerias com o governo de Dilma Rousseff.
Crescimento. A Prefeitura estima para 2014 receitas correntes - impostos, taxas e transferências - orçamento de R$ 41,5 bilhões, um crescimento de 13,5% em relação ao Orçamento aprovado de 2013. As receitas de capital (vendas de ativos, convênios federais para investimentos, entre outras) serão de R$ 9,2 bilhões, alta de 67,8% em relação a este ano.
As despesas correntes, que incluem custeio, pessoal, atividades e juros da dívida, serão de R$ 37,9 bilhões em 2014. As chamadas despesas de capital - investimentos, amortização da dívida e reservas de contingências estão estimadas em R$ 12,8 bilhões.
De acordo com o projeto enviado à Câmara, a gestão Haddad apresenta três linhas para sustentar o Orçamento de 2014: elevação dos repasses federais, aprimoramento das próprias receitas, como o crescimento com arrecadação de IPTU, e contenção de custeio (redução de gastos).


sábado, 7 de setembro de 2013

Governar e' aumentar impostos: prefeito companheiro de SP

Haddad “reinventa a roda” e anuncia mais um inevitável aumento de imposto
02/08/2013 - Redacao Midia@Mais
No Brasil, tomar de quem trabalha para, supostamente, compensar as mazelas de quem não trabalha virou senso comum.
Demorou mas vai sair: o aumento do IPTU paulistano. Isto mesmo: para ajudar a custear o desconto na passagem de quem está circulando, aumenta-se o imposto de quem está em casa, parado, e cometeu o “crime” de comprar sua casinha para não ter de dormir ao relento.
O prefeito petista alega que a “lei” manda reajustar: esquece, contudo, que a lei manda também garantir saúde e educação à população, mas isto é outra história. O fato é que é fácil ser governante no Brasil: basta fazer média com os “movimentos sociais” e aumentar a arrecadação tomando de quem não tem como se defender.
De todos os tributos, o IPTU é possivelmente um dos mais injustos e odiosos: punitivo a quem simplesmente adquiriu e manteve uma propriedade. Em nome da “justiça social”, agride mais uma vez a classe média. Mas você certamente não verá editoriais indignados a respeito. No Brasil, tomar de quem trabalha para, supostamente, compensar as mazelas de quem não trabalha virou senso comum.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

En clima de campanha política: aos eleitores paulistanos, leitores deste blog

A temática central deste blog sempre foi, e pretende continuar sendo, relações internacionais e política externa do Brasil, com algumas derivações para outras políticas públicas, como, obviamente, as políticas econômicas (as corretas, mas geralmente sou levado a falar das esquizofrênicas, também, já que mais abundantes), com destaque para aquelas que possuem interface internacional (comércio, finanças, investimentos internacionais).
Muitas vezes toco em temas políticos: afinal de contas sou um cidadão pagador de impostos, compulsoriamente -- como aliás todos vocês que me leem -- e abusivamente (como todos, também, já perceberam) e não me eximo de abordar questões das políticas políticas, se ouso dizer, que dizem respeito ao que esses indivíduos que são pagos com o nosso dinheiro para gastar o nosso dinheiro fazem justamente com os recursos que arrecadam tão vorazmente para entregar muito pouco do que prometem.
Além disso, sou um cidadão indignado, como muitos de vocês, com o espetáculo dantesco de roubalheiras privadas e oficiais, de imoralidades privadas e públicas, de descalabro moral, de indecências éticas, de atentados à dignidade da função pública, vale dizer, um pouco do que fazem, deliberada e conscientemente, vários dos companheiros totalitários que se instalaram no poder e não pretendem largar o osso (se sobrar algum ao final do verdadeiro programa de assalto aos recursos públicos que eles conduzem com tamanha desfaçatez e cara de pau).
Pois bem, ao tocar nesses temas todos, me eximo, porém, de tocar em política partidária, no sentido eleitoral da palavra. Não dou consignas, não recomendo ninguém, não peço votos e não assino manifestos. Em uma palavra, não faço campanha, sobretudo porque não me sinto ligado e nunca serei afiliando a qualquer partido que seja, mesmo algum que, por acaso (mas isso vai ser muito difícil), expressar minhas posições com algum grau de acuidade, pertinência e correlação.
Mas não hesito, tampouco, a combater os maus, os bandidos, os ladravazes, os falsos, os hipócritas, os mentirosos, os sem caráter, que ousam se apresentar ao público com um discurso absolutamente mistificador.
É apenas neste sentido que me permito transcrever abaixo a "carta aberta" de uma eleitora -- não importa aqui quem -- que vota em SP, minha cidade de origem, e à qual retorno cada vez que me convidam para algum seminário acadêmico ou atividade intelectual.
Apenas uma missão esclarecedora, e de educação cidadã, digamos assim.
Paulo Roberto de Almeida 

Carta Aberta de uma Eleitora Paulistana:

Em época de comunidades virtuais, mídia social, deparamo-nos com algo nostálgico: carta aberta. Parece que “carta aberta” virou moda. Em sendo assim, redijo minha “carta aberta ao eleitor paulistano”.
Não vou pedir que vote no José Serra, ou tentar convencê-lo disto. Mas pedirei que não dê seu voto ao PT, na pessoa de seu candidato Fernando Haddad. E tentarei justificar esse pedido.
De repente, a cidade de São Paulo se transformou em um troféu disputadíssimo, em uma questão de honra, em um ponto de convergência, chegando ao cúmulo de abrigar, no dia 10 de outubro, toda a cúpula do partido dos trabalhadores, incluindo a presença da senhora presidente Dilma Rousseff, que inadvertidamente apresentava tempo ocioso em sua agenda (fato difícil de se crer em um País tão grande e tão repleto de problemas e trabalhos a decidir ou resolver, mais urgentes do que a eleição em uma de suas tantas cidades ou municípios). Enfim... Aproveitaram a reunião para tratar, também, do apoio moral aos recém condenados no julgamento do mensalão.
Ex-presidente Lula, Mercadante, Suplicy... sem falar de Dirceu, Genoíno, Marta (que ainda se utiliza do nome Suplicy e ganhou até um Ministério... quem diria... da Cultura). Todos reunidos para um objetivo único: não abrir mão da gorda fatia tributária que nossa cidade representa no cômputo geral da República. Não estavam reunidos para discutir os problemas da cidade, tudo o que nós cidadãos contribuintes merecemos e não temos, e sim para definir estratégias, provavelmente não tão transparentes como tudo o que têm sido feito nos últimos anos, para não deixar esse “peixe gordo” escapar.
É para ver o seu rico dinheirinho dos impostos que paga escorrer para um triângulo nas Bermudas que você trabalha e corre como um louco? Porque acompanhando os noticiários você sabe muito bem que não podemos confiar um só fio de cabelo na retidão do setor financeiro das últimas gestões.
Será que olham para São Paulo e, em vez de pessoinhas, enxergam cifrões?
Pense bem!
José Dirceu, o incompreendido ex-chefe da casa civil, afirmou categoricamente que “nossa prioridade, agora, é ganhar o segundo turno, principalmente em São Paulo, contra o PSDB. O mensalão será uma batalha para muitos anos”.
José Genoíno, o injustiçado ex-presidente do partido, leu sua “carta aberta”, muito melhor elaborada do que a minha. E propôs que o PT convocasse militantes e movimentos sindicais contra a “injustiça monumental” cometida pelo Supremo.
Ah! E na leitura da “carta aberta” escrita, talvez, pela filha de Genoíno, Miruna, Eduardo Suplicy foi às lágrimas. Contundente.
Sabem o porquê do meu tom sarcástico? Porque conheci boa parte desse povo há muitos anos, quando não eram mais do que pessoinhas como eu.
Eu fui metalúrgica na época e no nascedouro do PT: São Bernardo do Campo.
Eu frequentava, aos sábados à tarde, as reuniões de um diretório do PT que havia na Av. Vieira de Moraes (Campo Belo – SP), em uma sobreloja, regadas a café de garrafa térmica e copinhos descartáveis. Foi lá que conheci Mercadante e Genoíno. Será que eles se lembram desse fato tão remoto e distante? Será que Miruna já era nascida? Disse na emocionante “carta aberta” que desde os 8 anos ouvia seu pai afirmar que estava “empenhado em defender aquilo que acreditava”. Bonito texto.
E ele acreditava em que? Que existem caminhos mais fáceis do que o trabalho, a honestidade, a decência que nos levem ao poder? Que nunca apontariam o dedo em sua cara afirmando falsidade ideológica? E ainda se passa por traído pelas elites esmagadoras que participam de um complô contra seu partido?
E Lula conheci nos portões da fábrica, sobre um caminhão, com megafone e camiseta.
Suplicy, o elitista, fui reencontrá-lo em uma palestra na faculdade, muitos anos após.
Então, meus queridos políticos petistas, eu os conheço “desde outros carnavais” e “muita água rolou por debaixo dessa ponte”. A seus favores, obviamente.
Se você, eleitor, der seu voto ao PT no dia 28, tornar-se-á responsável pela continuidade desse encardido processo. Se conseguimos implantar o Ficha Limpa, por que jogar tudo para o alto e colocar aqui em nossa cidade um partido enraizado na corrupção? Por que colocar aqui em São Paulo um candidato totalmente desconhecido, manipulado feito marionete por um partido que até pouco tempo atrás não nos dava a mínima atenção? Por que deixar o PT entrar pela porta da frente em nossa capital paulista, se está sendo expulso aos pontapés pela porta dos fundos do Supremo Tribunal Federal, nas pessoas de seus juízes, designados pelo próprio Lula e pela presidente Dilma, condenados por corrupção ativa? Ou você não sabia que a maioria dos julgadores foi indicada por eles, talvez pensando em uma possível absolvição quando em um possível remoto julgamento do mensalão que parecia tão distante? “A consciência moral da Nação está viva e desperta.”
É isso aí. Nem eles conseguiram “engolir” as laudas do processo. E você vai engolir?
O Lula deveria acatar o aconselhamento médico e cuidar melhor de sua saúde, recém recuperada, em vez de ficar fazendo discursos em palanques, ou visitas aos países vizinhos (como a feita a Argentina nestes dias), falando baboseiras absurdas, como “vem dizendo, insultuosamente, que a condenação de seus companheiros foi uma hipocrisia”. Deveria cuidar mais de sua própria vida e deixar que cuidemos da nossa. Deveria dar graças a Deus por ter sido “esquecido” nesse julgamento.
Como disse o editorial do jornal O Estado de São Paulo no dia 11 de outubro, “pela primeira vez na história deste país a Justiça processou, julgou e puniu dezenas de réus de um esquema ambicioso de corrupção política engrendrado nas entranhas do governo federal. E o fez deixando claro que, em estrita obediência ao devido processo legal, o Judiciário tem condições técnicas, institucionais e morais para reconstituir, passo a passo, um escândalo de tamanhas proporções e identificar os seus autores.(...) Inescrupulosos ou honestos, decerto já se deram conta de que o breve do Supremo contra a corrupção vem do bojo da repulsa da opinião pública – uma coisa realimentando a outra – à imundície das estrebarias do poder.”
Tenho lido, diariamente, jornais e revistas sobre esse julgamento. Tenho ouvido, no rádio e na televisão, os noticiários sobre esse julgamento. Mas um dos textos que me “pegou” é o de Clóvis Rossi, “Não era golpe, eram fatos”, publicado na Folha de São Paulo também no dia 11 de outubro. Lá ele diz, entre outras verdades, que a “mídia internacional deixa claro que a teoria da conspiração foi uma safada invenção do lulo-petismo”.
Então, pense bem antes de apertar o botão “confirma”.
Principalmente porque eu poderei ser penalizada por sua insensata atitude, mesmo fazendo todo este discurso.

Lxxxx Pxxxx
Iniciada em 11 e terminada em 18.10.12 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

FGV: MBA de Relacoes Internacionais - Sao Paulo

Este blog não costuma fazer publicidade, de nenhum tipo, para qualquer pessoa, para qualquer produto ou serviço. Excluem-se os avisos de utilidade pública, de preferência não comerciais, e jamais de caráter político-partidário.
Mas como conheço pessoalmente o coordenador, Oliver Stuenkel, de quem possuo a melhor impressão, faço uma exceção para esta inserção, absolutamente voluntária, por confiar inteiramente na qualidade do curso.
Paulo Roberto de Almeida 

FGV lança MBA de Relações Internacionais em São Paulo

03/02/2012 - 10:00 
Curso acontece quinzenalmente, aos sábados, na Paulista.
A FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo) atenta às necessidades do mercado paulistano, lança o MBA em Relações Internacionais em São Paulo. O curso que já existe no Rio de Janeiro desde 2008, traz conteúdos exclusivos para a maior cidade do país.
“São Paulo é uma das dez principais cidades do mundo, portanto, tem uma importância enorme no cenário internacional. Há uma grande demanda no mercado paulista por um curso que prepare profissionais capacitados a atuar em ambientes verdadeiramente globais”, explica Oliver Stuenkel, coordenador do MBA.
Com o intuito de trazer comodidade aos alunos, o curso acontece aos sábados e terá 504 horas/aula. Os conteúdos das aulas incluem os seguintes temas: análise política internacional; questões internacionais contemporâneas; políticas externas comparadas; economia internacional; finanças internacionais; direito internacional; o Brasil no mundo; orientação de projetos; negociações complexas; gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.
As aulas não se resumem apenas ao conteúdo expositivo, haverá também sessões práticas de análise de conjuntura internacional; palestras com convidados especialistas em diplomacia, negociação e política internacional e debates estruturados sobre tópicos da agenda internacional.
Alunos egressos do curso trabalham ou estudam, hoje, em instituições como Abin, Agência Efe, Agência France Press, American University, Banco Mundial, Embratel, Globo News, London School of Economics, Petrobrás, Secretaria de Assuntos Internacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Souza Cruz, Universidade de Genebra e Vale.
O curso começa no dia 5 de maio, com aulas quinzenais, aos sábados das 8h30 às 18h, no campus da FGV da Avenida Paulista. O processo seletivo é composto por inscrição, análise de currículo e entrevista com professores da FGV.