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sábado, 28 de janeiro de 2017

O PT cleptocrata encontra um socio do seu quilate: Cabral e seus zilhoes - Editorial Estadao

Nunca Antes Neste País: nunca antes no país um slogan vagabundo, mentiroso, vergonhoso, hipócrita e lamentável se revelou tão verdadeiro, tão apropriado, tão adequado aos dois grandes mafiosos mega-ultra-super-cleptocratas, cada um com seu estilo peculiar, mas ambos, juntos ou separadamente, combinados ou não, são os maiores representantes da mesma erva daninha, do mesmo estrume que emporcalha o Brasil, os grandes cleptocratas, e organizadores de roubos em escala tão gigantesca.
Coisa de levantar o chapéu, se me permitem a expressão: realmente, nunca antes no Brasil assistimos a assaltos dessa magnitude contra os recursos públicos, promiscuidade tão grande no roubo.
Um único desejo, se possível: que os dois partilhem a mesma cela por aproximadamente dez anos, como mínimo, para pagar pelos seus crimes...
Paulo Roberto de Almeida

Campeão da roubalheira
Editorial | O Estado de S. Paulo, sábado, 28 de janeiro de 2017

A história da República registra proezas de cleptocratas extremamente proficientes na arte de meter a mão nos cofres públicos – que o diga a São Paulo dos tempos do ademarismo e do malufismo. O que talvez não se esperasse é que sobre os protagonistas daquelas épocas reinasse agora, impávido, um fantástico “campeão nacional” da roubalheira, cujas proezas levaram à falência todo um Estado da Federação, o Rio de Janeiro: o hoje encarcerado ex-governador Sergio Cabral, em seus melhores dias amigo do peito dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff.

De acordo com o que foi até agora apurado pela força-tarefa da Lava Jato no âmbito da Operação Eficiência, o esquema de corrupção comandado por Cabral é simplesmente fantástico: pelo menos US$ 100 milhões foram encontrados em contas no exterior ligadas ao grupo criminoso, dos quais cerca de US$ 80 milhões pertenceriam ao ex-governador, dono também de US$ 1,8 milhão em diamantes que serão igualmente repatriados. Assim mesmo, segundo revelaram procuradores e delegados da operação, “o patrimônio da organização criminosa comandada por Cabral é um oceano não completamente mapeado”. Para o Ministério Público, “as cifras são indubitavelmente astronômicas” e “esses US$ 100 milhões são apenas uma parte do dinheiro do esquema”.

O jornal O Globo revela que Sergio Cabral, em 25 anos de carreira política, fez seu patrimônio crescer gradativamente, sempre por conta de recursos de origem suspeita. Como deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa fluminense, entre 1991 e 2002, inicialmente filiado ao PSDB e depois ao PMDB, Cabral acumulou um patrimônio de US$ 2 milhões em contas no exterior. Como senador, de 2003 a 2006, seu patrimônio não declarado fora do País já era de US$ 7 milhões. Como governador, de 2007 a 2014, a movimentação de suas contas secretas no exterior foi de US$ 152 milhões, o que equivale a inacreditáveis US$ 18,1 milhões por ano de governo. Dinheiro que financiou um alto padrão de vida não apenas para Sergio Cabral e família, mas também para parentes próximos, como um irmão, a ex-mulher e toda uma quadrilha que se encarregava da captação e distribuição dos recursos de origem escusa depositados em 12 contas no exterior.

Essas novas descobertas foram feitas pela Operação Eficiência – e, mais uma vez, não se trata de coincidência – a partir de investigações que tinham como objeto o empresário Eike Batista, que, conforme já havia sido anteriormente descoberto, teria pagado a Cabral propina de US$ 16,6 milhões por “favores” diversos. Por ironia, as novas revelações sobre o ex-governador fluminense vêm a público simultaneamente com aquelas relativas ao empresário, que cinco anos atrás, surfando nas prerrogativas de “campeão nacional” do empreendedorismo a que fora elevado pelo lulopetismo, foi apontado pela revista Forbes como o sétimo homem de negócios mais rico do mundo. Só o BNDES contribuiu com US$ 6 bilhões para os planos mirabolantes de Eike Batista que se revelaram inexequíveis e o acabaram levando à falência.

A prisão de Sergio Cabral e seu bando não chega a ser um consolo para a população do Estado do Rio de Janeiro, que não consegue honrar suas contas, nem mesmo a obrigação elementar de pagar em dia seus milhares de funcionários. Mas, se essa desgraça pode ser atribuída, em boa parte, à corrupção deslavada de quem governou o Estado por mais de sete anos, o conjunto da obra é responsabilidade de um poder central que anos a fio vendeu ao País a ilusão da Pátria Grande lastreada na gastança irresponsável que alimentou programas sociais, necessários, mas insustentáveis, e a ilusão de importantes empreendimentos privados reservados para “campeões nacionais” politicamente escolhidos e descuidadosamente financiados por abundantes recursos públicos.

Essa foi uma experiência dispendiosa e frustrada da qual Eike Batista e seu império de fachada são um triste exemplo. Assim, o título de “campeão nacional”, que o lulopetismo não conseguiu garantir para empreendedores amigos de Lula e Dilma, é ironicamente ostentado agora – finalmente por direito de conquista – por um político corrupto que privava da intimidade do gabinete presidencial.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Pausa para... um diario intimo...

Não, não é meu, pois não mantenho diário íntimo. O meu é todo visível e de trabalho. Quem quiser saber da minha vida (alô ABIN, alô CIA, alô chineses, russos, sul-africanos...) que vá aos posts deste blog, às listas de trabalho do meu site, ou que penetre meu computador, como estou certo de que todos esses serviços já fizeram, como vasculharam minhas contas e descobriram todos os saldos vermelhos e a lista dos pagamentos do próximo mês...
O diário foi publicado na Piauí, e sendo esta uma revista do maior respeito nacional, só pode ser coisa séria.
Com isso dou por encerrado os posts deste sábado de nevasca e vou cuidar de coisa mais séria. Escrever um trabalho encomendado, como tenho vários no pipeline.
Divirtam-se, desopilem-se, mas atenção, moderadamente.
Vou atacar de hot-dog e de cerveja...
Paulo Roberto de Almeida
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Augusto Nunes, 08/02/2013
às 18:24 \ Feira Livre

Diário da Dilma: Canguru que é despejado dá valor à própria bolsa

PUBLICADO NA EDIÇÃO DE FEVEREIRO DA REVISTA PIAUÍ

1º DE JANEIRO ─ Dia da Confraternização Universal. Confraternizei com o Eduardo Campos em torno de um sambinha com biricutico e salaminho. Fiz questão de cantar Camarão que Dorme a Onda Leva olhando bem na íris daqueles olhos verdes. Neto do Arraes, neto do Tancredo, uns meninos chatos e eu tenho que fingir interesse. De neto, gosto só do meu, que além de uma gracinha não quer me suceder.
2 DE JANEIRO ─ Faltou luz aqui na base militar. Eu, mamãe, titia, Paula e o Eduardo Campos passamos a tarde jogando adedanha. Quando sortearam”animal com a letra L”, pensei besteira. Mas disse “Lobo”. Depois dessa, parei de beber a caipirinha. Já estava mais faceira que mosca em tampa de xarope.
3 DE JANEIRO ─ Estou como o diabo gosta! Só de short, regata e sandália de dedo. O Sarney que não me venha com essa história de liturgia do cargo! A Helena sabe que se eu pegar um fotógrafo aqui vai ser caso de morte. Desde que cheguei aqui não passo mais laquê. São bem uns 10 quilos a menos. Titia veio me dizer que deu um auê danado na posse do Genoino. Fiquei uma arara, dei um murro na mesa e gritei: “Não interrompa minhas férias!” Deus me dê paciência e um pano para embrulhá-la.
4 DE JANEIRO ─ Ganhei um Kindle brasileiro daquele pernóstico do Mercadante. E já veio com dez livros. Tudo chatice: Keynes, Paulo Coelho, Churchill, Maquiavel, Eduardo Giannetti, valha-me Deus. Fui lá e pá! Comprei os dois últimos volumes de Cinquenta Tons de Cinza. Vou começar a ler ainda hoje depois de assistir um pouco dos Tudors. Me falaram maravilhas da série e estou atrasada. Dormi antes de começar a ler. Que espetáculo esses Tudors! Se Brasília fosse animada daquele jeito!
5 DE JANEIRO ─ Mandei o Marco Aurélio assuntar a doença do Chávez. Ele adora essa coisa meio Mercedes Sosa, meio Glória Magadan.
Gastei demais nessas férias. Só em salaminho, tremoços e antiácido foi embora uma fortuna. Sem falar que engordei. Férias é sempre esse inferno: a gente sai da rotina, enche a cara de cerveja, come aquele monte de acarajé e arremata com cocada. As roupas estão todas pegando no quadril…
6 DE JANEIRO ─ E não é que acabou a luz justo na hora H do Henrique VIII com a Ana Bolena? Será que foi a mando do Lobão, sempre tão decoroso nessas questões de moral e bons costumes?
7 DE JANEIRO ─ De volta ao batente, infelizmente. Mamãe teve que me sacudir da cama para que eu pudesse acordar. “Quem primeiro se queixa foi quem atirou a ameixa”, ralhou. Pedi para o Sérgio Cabral fazer as pazes com os índios do Maracanã. Sei não. Brigar com índio dá azar. Não é à toa que está há tanto tempo sem chover.
8 DE JANEIRO ─ Hum, a luz falhou umas duas vezes hoje. Mandei comprar uns três pacotes de vela. Gabrielzinho detesta escuro.
9 DE JANEIRO ─ Choveu! Choveu! Fiquei tão encantada que ergui os braços e saí correndo de baby-doll pelos jardins do Alvorada cantandoThe Hills Are Alive. Para acabar de vez com as insinuações da imprensa burguesa, pedi ao Lobão que desse uma coletiva para negar o risco de apagão. Tiro e queda. O magnetismo desse homem sempre deixa os jornalistas mesmerizados.
10 DE JANEIRO ─ Gabrielzinho está começando a fazer conta nos dedinhos. Ontem ele chegou para mim e disse: “Vovó, os números do governo não fecham”. Está ficando chato.
11 DE JANEIRO ─ Gente, que tudo! Estou afogueada! Esse Christian Grey é uma coisa! Uma coisa!!!!!!
12 DE JANEIRO ─ Quando o pessoal do Congresso volta de férias? Tá uma beleza isso aqui, vazio, silencioso. Gabrielzinho tem andado de velotrol por esses corredores imensos.
14 DE JANEIRO ─ Comecei a me desanimar com os Tudors. Tem mais dancinha na corte do que em novela da Gloria Perez. É bom desapegar dessas coisas. Durante Avenida Brasil não consegui governar e deu no tal Pibinho.
15 DE JANEIRO ─ Falei grosso com o Eduardo Paes e com o menino Haddad: nada de aumentar a passagem de ônibus. Não estou podendo. Canguru que é despejado dá valor à própria bolsa. De tarde, fui ao Senado brincar de esconde-esconde com o Gabrielzinho. Tentei entrar debaixo da mesa diretora, mas bati com o topete e lasquei um pouco a madeira.
17 DE JANEIRO ─ O Eike veio aqui em Brasília. Estava louca para conferir aquele aplique ridículo dele. Ia até dar um toque, mas meu dia estava tão corrido que nem deu tempo. Como a ministrada estava meio sem fazer nada, pus todo mundo pra falar com ele. O Eike sempre rende alguma coisa. Quem ficou uma arara por não ter sido avisada foi a Ideli. Ela acha o Eike parecido com o Romney e já deu a entender que não se importaria em mudar o nome para Idelix.
18 DE JANEIRO ─ Botei o bloco na rua! O Lula já devia saber que quem foi ao vento perdeu o assento. Sou candidatíssima de mim mesma. Para não deixar dúvidas, viajei para o Piauí e me vesti de cangaceira. Foi difícil o chapéu por causa do laquê, mas o recado está dado. Pena que na hora em que saquei a peixeira acabou a luz.
19 DE JANEIRO ─ Meu São Mateus dos Mercados Perpétuos! Não é que vou ter de tomar uma atitude contra aquela revista inglesa ou americana que vive me cornetando? Não nego que o Guido esteja mais por fora do que surdo em bingo, mas pegar no pé do governo só por causa dessa bobagem das contas? Quem não dá uma ajeitadinha? É que nem no cheque especial. Ninguém precisa saber que você está no vermelho. Na primeira folguinha você vai lá e cobre.
20 DE JANEIRO ─ Não aguento essa Marcha dos Prefeitos. É tanta gente para botar em hotel, providenciar transporte, comida. Malandro era o FHC, que ignorava solenemente patente abaixo de governador.
21 DE JANEIRO ─ Liguei para o Kamura e fui firme: “Se franja é a nova tendência e você deixou a Michelle sair na frente, considere sua carreira em Brasília encerrada. Na melhor das hipóteses, você ganhará a vida cortando o cabelo da Ideli”. O homem começou a chorar e jurou que a franja não pega. Durante o discurso, Michelle usou aquele vestido azulão com saia trapézio evasê. É para acomodar o pacová, que, convenhamos, no caso dela é quase um aleijão. Não precisava daquele cinto de motoqueiro. No meio da fala, a Malia deu um bocejadão espantoso. O Gabrielzinho nunca faria isso.
22 DE JANEIRO ─ Só hoje pude acompanhar a cobertura dos bailes. De vestido vermelho eu entendo. O da Michelle ficou o ó. Aquele veludo molhado parecia uma cortina de cabaré. Agora, como dançam bem, ela e o Obama. Que o Demétrio Magnoli não me ouça, mas acho que tem a ver com a raça. Vai pôr um búlgaro para valsar…
23 DE JANEIRO ─ Ao contrário do que me garantiu a Abin, na terceira temporada de The Killing a Sarah Lund não aposentou aqueles suéteres de matar. Não espanta que a fama internacional da moda dinamarquesa seja tão grande quanto a dos nossos serviços de inteligência.
24 de JANEIRO ─ Derrubei no grito as tarifas de energia. O Lula não quer voltar? Que lide com as consequências. Aproveitei para reduzir na maciota a alíquota de importação daquele aparelho nir que delineia a mandíbula. Tentei comprar um no shopping e quase caí para trás. Ideli pediu para eu incluir no pacote a redução de IPI dos shakes dietéticos.
26 DE JANEIRO ─ Renan e Henrique Alves. Não vão sobrar nem as cúpulas do Niemeyer.
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Addendum, pouco íntimo:

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

NEM SEGURANÇAS AGUENTAM O HUMOR DE DILMA
Conhecida por seus acessos de fúria, a presidente Dilma não deixa apenas os ministros à beira de um ataque de nervos. Segundo fontes palacianas, o Gabinete de Segurança Institucional tem dificuldades de encontrar oficiais do Exército que aceitem chefiar o serviço de segurança presidencial. Entre os mais estressados estaria o coronel Artur José Solon Neto, que por breve período cobriu as férias do titular.

QUERIA
O coronel Neto, hoje secretário adjunto do Gabinete de Segurança Institucional, queria sair do cargo burocrático e ir mais a campo.

HUMILHAÇÃO PÚBLICA
Habituada ao perfil discreto do general Amaro, seu chefe de segurança, Dilma não poupou puxões de orelha públicos em quem o substituiu.

CHUTANDO O BALDE
Em junho de 2011, a capitã de fragata E.H., oficial brilhante, cansou dos esculachos presidenciais e foi embora. Quase deixou a Marinha.

INCLUA-ME FORA DESSA
O Palácio do Planalto também demorou a encontrar quem aceitasse substituir a capitã E.H. como ajudante de ordens.