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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Militantes Negros querem revogar a lei da oferta e da procura

Eu às vezes me pergunto se é só estupidez, mesmo, ou se é racismo puro,  entranhado na mente desses militantes da causa negra, que pretendem obrigar comerciantes privados -- não necessariamente formados em altas escolas de comércio ou em cursos de administração, mas que devem ter algum instinto de mercado -- a fixarem preços administrados, segundo sua concepção idiota de valores econômicos, em patamares que eles julgam serem politicamente aceitáveis, mas que não são, provavelmente, economicamente realistas.
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços" das bonecas. 
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção -- embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais "valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida 

Conselho vai investigar caso de bonecas em feira
O Globo, 3/04/2012

Entidade pode recorrer ao MP se artesã não igualar preços de brancas e negras em Ipanema

RIO - O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) enviará três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano negras e brancas. Como noticiou na terça-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma barraca cobra R$ 85 pelas brancas e R$ 65 pelas negras, embora as duas sejam praticamente iguais.

Presidente da entidade, Paulo Roberto dos Santos disse que os conselheiros tentarão conseguir com a dona da barraca uma explicação para a diferença de preços. Se os argumentos não forem convincentes, e se a proprietária se recusar a rever os valores, o conselho poderá encaminhar ao Ministério Público uma denúncia de discriminação:

— Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública — disse Paulo.

A decisão de ir à feira foi tomada em reunião do Cedine, à qual estiveram presentes representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio.

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Jumentos bipedes defendem jumentos quadrupedes: faz sentido...

Eu NUNCA assino petições. Não apenas porque não costumo aderir a manifestos e declarações dos quais eu mesmo não tenha participado de sua redação -- e NUNCA participo da redação de qualquer manifesto ou petição, pois esses empreendimentos sempre se pautam pelo mínimo denominador comum, que costuma ser idiota -- mas também porque as causas geralmente são idem, ou seja, muito idiotas, ou totalmente idiotas. 
Baleias, golfinhos, borboletas, gays, quilombolas, reservas naturais, cotas raciais, santuários de qualquer coisa, até verdadeiros santuários, alguma semente imperialista, algum OGM idem, algum fast-food americano, enfim, todas as causas mais idiotas acabam nas mãos (e nos pés) dos redatores mais idiotas de manifestos idem...
Enfim, como vêem, tenho horror a manifestos e petições de qalquer coisa, mesmo para causas aparentemente nobres como lutar contra a corrupção, tirar bandidos do sistema político, fazer escolas decentes para nossas pobres criancinhas, etc...
Mas, e se trata de um grande MAS, nunca me recuso a ler manifestos, pois sempre se fica sabendo mais um pouco sobre os insondáveis meandros da alma humana.
Não que os manifestos sejam redigidos por êmulos de Tolstoi, ou seguidores de Dostoievski, mas é que a redação sempre me ensina algo dignificante, ou então degradante, o que é mais ou menos a mesma coisa, para quem observa o mundo e aprende com ele (ou não).
Bem, mas deixemos o mundo de lado, pois se trata de um vasto mundo e, como diria o poeta, eu não me chamo Raimundo.
Fiquemos com o nosso Brasil mesmo, que já é um osso duro de roer nessa matéria de inteligência... (ops, escorreguei...).
Algum tempo atrás fiquei curioso ao saber que o Brasil estava exportando jegues para a China; sim, o nosso simpático jumento, que povoa certas estradas provinciais do Nordeste, e até existe em cidades mais importantes de qualquer parte do Brasil.
Não soube mais, pois a nota era pequena e até pensei que fosse uma broma, uma brincadeira; ora, vejam só, o Brasil exporta um pouco de tudo, mas jegues para a China, francamente...
Bem, não é que agora deparei-me com um manifesto que protesta contra essa hipótese?
Transcrevo abaixo, não sem antes acrescentar alguns comentários.
Os jumentos que protestam contra essa exportação gostariam, por exemplo, de criar a Jumentobras, para desenvolver todo um programa nacional de proteção e promoção do simpático bichinho, ou eles apenas estão exercendo seu direito de ser idiotas, ao tentarem impedir esse comércio legítimo?
Eles querem protecionismo ao contrário, mas apenas em relação aos jumentos?
E as simpáticas vaquinhas, os afáveis bois de curral, todos os carneiros e porquinhos que exportamos, vivos, mortos, aos pedaços, em filé e cortes selecionados, eles também não mereceriam igual proteção?
E as galinhas, coitadas, os franguinhos tão frágeis, por que é que eles não poderiam se beneficiar também de uma proteção dos mesmos jumentos que pretendem defender o legítimo jumento nacional?
Acho esse tipo de discriminação contra os outros animais odiosa, no mínimo inconstitucional, pois a nossa Carta Magna recomenda que no Brasil não se faça nenhum tipo de discriminação ou preconceito com base em raça, cor, religião, time de futebol, sexo -- ou melhor, gênero, e temos vários deles -- enfim, não se pode dar ao jumento aquilo que não se pode estender aos outros filhos de Deus. E no Brasil todos são filhos de Deus.
Sou pela ampliação desta petição, e quero ver circular uma que proteja todos os nascidos no território pátrio. Prometo que essa eu assino (dependendo da linguagem, claro).
Paulo Roberto de Almeida 
PS.: Quem desejar assinar o manifesto dos jumentos, achegue-se neste link: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N21806


ABAIXO ASSINADO CONTRA A CRUEL EXPORTAÇÃO DE JEGUES PARA A CHINA
Para: MINISTÉRIOS DA AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE
Nós, amantes e protetores dos animais, vimos por meio desse abaixo-assinado protestar veementemente contra a exportação de 300 mil jegues do Brasil para a China! Sabemos que esse país, assim como o nosso, não prima pelo bem estar de seus animais, sejam os domésticos ou os selvagens. Esperamos que o Ministério da Agricultura e o Ministério do Meio Ambiente VETEM essa verdadeira carnificina, pois temos comprovações de como animais são tratados na China: ursos tem sua bile extraída SEM ANESTESIA para que seja usada para fins medicinais. Vamos por um fim à vivissecção! Os jegues sempre foram os verdadeiros companheiros do Nordestino, pois não há justiça humanidade decência alguma na fala do execrável secretário de agricultura do Rio Grande do Norte, JOSÉ SIMPLÍCIO DE HOLANDA, quando diz que os asnos agora só servem para causar acidentes na estrada. Pois eu digo mais: os verdadeiros asnos que causam acidentes muito mais graves, são aqueles que usam ternos caros e exercem cargos públicos! POR UM TRATAMENTO DIGNO AOS JEGUES, QUE AJUDARAM A ERGUER MUITAS DAS GRANDES CIDADES NORDESTINAS! 
Os signatários

A pergunta do dia: companhias estrangeiras, ideias estrangeiras...

Recebi um comentário de um leitor de um dos meus posts -- sobre cadeia de produção da soja e o fato de que multinacionais processem a soja que os agricultores brasileiros produzem e vendem os produtos derivados -- concordando com o professor que primeiro se espantou com esse "horror econômico".
Daí fiz o seguinte comentário: 



"Está proibido multinacionais agregarem valor a commodities brasileiras?
Brasileiros estão proibidos de agregar valor a suas próprias commodities?
(...)
Por que é que os brasileiros são tão estúpidos que deixam apenas os gringos agregarem valor?
Mas, por que não competimos com ele?"

E terminei com a pergunta do dia:

Por que professores sempre tem preconceito contra companhias estrangeiras e nenhum preconceito contra todas as teorias estrangeiras -- francesas, alemãs, inglesas -- que eles importam e usam o tempo todo?
Que burrice não é?
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Empresarios e trabalhadores manifestam CONTRA o governo! Acreditou?

Pois é, infelizmente não é verdade, mas deveria ser, pois o único -- repito, O ÚNICO -- responsável pela desindustrialização é, continua sendo, sempre foi e será pelos próximos anos -- talvez até que não reste mais nenhuma indústria digna desse nome no Brasil -- o GOVERNO, exclusivamente, essencialmente, fundamentalmente, basicamente o Governo.
Fui claro?
Acho que sim.
Pena que esses sindicalistas e empresários vão pedir as velhas receitas protecionistas de sempre.
E o Governo ficará contentíssimo em atender, obviamente.
Em linguagem grosseira, significa que vai tirar o dele da reta. Mas ele continua sendo o responsável pelo processo.
Não sei por que existem tantos cegos e idiotas no mundo, num país surrealista situado a centro-leste da América do Sul, mais especificamente...
Paulo Roberto de Almeida


Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil, 27/02/2012 - 19h33


São Paulo – Empresários e sindicalistas anunciaram hoje (27) que farão uma série de manifestações em diversos estados contra o aumento da importação e a desindustrialização do país. A mobilização começa amanhã (28) no Senado onde um grupo vai pedir a aprovação da Resolução 72, que reduz a zero a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações interestaduais com produtos importados.

De acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a prova de que a desindustrialização existe é o fato de que os empregos estão sendo perdidos no setor. “Por isso resolvemos colocar o bloco na rua para enfrentar essa questão”. Paulinho disse que empresários e sindicalistas pretendem atuar tanto para aprovar a Resolução 72, quanto para pressionar o Executivo com relação aos juros e ao câmbio.
O presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Adir de Souza, disse que a intenção não é a de fechar o mercado brasileiro aos países estrangeiros, mas que deve haver uma proteção para a indústria nacional. “Este movimento que se inicia não é só de trabalhadores e empresários, queremos chamar a atenção da sociedade porque o efeito dessa crise na indústria desencadeia emprego em outros setores”.
O presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ressaltou que empresários e sindicalistas estão igualmente preocupados com os problemas do Brasil, que em sua avaliação está perdendo sua competitividade, por causa de altos custos para produzir em território nacional. “Está custando caro produzir no Brasil, e isso, leva o capital para investir em outros lugares e traz produtos importados”.
Segundo Skaf, 25% dos produtos que circulam no comércio brasileiro são importados. “Quem fala que não há desindustrialização no país está vivendo fora da realidade. É lógico que está havendo desindustrialização e isto é prejudicial ao país. O Brasil vai ter, em 2030, 150 milhões de pessoas precisando de emprego e não é abrindo mão da indústria que emprega intensivamente que o Brasil vai conseguir empregar bem todo esse contingente”.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A marcha da estupidez no Brasil e no mundo: exemplos eloquentes

Eu nunca tive dúvidas de que a imbecilidade humana é algo bem disseminado e, em vários casos, progride em escala geometrica, crescentemente estendida a vários campos da atividade humana (em vários casos, mais propriamente animal).
Anos atrás escrevi um trabalho sobre essa tendência preocupante:

Está aumentando o número de idiotas no mundo?


Na educação (no MEC especificamente) e no Ministério Público -- onde existem zelosos guardiões da pureza da nossa cultura e valores morais -- a estupidez se expande com rapidez impressionante, como um desses poderosos virus que contamina a todos e a tudo.
Bem, eu estou longe, por enquanto, e se estivesse perto me espantaria ainda mais, pois no exterior só tenho acesso a poucas notícias do aumento do PIB, ou seja, a nossa Produção Intensa de Bobagens...
Estou quase desistindo de tratar deste assunto aqui, pois o material é tão grande que pode lotar todo o espaço alocado ao besteirol tupiniquim.
Vejam vocês mesmos...
Paulo Roberto de Almeida

MPF alega preconceito e pede fim da circulação do Dicionário Houaiss
27 de fevereiro de 2012  18h57  atualizado às 19h07


O Ministério Público Federal (MPF) em Uberlândia (MG) entrou com uma ação contra a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss para a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do Dicionário Houaiss, que contêm expressões pejorativas e preconceituosas relativas aos ciganos. Segundo o MPF, também deverão ser recolhidos todos os exemplares disponíveis em estoque que estejam na mesma situação.
O objetivo da ação é obrigá-los a suprimir do dicionário quaisquer referências preconceituosas contra uma minoria étnica, que, no Brasil, possui hoje mais de 600 mil pessoas. Para o MPF, os significados atribuídos pelo Dicionário Houaiss à palavra "cigano" estão carregados de preconceito, o que, inclusive, pode vir a caracterizar crime. "Ao se ler em um dicionário, por sinal extremamente bem conceituado, que a nomenclatura "cigano" significa aquele que trapaceia, velhaco, entre outras coisas do gênero, ainda que se deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, ou, ainda, que se trata de acepções carregadas de preconceito ou xenofobia, fica claro o caráter discriminatório assumido pela publicação", diz o procurador Cléber Eustáquio Neves.
O procurador explica que "o direito à liberdade de expressão não pode albergar posturas preconceituosas e discriminatórias, sobretudo quando caracterizada como infração penal". Segundo ele, a significação atribuída pelo Houaiss violaria o artigo 20 da Lei 7.716/89, que tipifica o crime de racismo.
O fato de as afirmações serem feitas por uma publicação, que, por sua própria natureza, encerra um sentido de verdade, agrava ainda mais a situação na opinião do procurador. "Trata-se de um dicionário. As pessoas consultam-no para saber o significado de uma palavra. Ninguém duvida da veracidade do que ali encontra. Sequer questiona. Pelo contrário. Aquele sentido, extremamente pejorativo, será internalizado, levando à formação de uma postura interna pré-concebida em relação a uma etnia que deveria, por força de lei, ser respeitada", afirma.
O caso
A ação originou-se de investigação iniciada em 2009, quando o MPF em Uberlândia recebeu representação de um cidadão de origem cigana questionando a prática de discriminação e preconceito pelos dicionários de língua portuguesa contra sua etnia. Para esclarecer os fatos, o procurador enviou ofícios a diversas editoras com pedidos de informações. Após receber as respostas, ele expediu recomendação às editoras para que fosse suprimida das próximas edições qualquer expressão pejorativa ou preconceituosa nos significados atribuídos à palavra "cigano".
As editoras Globo e Melhoramentos atenderam a recomendação. Já a Editora Objetiva recusou-se a cumpri-la, de acordo com o MPF, sob o argumento de que seu dicionário é editado pelo Instituto Houaiss, sendo apenas detentora exclusiva dos direitos de edição.
O MPF declara que a posição da editora e do instituto teria causado dano moral coletivo, na medida em que agrediu de maneira injustificável o patrimônio moral da nação cigana. Por isso, na ação, é também pedida a condenação dos réus ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 200 mil.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Brasil: pais caro demais para os seus proprios estudantes...

Apenas um país que despreze o estudo, que não valoriza seus estudantes, que pretende continuar pobre e atrasado, ou seja, apenas um país estúpido -- ou com dirigentes estúpidos, absolutamente -- consegue ser perverso com seus próprios estudantes, com os mais pobres em particular.
Ou seja, apenas um país que pretende inviabilizar suas chances de crescer e ficar rico, consegue ser idiota a tal ponto de cobrar uma carga tributaria pesada sobre os materiais de estudo.
Aliás, sobre qualquer coisa.
Só países estúpidos impõem uma carga tributária de quase 50% sobre produtos de consumo (neste caso do material escolar, de investimento).
Paulo Roberto de Almeida 

Carga tributária de material escolar chega a 47%, calcula instituto

Caneta, régua, agenda e borracha são alguns dos produtos desta cesta que têm a maior incidência de tributos

Agência Estado, 09 de janeiro de 2012 | 12h 43
SÃO PAULO - Entre os produtos comuns na cesta de material escolar pedida pelas escolas neste início de ano, a caneta é o item com a maior incidência de tributos. A caneta chega a ter 47,49% do preço abocanhado pelo governo em suas três esferas - federal, estadual e municipal -, informa levantamento realizado Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta segunda-feira.
Outros produtos com carga tributária acima dos 40% são régua (44,65%), agenda escolar (43,19%), borracha (43,19%), cola Tenaz (42,71%), estojo (40,33%) e pasta plástica (40,09%). Os itens com menor incidência de tributos são os livros escolares, com 15,52% do preço sendo taxado pelo governo.
O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, diz, em nota divulgada à imprensa, que "a alta carga tributária sobre itens como a caneta, lápis e caderno, indispensáveis na volta às aulas, é um dos fatores que pode dificultar o acesso do brasileiro à educação". 
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e não custa repetir o que já transcrevemos: 

O Brasil está caro, o que explica várias dificuldades

Editdorial O Estado de S.Paulo, 07 de janeiro de 2012 | 3h 06
O IBGE explicou que foi sua a decisão de arredondar para 6,5% a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011, que, na realidade, foi de 6,4994%. Temia-se que chegasse a 6,51%. Desse modo, o presidente do Banco Central não precisa escrever uma carta para explicar por que o índice superou o teto fixado pelo Conselho Monetário Nacional. Isso não nos impede de considerar que, sendo de 4,5% o centro da meta, a inflação foi, afinal, muito alta.
Examinemos o impacto de alguns preços no IPCA. Na prática, 35 itens levaram o índice à casa dos 5,33%, isto é, responderam por 95,2% do resultado do IPCA.
Entre os bens ou serviços que tiveram a maior queda, podem-se incluir sete: aparelhos telefônicos, com queda de 11,69%; TV, som e informática, 11,26%; automóvel usado, 3,71%; automóvel novo, 2,88%; eletrodomésticos, 2,42%; e motocicleta, 2,08%. São produtos que enfrentam concorrência internacional e dependem total ou parcialmente da importação.
Já do ponto de vista dos itens que tiveram maior impacto na elevação do índice de inflação, podemos listar os empregados domésticos, com aumento salarial de 11,33%; as mensalidades escolares, 8,09%; os ônibus urbanos, 8,41%; os aluguéis residenciais, 11,01%; a gasolina, 6,92%; os planos de saúde, 7,54%; e as passagens aéreas, 52,91%. O que predomina na lista são os serviços, que não podem ser substituídos por importações.
Alguns desses aumentos merecem explicação: os empregados domésticos, no quadro de um aumento do salário mínimo e que, em razão disso, conseguiram pelo segundo ano um aumento significativo; as mensalidades escolares, vinculadas a um sistema em que seu valor tem de ser fixado pelo menos quatro meses antes do dissídio dos professores; e a alta das passagens de ônibus, que mostra a incapacidade das prefeituras de assumirem um serviço a um custo acessível. A alta das passagens aéreas tem dupla explicação: o aumento dos combustíveis e os descontos exagerados do ano anterior. Cabe mencionar outras anomalias: o aumento de 17,19% na hospedagem em hotéis e de 12,46% nos serviços bancários.
A análise desses aumentos nos mostra que os produtos importados são muito mais baratos e que, de modo geral, os serviços, no quadro da euforia do crescimento e na ausência de competição externa, foram reajustados de modo irracional.
Uma conclusão se impõe: o Brasil tornou-se um país muito caro, o que explica as dificuldades que tem, de um lado, para exportar e, de outro, para atrair visitantes estrangeiros.


Franca: taxacao irracional de ativos financeiros - Le Monde

Toda taxação sobre ativos financeiros produz consequências, e não apenas aquelas positivas, como pensam os que se comprazem em acusar os banqueiros, especuladores, financistas como os responsáveis por todos os males do capitalismo e toda a instabilidade econômica que vivemos.
O presidente da França, um pouco por demagogia eleitoreira -- ele enfrentará sua tentativa de reeleição em poucos meses mais -- e um pouco por necessidade (porque os governos gastaram demais e não têm mais de onde tirar, e hesitam em cobrar novos impostos), quer arrancar dinheiro da sociedade.
Para isso, ele gostaria de tirar dinheiro onde ele existe: no sistema financeiro e bancário.
Apenas que, se fizer isso sozinho, vai ser um tiro no pé: as operações financeiras se deslocarão para onde não são taxadas, e assim a França perderia duplamente.
Como não pode taxar as transações financeiras, resolveu se abastecer no mercado de ações, o que também é arriscado, pois aplicadores podem optar por se dirigir a outros mercados.
No assim chamado Fórum Social Mundial, que vai se realizar dentro de alguns dias em Porto Alegre (onde estou atualmente), irracionais, ilógicos e ingênuos vão, mais uma vez, pregar uma Tobin Tax, ou seja, uma tributação sobre todas as transações financeiras transfronteiriças. Não resolve NENHUM dos problemas que é suposta resolver, e ainda cria maiores distorções num mercado que já é suficientemente volátil do jeito que é.
Os ingênuos acreditam que diminuirão a volatilidade e a especulação taxando as transações. O único resultado é aumentar ambas, e criar ainda mais distorções e movimentos erráticos por todo o planeta.
Claro, eu sei que não se pode impedir as pessoas de serem estúpidas, ou simplesmente ingênuas.
Mas sempre se pode acusar a ingenuidade e a estupidez, declarar onde elas existem, e apontar os responsáveis.
Meu blog serve, entre outros objetivos, a essas funções didáticas: acusar ingênuos de ingênuos, chamar os estúpidos de estúpidos, e esperar que respondam a essas acusações com argumentos um pouco mais consistentes do que me acusar de ser especulador, amigo de banqueiros, patrocinador de capitais voláteis e outras bobagens do gênero...
Paulo Roberto de Almeida

La taxe Tobin de Sarkozy ou le simple retour de l’impôt de Bourse sur les actions ?

Nicolas Sarkozy et Angela Merkel à Deauville, en octobre 2010. Crédits : Reuters / Philippe Wojazer
La taxe Tobin annoncée par Nicolas Sarkozy lors de ses vœux le 31 décembre pourrait, au moins dans un premier temps, se réduire à la réintroduction de l’impôt de Bourse, qui taxe les simples achats d’actions. C'est le scénario qui se profile à court terme, alors que Nicolas Sarkozy rencontre Angela Merkel ce lundi 9 janvier à Berlin.
Le chef de l’Etat veut en effet faire payer la finance, responsable selon lui de la crise économico-financière, et adopter la taxe sur les transactions financières, comme l'a proposé en septembre 2011 dans un projet de directive la commission européenne : 0,1 % sur les achats d’actions et les obligations et 0,01 % sur les produits dérivés. La commission s’est fixé pour objectif une mise en œuvre en 2014, tandis que les experts fiscaux des pays européens se sont réunis à deux reprises, le 5 décembre et le 3 janvier. Mais la présidence danoise de l’union européenne (UE) n’a pas encore inscrit le sujet au menu des ministres des finances. La mesure est censée rapporter 57 milliards d’euros par an à partir de 2014.
Elle se heurte à plusieurs problèmes : il est techniquement très compliqué de taxer les produits dérivés, ces informations n’étant pas toujours disponibles et les transactions réalisées au sein d’une même journée pas toujours inventoriées. Il est facile de taxer les obligations, mais Bercy ne veut pas taxer les bons du Trésor, en pleine crise de la dette souveraine. « On va avoir du mal à dire aux investisseurs d’acheter nos OAT [obligations assimilables du Trésor] tout en les taxant »,s’inquiète un ministre, alors que les pays européens ont un programme d’émission massive d’obligations.
Reste la taxe sur les actions, qui reviendrait à remettre au goût du jour l’impôt de Bourse, qui a l’avantage d’exister à Londres sous forme d’un droit de timbre de 0,5 % et qui rapporte selon Bercy 2 à 3 milliards de livres par an. L’idée serait donc de voter avant les élections une loi qui transpose par avance la directive européenne et commencerait par faire entrer en vigueur l’impôt de Bourse, la taxation des obligations et produits dérivés intervenant plus tard, lorsque la crise de la dette se sera estompée, que les produits dérivés seront mieux contrôlés et que Paris ne sera plus isolé. L'Elysée espère que Mme Merkel ira de l’avant fin 2012, début 2013.