O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador falta de gasolina. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador falta de gasolina. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Motoristas e bebados: esta' faltando combustivel...

Pois é: onde anda a autonomia na produção de petróleo que o governo anunciou triunfalmente cinco ou seis anos atrás?
O Brasil importa não apenas petróleo bruto, como sobretudo seus derivados, numa fatura que deve chegar a quase 10 bilhões de dólares (se já não passou disso).
Mais grave: falta combustível para os nossos bebuns, a cerveja, no país do futebol e do carnaval.
Como é que pode?
O governo está parado ou prefere beber uisquisito?
Paulo Roberto de Almeida

Importação de gasolina em alta

Correio Braziliense, 04/12/2012

gasolina-mao-bomba-e-carro
Para evitar desabastecimento no período de férias, Petrobras acelera as compras de combustível no exterior
Rio de Janeiro — A Petrobras vai acelerar as importações de gasolina em dezembro e janeiro para evitar o risco de falta do produto, cujo consumo está crescendo no país. “As importações estão fortes e a tendência para janeiro é de aumento. A demanda está sempre em alta, e deve ser maior que no verão passado”, disse ontem a presidente da estatal, Maria das Graças Foster.
Sem condições de elevar substancialmente a produção do combustível, a companhia tem comprado no exterior um volume entre 80 mil e 90 mil barris por dia. No entanto, dezembro e janeiro são meses em que tradicionalmente o consumo aumenta, devido aos feriados de fim de ano e às viagens de férias. Em janeiro passado, a Petrobras registrou uma importação recorde de 105 mil barris diários, mas essa quantidade deverá ser superada no início de 2013.
O controle dos preços dos combustíveis pelo governo é outro fator que tem contribuído para aumentar a demanda por gasolina. Por causa dele, o uso do etanol, que poderia ser uma alternativa ao derivado de petróleo, tornou-se desinteressante para os consumidores da maior parte do país. Para ser economicamente vantajoso, o biocombustível não pode ser vendido por mais de 70% do preço da gasolina, mas, com a alta nos custos de produção de cana-de-açúcar, essa relação tem sido encontrada apenas nos postos localizados perto das regiões produtoras.
Prejuízo
A importação cada vez maior de gasolina tem prejudicado sensivelmente as finanças da Petrobras. Como o valor do produto vindo do exterior é bem mais alto do que o preço de venda interna, a estatal tem registrado prejuízos bilionários na área de abastecimento. A companhia vem há meses pleiteando um reajuste ao governo, mas a presidente da empresa reafirmou ontem que não há prazo para que isso aconteça.
Para compensar as perdas e ainda conseguir tocar seu monumental plano de investimentos, de US$ 236 bilhões até 2016, a estatal deu início a um programa de venda de ativos que deve somar US$ 14,8 bilhões. Segundo informações da Reuters, em uma mudança radical de estratégia, a Petrobras desistiu de seus planos de expansão no exterior e pretende vender todas as refinarias que adquiriu em outros países nos últimos anos, incluindo unidades completas nos Estados Unidos, no Japão e na Argentina.
============

Importações brasileiras de cerveja saltaram de 11,8 milhões de litros em 2007 para 44,6 milhões no ano passado

O Globo, 04/12/2012

copocerv
Não é preciso gostar de cerveja — muito menos saber diferenciar uma weissbier alemã de uma witbier belga — para perceber que restaurantes, delicatessens, padarias e supermercados andam cada vez mais repletos de novidades de outras terras. Não é impressão.
As importações brasileiras de cerveja saltaram de 11,8 milhões de litros em 2007 para 44,6 milhões no ano passado. Até outubro deste ano, segundo levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio a pedido do GLOBO, já foram 38,5 milhões de litros importados. Mantido o ritmo — e descontando o fato de que, no Brasil, o consumo tem uma alta sazonal nos últimos meses do ano —, o número chegará este ano a algo em torno de 46 milhões de litros.
Dos dez países de origem com mais peso nas importações brasileiras, seis são do continente europeu (Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda, Irlanda e Reino Unido) e quatro, do continente americano (Argentina, Estados Unidos, México e Uruguai).
E um dos europeus, em específico, desequilibrou seriamente essa balança comercial a base de água, cevada, lúpulo e leveduras. Quase metade — 46,9%, ou 20,9 milhões de litros — das importações de 2011 veio da Holanda. O salto em relação ao ano anterior, quando a importação era de 3,4 milhões de litros, a gigante holandesa Heineken trocou a distribuição da mexicana Femsa por uma presença efetiva no Brasil, foi de 520,7%.
Uma gota no mar
As importadas ainda são uma gota (cerca de 0,5%) no mar de 12 bilhões de litros de cerveja que flui pelas gargantas do país. Por outro lado, o número mostra que o consumo de cervejas importadas no Brasil tem espaço para crescer. Diferentemente da maioria dos outros fenômenos recentes da economia brasileira, neste mercado, o surgimento da chamada nova classe C ainda não teve influência direta significativa. Indiretamente, por outro lado, é a melhora das condições financeiras desta camada, e o fato de seus integrantes terem passado a consumir as marcas-líderes do mercado, como Antarctica, Skol, Brahma, Schincariol, Itaipava e Kaiser, diz Adalberto Viviani, consultor da Concept.
— Nossas pesquisas mostram que o consumidor classe B continua buscando um diferencial, o que abre espaço para as cervejas ditas especiais. A cerveja especial, seja ela a importada ou a nacional artesanal, está muito mais próxima do vinho nesse sentido, de ser uma questão de status — afirma ele.
A maior exposição dos brasileiros ao resto do mundo nos últimos anos, com aumento do número de brasileiro viajando e de estrangeiros vindo para o Brasil é a hipótese da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que informou que não iria se pronunciar sobre as importações e exportações.
— A tendência mundial hoje em dia, e que estamos começando a ver chegar aqui, é da cerveja gourmet, usada como acompanhamento para diferentes pratos, assim como o vinho, e de ser valorizada por suas características e por substâncias benéficas que pode conter – aponta Viviani.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Economia ao contrario na Venezuela: escasez de gasolina


Venezuela enfrenta escasez de gasolina


Venezuela – El Nuevo Herald – 23/08/2012

Venezuela, país que presume de contar con las mayores reservas petroleras del mundo, enfrenta agudos problemas de escasez de gasolina provocados por un pronunciado deterioro en su sistema de refinación, así como por los gigantescos volúmenes del combustible que son contrabandeados fuera del país.
Expertos consultados indicaron que el país sudamericano ha pasado de exportador a importador de gasolina bajo el mandato del presidente Hugo Chávez, cuyo gobierno ahora se ve obligado a importar desde Estados Unidos el combustible, así como los componentes para elaborarlo, no sólo para el consumo interno, sino también para que la estatal Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA), pueda cumplir con los compromisos contractuales adquiridos con sus clientes.
Los expertos temen que el gobierno optará por racionar el combustible ante su incapacidad de contener el contrabando y aumentar su capacidad de refinación.
De cierto modo, ya comenzó a hacerlo, declaró Juan Fernández, ex director ejecutivo de planificación de PDVSA, haciendo referencia a una disposición gubernamental que obliga a los automovilistas en los estados fronterizos a colocar un chip en sus vehículos que mide la cantidad de combustible que se les echa.
La medida, que generó grandes protestas en el estado Zulia, viene acompañada de una normativa que limita las compras del combustible a sólo 41 litros (10.83 galones) cada dos días, en un intento por controlar el masivo contrabando de gasolina hacia Colombia.
Aún cuando la medida por el momento no parece ser tan drástica, Fernández señaló que esto podría ser sólo el comienzo.
“Como todas estas economías donde todo se termina deteriorando, todo se arregla racionando a la gente, controlando a la gente, y eso es lo que estamos viendo con este supuesto chip, que es una medida de racionamiento introducida bajo la excusas de un contrabando que no se resuelve de esa manera”, comentó Fernández en una entrevista telefónica.
“Esto es una arruga que el gobierno va a comenzar a correr [extender], porque hoy empieza en los estados fronterizos, pero luego va ir un poco más allá, alcanzando los estados cercanos a los estados fronterizos, y como el sistema está en déficit, al final veremos como la arruga se va corriendo hasta que esté todo el mundo bajo un sistema de control de su consumo”, señaló.
El sistema está en déficit debido a una combinación de factores que van desde una abrupta caída en la capacidad de producción del país, un incremento en el parque automotor y la fuga de miles de barriles de la extremadamente barata gasolina venezolana a Colombia, Brasil y Guyana.
“Es una combinación perfecta”, afirmó Horacio Medina, ex gerente de PDVSA. “Mientras estén estos factores en juego va a ser muy difícil resolver este problema”.
El que Venezuela cuente con una insuficiente capacidad de refinación es paradójico para un país que alardea de disponer de la mayor reserva de crudo del planeta, calculada en unos 316,000 millones de barriles, y que hace 10 años exportaba gasolina a otros países, incluyendo a EEUU.
Hoy en día, es EEUU el país que vende crudo a Venezuela en grandes volúmenes.
Según el Departamento de Energía, el país sudamericano importó un millón de barriles de gasolina terminada durante tan sólo el mes de diciembre del 2011, volumen que aunado al total de compras de crudo y derivados petroleros de EEUU un total de 2.21 millones de barriles.
Los expertos señalaron que la capacidad de refinación en Venezuela ha sido desmantelada a lo largo de los últimos 10 años, primero por la decisión del gobierno de Chávez de vender las refinarías que PDVSA tenía en el exterior, y luego debido a una cadena de accidentes y problemas de mantenimiento en las principales refinerías del país.
Por otro lado, Venezuela no ha construido una sola refinería desde que Chávez se instauró en el poder, pese a que ha prometido construir decenas de ellas, dentro y fuera del país. Por ejemplo, el martes prometió dos nuevas instalaciones.
Sólo una de esas promesas parece estar concretándose por el momento, la que le hizo a los hermanos Castro de construir una refinería en Matanzas, Cuba.
Por otro lado, el suministro de combustible nacional también está siendo afectado por el masivo contrabando, que se ha convertido en una gigantesca fuente de corrupción.
Estas operaciones son muy lucrativas debido a los gigantescos subsidios que el gobierno brinda al consumo de gasolina de Venezuela, donde un galón puede ser adquirido por 12 centavos de dólar.
“Si en Venezuela el precio es de dos centavos de dólar por litro, y en Cúcuta, Colombia, al otro lado de la frontera es de un dólar treinta. Tienes sesenta veces la diferencia de precio y eso te da para todo”, comentó Fernández.
Pero los volúmenes involucrados demuestran que la fuga no ocurre principalmente a través de individuos que llenan el tanque y luego cruzan la frontera para venderla en el país vecino, aunque no hay duda de que una pequeña porción del contrabando se realiza de esa manera.
Medina explicó que son camiones tanqueros y gabarras de río transportando miles de galones de gasolina los que cruzan la frontera diariamente para venderlos en Colombia, operaciones que sin duda no pondrían ser realizadas sin algún tipo de complicidad por parte de las autoridades encargadas de cuidar la frontera.
“Estamos hablando de miles de millones de dólares que se están perdiendo de esta manera. Es mucho dinero, y es un dinero que no se lo llevan los taxistas en los tanques de gasolina de sus vehículos”, sostuvo.