Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
(Des)Governanca companheira: as seis leis do caos administrativo - Jose Serra
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
O BC aumenta os juros para evitar aumento de juros para o Governo,entendeu?
- Esses R$ 70 bilhões já representam três orçamentos do Bolsa Família. E o governo não vai conseguir mudar isso por decreto. É preciso mudar a base desta política fiscal expansionista, o que abriria espaço para uma política monetária mais decente – diz.
Pelos cálculos de José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o aumento de gastos com o ciclo da Selic é um pouco maior, de R$ 15,3 bilhões. O número, também considerado conservador, tem como base a estimativa informada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da União. Segundo o texto, o aumento de um ponto percentual da Selic provoca despesa extra com pagamento de juros de 0,09% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de produtos e serviços produzidos no país).
- A taxa de juros é o instrumento predominante de política monetária também em outros países, mas parece que existe monopólio disso aqui no Brasil – disse Afonso, lembrando que o governo também tem adotado outros caminhos para conter preços. – O governo está intervindo diretamente nos preços dos combustíveis, da energia elétrica. Os chamados preços administrados estão sendo mais administrados do que nunca.
Segundo Margarida Gutierrez, professora da UFRJ, o crescimento do custo de pagamento de juros pode ser maior este ano por causa das incertezas em torno do corte da nota de classificação de risco do Brasil pela agência Standard & Poor’s (S&P) e do ano eleitoral. Ela explica que, neste cenário, os investidores tendem a exigir maior rendimento nos títulos do país.
- Se o BC não elevasse a Selic, aumentaria ainda mais a incerteza e cresceria ainda mais a conta de juros.
Fonte: O Globo
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Capitalismo companheiro: ambiente acolhedor? Dificilmente...
Empresas que arrematarem blocos e desistirem serão multadas, diz ANP
Interest sours in Brazil’s Libra pre-salt oilfield auction
Financial Times
domingo, 19 de maio de 2013
Brasil: um governo balofo, gastador e ainda assim incompetente - O Globo
sexta-feira, 8 de março de 2013
Espirito animalesco (do governo) e instinto de sobrevivencia (dos empresarios)
Parece que o governo ainda não entendeu que o problema não está com os empresários. O problema está com ele mesmo. É ele quem impede os empresários de trabalhar e de ganhar dinheiro, de realizar lucros, de investir, de prosperar e, assim, gerar empregos, renda e riqueza (inclusive alguns impostos para ele). O problema é que o governo cai com as quatro patas encima de empresários, dos trabalhadores e dos consumidores, com sua enorme carga de impostos (na média, mas por baixo, 40% de qualquer coisa, bem ou serviço), e impede que os primeiros tenham dinheiro suficiente para seus investimentos (que também é taxado) e que os trabalhadores tenham altos salários (pois os empresários precisam ter outra folha salarial só para o governo), ou que nós todos, consumidores, compramos segundo a nossa vontade, já que justamente deixamos dois quintos da nossa renda com ele mesmo. Também tem o fato de que ele não oferece serviços e infraestrutura compatíveis com os impostos que pagamos, e tem a burocracia, a preferência nacional, o protecionismo, a corrupção. Enfim, se o governo fizesse a sua parte, quem sabe os empresários pudessem trabalhar?
Paulo Roberto de Almeida
Um governo perplexo
Mais que um sinal de humildade ou de realismo, o convite aos empresários, nesta altura, é um claro indício de perplexidade. A presidente, o ministro da Fazenda e demais componentes da equipe econômica parecem ter dificuldade para entender o fracasso econômico. Mostram alguma percepção do fato, mas ao mesmo tempo tentam negá-lo. O ministro Guido Mantega insiste em apresentar o Brasil como vítima da crise internacional. A presidente, ao contrário, mostra o País como imune aos problemas externos e livre, portanto, do risco de pneumonia quando as grandes potências espirram. Ela e os auxiliares parecem nem mesmo combinar suas falas.
Há alguma verdade, no entanto, no discurso presidencial. A crise global afetou o Brasil muito menos que outras economias. Se a economia derrapou foi por outros problemas, todos criados internamente - embora essa parte da história seja negada ou reconhecida apenas com muitas ressalvas pelas autoridades. Esses problemas foram em parte herdados, em parte agravados e em parte criados pelos atuais ocupantes da máquina federal.
A presidente continua falando sobre os investimentos da União como se fossem uma sequência de sucessos. Usou esse tom mais uma vez, nesta quarta-feira, durante encontro com governadores e prefeitos. Mas o governo é um investidor incompetente e raramente chega a desembolsar 60% do valor previsto no orçamento de cada ano - e a maior parte do dinheiro corresponde a restos a pagar. A maior parte das estatais, ainda sob regime de loteamento, também continua atolada na incompetência, enquanto na Petrobrás há um esforço de reforma gerencial e de recuperação.
A perplexidade do governo diante dos resultados obtidos até agora confirma também sua incapacidade de planejar e até de entender os entraves ao crescimento brasileiro. A presidente adotou desde o ano passado, com mais de um ano e meio de atraso, o discurso a respeito da competitividade. A maior parte da política adotada em dois anos, no entanto, foi destinada a estimular o consumo, como já foi provado tanto pela análise das políticas quanto pelo balanço dos resultados.
Parte do fracasso acumulado nos últimos dois anos é explicável por uma evidente confusão entre planejamento e intervencionismo autoritário. As perdas impostas à Eletrobrás e à Petrobrás, a desmoralização do Banco Central (BC) e as dificuldades para envolver o setor privado nos programas de infraestrutura são consequências dessa confusão. Não por acaso a presidente Dilma Rousseff tem insistido, em seus pronunciamentos, em apresentar o governo como cumpridor de contratos.
Não por acaso a diretoria do BC e outras autoridades têm procurado reafirmar a seriedade e o caráter técnico da política monetária. De alguma forma, a cúpula do governo dá sinais de perceber os problemas e os próprios erros, mas com muita relutância. Enquanto isso, já se foram dois anos e quase um trimestre de mandato presidencial.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Comparacoes: os investidores estrangeiros nao contavam com a eficiencia companheira
Só um exemplo: "A Caixa pediu até identidade e CPF do dono da empresa na Inglaterra".
Pois é, e depois acham que este blog tem má vontade com os companheiros.
Ou então é o Brasil, que vive um processo de involução mental...
Paulo Roberto de Almeida
Minha Casa, Minha Vida vira um pesadelo para investidores europeus
Principal reclamação é que burocracia para a aprovação de projetos resultou em atrasos para a assinatura dos contratos, execução das obras e recuperação do capital investido
Lançado num momento de forte depressão econômica na Europa, o Minha Casa, Minha Vida, com cifras grandiosas para construir milhões de moradias populares num curto espaço de tempo, parecia bastante sedutor para essas companhias, que cruzaram o Atlântico em busca de alta rentabilidade, o que compensaria a ociosidade da demanda europeia.
Os empresários europeus atuaram basicamente em duas frentes: constituindo subsidiárias no País ou associando-se a empresas locais. Ao se instalarem em terras brasileiras, porém, a realidade para muitos deles foi bem distinta da que motivou a vinda para o Brasil. A principal reclamação é que a burocracia para a aprovação de projetos resultou em atrasos para a assinatura dos contratos, execução das obras e recuperação do capital investido, tornando muitos empreendimentos inviáveis, segundo os empresários.
‘Nunca mais’. "Eu não quero participar do Minha Casa, Minha Vida nunca mais", sentenciou Sílvio Bezerra, presidente da Ecocil, a maior construtora e incorporadora do Rio Grande do Norte. A decisão de não investir mais no programa foi tomada em conjunto com o sócio inglês, o fundo de investimentos Salamanca Capital, que detém atualmente 65% da companhia. A gestão da companhia é compartilhada com os empresários brasileiros, que a fundaram há 64 anos.
A empresa tem um único projeto no Minha Casa, Minha Vida, para consumidores com renda de seis a 10 salários mínimos em Natal, que demorou um ano e meio para ter a análise de risco aprovada, de acordo com o executivo. "A Caixa pediu até identidade e CPF do dono da empresa na Inglaterra", relatou Bezerra.
Segundo ele, em função desse atraso, dos R$ 12 milhões investidos com capital próprio, a Caixa só reembolsou R$ 1,5 milhão até agora. Esse atraso, de acordo com Marcelo Freitas, diretor financeiro da empresa, jogou por terra a análise de risco feita na tomada de decisão dos investidores, quando a projeção de investimentos com recursos próprios seria de menos de 5%.
"É um banho de água fria muito grande. Os investidores estrangeiros têm um nível de sofisticação incrível e cálculos bem precisos que não comportam esse tipo de situação", afirmou o executivo.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
A destruição das instituições pelo PT - Mailson da Nóbrega
Paulo Roberto de Almeida
Destruir é Facil
Maílson da Nóbrega
Veja - 28/01/2013
Os governos do PT têm promovido o desmonte sistemático das instituições fiscais duramente construídas nos anos 1980. [O mesmo ocorre] também com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 2000. O processo se acentuou recentemente com o falseamento de resultados orçamentários e o uso de contabilidade criativa para fazer crer que foram cumpridas as metas de superávit primário. Caíram muito a transparência e a credibilidade das estatísticas fiscais.
A construção dessas instituições começou na crise da dívida externa da década de 80. O Brasil, como quase todos os países latino-americanos, firmou acordos com o FMI visando a assegurar um fiuxo mínimo de financiamento externo e a restaurar a confiança na sua economia. Esses acordos previam metas fiscais e a prestação de informações, tal como agora ocorre no apoio do Fundo a países europeus. Foi então que se percebeu o atraso institucional das finanças públicas brasileiras, que dificultava a geração de estatísticas e estimativas. O governo nem conhecia a si mesmo nem era controlado pela sociedade.
Entre 1983 e 1984, mais de 100 técnicos da Fazenda, do Planejamento, do Banco Central e do Banco do Brasil realizaram amplo diagnóstico da situação e propuseram medidas modernizadoras. O leitor pode não acreditar, mas quem executava o Orçamento da União era um departamento do BB e quem geria a dívida pública federal era um departamento do BC. O Tesouro não passava de uma entidade virtual. E o BC supria o BB de recursos por meio da famigerada “conta movimento”, de forma ilimitada. Nada disso transitava pelo Congresso. O BC atuava como banco de fomento e possuía equipes de análise de investimentos privados.
Todo esse quadro mudou entre 1986 e 1988. Foram extintas a “conta movimento” e as atividades de fomento do BC. Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, com funções que antes cabiam ao BB e ao BC. A expansão da dívida pública passou a ser autorizada pelo Congresso. Na sequência veio a LRF, cuja qualidade foi reconhecida por organizações internacionais e que teve papel relevante na execução e na credibilidade da gestão macroeconômica.
O PT sempre se insurgiu contra essa evolução institucional. Alguns de seus líderes, hoje preeminentes, fizeram campanha contra as mudanças dos anos 1980. O partido tentou derrubar no Judiciário a LRF. Talvez por causa disso membros do governo acham hoje natural propor uma injustificável mudança na lei, permitindo, assim, a concessão indiscriminada de desonerações tributárias. Ou, na mesma linha, deduzir certos itens da despesa para fazer de conta que as metas foram cumpridas.
A ideia dessa dedução nasceu no FMI, motivada pelas dificuldades políticas para efetuar a diminuição de gastos em programas apoiados pelo Fundo. Os cortes penalizavam excessivamente os investimentos, menos sujeitos a resistências. Isso reduzia o potencial de crescimento econômico e dificultava adicionalmente os ajustes. O FMI decidiu, então, fazer uma experiência. Certos investimentos seriam escolhidos de comum acordo com o país. os quais eram monitorados pelo Banco Mundial. Se fossem realizados, poderiam ser descontados do cálculo do superávit primário.
Tratava-se, pois, de outro contexto. A escolha dos investimentos era criteriosa. Agora não. Agora, a ideia foi desmoralizada. Em vez de um "projeto piloto de investimentos”, de caráter experimental, o governo inclui itens a seu talante. Além disso, o PT recorreu a expedientes que na prática restabelecem a “conta movimento”, nesse instante com o BNDES. Manobras de setembro de 2010 permitiram contabilizar, como receita instantânea, parte da venda de 5 bilhões de barris de petróleo à Petrobras, no valor de 31,9 bilhões de reais, que não se sabe onde estão nem quando e se serão extraídos.
Salvo no caso dos subsídios concedidos via BNDES a empresas escolhidas, cujo valor permanece oculto, as demais manobras têm cobertura legal, reconheça-se. O Executivo vem conseguindo inscrever, na legislação, as deduções, apoiado por um Congresso que renuncia às suas prerrogativas, tornando-se, lamentavelmente, cúmplice dessa destruição das instituições fiscais. Mais uma vez, fica provado o óbvio: destruir é mais fácil do que construir.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
O governo de uma nota so' - Alexandre Schwartsman
Tem também aquela do pato, e do ganso, com o andar desajeitada, e dizem que o pato é tiro certo: cada passo uma c....
Eta governo bisonho....
Paulo Roberto de Almeida
Para quem só tem martelo...
A equipe
econômica em ordem unida
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Motoristas e bebados: esta' faltando combustivel...
O Brasil importa não apenas petróleo bruto, como sobretudo seus derivados, numa fatura que deve chegar a quase 10 bilhões de dólares (se já não passou disso).
Mais grave: falta combustível para os nossos bebuns, a cerveja, no país do futebol e do carnaval.
Como é que pode?
O governo está parado ou prefere beber uisquisito?
Paulo Roberto de Almeida
Importação de gasolina em alta
Correio Braziliense, 04/12/2012
Importações brasileiras de cerveja saltaram de 11,8 milhões de litros em 2007 para 44,6 milhões no ano passado
O Globo, 04/12/2012
sábado, 21 de julho de 2012
Programa de Desaceleracao do Crescimento - Editorial Estadao
Calma lá, antes que alguém interprete mal o que eu disse, esclareço.
O crescimento no Brasil deveria se fazer à base de investimentos produtivos.
O governo prefere estimular o crédito para o consumo.
Os investimentos, por sua vez, deveriam se fazer com base na poupança privada e num bom ambiente de negócios, com regras estáveis, para estimular os tais "espíritos animais" que parecem caracterizar os empresários (não os de quatro patas, claro).
O governo prefere anunciar que vai investir, recolhe dinheiro da sociedade -- pois ele, não é preciso lembrar, não produz um centímetro quadrado de riqueza, um só grama de renda nova -- e depois não investe nada, pois é incompetente para fazê-lo.
A poupança privada deveria ser canalizada para investimentos produtivos, justamente, mas o governo prefere transformar em salários do funcionalismo (que já ganha cinco vezes mais do que no setor privado, para uma produtividade medíocre), e novas contratações de companheiros na máquina pública, além do repasto dos políticos.
Como querem que o Brasil cresça?
E os Brics? Fizeram chabu?
Paulo Roberto de Almeida
Mobilidade emperrada
Editorial O Estado de S.Paulo, 20 de julho
de 2012
O Brasil seria um animado canteiro de
obras, se o governo da presidente Dilma Rousseff mostrasse tanta competência
para executar programas e planos quanto para lançá-los. Dado esse retrospecto,
pouco se pode esperar da nova promessa de obras de mobilidade para cidades com
populações entre 250 mil e 700 mil pessoas. Estão previstos R$ 7 bilhões para
aplicação nesses projetos, mas nada assegura a efetiva aplicação desses
recursos. A presidente, no entanto, prometeu resultados com a maior rapidez
possível, ao apresentar, ontem, o PAC Mobilidade Médias Cidades, a mais nova
extensão do Programa de Aceleração do Crescimento. A execução desse programa,
criado em 2007, tem sido muito lenta e continua tão ineficiente na atual gestão
quanto foi no governo anterior.
Ao apresentar o novo ramo do PAC, a presidente
mencionou a possibilidade de usar o Regime Diferenciado de Contratações (RDC)
para ganhar tempo na implementação dos projetos. O RDC foi criado como exceção
à Lei de Licitações para facilitar a execução das obras da Copa. Foi um lance
arriscado, porque aumentou o risco de mau uso de recursos públicos. O risco já
era crescente, mesmo sem essa mudança, por causa do grande atraso na execução
das obras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esforçou-se
para trazer para o Brasil a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Cuidou de sua projeção internacional, mas negligenciou as providências para
dotar o País de aeroportos, estradas, estruturas de transporte urbano e outras
instalações necessárias a grandes eventos internacionais.
Atribuir o atraso das obras aos critérios da Lei de
Licitações é distorcer a história, mascarando o desleixo e a incompetência
administrativa do governo Lula. Mas essa distorção ocorreu e assim surgiu o
RDC. O passo seguinte foi o esforço para estender as facilidades de contratação
às obras do PAC, como se isso tornasse mais eficiente a elaboração e a execução
dos projetos. Essa tentativa é mais uma mistificação, porque os atrasos do PAC
se devem a outro fator - a má qualidade da gestão pública.
Antes do programa especial para cidades médias, o
governo federal já dispunha de planos de obras de mobilidade urbana. Foram
previstos para essas obras R$ 2,1 bilhões no Orçamento-Geral da União deste
ano. De janeiro a junho, no entanto, só foram desembolsados pelo Ministério das
Cidades R$ 64,8 milhões, correspondentes a 3% da verba autorizada para 2012. O
total empenhado - R$ 324,9 milhões - equivaleu a apenas 15,5% dos recursos
previstos. Os números, divulgados pela ONG Contas Abertas, apenas confirmaram a
deficiente execução dos programas. Resposta do Ministério das Cidades: das 43
ações pesquisadas, somente 8 estavam vinculadas ao PAC e, além disso, as
aplicações de recursos foram dificultadas pelo contingenciamento de verbas.
Péssima resposta. Afinal, as obras de mobilidade urbana são ou não
prioritárias? Se a resposta for afirmativa, por que o governo se mostra incapaz
de preservá-las, quando congela parte das verbas orçamentárias?
Mas todo o PAC vai mal, como sempre foi, desde seu
lançamento há cinco anos. Neste ano, até junho, foram pagos R$ 18,6 bilhões, ou
42,9%, da verba orçamentária prevista para os 12 meses (R$ 43,4 bilhões). Mas a
maior parte dos desembolsos, no valor de R$ 14,6 bilhões, correspondeu a restos
a pagar. Além disso, 52,6% do total pago foi composto de financiamentos a
programas habitacionais. É muito menos complicado liberar esse dinheiro que
cuidar da elaboração de projetos e da condução de obras.
Enfim, o próprio governo parece muito desconfiado da
própria capacidade de avançar na execução dos projetos. Afinal, o valor
previsto para o PAC de 2013, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do
próximo ano, é pouco maior que o autorizado para este exercício fiscal. Mudar o
regime de contratações poderá simplificar uma parte do processo, mas será
preciso muito mais que isso para desemperrar o PAC. Para cuidar do problema
realmente importante - a incompetência do governo - a presidente pouco tem
feito. Para isso, seria preciso abandonar a concepção de governo implantada por
seu antecessor, padrinho e mentor político.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Brasil: um pais fabuloso -- sempre constante na sua inconstancia
Um pouco como a mulher de Ulisses, que para não ceder aos pretendentes, desfazia de noite a tela que estava tecendo de dia.
No caso do Brasil, nem se trata de desfazer qualquer coisa, pois ele é melhor que Ariadne: nem começa fazendo, mas sempre promete vai fazer, em algum momento.
Ou eu muito me engano -- sem sequer precisar ler a noticia por inteiro -- ou acredito que estas matérias, cujas manchetes seguem abaixo, são o próprio déjà vu, all over again, ou seja, coisas requentadas, servidas mil vezes, de novo e de novo.
Estou ficando louco ou impaciente?
Vejamos:
09-01-2012 00h57 |Brasil
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(mas ela já não tinha determinado a mesma coisa nas enchentes de janeiro de 2010 ações contra enchentes???)
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09-01-2012 00h55 |Ações.gov - Agricultura
(mas, os países já não estão integrados há mais de 20 anos, e já não mantém cooperação na área de agricultura??? agora é que vão pensar nisso???)
Pergunto outra vez: estou ficando maluco ou o Brasil, pelo menos do lado do Governo, não parece, ou é, Ariadne em pessoa?
O próprio, ou a própria, mas muito mais aperfeiçoada. Ulisses nem precisaria se preocupar, com nada, nada mesmo. Como dizem os uruguaios: "No pasa nada!"
Paulo Roberto de Almeida
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Governos subemergentes submergem, e como... - Estadao
Vão reclamar ao bispo, ou a quem quiserem, mas não a este blogueiro crítico, cético, exigente.
Afinal de contas, só estou cuidando do meu dinheiro, que só é gasto no próprio governo, não com investimentos. AAs cuidem do seu dinheiro...
Paulo Roberto de Almeida
Governo adia para 2012 quase R$ 50 bi de investimentos em infraestrutura
Causas para a decisão vão das falhas de projetos à falta de interesse do setor privado
sábado, 17 de dezembro de 2011
Eficiencia governamental: documentada desta vez
Mas, desta vez, ele terá companhia, para atestar sua fabulosa produtividade.
Merece registro histórico, sem dúvida...
Paulo Roberto de Almeida