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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A politizacao do futebol na Copa das Americas...

Enviado por Bruno Berlanda:

Semifinais: Mujica x Humala, Chávez x Lugo.
Eliminados: Santos, Cristina, Dilma e Piñera.

Eu acrescento (PRA):
O futebol é tão importante em nossos países, que os pênaltis deveriam ser batidos pelos presidentes (e presidentas)...

sábado, 14 de maio de 2011

A bobagem da semana: jogador portugues de futebol

Não por ser português, e eu não cultivo piadas de português, porque simplesmente acho que nossa população 10 vezes maior dá direito a dez vezes mais o número de idiotas, imbecis, alienados e outros estúpidos involuntários do que jamais existiu em Portugal.
Mas eu tenho horror, mais do que isso, de comentários de jogadores e técnicos de futebol em geral (de alguns comentaristas da mídia também): cada vez que alguns deles começa a falar no rádio que "desta vez não deu, mas da próxima vão fazer um futebol mais ofensivo", ou que "o time não conseguiu engrenar, porque não estava no seu dia", eu juro que desligo logo o rádio, ou mudo de estação, pois acho que não existe coisa pior no mundo -- depois de demagogia de político, claro -- do que comentaristas de futebol, jogadores, técnicos ou radialistas. Horror!
Mas este jogador português, Futre de nome de família, até que não é burro: ele quer salvar o seu time, o futebol português e, de quebra, o país que está quebrado, importando jogadores de futebol da China.
Até que ele teve uma ideia genial: os jogadores brasileiros estão muito bem cotados no mercado, são caros, e até um tanto arrogantes: basta serem contratados por algum timinho europeu que logo começam ir torrar o dinheiro em boates, com meninas de programa (espertas...), carrões vistosos, e outras loucuras mais.
Pensando beM: jogadores chineses de futebol podem não ser nenhuma maravilha, mas devem ser baratos, e se eles atraírem algumas centenas de milhares de turistas chineses para a copa europeia, isso vai ser a salvacão de muito país quebrado.
Quanto a sua sugestão de que sua biografia converta-se numa nova Bíblia, tenho minhas dúvidas, mas até pode ser: todo mundo já conhece a Bíblia, e ele pode ter boas histórias para contar...
Paulo Roberto de Almeida

Portugueses fazem piada da crise após fala de jogador
Josélia Aguiar
Folha de S.Paulo, 12.05.2011

Um festival de piadas assola Portugal em crise, e seu autor involuntário não é um comediante, mas um ex-jogador de futebol.
Paulo Futre, 45, sugeriu numa entrevista há um mês que a solução não só para o time português do Sporting, mas para o país de maneira geral, seria contratar "o melhor jogador chinês".
"Vai (sic) vir charters de chineses", explicou, a uma plateia atônita diante desta e de outras declarações absurdas. "Temos de atrair o mercado asiático. É onde está o dinheiro".
Os chineses, fãs do tal jogador -que ainda seria escolhido-, chegariam aos bandos, ocupariam hotéis, restaurantes e museus, segundo o raciocínio de Futre.
Portugal vive uma séria crise econômica. Enfrenta forte deficit público e acaba de pedir empréstimo à Comissão Europeia e ao FMI.
As declarações tresloucadas de Futre originaram paródias na mídia tradicional e nas redes sociais. Camisetas com suas frases são vestidas nas ruas.
Atento ao fenômeno midiático, o Licor Beirão contratou Futre como garoto-propaganda. Na campanha publicitária, Futre promete "um wok [panela tradicional chinesa] para cada português".
A biografia de Futre, que sairia apenas no final do ano, foi concluída a tempo de ser lançada no próximo final de semana, na Feira do Livro de Lisboa. "Espero que o livro se torne uma Bíblia", disse Futre à Folha.
Ele, que encerrou a carreira em 1998, jogou pela seleção portuguesa e times como Sporting, Porto e Benfica. Também atuou na Espanha, França, Itália e Japão.

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PS.: Agradeço a meu amigo Rolemberg Estevão de Souza o envio desta matéria, que me tinha passado despercebida, a despeito de sua importância fundamental para os rumos do futebol português e mundial... (PRA)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Don't ask, don't tell, don't do anything... na Copa do Catar...

A FIFA vai precisar organizar um programa especial de reconversão de impulsos, como esses que os evangélicos mais extremados pretendem fazer com os homossexuais declarados (sim, porque não declarados tem até nas próprias seitas da teologia da prosperidade...).
Paulo Roberto de Almeida

Blatter recomenda que gays evitem 'atividades sexuais' no Catar 2022

A homossexualidade é considerada um crime no país que sediará a Copa daqui a 12 anos

BBC Brasil, 14 de dezembro de 2010

O presidente da Fifa, Sepp Blatter, criou polêmica ao dizer, nesta terça-feira, que torcedores gays que viajem ao Catar para a Copa do Mundo de 2022 devem evitar qualquer atividade sexual. "Eu diria a eles (torcedores gays) para evitar qualquer atividade sexual", disse Blatter, em aparente tom de brincadeira. "Tenho certeza de que não ocorrerá problemas durante a Copa do Mundo do Catar", afirmou, com mais seriedade.
Denis Farrell/AP
Denis Farrell/AP
Blatter diz que não haverá problemas na Copa de 2022
[desde que ninguém faça nada, entenda-se; PRA]
"Acho que não deva existir discriminação contra qualquer ser humano, esteja ele deste ou daquele lado", disse Blatter. "Se eles (gays) quiserem assistir algum jogo no Catar em 2022, tenho certeza de que vão ser admitidos. Acho que tem muita preocupação para uma competição que vai acontecer apenas daqui a doze anos", assinalou.
"Mas isto me dá a chance de dizer que, segundo os estatutos da Fifa, seja em relação a política ou religião, não queremos racismo ou descriminação", disse o presidente da Fifa.
Críticas. As declarações de Blatter foram criticadas pelo ex-astro do basquete John Amaechi, que assumiu ser gay em 2007. "As declarações feitas e as posições adotadas por Sepp Blatter e a Fifa para com torcedores LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) que pagam muito dinheiro para viajar e pelos ingressos para assistir o Mundial de 2022 seriam completamente inaceitáveis há uma década", escreveu Amaechi em seu site.
"Mas ao invés, sem pensar muito, a Fifa endossou a marginalização de pessoas LGBT de todo o mundo. Qualquer coisa exceto uma reversão total de posição é inaceitável. Se o esporte não serve para mudar a sociedade, mesmo que temporariamente durante um evento como a Copa do Mundo, então ele não é muito mais do que apenas homens correndo atrás de uma bola e deve ser tratado desta forma", destacou Ameachi.
Grupos de defesa dos direitos gays criticaram a escolha do Catar, país onde homossexualidade é crime, para ser sede da Copa. As altas temperaturas do Catar à época da competição, entre 40ºC e 50ºC e a proibição de venda de bebidas alcoólicas em público já haviam despertado preocupação.
O país foi uma escolha surpreendente para ser sede da competição, superando países como EUA e Austrália, mas Blatter negou que a escolha tenha sido motivada por dinheiro. "Isto não tem nada a ver com dinheiro. Este é o desenvolvimento do futebol e não falamos de dinheiro", disse Blatter.

Constatacao da semana: psicopatas organizados com camisas de futebol

Torcidas organizadas são tribos de trogloditas psicopatas, cometendo violencia gratuita ao abrigo de camisas de futebol. No desvario, chegam até a crime mais abjeto.


Pequena sugestão para lidar com essa anomalia:
Após quaisquer manifestações violentas desses bandos de ignaros estúpidos, o time em questão, independentemente de qualquer culpa formal, deveria ser declarado tecnicamente ausente das duas partidas seguintes. Isso deveria esfriar os ânimos dos trogloditas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Livre Comercio: eficiente ate no futebol - Carlos Alberto Sandenberg

Eu disse "até no futebol" mas esse "até" está errado. O futebol é eficiente nos países em que ele é livre, absolutamente livre, como ocorre, aliás, em qualquer atividade humana (e os chineses precisam aprender isso).
Apenas com competição desenfreada, a mais aberta possível, se obtém excelência, qualidade, bons preços e aumento de eficiência...
Quando é que os brasileiros vão aprender isso?
Paulo Roberto de Almeida

A Fúria, produto do livre mercado
Carlos Alberto Sandenberg
O Estado de S.Paulo, 12 de julho de 2010

O sucesso da seleção espanhola, a Fúria (*), demonstra como é correta a tese favorável aos mercados abertos. Na verdade, o que acontece no futebol espanhol é a realização completa dessa ideia, tão cara a muitos economistas.
Há muito tempo os clubes espanhóis contratam jogadores estrangeiros. Como em qualquer outro setor, importa-se o que de melhor têm os países exportadores. E estes só conseguem colocar lá fora os seus produtos mais competitivos, isso definido por uma combinação de qualidade e preço.

No caso do futebol, isso fica muito claro. Só faz sentido - no início do processo, ao menos - contratar jogadores melhores do que os disponíveis internamente, pagando salários mais elevados. Ainda hoje os estrangeiros Cristiano Ronaldo e Kaká são os mais caros na Espanha. Também faz sentido importar jogadores de qualidade apenas um pouco superior à média local, mas cuja contratação seja mais econômica.

Em qualquer caso, a consequência é a elevação do nível do futebol importador. Os jogadores locais, para conseguirem vaga nos times, precisam evoluir até o ponto em que estão os estrangeiros, com os quais passam a competir.

Muita gente diz que a importação livre acaba com a produção local, seja de geladeiras ou de jogadores. O caso da Espanha prova o contrário. Nunca o time espanhol teve tantos craques, nunca jogou tão bonito. Tal foi a mudança que os jogadores espanhóis - antes colocados em segundo nível no mundo - passaram também a ser exportados para outros centros de excelência.

Isso fecha o processo, o mercado tornando-se ao mesmo tempo importador e exportador. Nos clubes, a combinação do local e do importado, num nível superior.

Consideremos o Barcelona, campeão espanhol, vice da Europa. Entre os seus 20 principais jogadores, nove são estrangeiros. E nada menos do que sete espanhóis foram titulares da Fúria na Copa do Mundo da África do Sul.

Perguntará o leitor: e a Itália e a Inglaterra, também fortemente importadoras, mas que deixaram a Copa logo no começo?

Foi circunstancial. Não se deve esquecer que a Itália foi a campeã de 2006, com uma seleção de craques (quando já era importadora), e chegou à África do Sul com um time envelhecido e cansado. Problema de gestão.

A Inglaterra, onde está a maior legião estrangeira, formou agora, com um técnico importado, a melhor seleção dos últimos tempos. Nunca teve tantos craques no mesmo time. Acontece, apenas, que eles não estiveram bem na Copa, estavam ou cansados ou machucados. Lembrando: a seleção foi muito bem na fase de classificação, que é sempre muito difícil na Europa.

Vira e mexe, sai essa discussão na Europa. Na própria Espanha, o fracasso na Copa passada foi atribuído por muitos analistas locais à "invasão estrangeira". Aliás, os cartolas italianos acabam de limitar o número de estrangeiros em seus times.

É a mesma coisa que pedem produtores locais de qualquer país e qualquer setor quando submetidos à competição com os importados. Claro que é preciso cuidado com dumping, preço vil, concorrência desleal. Mas isso é simples de administrar.

É muito diferente de instalar um sistema protecionista, que bloqueia de algum modo a entrada dos importados. Isso sempre levou à estagnação econômica e a prejuízos para o consumidor, que só tem acesso a produtos piores e mais caros.

Se a Espanha tivesse proibido a importação de jogadores, teria times piores, que ofereceriam espetáculos piores e, portanto, com faturamento muito menor. A importação elevou o nível do futebol local e, na verdade, com a constituição dos grandes clubes, cada vez mais atuantes nos campeonatos europeus, abriu espaço para a formação dos craques locais.

Exportador. Nesse mercado, o Brasil está no papel de exportador, grande exportador, como a Argentina e, de resto, toda a América do Sul.

Isso tem enfraquecido o futebol local, sem craques e, pois, com menos faturamento.

Vai daí que muita gente acha que proibir a exportação, em especial dos jovens, é uma saída.

Um baita equívoco.

Primeiro, porque seria uma violação da liberdade de ir e vir e de trabalhar. Então, um clube europeu oferece uma nota ao jovem pobre e ele é obrigado a jogar no Brasil por salários muito menores?

Não é justo, não é legal.

Nem eficiente.

Os jogadores vão embora porque os clubes não têm dinheiro para lhes pagar em níveis internacionais. E por que não têm dinheiro? Porque dirigentes amadores e incompetentes, para dizer o mínimo, não conseguem tornar mais rentável um negócio que empolga milhões de pessoas que poderiam perfeitamente pagar mais caro por espetáculos mais bem organizados.

O atraso mede-se pela preparação da Copa de 2014. No país campeão do mundo cinco vezes não há um único estádio de padrão Fifa. E esse padrão não é nenhum excesso dos cartolas. O que se exige são estádios que ofereçam conforto ao público consumidor e boas condições de trabalho para os jornalistas, especialmente para a televisão, de onde vem a maior parte do faturamento desse negócio.

É tão ruim a gestão do futebol no Brasil que cria até uma esperança. Alguma profissionalização já produziria resultados.


(*) Escrevo na sexta-feira, mas, independentemente do resultado da final da Copa do Mundo, o time da Espanha mostrou classe e eficiência.

JORNALISTA. E-MAILS: SARDENBERG@CBN.COM.BR E CARLOS.SARDENBERG@TVGLOBO.COM.BR

sábado, 26 de junho de 2010

Pausa para a Copa, ou melhor, para o futebol...

Não torço para NENHUMA seleção, nem mesmo para a seleção brasileira, a não ser que ela jogue bem, o que não é o caso até aqui (e duvido que venha a ser).

Eu torço apenas para o bom futebol, o futebol com arte, técnica, graça e lealdade, nessa ordem, ou em qualquer outra que se desejar.
Detesto o futebol engessado, as caneladas, os golpes baixos, as trapaças, as vuvuzelas, as patriotadas e outras bobagens associadas.

Os jogadores de seleção, hoje em dia, são perfeitos mercenários. Jogam por dinheiro, e nada mais. Impossível torcer por mercenários.

Fico com o futebol em estado puro, que está cada vez mais raro.
Fico com a seleção que exibir o melhor futebol, qualquer que seja o país...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pausa para o futebol (miserável)

Não sei o que foi pior: as seleções de Portugal e do Brasil, no 0 a 0 com excessos de caneladas e golpes baixos, ou a Vuvuzela, que até andou discreta nesse jogo.
Acho que a vuvuzela ganha de 1 a 0...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pronto: o PT já pode fazer diplomacia sul-sul com os EUA...

Et pour cause: os EUA agora também são terceiro-mundo.
Está na hora dos anti-americanos do PT (e eles são praticamente todos) se desembaraçarem desse preconceito ridículo contra os EUA e acolherem o país nos nossos conclaves meridionais: eles fizeram por merecer...
Paulo Roberto de Almeida

Programa de humor ironiza sucesso dos EUA no "soccer"
"Daily Show", do apresentador Jon Stewart, disse que norte-americanos entraram no "terceiro mundo" e mandou recado à Inglaterra

Francisco De Laurentiis
iG São Paulo, 24/06/2010

EUA se classificam com gol nos acréscimos
"Estou orgulhoso do time", diz Donovan
Empolgado, Clinton vai a próximo jogo dos EUA
Gol milagroso coloca "soccer" no mapa dos EUA

Depois da classificação dos Estados Unidos às oitavas de final da Copa do Mundo, com o gol de Donovan aos 46 minutos do segundo tempo (reveja o gol clicando aqui), o "soccer", como é conhecido o futebol no país, virou a nova mania nacional, empolgando até mesmo o presidente Barack Obama e o ex-presidente Bill Clinton. Isso não impediu, no entanto, que o humor ácido do "Daily Show", popular programa de humor apresentado por Jon Stewart, ironizasse o sucesso do futebol nos Estados Unidos.

Na edição da quarta-feira (23), mesmo dia da classificação dos norte-americanos, o inglês John Oliver, comentarista de esportes do "Daily Show", saudou o colega Stewart: "Parabéns! Vocês se tornaram, oficialmente, um país de terceiro mundo", disse, referindo-se aos Estados Unidos. "Vocês tem desemprego alto, seu dólar não vale nada, vocês não conseguem ganhar uma guerra e, por fim, dominaram e mereceram vencer um jogo de futebol", completou.

O apresentador norte-americano rebateu, dizendo que o sucesso do "soccer" não era motivo suficiente para colocar os Estados Unidos no terceiro mundo. O inglês Oliver ironizou novamente: "É verdade. Num país de terceiro mundo, você veria pessoas comemorando loucamente durante o jogo para se esquecerem de suas vidas miseráveis", para em seguida mostrar um vídeo de torcedores dos Estados Unidos celebrando o gol salvador de Landon Donovan.

Stewart, no entanto, não quis sair por baixo, e provocou o inglês. "Vocês estão com inveja pois, se os Estados Unidos vencerem a Copa do Mundo, todos serão obrigados a chamar o esporte de 'soccer'". E foi ainda mais longe, lembrando a 2ª Guerra Mundial, na qual os norte-americanos auxiliaram os ingleses a derrotar as tropas de Adolph Hitler: "Vocês jogam contra a Alemanha domingo, não é? Se eles derem algum problema pra vocês, é só nos chamar que vamos ajudar".

Os Estados Unidos enfrentam Gana no sábado (26), às 15h30 (horário de Brasília), no estádio Royal Bafokeng, em Rustenburgo. Os ingleses, por sua vez, enfrentam a Alemanha no domingo (27), às 11h (horário de Brasília), no estádio Free State, em Bloemfontein.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

E já que estamos falando de futebol, nada como uma historieta ao estilo do presidente...

Lula Futebol Clube
Nelson Motta
O Estado de S.Paulo, 21 de maio de 2010

Como Lula adora metáforas futebolísticas, nada melhor para tentar explicar a um amigo inglês, fanático por futebol mas ignorante de Brasil, como é a política do governo Lula.

Contei que o time entrou em campo com a prata da casa, mas logo reforçou a defesa com vários jogadores comprados de times adversários, como os veteranos Jader e Renan, e o veteraníssimo Ribamar, craques em roubar bolas e parar atacantes com faltas.

O "professor" Lula segue a máxima de Nenem Prancha - "jogador tem que ir na bola como quem vai num prato de comida" - mas não contava com a voracidade dos companheiros.

Um dos problemas do time é que, muitas vezes, alguém pede bola sem receber, faz corpo mole e abre o bico. Com a defesa batendo cabeça, Lula perdeu o seu impetuoso armador Delúbio e o volante Silvinho "Land Rover", que distribuía o jogo na intermediária, expulsos por mão na bola.

E quase tomou uma goleada no primeiro tempo. Foi salvo pelo craque Thomaz Bastos, cérebro do meio de campo, que organizou a defesa, resistiu a todos os ataques e ainda virou o jogo na segunda etapa.

Mas o time voltou insistindo em avançar pelo costado esquerdo da cancha, com o bisonho Tarso no lugar de Thomaz Bastos, que saiu exausto, e com as investidas desastradas do canhotinha Amorim, que levaram várias bolas nas costas e dribles desmoralizantes. Mas no meio de campo os competentes Meirelles e Palocci mandavam no jogo, chutando com as duas, e impondo seu futebol de resultados, sem jogar para a arquibancada.

Quando perdeu seu capitão, o catimbeiro Dirceu, e depois a revelação do meio campo, Palocci, que levaram cartão vermelho, Lula improvisou o cabeça de área Rousseff como capitão e os perebas Lobão e Geddel como volantes. E mesmo assim está dando uma goleada. Mas a bola ainda está rolando.

Uma originalidade do time de Lula é que, talvez pela fraqueza dos adversários, quase todos os gols que tomou foram feitos pelos seus próprios defensores, como os pernas de pau Valdebran e Gedimar, no fim do primeiro tempo.

Mas sua maior jogada foi instituir o "Bola-Família", que deu 70% da lotação do estádio para a sua torcida.