Primeiro tomei um susto com a leitura unicamente da manchete:
Carta Capital - Greve de fome em Cuba
Disse para mim mesmo:
-- Mas isso é uma redundância: toda a população cubana faz greve da fome...
Mas não era bem em Cuba, e sim em Guantánamo, que é território americano, e onde os marines, os poucos que ali servem, devem comer por metade da população cubana, por baixo.
Mas se tratava apenas de um protesto contra a manipulação inadequada de um livro religioso.
Portanto, vocês fiquem atentos: não atirem a Bíblia no chão, pois alguém mais sensível pode querer fazer greve...
Paulo Roberto de Almeida
CARTA CAPITAL, 28/04/2013
Carta Capital - Greve de fome em Cuba / Coluna / Semana
Em 25 de abril, os EUA admitiram que 94 dos 166 presos em Guantánamo estão em greve de fome. Segundo seus advogados, seriam 130. Dezessete são alimentados à força com tubos inseridos no estômago pelo nariz.
O movimento começou em 6 de fevereiro, quando guardas do campo examinaram exemplares do Alcorão de uma maneira que os presos consideraram desrespeitosa. Alguns deles, portanto, estão sem ingerir alimentos há dois meses e meio. Houve pelo menos duas tentativas de suicídio neste mês.
Dois dias antes, Havana publicou seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos à ONU. Alegou que a hostilidade e o bloqueio dos EUA impedem maiores avanços na proteção desses direitos e lembrou: "Em Cuba não há denúncias de torturas, em contraste com o que acontece em Guantánamo".