O significada da independência intelectual
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota comentando um boato: de vez em quando se é levado a perder tempo com bobagens
Uma ideia completamente maluca, vinda de alguns acadêmicos engajados: eu seria uma espécie de “Escudé” brasileiro, provavelmente gente que não conhece a obra e o papel do argentino e as minhas próprias. Minhas considerações:
Nunca ouvi isso, e acho completamente ridículo: não sou conselheiro de ninguém e não trabalho como analista para nenhuma instituição. Sou sozinho, me alone, and myself. Respondo unicamente por mim, não acato quaisquer instruções ou sugestões, venham de onde vierem. Basta isso?
Existem pessoas que não admitem pensamento crítico independente, e não podem suportar ver um acadêmico, ou ex-servidor do Estado, tecer reparos à esquerda, à direita, aos militantes de qualquer corrente engajada em ganhos políticos. São os intolerantes habituais.
Sou indiferente a tais especulações, uma vez que não afetam minimamente o que sempre fiz: ler todas as informações e análises disponíveis, de quaisquer tendências ou de quaisquer correntes políticas ou vínculos acadêmicos, refletir sobre o seu significado do ponto de vista dos interesses do Brasil, no plano interno ou externo, e ponderar minhas notas críticas pelos meios que me são disponíveis, alguns próprios, outros de veículos de midia aceitáveis, geralmente não partidários.
Meu único compromisso: com a verdade, em total responsabilidade analítica e com o máximo de honestidade intelectual.
Encerro o assunto de natureza pessoal, por ser totalmente irrelevante para o meu trabalho habitual: ler, refletir, escrever, eventualmente publicar. Honestidade intelectual, independência de pensamento, são os dois únicos critérios que sigo.
Finalizo agora a questão objetiva por uma simples observação de natureza sociológica (que corresponde à minha formação acadêmica): as políticas externas de grandes e médias potências, e até de pequenos países, refletem os interesses objetivos das elites econômicas e políticas que comandam essas nações, combinadas a orientações políticas e às ideologias daqueles que ocupam temporariamente os comandos de Estado.
Vale!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4422, 20 junho 2023, 1 p.