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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 3 de maio de 2015

Mensalao: uma historia (pela metade) e um agradecimento - Nelson Motta

Digo pela metade, pois Nelson Motta deixa de mencionar, em toda a extensão necessária, que o personagem em questão, o Stalin Sem Gulag, foi treinado pela Inteligência cubana para ser exatamente quem foi, e para fazer exatamente (ou mais) o que fez. Ainda bem que não deu certo, e não foi unicamente devido a Roberto Jefferson, que agiu por motivações próprias, e não para salvar o Brasil de se tornar uma nova Cuba, como era o projeto original desse agente cubano, junto com o inocente inútil que sempre foi o mafioso chefe da quadrilha (apenas útil para dar uma falsa legitimidade popular ao plano sinistro dos stalinistas cubanos).
O Brasil ainda não se livrou dessa corja de bandidos, mas esteve muito perto do pior. Vamos ter ainda de denunciar a gang de mafiosos e colocá-losna cadeia, como bandidos stalinistas que são.
Paulo Roberto de Almeida

AGRADECIMENTO A ROBERTO JEFFERSON
Nelson Motta
O Estado de S.Paulo, 3/05/2015

Se o mensalão não tivesse existido, ou se não fosse descoberto, ou se Roberto Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada, de onde  certamente nunca mais sairia.

Roberto Jefferson tem todos os motivos para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito  heróico:  "Eu salvei o Brasil do Zé Dirceu".

Em 2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o candidato natural à sua sucessão. E passaria como um trator sobre quem ousasse se opor à sua missão histórica. Sua companheira de armas Dilma Rousseff poderia ser, no máximo, sua chefe da Casa Civil, ou
presidente da Petrobrás.

Com uma campanha milionária comandada por João Santana, bancada por montanhas de recursos não contabilizados arrecadados pelo nosso Delúbio,e Lula com 85% de popularidade animando os palanques,  massacraria Serra no primeiro turno e subiria a rampa do Planalto nos  braços do
povo, com o grito de guerra ecoando na esplanada: "Dirceu guerreiro/do povo brasileiro". Ufa!

A Jefferson também devemos a criação do termo "mensalão". Ele sabia que os pagamentos não eram mensais, mas a periodicidade era irrelevante. O importante era o dinheirão. Foi o seu instinto  marqueteiro que o levou a cunhar o histórico apelido que popularizou a  Ação Penal 470 e
gerou a aviltante condição de "mensaleiro?, que perseguirá para sempre até  os eventuais absolvidos.

O que poderia expressar melhor a idéia de uma conspiração para controlar o Estado com uma base parlamentar comprada com dinheiro público e sujo? Nem Nizan Guanaes, Duda Mendonça e Washington Olivetto, juntos, criariam uma marca mais forte e eficiente.

Mas, antes de qualquer motivação política, a explosão do maior escândalo do Brasil moderno é fruto de um confronto pessoal, movido pelos instintos mais primitivos, entre Jefferson e Dirceu. Como Nina e Carminha da política, é a história de uma vingança suicida, uma metáfora da luta do mal contra o mal, num choque de titãs em que se confundem o épico e o patético, o trágico e o cômico, a coragem e a vilania. Feitos um para o outro.

O "chefe" sempre foi José Dirceu. Combativo, inteligente, universitário - não sei se completou o curso - fala vários idiomas, treinado em Cuba e na Antiga União Soviética, entre outras coisas.
E COM UMA FÉ CEGA EM IMPLANTAR A DITADURA DO  PROLETARIADO A "LA CUBA".

Para isso usou e abusou de várias pessoas e, a mais importante - pelos resultados alcançados - era Lula. Ignorante, iletrado, desonesto, sem ideais, mas um grande manipulador de pessoas, era o joguete ideal para o inspirado José Dirceu. Lula não tinha caráter nem ética, e até contava, entre risos, que  sua família só comia carne quando seu irmão "roubava" mortadela no mercado onde trabalhava.
Ou seja, o padrão ético era frágil. E ele, o  Dirceu, que fizera tudo direitinho, estava na hora de colher os frutos e implantar seu sonho no país.

Aí surgiu Roberto Jefferson... e deu no que deu.