Olhando a realidade de frente
Paulo Roberto de Almeida
O que nos promete o atual processo eleitoral? Nada de muito brilhante.
Parece que, por enquanto, temos pela frente dois responsáveis por dois grandes desastres, que ameaçam se repetir, um por corrupção e sectarismo, o outro por incompetência e perversidade negacionista.
Sair dessa camisa de força, mesmo dispondo de alguns bons candidatos alternativos, não depende só deles, mas de um eleitorado pouco educado e muito castigado pelas frustrações contínuas.
Não tenho a chave do futuro: ele pode estar na acentuação da divisão do país, como até agora prometido pelas pesquisas eleitorais, ou numa longa caminhada para a normalização da nação, que será efetivamente muito difícil, e não apenas pela amplitude dos desafios econômicos e sociais, mas sobretudo pela péssima qualidade da representação política, que pode ainda se acentuar na próxima legislatura.
Sou moderadamente pessimista quanto aos próximos anos: acho que ainda permaneceremos na mediocridade que tem sido a nossa por quase meio século, com muito poucos momentos de lucidez.
Lamento ser realista, mas minha honestidade intelectual e a objetividade analítica me obrigam a ver a realidade. Não somos, infelizmente, o que gostaríamos de ser…
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 22/01/2022