Depois de longa observação, ano após ano deste século, estamos autorizados a reconhecer que Lula não tem mais integridade moral para liderar um país democrático. Mente descaradamente sobre qualquer assunto por conveniência política. Confunde propositadamente coisas que não estão relacionadas para inculpar inimigos. Acusa desafetos ideológicos injusta e maldosamente. Desculpa ditaduras aliadas vergonhosamente. Na sua recente passagem pela ONU e em eventos paralelos, Lula ignorou a crise na ditadura venezuelana, não mencionou a fraude e a repressão de Maduro, como se estivesse tudo normal por lá. Defendeu a ditadura cubana e não reconheceu as violações dos direitos humanos na ilha. Não mencionou, nem recriminou, o invasor Putin. Atacou Israel - acusando-o falsamente de cometer genocídio - e saudou a delegação palestina. Não é nem mais uma questão de ideologia e sim de integridade moral, pessoal. Lula sabe que está mentindo quando confunde o mandado de prisão de Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional por sequestrar crianças ucranianas para “reeducá-las” e a posição da Corte Internacional de Justiça sobre Israel (são órgãos diferentes e não houve condenação de Netanyahu, pois a corte só julga países). Lula sabe que está mentindo quando diz que Zelensky fracassou por não conseguir a paz. A Ucrânia foi invadida militarmente pela Rússia. Se não resistir desaparece como nação. Mesmo sabendo disso, atacou injusta e falsamente o líder ucraniano: “Ele, se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. E isso depende de capacidade de sentar e conversar". E continuou: "Nós estamos chamando a atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto país soberano e a Rússia também”. E a Rússia também? Mais uma mentira: quando a soberania da Rússia esteve ameaçada? Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, em discurso na Assembleia Geral da ONU, denunciou o oportunismo amoral (ou imoral) de Lula. "Quando alguém propõe alternativas, planos de acordo pouco entusiasmados, isso não apenas ignora os interesses e o sofrimento dos ucranianos, não apenas ignora a realidade, como dá a (Vladimir) Putin o espaço político para continuar a guerra", afirmou Zelensky. “Quando a dupla China e Brasil tenta convencer outros a apoiá-los na Europa, na África, propondo uma alternativa a uma paz plena e justa, surge a pergunta: qual é o verdadeiro interesse deles? Todos precisam entender que não terão mais poder às custas da Ucrânia.” Gabriel Boric, presidente do Chile, considerado de esquerda, criticou duramente a postura vacilante de Lula. "Eu gostaria de iniciar a minha intervenção fazendo uma pergunta não sobre os nossos adversários da extrema-direita, mas sobre nós mesmos. Hoje, os setores progressistas também são questionados pela sociedade. É muito importante estabelecer uma questão em conjunto. Há certas matérias que representam avanços civilizatórios e em relação às quais deveríamos ter uma única postura sem duplo padrão. As forças progressistas se enfraquecem quando, diante de certos conflitos, adotam posturas vacilantes, hesitantes ou saem em defesa de interesses políticos, em lugar de seguir os seus princípios", disse Boric. "Nós precisamos adotar uma única posição entre os países progressistas. As violações dos direitos humanos não podem ser julgadas conforme a cor do ditador de turno que o violar, ou do presidente que os violar, seja Netanyahu em Israel, Maduro na Venezuela, Ortega na Nicarágua ou Vladimir Putin na Rússia", disse o chileno. "Nós, como movimentos progressistas precisamos ser capazes de defender princípios. E nisso às vezes fracassamos". E concluiu se referindo diretamente a Lula: "Acho que às vezes fracassamos porque não usamos a mesma medida para criticar aqueles que estão do nosso lado. Isso é algo que já aconteceu muitas vezes na América Latina, e isso nos prejudicou muito. Já conversamos muito com o presidente Lula sobre isso, como a 'venezuelização' da nossa política interna, causou um prejuízo muito grande para as esquerdas", declarou o chileno. William Waack, hoje no Estadão, também constata que Lula abandonou a moralidade. "Na guerra da Ucrânia, o princípio fundamental violado é o da integridade territorial. No caso da Venezuela, foram brutalmente pisados os princípios básicos de direitos humanos e liberdades individuais. Lula não reconhece essas violações em nenhum dos casos e acabou ficando com pouca autoridade moral para condenar o que acontece em Gaza ou no Líbano". |
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