O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Cartografia historica: novo mapa das capitanias hereditarias no Brasil

O passado não é mais aquele. Ou melhor, o passado, tal como descrito pelo pai da historiografia no Brasil, Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro, não está tão seguro quanto se supunha.
O ilustrador do Atlas Histórico do Brasil, Manoel Maurício de Albuquerque, está sendo corrigido, como informado abaixo.
Paulo Roberto de Almeida


Estudioso reconstrói mapa das Capitanias Hereditárias e aponta erros históricos

O Globo, 15/07/2014


Livros Paulo Roberto de Almeida: lista atualizada (16 julho 2014)

Aproveitei o recebimento do ISBN do meu mais recente livro, Nunca Antes na Diplomacia..., que agora está em produção gráfica, para atualizar a lista dos livros individuais publicados, inclusive o de resenhas e mini-resenhas de livros de relações internacionais, de política externa do Brasil e de outros temas de diplomacia e de política internacional, para o qual preparei novo arquivo atualizado, e coloco a informação abaixo, com os links (em princípio funcionando) para o Academia.edu.



Livros de Paulo Roberto de Almeida
Atualizado em 16/07/2014
2x) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (book reviews; Edição de Autor; Versão de: 16/07/2014); (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5763121/Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_)
21) Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em temposnão convencionais (Curitiba: Editora Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8); Hartford, 30 março 2104, 312 p. Relação de Originais n. 2596. Relação de Publicados n. 1133. (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/6999273/21_Nunca_Antes_na_Diplomacia_a_politica_externa_brasileira_em_tempos_nao_convencionais)
20) O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Hartford, 8 Setembro 2013, 226 p. Revisão atualizada do livro de 2010) Publicado em formato Kindle (disponível: http://www.amazon.com/dp/B00F2AC146). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5547603/20_O_Principe_revisitado_Maquiavel_para_os_contemporaneos_2013_Kindle_edition). Relação de Originais n. 2512; Relação de Publicados n. 1111.
19) Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 174 p.; ISBN: 978-85-02-19963-7; site da Editora: http://www.saraivauni.com.br/Obra.aspx?isbn=9788502199637). Relação de Originais ns. 2996, 2998, 2300, 2303, 2304, 2313, 2316, 2317, 2373, 2383, 2431, 2438 e 2449. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/04/integracao-regional-novo-livro-enfim.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32644653/download_file). Relação de Publicados n. 1093.
18) Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 309 p.; ISBN 978-85-216-2001-3; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/RelaIntPExt2011.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642402/download_file). Relação de Originais n. 2280. Relação de Publicados n. 1058.
16) O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (versão impressa: edições do Senado Federal volume 147: Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/95MaquiavelRevisitado.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642375/download_file). Relação de Originais n. 1804. Relação de Publicados n. 1014.
15) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (Rio de Janeiro: Freitas Bastos, edição eletrônica, 2009, 191 p.; ISBN: 978-85-99960-99-8; R$ 12,00; disponível para aquisição no seguinte link: http://freitasbas.lojatemporaria.com/o-moderno-principe.html). Anunciado no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/95maquiavelrevisitado.html) e no blog Diplomatizzando (21.12.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/12/1591-novo-livro-pra-o-moderno-principe.html), com livre disponibilidade do Prefácio, da Dedicatória, da carta a Maquiavel e das Recomendações de Leitura. (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5546980/15_O_Moderno_Principe_Maquiavel_revisitado_2009_e-pub). Relação de Originais n. 1804. Relação de Publicados n. 940.
14) O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/93EstudoRelaIntBr2006.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642184/download_file).
12) Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.: revista, ampliada e atualizada; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, 440 p.; coleção Relações internacionais e integração nº 1; ISBN: 85-7025-738-4; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/74UFRGS2004.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642325/download_file).
11) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Editora Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/58GrdeMudanca.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5546940/11_A_Grande_Mudanca_consequencias_economicas_da_transicao_politica_no_Brasil_2003_).
10) Une histoire du Brésil: pour comprendre le Brésil contemporain (avec Katia de Queiroz Mattoso; Paris: Editions L’Harmattan, 2002, 142 p.; ISBN: 2-7475-1453-6; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/48HistoireBresil2002.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642309/download_file).  
09) Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/45SeculoXXI2002.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642303/download_file).
8) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Editora Senac, 2001, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/44FDESenac2001.html). (Academia.edu, link: http://www.academia.edu/attachments/32642297/download_file).
7) Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud, Paris: L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/40Mercosud2000.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642281/download_file).
6) O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/31EstudoRelaIntBr1999.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5546888/06_O_estudo_das_relacoes_internacionais_do_Brasil_1999_).
5) O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, na coleção “Direito e Comércio Internacional”, 1999, 328 p.; ISBN: 85-7348-093-9; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/30Multilateralismo1999.html). (Academia.edu, link: http://www.academia.edu/attachments/32642262/download_file).
4) Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/29Manifestos1999.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642256/download_file).
3) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/26MercosulLTr1998.html). (Academia.edu, link: https://www.academia.edu/attachments/32642244/download_file).
2) Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5); link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/25RelaIntPExtUFRGS1998.html). (Academia.edu: https://www.academia.edu/attachments/32642231/download_file ).

Deu no New York Times: Banco do Brics tem sede em Shanghai e presidente indiano

Emerging Nations Bloc to Open Development Bank


RIO DE JANEIRO — At a meeting in Brazil, the leaders of Brazil, Russia, India, Chinaand South Africa announced on Tuesday that they were establishing a development bank to challenge the influence of venerable institutions like the World Bank and theInternational Monetary Fund.
The New Development Bank, which will be based in Shanghai, will open with an initial capitalization of $50 billion. India will name the first president, according to a statement from the leaders of the so-called BRICS group of nations who have gathered in the northeastern city of Fortaleza, and Russia and Brazil will select other top officers.
The five-nation bloc also said it would create a $100 billion fund of currency reserves for members to use during balance of payments crises. Pointing to concerns that the United States Federal Reserve was stepping back in its aggressive efforts to stimulate the American economy, possibly opening the way for interest rate increases in the United States, Brazil’s president, Dilma Rousseff, said the fund could mitigate the volatility that could emerge from such shifts.
“This provides security, a kind of safety net for BRICS countries and others,” Ms. Rousseff said.
Taken together, the New Development Bank and the contingency fund reflect ambitions of forging a new global economic framework.
Nations like Brazil already have huge development banks that dwarf the World Bank in size. Still, leaders in emerging economic powers chafe at the policy prescriptions coming from the World Bank and the I.M.F., which emerged from the Bretton Woods monetary conference in New Hampshire 70 years ago.
While the United States has long wielded influence in the global economy through those institutions, China, which accounts for about 70 percent of the collective gross national product of the countries represented at Fortaleza, has tried to play down its staggering economic weight in the bloc. But that could change over time, analysts said, if animus grows over China’s trade surpluses with other members.
“There may be potential cracks in the facade of unity once China asserts its interests,” said Eric Farnsworth, vice president of the Council of the Americas and the Americas Society in the United States.
The BRICS countries face other challenges like slowing economic growth.
While Jim O’Neill, the former Goldman Sachs executive who coined the term BRIC 2001 (before South Africa joined the group in 2011), had predicted that Brazil would grow 5 percent a year over this decade, the economy has eked out much slower growth since 2011, forecast at just 1.6 percent this year.
Still, while the bloc involves countries with varying levels of economic growth, vastly different political systems and an array of simmering issues like the hostilities between Russia and Ukraine and the territorial disputes between China and its neighbors, analysts caution that its potential clout should not be taken lightly.
“They still have just shy of half the world’s population,” said Kevin P. Gallagher, a professor of international relations at Boston University, emphasizing the influence the countries already have within organizations like I.M.F. and the World Trade Organization. “They are a force regardless of their growth rate, which will remain faster when averaged than the West’s for years to come.”

terça-feira, 15 de julho de 2014

Deu no Shanghai Daily: herois alemaes da Copa saudados por centenas de milhares

German heroes get huge welcome

GERMANY’S World Cup winners shared their fourth title with hundreds of thousands of fans by parading the trophy through cheering throngs to celebrate at the historic Brandenburg Gate yesterday.
An estimated 400,000 people packed the “fan mile” in front of the Berlin landmark to welcome home coach Joachim Loew’s team and the trophy — which returned to Germany for the first time in 24 years. It crowned years of work by Loew to modernize the team, and followed a string of near misses at recent tournaments.
“We’re all world champions!” Loew told the crowd.
“Of course, it was a long way to the title, and an incredibly tough one in the end. But we’re incredibly happy to be here with the fans now.”
Captain Philipp Lahm hoisted the World Cup trophy to a giant roar from the crowd.
“What a mood here, thanks so much to everyone,” Lahm said as he passed the golden statuette to his fellow players.
Team members wearing black shirts emblazoned with the number 1 took the stage in groups to greet ecstatic supporters.
They carried a long banner reading “Obrigado Fans”, “thank you” in Portuguese in a nod to tournament host Brazil, and “the fourth title is ours”.
Mario Goetze, the scorer in the 1-0 win over Argentina in the final at the Maracana Stadium in Rio de Janeiro on Sunday, was greeted with deafening cheers by the sea of fans waving black, red and gold Germany flags.
The midfielder called the Mannschaft’s win “a dream”.
“We played an amazing tournament,” he said. “It’s an incredible feeling.”
Midfielder Toni Kroos led the crowd in a chant of “Miro Klose” — a tribute to veteran striker Miroslav Klose, whose two goals took his World Cup tally to 16 and made him the tournament’s all-time leading scorer.
The players jumped and danced in a raucous circle on the stage, singing “this is how the Germans win, this is how the Germans win”.
The team plane landed at Tegel Airport in midmorning after flying low over the “fan mile” — which by then had been packed for hours, with some waiting overnight to get places at the front.
Lahm led the team off the aircraft holding the trophy aloft, to cheers and a chorus of “Football’s Coming Home” from fans on the airport’s viewing terrace.
He was followed by midfielder Bastian Schweinsteiger, draped in a German flag and sporting a bandage under his right eye, the result of a cut in the final.
From the airport, the team set off on a two-hour trip to downtown Berlin in a bus painted with the years of Germany’s World Cup victories: The previous occasions were in 1954, 1974 and 1990. The players climbed aboard an open-top truck for the last part of the trip to the Brandenburg Gate, crawling through the crowds.
Forward Lukas Podolski posted a selfie with Schweinsteiger and the trophy. He tweeted: “The Cup is in Berlin!!!”
Midfielder Mesut Ozil tweeted photos of fans, writing “What a crowd! Unbelievable!”

Nunca Antes na Diplomacia...: a politica externa brasileira em tempos nao convencionais - Quarta Capa

Apenas para registrar a quarta capa deste meu livro:


Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais
 Curitiba: Editora Appris, 2014, p. 289; ISBN: 978-85-8192-429-8
  

    Prefácio do Emb. Rubens Antonio Barbosa
    Apresentação da Editora para o livro
    Minha própria Apresentação

Sumário do livro:

Prefácio, Embaixador Rubens Antônio Barbosa
As ideias e as práticas da diplomacia brasileira nos últimos 20 anos
Introdução, Paulo Roberto de Almeida

1. Bases conceituais de uma política externa nacional
2. As relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica
3. Processos decisórios na história da política externa brasileira
4. A política da política externa: as várias diplomacias presidenciais
5. Duas diplomacias em perspectiva: a profissional e a engajada
6. As novas roupas da diplomacia regional do Brasil
7. Uma nova arquitetura diplomática?: mudanças na política externa
8. Pensamento e ação da diplomacia engajada: uma visão crítica
9. Nunca antes na diplomacia: balanço e avaliação
10. Uma política externa exótica: seus efeitos institucionais
11. A opção preferencial pelo Sul: um novo determinismo geográfico?
12. Uma grande estratégia para o Brasil?
13. O Barão do Rio Branco: o que ele fez, então?; o que faria, agora?
Referências
Livros de Paulo Roberto de Almeida

Outras informações

Nunca Antes na Diplomacia...: a politica externa brasileira em tempos nao convencionais - Capa

Apenas para registrar a capa deste meu livro:

Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais
 Curitiba: Editora Appris, 2014, p. 289; ISBN: 978-85-8192-429-8
  

    Prefácio do Emb. Rubens Antonio Barbosa
    Apresentação da Editora para o livro
    Minha própria Apresentação

Sumário do livro:

Prefácio, Embaixador Rubens Antônio Barbosa
As ideias e as práticas da diplomacia brasileira nos últimos 20 anos
Introdução, Paulo Roberto de Almeida

1. Bases conceituais de uma política externa nacional
2. As relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica
3. Processos decisórios na história da política externa brasileira
4. A política da política externa: as várias diplomacias presidenciais
5. Duas diplomacias em perspectiva: a profissional e a engajada
6. As novas roupas da diplomacia regional do Brasil
7. Uma nova arquitetura diplomática?: mudanças na política externa
8. Pensamento e ação da diplomacia engajada: uma visão crítica
9. Nunca antes na diplomacia: balanço e avaliação
10. Uma política externa exótica: seus efeitos institucionais
11. A opção preferencial pelo Sul: um novo determinismo geográfico?
12. Uma grande estratégia para o Brasil?
13. O Barão do Rio Branco: o que ele fez, então?; o que faria, agora?
Referências
Livros de Paulo Roberto de Almeida

Outras informações

Depois da ressaca no futebol, chegara a ressaca financeira - Marcos Mendes (Jornal de Negocios, Portugal)

O custo total dos estádios que já são elefantes brancos é inacreditavelmente alto.
Esse é um custo que será pago por todos os brasileiros, especialmente pelos cidadãos de Brasília, do Mato Grosso e do Amazonas, durante anos e anos, sem qualquer benefício social da construção desses monstros inúteis.
Compreendem os custos as despesas com a construção, propriamente ditas, e sobretudo a corrupção, que no Brasil foi e continua sendo inacreditavelmente alta, no reino dos companheiros.
Tudo é inacreditável no Brasil dos companheiros e no entanto existe...
Paulo Roberto de Almeida

Depois da ressaca no futebol, chegará a ressaca financeira
Rui Peres Jornal
Jornal Negócios, 14/07/2014

O Brasil é o país que nos últimos 20 anos mais investiu num Mundial. Construiu também o estádio mais caro e que será um dos menos utilizados: a ressaca financeira parece inevitável. Portugal sabe bem o que isso é.

Há muito em comum entre Portugal e o Brasil no mundial de futebol que terminou no domingo. Não é apenas a língua, ou o facto de o seleccionador brasileiro ter sido o mesmo que liderou  a equipa das quinas, quando Portugal perdeu em casa o Euro 2004. Nem tão pouco a goleada histórica que um e outro sofreram agora frente à Alemanha.
Quando olhamos para os países irmãos e para os campeonatos que organizaram concluímos que também o Brasil, à semelhança de Portugal, se prepara para uma ressaca financeira e vários elefantes brancos.
Segundo as estimativas oficiais, o Brasil gastou até agora 2.928 milhões de euros nos 12 estádios do
mundial, um custo que deverá continua a crescer: há já estimativas que apontam para 3,4 mil milhões de euros, uma duplicação das estimativas de custos iniciais.Trata-se do valor mais elevado suportado por apenas um país (Japão e Coreia, em 2002 investiram 3,6 milmilhões em 19 estádios, mas  repartiram entre si). O Brasil conta também com o estádio mais caro de um mundial dos últimos 20 anos (Mané Garrincha, em Brasília: cerca de 500 milhões de euros, em linha com o Nissan Stadium
no Japão) e pela edificação de vários recintos que serão pouco utilizados.
Usando dados de espectadores em estádio de 2011, Victor Matheson, especialista norte-americano em eventos desportivos, calcula que seriam necessários cinco anos para conseguir encher umavez os 71 mil lugares do Mané Garrincha. Pior só os estádios de Manaus (Amazónia) e Cuiabá (Pantanal) que levariam dez anos.
(...)
“Os estádios de Brasília, Manaus e Cuiabá vão ser certamente elefantes brancos. Esta foi uma escolha política para levar a copa para todo o País”, explica ao Negócios Marcos Mendes, economista  e consultor do Senado brasileiro, que tem analisado as escolhas de investimento no País, e não esconde apreensão. “Já houve a ressaca do futebol, agora virá a ressaca financeira”, afirma, evidenciando o dinheiro público que será necessário para manter estádios quase sem espectadores, uma realidade bem conhecida de municípios portugueses como Leiria ou Aveiro.
(...)

Plinio de Arruda Sampaio: homenagem a um homem honrado - Jose Serra

Um homem honrado
José Serra
Folha de S.Paulo, 15/07/2014

Morreu Plínio de Arruda Sampaio. Era um homem inequivocamente de esquerda sem nunca ter sido de fato marxista. Foi um democrata cristão no início de sua vida pública sem jamais ter sido um conservador. Sua personalidade complexa e aparentemente contraditória, que conheci bem, guardava uma notável coerência.

Concordasse eu com suas escolhas ou não – e é certo que, politicamente, estivemos mais próximos no passado do que em dias recentes –, tenho claro que Plínio rompeu barreiras políticas sempre por bons motivos, que nunca atenderam à sua conveniência pessoal. Há homens que admiramos não porque falam o que nós pensamos, mas porque falam o que eles pensam. Plínio se foi de bem com sua consciência, e aí está uma grandeza e uma paz merecidas.

A primeira vez em que ouvi falar dele foi na minha adolescência. Plínio era subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo, e lhe coubera coordenar um plano de ação que orientaria os investimentos do Estado de 1958 a 1962, ano em que se elegeu com facilidade deputado federal pelo Partido Democrata Cristão.

No Congresso, foi relator do projeto de reforma agrária contemplado nas "reformas de base" do governo de João Goulart. Em abril de 1964, com o golpe militar, teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos.

No exílio chileno, Plínio tornou-se técnico da FAO, num projeto de capacitação e pesquisa sobre a reforma agrária conduzido pelo governo democrata cristão de Eduardo Frei. Em Santiago, frequentar a casa de Plínio e Marieta era um dos meus hábitos preferidos em razão da acolhida de toda a família.

Depois da vitória da Unidade Popular, de Salvador Allende, no fim de 1970, ele se mudou para os EUA. Tornara-se funcionário do Banco Interamericano de Desenvolvimento. E foi lá que a família Sampaio nos acolheu em sua casa – a mim, mulher e dois filhos pequenos –, em meados de 1974, depois da prisão e perseguição que sofremos da ditadura do general Pinochet.

Após um mês e meio de hospedagem, fomos para a Universidade de Cornell, onde eu iria obter o doutorado em economia. Descobri que havia lá um mestrado em economia agrícola. Um pouco mais tarde, convenci Plínio a fazê-lo. Na pequena cidade de Ithaca, as duas famílias conviveram intensamente. Foi de lá que ele regressou ao Brasil, em 1976.

A partir de 1977, um grupo, do qual faziam parte eu, Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, Almino Affonso e Plínio começou a discutir a ideia de se criar um novo partido de esquerda. Plínio e Almino propuseram lançar a candidatura de FHC ao Senado nas eleições de 1978, a fim de aglutinar as forças que comporiam a nova legenda.

Pensava-se em atrair Lula, o dirigente sindical mais expressivo da época, que viria a participar da campanha de FHC naquele ano. Em 1979, fez-se uma grande reunião aberta no ABC para impulsionar a criação do novo partido. Ocorreu, porém, o oposto: de um lado, Lula defendeu a criação de um partido operário; do outro, os "autênticos" do MDB, Fernando Lyra à frente, defenderam a permanência no MDB como frente ampla da oposição ao governo do general Figueiredo.

Plínio engajou-se então na criação do PT, com o respaldo de setores da Igreja Católica. A história posterior é mais conhecida. Mas vale registrar um episódio: em 1988, ele foi pré-candidato a prefeito de São Paulo. Apesar de sua experiência, foi preterido por integrantes do aparato petista. Em 1990, deram-lhe a candidatura ao governo do Estado, quando a chance de vitória PT era nenhuma.

Em 2010, ambos candidatos à Presidência da República, fui inquirido por ele em vários debates na TV: firme, sem fazer concessões. Em vez de me chamar de "Serra", preferia o "Zé", o vocativo de uma amizade de tantas décadas. E fazia essa escolha não porque pretendesse me preservar das nossas divergências, mas porque um confronto também pode ser elegante.

Velórios são tristes. Velórios de pessoas de bem são especialmente tristes. Eu estava lá porque queria dignificar as nossas diferenças. Eu estava lá, sobretudo, porque queria dignificar a nossa amizade – as diferenças e a amizade de um homem honrado, com uma família adorável.

JOSÉ SERRA, 72, foi ministro da Saúde e do Planejamento e Orçamento (governo FHC), prefeito de São Paulo (2005-2006) e governador de São Paulo (2007-2010) pelo PSDB

Eleicoes 2014: o comercio exterior na plataforma dos candidatos

Presidenciáveis prometem ampliar o comércio com parceiros internacionais

Tradicionalmente, a política externa não tem a mesma prioridade que os assuntos domésticos em campanhas presidenciais. Sob esse aspecto, poucas são as diferenças entre uma e outra diretriz dos programas de governo de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O que se destaca é que, desta vez, diante do baixo crescimento da economia brasileira, os três candidatos prometem a ampliação do comércio e dos investimentos do Brasil com os parceiros internacionais e não deixam de mencionar a necessidade de fortalecimento do Mercosul.
Presença em grandes fóruns
Aécio defende uma política externa conduzida com base nos princípios da moderação e da independência. Critica a ideologização das relações do Brasil com os países da América do Sul. Sem citar nomes, ele dá a entender que a aliança com os chamados bolivarianos — Venezuela, Bolívia e Equador — deve ser revista.
O tucano não cita a integração Sul-Sul, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário de Dilma e Campos. Defende a expansão do comércio com países desenvolvidos e em desenvolvimento, e dá um importante sinal ao mercado: deve flexibilizar a norma do Mercosul que impede que países do bloco negociem, sozinhos, acordos comerciais em separado. O PT não pretende rever a regra, e o PSB admite fazer isso, caso realmente seja necessário.
Os três candidatos afirmam que trabalharão para aumentar a presença do Brasil nos grandes fóruns internacionais. Aquecimento global, direitos humanos, paz, democracia e segurança na internet estão entre os temas mais mencionados. Campos e Aécio prometem valorizar o Ministério das Relações Exteriores.
A crise entre Brasil e EUA, causada pela informação de que órgãos de inteligência americanos espionam cidadãos brasileiros, incluindo a presidente da República, é aproveitada no programa de Dilma. “Queremos construir mecanismos que protejam todas as formas de comunicação — a internet, em particular — assegurando a privacidade da cidadania, das empresas e dos governos”, diz um trecho do capítulo do PT que trata de política externa.
Fonte: O Globo

70 anos depois de Bretton Woods, Brics querem dar passo atras na multilateralizacao dos pagamentos

Inacreditavel inconsciencia de empresários e despreparo de dirigentes politicos. O comércio internacional requer uma moeda comum, ou então tem de recorrer ao câmbio, com todos os imponderáveis, incertezas, volatilidade e CUSTOS que lhe são inerentemente associados.
Por que é que empresários privados, que na sua interface externa, usam o dólar ou o euro para suas transações, desejariam abandonar essas duas moedas para adotar as nacionais, que ainda assim precisariam da referência a uma das outras duas para que a operação seja completada?
Eu só vejo uma razão: transferir os custos da operação e o risco cambial para o poder público.
E por que os bancos centrais assumiriam esses custos de abrir mais janelas para transações externas e de cobrir eventuais perdas contábeis por flutuações ou manipulações do câmbio?
Eu não vejo NENHUMA razão, só DESVANTAGENS.
E por que dirigentes políticos tomariam esse tipo de decisão, que representaria um INACREDITÁVEL passo atrás, 80 anos atrás, em relação à multilateralização dos pagamentos decidida em Bretton Woods?
Podem ter várias razões: ignorância histórica, estupidez econômica, teimosia ideológica, desejo de confrontar o "imperialismo monetário dos países hegemônicos", infantilidade política, e muitas outras, todas elas ruins do ponto de vista técnico, econômico, financeiro, inclusive no que se refere a compromissos multilaterais assumidos e do ponto de vista simplesmente orçamentário, e até operacional, já que complica a vida de todo mundo.
Vocês escolhem qual a bobagem do dia, mais uma na conta dos companheiros.
Inacreditável esses casamento da estupidez ideológica com a sandice econômica.
Paulo Roberto de Almeida

Setor privado apoia uso de moedas locais

Valor Econômico, 15/07/2014


Representantes do setor privado reunidos ontem na VI Cúpula dos Brics, em Fortaleza, defenderam o uso das moedas locais nas transações entre os países-membros do bloco como forma de baratear os custos dos investimentos. A expectativa é de que a troca direta de moedas possa se materializar por meio do New Development Bank (NDB), nome oficial do banco dos Brics, que deve ser anunciado hoje pelos líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Presidente da Marcopolo, fabricante brasileira de carrocerias com grande presença no exterior, Rubens De La Rosa assumiu ontem a presidência rotativa do Conselho Empresarial dos Brics, que conta com cinco empresas de cada país. Segundo ele, o NDB pode ser um instrumento prático para o uso das moedas locais acontecer.
Em entrevista ao Valor na semana passada, o presidente do banco de fomento da Rússia, Vladimir Dimitriev, defendeu que a utilização das moedas locais no âmbito dos Brics fosse acelerada.
Na avaliação do presidente da CNI, Robson Andrade, o banco dos Brics poderá viabilizar o avanço dos investimentos da indústria nacional no exterior. "Para nós, é fundamental que promova financiamento em países como esses e que aceite como garantia a matriz da empresa no Brasil", disse. A troca de moedas está entre as demandas que o fórum dos empresários apresentará aos líderes do bloco.