Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
1692) Sherlock Holmes back to work: the case of missing posts
Escreveu o primeiro:
"...notei que suas postagens estavam em 13xx e quando fui acessar o blog novamente elas estavam já na casa dos 16xx. Depois da postagem 1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão, vem a postagem 1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
Se não houve um simples erro de digitação, onde estão as 300 postagens que faltam???
Obrigado pelo bog."
E um segundo leitor:
"...o que o sr. fez com as postagens situadas entre os números 1361 e 1662? Espero que não seja algo relacionado à numerologia..."
Intrigado, fui verificar, e constatei que eles continuavam lá onde sempre estiveram, na ordem sequencial obrigatória dos números e datas, como transcrevo mais abaixo.
O mais curioso, entretanto, é que os números referidos não correspondem aos temas efetivos de cada um deles.
Assim, o suposto (detesto esse conceito de suposto, usado em conexão com bandidos comprovados, que se beneficiam de precauções jornalísticas) post
1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão
corresponde, na verdade, a este aqui:
1361) Falacias Academicas 12: o mito da exploracao...
e o post
1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
coincide com este aqui, em meu registro:
1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mais...
Eu sei que tenho vários posts, especializados (resenhas de livros, textos diversos, temas político-eleitorais, etc), mas nenhum deles chegou ainda perto desses números altos, 1361 a 1661, registro que faço para bem distinguir os materiais aqui depositados, independentemente do software Blogspot já identificar cada um com sua data de postagem, e de colocá-los exatamente na sequencia cronologica correta (que não pode ser alterada a posteriori, a menos de eliminação completa). Ou seja, impossível de praticar aqui o que muitos bandidos políticos fazem: construir recibos a posteriori, para justificar dinheiro sujo supostamente de campanhas eleitorais ou desviado para o bolso dos próprios, como acaba de fazer um governador debiloide (mas isso deve ser prática comum nesses meios promíscuos).
Para tranqulizar meus eventuais leitores, desejosos de conhecer todo o besteirol (algumas coisas uteis também) acumulado entre setembro de 2009 e janeiro deste ano, período supostamente (lá vem o conceito outra vez) compreendido no caso dos posts misteriosamente subtraídos à curiosidade desses atentos leitores, permito-me transcrever aqui apenas o índice dessa série, que deve continuar disponível onde sempre esteve.
Se continuar desaparecido, vou ter de visitar Baker Street e demandar os serviços do mais famoso investigador de crimes até hoje inventado pela imaginação humana, neste caso de um espírita, Arthur Conan Doyle (de quem recomendo, aliás, os romances históricos).
OK, fique, aqui e agora, com a lista dos Missing posts: from 1361 to 1662
2010:
• ▼ Janeiro (182)
o 1664) Depois das reticências, as entrelinhas, e as...
o 1663) Books, books, books...
o 1662) Reticencias, entrelinhas, exclamacoes, ponto...
o 1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mai...
o 1660) Homenagem a Lincoln Gordon, Embaixador ameri...
o 1659) Mini-tratado das reticencias
o 1658) A arte da escrita (bem, nem tanto...)
o 1657) O Itamaraty e o decreto do governo Lula sobr...
o 1656) Brasil: a caminho da ditadura? (2)
o 1655) Rodada Doha: suficiente para combater a cris...
o 1654) Brasil: a caminho da ditadura? (1)
o 1653) Integrations en Amerique du Sud - Sorbonne
o 1652) Brasil Já Vai À Guerra - Juca Chaves
o 1651) Ainda os caças da FAB: quadratura do circulo...
o 1650) O seu, o meu, o nosso dinheiro, para industr...
o 1649) Sobre decisoes politicas e ferramentas opera...
o 1648) Juíza de Santa Rita (PB) diz que juiz é um s...
o 1647) Balanco da decada e previsoes imprevidentes
o 1646) Fórum Social Mundial: antecipando as conclus...
o 1645) Meu balanço da década que passou...
o 1644) Um balanço otimista dos ultimos dez anos.......
o 1643) Política externa brasileira: uma matéria a f...
o 1642) O Azerbaijão, a terra do fogo (azer)
o 1641) Politica Externa: desacordos Brasil-EUA
o 1640) Quando os grandes economistas erram feio...
o 1639) Countercyclical Policy Measures in Brazil
o 1638) Brasil vai ao espaço? Talvez, em todo caso, ...
o 1637) Economic Freedom of the World 2009, Cato Rep...
o 1636) Nova declaração de princípios, ao início de ...
2009:
o
• ▼ 2009 (648)
o ▼ Dezembro (80)
• 1635) “Todo ano ele faz tudo sempre igual…”
• 1634) Dolar: rumores sobre a sua morte e desaparec...
• 1633) Cenarios para o Brasil nas proximas decadas
• 1632) Mercosul e Brasil: acordos comerciais em sep...
• 1631) Politica externa brasileira: editorial do jo...
• 1630) BNDES: desembolsos superam 137 bilhoes em 20...
• 1629) Livro Relacoes Brasil-Europa 2010-2020
• 1628) Retrospectiva 2009 - Brasil e mundo
• 1627) Brasil é grande, diz ministro da Defesa...
• 1626) Estado forte, mas ausente, onde deveria esta...
• 1625) Jornalismo brasileiro: caminhando rapidament...
• 1624) Estado brasileiro: uma trajetoria insustenta...
• 1623) Bahia de Sao Salvador de Todos os Santos: um...
• 1622) Bolsas de Acao Afirmativa: um dialogo import...
• 1621) Amorim: O Brasil tem um bom diálogo com os E...
• 1620) EUA: sua forca está na imigracao (e na liber...
• 1619) O brasileiro é obcecado por concursos públic...
• 1618) O novo Mister Doom: prometendo calotes "sobe...
• 1617) Self-portrait
• 1616) Investindo em vento
• 1615) EUA - como criar uma nova bolha imobiliária....
• 1614) O profeta Samuel (nao fui eu quem disse...)
• 1613) Planos com a mudanca de ano
• 1612) Uma mensagem de Natal individualista
• 1611) Livros: um crime contra os leitores, um aten...
• 1610) EUA: como o governo engole a economia (o do ...
• 1609) Lula: personalidade do ano para o Le Monde
• 1608) Crise financeira: a boa e a verdadeira expli...
• 1607) Zelaya: bem, já que estamos falando dele...
• 1606) Triste fim de Manoel Zelaya (bem, nao tao tr...
• 1605) Exiting from High Public Debt: uma recomenda...
• 1604) Uma mensagem de Natal diferente
• 1603) Fim do Mundo: ja que estamos nos preparando ...
• 1602) Politica externa brasileira: sintomas preocu...
• 1601) COP-15: Palanque Politico? (Miriam Leitao)
• 1600) Argentina: a angustia de ser seu socio (obri...
• 1599) O fracasso da cupula "climatica" de Copenhag...
• 1598) Politica Externa brasileira: as consequencia...
• 1597) Os dez livros liberais mais importantes da d...
• 1596) Cuba e Coreia do Norte: duas economias socia...
• 1595) Depois do fracasso de Copenhagen, o Consenso...
• 1594) Lincoln Gordon: antecipando sobre a homenage...
• 1593) Preparando o balanco de final de ano (mas es...
• 1592) Morte do embaixador Lincoln Gordon
• 1591) Novo Livro PRA: O Moderno Principe (Maquiave...
• 1590) Banco de imagens sobre o Brasil, Unesco-Libr...
• 1589) Doze bilhoes de dolares para Chavez "investi...
• 1588) Conflito Venezuela-Colombia: a visao chavist...
• 1587) Um papa controverso: Eugenio Pacelli e os ju...
• 1586) Politica externa brasileira: um editorial co...
• 1585) Politica externa brasileira: uma materia a f...
• 1584) Fraude e falsidade na ciencia: a proposito d...
• 1583) A partidarizacao da Politica Externa brasile...
• 1582) Relacoes Brasil-EUA: artigo de Paulo Sotero
• 1581) Maximas de um pais minimo...
• 1580) Bjorn Lomborg: Entrevista na Veja
• 1579) Caio Prado Junior, revisto e rejeitado...
• 1578) Tocqueville de novo em missao: De la Democra...
• 1577) Mercosul: uma análise dos seus primeiros dez...
• 1576) Zelaya na Embaixada do Brasil em Honduras: a...
• 1575) Copenhage: um acordo vazio de significado
• 1574) O Brasil precisa decidir o que quer ser...
• 1573) Oliveira Lima e a diplomacia brasileira do i...
• 1572) Le Monde: o aniversario de um pequeno grande...
• 1571) Cupula do clima em Copenhage: fracasso anunc...
• 1570) Pausa para... um pouco de musica
• 1569) Paul Samuelson: as razoes de sua ampla aceit...
• 1568) Antiglobalizadores atacam outra vez: sim, a ...
• 1567) Trabalhos publicados mais recentes...
• 1566) Trabalhos PRA sobre relacoes internacionais ...
• 1565) Morte de um keynesiano irredutivel: Paul Sam...
• 1564) O petroleo do Iraque e a teoria da conspirac...
• 1563) Antiglobalizadores: de novo, mais transpirac...
• 1562) Obama and the Nobel Peace Prize
• 1561) Mercosul: além de protecionista para dentro ...
• 1560) Triste fim de Mercosul Policarpo Quaresma?
• 1559) Concurso do Itamaraty - Guia de Estudos
• 1558) Os verdes, esses incuraveis sofismadores...
• 1557) Uma pequena licao sobre protecionismo e livr...
• 1556) Ufa, emergindo de uma longa noite censória.....
• ▼ Novembro (88)
o 1555) Cuba: uma economia de penuria
o 1554) Voyage au bout de la Terre (sort of...)
o 1553) The End is Near: are you prepared?
o 1552) Uma discussao sobre o papel do Estado
o 1551) Eleicoes e politica na America Latina: Finan...
o 1550) A Amazonia na Academia Brasileira de Ciencia...
o 1549) Brasileiros gostam do Estado, querem mais Es...
o 1548) Relacoes especiais Brasil-França (muito além...
o 1547) Estado da Populacao Mundial - Relatorio do U...
o 1546) Politica externa do Brasil - editorial do Wa...
o 1545) Politica Externa Brasileira na Campanha Pres...
o 1544) Cupula amazonica: um exercicio de lideranca....
o 1543) Olimpiadas de 1936 na Alemanha nazista: quan...
o 1542) Resultados economicos do Governo Lula - Rica...
o 1541) A marolinha na pratica...
o 1540) O que preocupa os exportadores: a valorizaca...
o 1539) Bhagwati contra os acordos regionais
o 1538) Entrevista de Samuel Pinheiro Guimaraes: um ...
o 1537) Chavez, o democrata
o 1536) Um Palmares de acordo com a Historia, nao co...
o 1535) Samuel Pinheiro Guimaraes, entrevista a Zero...
o 1534) Relações do Brasil com a América Latina e os...
o 1533) Venezuela: back to the future, or rather to ...
o 1532) Russian intervention in South Ossetia: respo...
o 1531) IHGB: a mais antiga revista do Brasil online...
o 1530) Mercosul: análise prospectiva (muito breve.....
o 1529) Aquecimento global: mais gelo, um iceberg in...
o 1528) Um escritor escrevinhador: Cormac McCarthy
o 1527) Google and World Bank: all the data you were...
o 1526) Concurso do Rio Branco - Bibliografia resumi...
o 1525) Brasileiros leem apenas um livro por ano
o 1524) Aquecimento global: um pouco de gelo na ferv...
o 1523) Leituras diplomaticas - uma demanda sempre r...
o 1522) Argentina: razoes e modalidades da anomia po...
o 1521) Deus e Papai Noel, segundo um analista ameri...
o 1520) A proposito de mais um aniversario
o 1519) Nucleo de Pesquisa em Diplomacia do Institut...
o 1518) A modo de reflexao sobre o momento atual...
o 1517) Muro de Berlim - Seminario na UnB - Nota de ...
o 1516) Brasil y su liderazgo regional - un argentin...
o 1515) Brasil y su liderazgo regional - Wall Street...
o 1514) Brasil y su liderazgo regional - articulo de...
o 1513) Combate a fome no mundo: Brasil na frente
o 1512) Lápides funerarias: cada um escolhe a sua......
o 1511) Banqueiros financiando Estados falidos: uma ...
o 1510) Muro de Berlim: 20 anos de sua derrubada (3)...
o 1509) Muro de Berlim: 20 anos de sua derrubada (2)...
o 1508) Muro de Berlim: 20 anos de sua derrubada (1)...
o 1507) Brasil y su Politica Exterior: un exercicio ...
o 1506) Big Brother contra pequena blogueira: um exe...
o 1505) Nova carta a Raul Castro
o 1504) Genetica, selecao natural e cotas universita...
o 1503) O samba da mais-valia: para saudosistas e go...
o 1502) O maior show da Terra: a seleção natural
o 1501) Frases memoráveis: o mundo gira...
o 1500) O apagao no Brasil: iluminando as mentes e t...
o 1499) Visita do presidente de Israel ao Brasil: di...
o 1498) Ativistas ecologicos produzem fome no mundo....
o 1497) Aquecimento Global: ceticismo sadio sempre é...
o 1496) Muro de Berlim: Seminario na UnB sobre os 20...
o 1495) Politicas raciais: o caso da compensacao
o 1494) Guerra comercial com os EUA: lista de bens p...
o 1493) Acabou a dependencia do gas da Bolivia
o 1492) Um ambientalista cetico, ou um negacionista ...
o 1491) Edital do Concurso do Itamaraty - 2010
o 1490) A maioria dos brasileiros quer mais Estado
o 1489) 43 mil visitantes de 110 paises??? - deve se...
o 1488) Cronica de um sequestro...
o 1487) Recomendações aos comentaristas: alguns crit...
o 1486) Argentina: nao temos de chorar por ela; eles...
o 1485) Milovan Djilas: um profeta esquecido
o 1484) Helmuth Kohl: o triunfo da liberdade (muro d...
o 1483) Grandes ditaduras sempre tem medo de pequeno...
o 1482) Lancamento de livro em SP: Politica dos EUA ...
o 1481) Declaração de Praga condena o comunismo por ...
o 1480) O novo muro da vergonha: separar a Europa do...
o 1479) O que nao faltam sao falacias para analisar....
o 1478) Pausa para humor, que ninguem é de ferro
o 1477) A Justiça do sabao que lava mais branco...
o 1476) Livro sobre relacoes internacionais, UnB, 10...
o 1475) Juanita Castro: charlando con sus lectores
o 1474) A familia Castro, de Cuba, obviamente: divid...
o 1473) Um agente soviético, diplomata brasileiro: c...
o 1472) Controversias historicas: Ha-Joon Chang e o ...
o 1471) Bolivarianismo religioso
o 1470) Lenin morreu de sifilis; Sorry, true believe...
o 1469) A profissao academica: do copiar-colar ao co...
o 1468) O passado sinistro do Itamaraty, segundo um ...
• ▼ Outubro (65)
o 1467) De volta ao problema do Estado e da política...
o 1466) O ranking das universidades brasileiras
o 1465) Academic Ranking in Social Sciences
o 1464) The Story of Academic Rankings - Nian Cai Li...
o 1463) Como inviabilizar a industria farmaceutica d...
o 1462) A volta do Estado?, Nao, segundo Mailson da ...
o 1461) Magreb: brevissima história, Beatriz Bissio
o 1460) Concurso para o Itamaraty: 108 vagas
o 1459) Livro sobre a Queda do Muro de Berlim: dia 9...
o 1458) Ricupero sobre Venezuela no Mercosul: "É UM ...
o 1457) Um ajudante de Hitler confirma as ordens par...
o 1456) Arquivos liberados sobre a queda do muro de ...
o 1455) Relações entre União Européia-Brasil, Rodada...
o 1454) Impasses da Rodada Doha
o 1453) Uma visao hilariante sobre a crise financeir...
o 1452) Uma simples tomada, ou plugue, ou seja la co...
o 1451) Republica Sindical em marcha...
o 1450) Clausula democratica do Mercosul: texto de r...
o 1449) Sobre comentaristas anonimos, e seus comenta...
o 1448) Nao faltam idiotas no mundo: suite et (pelo ...
o 1447) Nao faltam idiotas no mundo (e como...)
o 1446) Agricultura mundial em 2050
o 1445) A CPI que nao vai dar em nada, nadica de nad...
o 1444) Os apoiadores das santas causas: fundamental...
o 1443) Nova revista de relacoes internacionais: Mur...
o 1442) Personalidades publicas apoiam descaradament...
o 1441) Dos sapatos: um comentario anonimo (mas iden...
o 1440) Sapatos e soberania
o 1439) O futuro do futuro: George Friedman
o 1438) A marcha da democracia (?) na AL: Nicaragua
o 1437) A construcao do Apartheid no Brasil -- O pré...
o 1436) O ministro volatil e a especulacao nacional
o 1435) Debumking Thucydides: já estava na hora (afi...
o 1434) A vida como ela é: mas nao exatamente na Emb...
o 1433) Semana de relacoes internacionais do Uniceub...
o 1432) Minha homenagem a Norberto Bobbio nos seus 1...
o 1431) A OTAN bolivariana: estava demorando para sa...
o 1430) Mitos sobre o FMI - Mailson da Nobrega
o 1429) Um blog contra o racismo oficial (e promovid...
o 1428) Fome e insuficiencia alimentar - um problema...
o 1427) Mourir Pour des Idées - Georges Brassens
o 1426) Minha homenagem no dia do Professor
o 1425) Criacao de um Instituto de Estudos Brasileir...
o 1424) Avioes militares: transferencia de tecnologi...
o 1423) ABIN: inteligencia talvez seja uma palavra f...
o 1422) Sobre viagens e visitas - um texto pessoal
o 1421) Mudancas de pessoal no Itamaraty
o 1420) Brasil, um pais sem lei, e quem patrocina is...
o 1419) Climate Change: Freakanomics at rescue
o 1418) David Fleischer and current moves in Brazili...
o 1417) Governos privatizam, para fazer caixa; no Br...
o 1416) Os materiais sobre a derrubada do Muro de Be...
o 1415) O projeto sobre a Guerra Fria do Wilson Cent...
o 1414) Teoria da Mais-Valia: a verdadeira paternida...
o 1413) Enquete habitacional: qual a melhor designac...
o 1412) Seguro Saude nos EUA: nao existe solucao mil...
o 1411) Honduras: a base legal para a remocao de Zel...
o 1410) Governo do PT pede que EUA sejam imperialist...
o 1409) O Comite Nobel se enganou de Premio Nobel
o 1408) Democracia na Venezuela: pronta para ingress...
o 1407) Petroleo do pre-sal: uma analise sobria e fu...
o 1406) Turismo academico: encerrando uma etapa da v...
o 1405) Turismo academico: ultima experiencia na Tor...
o 1404) Turismo academico: Torino gastronomica
o 1403) Turismo academico: da Venezia a Torino, senz...
▼ Setembro (70)
• 1402) La Serenissima Venezia (não mais tão tranqui...
• 1401) Muro de Berlim: vinte anos de seu final
• 1400) Flaneries a Venise (mais, sans mourir apres....
• 1399) Turismo academico: de Asti a Veneza, em meno...
• 1398) Turismo academico: de Nostradamus as trufas,...
• 1397) Turismo academico: Une journée de voyage, se...
• 1396) Referencia de estudos: nao estou ganhando na...
• 1395) Turismo academico: flaneries em Paris
• 1394) Comunismo religioso: a fé é a última que mor...
• 1393) Uma confusao jamais vista nos anais de uma C...
• 1392) Poder nuclear do Brasil para defender o petr...
• 1391) Discurso de Lula na AGNU, setembro de 2009
• 1390) G20: promessas cumpridas e não cumpridas
• 1389) Turismo academico: Paris, enfim...
• 1388) Concurso diplomatico...
• 1387) Seguranca no uso de banking online
• 1386) Nao intervencao, pelo menos no papel...
• 1385) Começa o festival da corrupção em torno do p...
• 1384) Keynes de volta à preeminencia: nao acho que...
• 1383) Relacoes Brasil-EUA: timidez e distanciament...
• 1382) SHANAH TOVAH - 5770! YISRAEL CHAY! ISRAEL VI...
• 1381) Principe Regente, D. Joao, diplomata: tomada...
• 1380) Entretien sur le Bresil pour la revue Decide...
• 1379) Doutorado em Direito no Uniceub: sou parte d...
• 1378) A ONU não tem dentes (mas isso a gente já sa...
• 1377) Norman Borlaug: o maior benfeitor da humanid...
• 1376) Obama protecionista: nenhuma novidade nisso
• 1375) Sindicalismo diplomatico: aderindo ao corpor...
• 1374) MST: movimento da subtracao total...
• 1373) O Brasil e o G20 financeiro: artigo em Mundo...
• 1372) A volta ao mundo em 29 dias...
• 1371) Doing Business in Brazil (rather: NOT doing ...
• 1370) Um novo codigo penal para punir terroristas
• 1369) Brasil no ranking de competitividade
• 1368) Financial Times: Política de petróleo no Bra...
• 1367) A marcha do apartheid no Brasil
• 1366) Nos pagamos a conta: isto tambem é Brasil......
• 1365) Nos pagamos a conta: isto tambem é Brasil......
• 1364) Nos pagamos a conta: isto tambem é Brasil......
• 1363) Pre-sal: colocando racionalidade no debate
• 1362) Bonnes affaires pour la France au Bresil
• 1361) Falacias Academicas 12: o mito da exploracao...
Bem, se depois disso os posts continuarem desaparecidos (dá até vontade de revisitar alguns, pelo apetitoso do título e a promessa de algumas boas gargalhadas, pelo ridículo efetivo), vou ter de tomar novas providências...
Paulo Roberto de Almeida
1691) Tocqueville de volta a atualidade...
“De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 103, dezembro 2009, p. 130-138; ISSN: 1519-6186)
link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8822/4947
Tocqueville em tempos de populismo
Ricardo Vélez Rodríguez
O Estado de S.Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
A Editora Martins Fontes publicou, no final do ano passado, O Antigo Regime e a Revolução (tradução de Rosemary C. Abílio, São Paulo: Martins Fontes, 2009, 286 páginas), de Alexis de Tocqueville (1805-1859), livro que viu a luz, pela primeira vez, em 1856. Precedentemente, com a publicação de A Democracia na América, em 1835, Tocqueville havia logrado notável sucesso na recuperação do ideal democrático. A democracia fora associada à anarquia (e à correlata instabilidade política) instaurada pela Revolução Francesa. O livro viera comprovar que esta não se vinculava à instauração do governo representativo, mas às elucubrações de Jean-Jacques Rousseau, num modelo conhecido como democratismo. Essa distinção ficaria muito nítida depois da Revolução de 1848, na França, na medida em que já se dispunha de termo de comparação. A Revolução de 1830 introduzira, em caráter pioneiro no país, instituições liberais. Entre outras coisas, o confronto iria evidenciar que o democratismo continuava atuante, preservada a sua capacidade demolidora.
Tocqueville parte do registro de que, em 1789, os franceses se propuseram a cortar em dois o seu destino. Imaginavam poder separar por um abismo o que haviam sido até então do que queriam ser dali em diante. Pessoalmente, acreditava que haviam tido menos sucesso do que imaginavam. A fim de testar essa hipótese, era mister "interrogar em seu túmulo uma França que não existe mais" e tentar reconstituir, com base na documentação preservada, os traços essenciais do Antigo Regime. Descreve as dificuldades encontradas nessa investigação e resume os principais resultados. "O que é válido dizer", escreve, "é que destruiu inteiramente ou está destruindo (pois perdura) tudo o que, na antiga sociedade, decorria das instituições aristocráticas e feudais, tudo o que de algum modo se ligava a elas, tudo o que trazia delas, em qualquer grau que fosse, a menor marca. Conservou do antigo mundo apenas o que fora alheio a essas instituições ou podia existir sem elas. (...) A Revolução (...) pegou o mundo de surpresa, é bem verdade, e, entretanto era apenas o complemento do mais longo trabalho, o encerramento súbito e violento de uma obra na qual dez gerações de homens haviam trabalhado. Se não tivesse acontecido, o velho edifício social não teria deixado de cair em todo lugar, aqui mais cedo, ali mais tarde; apenas teria continuado a cair parte por parte em vez de desmoronar de uma só vez. A Revolução concluiu bruscamente, por um impulso convulsivo e doloroso, sem transição, sem precaução, sem complacência, o que teria se encerrado pouco a pouco, por si mesmo ao longo do tempo. Essa foi a sua obra" (ed. cit., páginas 24-25).
Basicamente, O Antigo Regime e a Revolução viria comprovar que o centralismo cartorial constituiu traço marcante da política no século 18 e nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa. Ao contrário do que se alardeava, a Revolução não se fizera para debilitar o poder político. O registro da tradição acha-se expresso com as seguintes palavras: "Um estrangeiro, a quem fossem entregues hoje todas as correspondências confidenciais, que enchem os arquivos do Ministério do Interior e das administrações departamentais, logo ficaria sabendo mais sobre nós do que nós mesmos. Como se verá ao ler este livro, no século XVIII, a administração pública já era muito centralizada, muito poderosa, prodigiosamente ativa. Estava incessantemente auxiliando, impedindo, permitindo. Tinha muito a prometer, muito a dar. Já influía de mil maneiras, não apenas na condução geral dos assuntos públicos, mas também na sorte das famílias e na vida privada de cada homem. Ademais, era sem publicidade, o que os levava a não terem receio de expor a seus olhos até as fraquezas mais secretas" (ed. cit.; Prefácio, página XLIII).
Tocqueville chamava a atenção para o efeito político que esse centralismo causava na sociedade francesa: o despotismo. O centralismo tirava da sociedade a sua iniciativa e a transformava em eterno menor de idade perante o Estado todo-poderoso. O grande mal causado à França pelo centralismo era antigo. A substituição paulatina do velho direito consuetudinário germânico pelo direito romano situava-se nas origens de todos os males, e era como que a fonte jurídica legitimadora do processo centralizador, que se alastrou depois por todos os aspectos da vida social. O despotismo é, na sua essência, centralizador. Atrelada assim à diretriz norteadora do Estado moderno (substituir a descentralização feudal pelo centralismo monárquico), graças à influência dos "philosophes", Rousseau à frente, a Revolução Francesa abriu uma senda distanciada do que efetivamente de novo trouxera a Revolução Gloriosa inglesa: o governo representativo, que, progressivamente, iria incorporar o ideal democrático. Na preservação deste, no continente, seria igualmente decisiva a contribuição de Alexis de Tocqueville.
O processo revolucionário fez ruir um governo e um reino, mas sobre essas cinzas ergueu um Estado muito mais poderoso que o anterior. Algo semelhante ao que ocorre, atualmente, com os movimentos populistas latino-americanos, que alegam estar libertando os seus povos do neoliberalismo, dando ensejo a propostas cada vez mais estatizantes, fenômeno do qual não escapa o Brasil, levando em consideração os últimos pronunciamentos do presidente Lula e da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, que apregoam claramente a volta do antigo estatismo como solução mágica para todos os nossos problemas.
Ricardo Vélez Rodríguez é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
1690) Diploma de jornalista e reserva de mercado: mais uma razão para ser contra...
A matéria abaixo apenas confirma a inutilidade dos cursos...
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Quem foi que errou?
Alberto Dines
Observatório da Imprensa, 19.02.2010
O assunto foi manchete da Folha de S.Paulo, chamada destacada no Jornal do Brasil, O Globo e pequena no Estado de S.Paulo. Não é para menos: 23% dos cursos superiores de engenharia elétrica, mecânica, economia e jornalismo avaliados pelo Ministério da Educação não oferecem condições adequadas de ensino.
O mais grave da notícia – pelo menos no tocante a quantidades – só foi destacado por O Globo: o pior desempenho foi dos cursos de jornalismo, que tiveram um índice de reprovação de 51% !
O não dito é ainda mais preocupante: a imprensa foi a última a saber. Surpreendida, como sempre, incapaz de prevenir e antecipar. Jamais investigou aquilo que lhe diz respeito. Deu as costas tanto ao seu interesse como ao interesse público.
Essa é a grande verdade: as empresas jornalísticas não estão minimamente interessadas em acompanhar a produção da matéria-prima essencial para alimentar a sua qualificação: recursos humanos. Fazem aqueles cursinhos de treinamento para badalar os resultados, aproveitam os mais expeditos, cumprem a lei do diploma e o resto que se dane.
Combinação de descaso com inapetência, ambos alimentados pelo interesse pecuniário: fiscalizar as escolas de jornalismo significa antes de tudo denunciar o descalabro do ensino superior privado, hoje um dos grandes anunciantes da mídia diária. Dois dos maiores jornais brasileiros (Folha e Globo) ostentam entre os seus colaboradores regulares o lobista-mor do ensino superior privado, Arnaldo Niskier. E isto não acontece por acaso ou em função do talento do escriba: é acerto mesmo – toma lá, dá cá.
A divulgação desses dramáticos resultados confirma o que este Observador vem dizendo aqui, desde 1997:
* O ensino do jornalismo precisa ser reexaminado. Professor de disciplinas técnicas deve ser jornalista, com militância profissional reconhecida e comprovada (além dos demais atributos acadêmicos).
* Uma escola de jornalismo deve coexistir com um projeto jornalístico regular e permanente. Não se ensina medicina sem um hospital, clínica ou ambulatório.
* A pós-graduação em jornalismo é uma necessidade. É preciso separá-la definitivamente da pós em comunicação. A base é comum mas são matérias distintas, assim como farmacologia e medicina. O orientador de monografias ou teses sobre jornalismo deve ser um professor com experiência comprovada em redações para impedir que os trabalhos de pós-graduação em jornalismo continuem a conter as asneiras que serão reforçadas em trabalhos posteriores.
* O provão veio para ficar. Se algumas definições precisam ser reexaminadas, que sejam reexaminadas. Se alguns critérios precisam ser revistos, que sejam revistos. Mas o processo regulador e fiscalizador como um todo não pode ser revertido. Ser contra o provão hoje é o mesmo do que proclamar-se contra a reforma do Judiciário [veja rubrica Diretório Acadêmico, nesta edição].
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
1689) De volta a questao dos diplomas
Prezado(a) leitor(a), estas são os destaques da Marcha do Tempo na edição desta semana do OI:
RESULTADOS DO PROVÃO 1
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Alberto Dines
Publicado em 20/2/2000
...retomei a discussão que mantenho com um colega sociólogo -- bem, não sei se tenho o direito de me classificar assim, pois afinal de contas nunca pretendi obter o reconhecimento legal de meu diploma de "doutor em ciências sociais", pois não dou muita importância a diplomas, ou a títulos, nem me esforço para enquadrar-me em uma determinada categoria profissional -- a propósito da famosa lei de reserva de mercado no setor de comunicações a favor dos jornalistas formados em escolas de comunicações e detentores de diplomas reconhecidos e registrados no Ministério do Trabalho, como "jornalistas" e únicos passíveis de serem contratados por empresas do setor.
Acabo de escrever o que segue:
Por que voce insiste em que jornalista precisa ter diploma? Diploma de incompetencia?
Por que voce nao dá aos donos de empresas de comunicação a liberdade de contratar quem eles desejam, de qualquer area.
Por que apenas os incompetentes das escolas de jornalismo tem de ser contratados?
Por que nao estender a incompetencia a todos os demais cursos?
Peneirando sempre se pode encontrar alguem melhor...
Isso é logico, é matematico: ampliando-se o recrutamento, voce escolhe melhor
O Itamaraty faz isso: apesar de lidarmos basicamente com direito, economia, linguas, podemos aceitar veterinarios, arquitetos, medicos, engenheiros. Estamos melhor servidos assim.
Alias, como eu lhe disse, eu nao exigiria nenhum tipo de diploma para ser diplomata, nem mesmo o de alfabetizado.
Ser diplomata não é uma questao de diploma, e sim de preparação e vocação...
Fico por aqui, no momento...
Paulo Roberto de Almeida (19.02.2010)
1688) Ideologia importada: afro-descendentes...
DEMÉTRIO MAGNOLI
O ESTADO DE SÃO PAULO - 18/02/10
A Constituição diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", mas a Universidade de Brasília (UnB) distingue os candidatos inscritos em seus vestibulares em função de um critério racial. A Constituição determina que o "acesso aos níveis mais elevados do ensino" se dará "segundo a capacidade de cada um", mas a UnB reserva um quinto de suas vagas a "negros". Na UnB, uma comissão constituída por docentes racialistas e lideranças do "movimento negro" prega rótulos raciais aos candidatos, cassando-lhes o direito de autodeclaração de cor/raça. A Constituição assegura que "ninguém será privado de direitos" por motivo de "convicção filosófica ou política", mas o tribunal racial da UnB promove "entrevistas identitárias" para investigar as opiniões dos candidatos sobre negritude e movimento negro. Por iniciativa do senador Demóstenes Torres, o DEM ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação de inconstitucionalidade contra o vestibular racializado da UnB.
A Fundação Ford é a principal exportadora das políticas de preferências raciais inventadas nos EUA a partir do governo de Richard Nixon. Há uma década ela financia simpósios jurídicos no Brasil destinados a ensinar a juízes como contornar o princípio constitucional da igualdade entre os cidadãos. O argumento formulado pela Fundação Ford baseia-se no justo paradigma de tratar desigualmente os desiguais - o mesmo que sustenta a tributação progressiva e a exigência de rampas para deficientes físicos em edifícios de uso público. Sobre tal paradigma se equilibra o raciocínio de que a desigualdade média de renda entre "brancos", de um lado, e "pretos" e "pardos", de outro, deve ser remediada por políticas raciais de discriminação reversa.
O sofisma precisa ser desmascarado em dois planos. No plano das políticas sociais, tratar desigualmente os desiguais significa expandir as vagas nas universidades públicas e investir na qualidade do sistema público de ensino. Nas palavras de Wellington Dias, o governador petista do Piauí que, corajosamente, desafia um dogma de seu partido: "Criar cotas para negros, índios, alunos do ensino público esconde o lado grave do problema. Isso mostra a incapacidade do poder público. Sou contra isso. É preciso melhorar o sistema e qualificar os professores."
No plano do Direito, o sofisma converte indivíduos singulares em representantes de "raças", ensinando a milhões de jovens a terrível lição de que seus direitos constitucionais estão subordinados a uma cláusula racial. O vestibular da UnB é capaz de negar uma vaga a um concorrente de baixa renda que obteve notas altas, mas foi rotulado como "branco", para transferi-la a um candidato de alta renda com notas inferiores, mas rotulado como "negro". A justificativa implícita inscreve-se na fantasia do pensamento racial: o candidato de alta renda da cor certa "simboliza" a "raça" de baixa renda e seus imaginários ancestrais escravos. O sofisma não resiste a um exame lógico, mas persiste pela adesão política de uma corrente significativa de juristas ao pensamento racial.
A política, no baixo sentido da palavra, contamina a apreciação da ação de inconstitucionalidade que tramita na Corte constitucional. O relator Ricardo Lewandowski, um juiz que enxerga as audiências públicas como meios para mostrar que o tribunal toma decisões "em contato com o povo", tem curiosos critérios de seleção do "povo". No caso da audiência sobre o vestibular da UnB, ele decidiu ignorar a regra elementar da isonomia, convocando 28 depoentes favoráveis às cotas raciais e apenas 12 contrários. O "povo" do relator, ao menos quando se trata da introdução da raça na lei, é constituído essencialmente por representantes do Executivo e das incontáveis ONGs que figuram como sublegendas brasileiras da Fundação Ford.
O princípio da impessoalidade na administração pública, consagrado na Constituição, serve tanto para coibir o patrimonialismo tradicional quanto para conter a tentação contemporânea de subordinar os interesses gerais difusos aos interesses ideológicos organizados. Edson Santos, chefe da mal batizada Secretaria da Igualdade Racial, não reconhece a vigência dessa parte do texto constitucional. Um ofício assinado por ele cumpre o papel de panfleto de convocação de funcionários governamentais e ONGs para "mobilizarem caravanas com destino a Brasília" a fim de pressionar o STF nos dias da audiência pública. Edson Santos monta o circo por fora, enquanto Lewandowski ergue as lonas por dentro.
Em 2 de fevereiro, dia exato em que Edson Santos divulgou o panfleto oficial, as centrais sindicais - cujo financiamento decorre de um ato governamental - firmaram uma carta conjunta de apoio ao vestibular racial da UnB. O "movimentismo" é fenômeno típico do estágio embrionário dos totalitarismos. Nesse estágio, o Estado despe-se de sua natureza pública e adquire as feições de um ente de coordenação de "movimentos sociais" que já não passam de tentáculos do governo. O ministro-militante, que faz o Estado patrocinar uma manifestação "popular" de sítio à Corte constitucional, seria alvo óbvio de processos de responsabilidade se o Ministério Público e a maioria parlamentar não estivessem envenenados pela concepção da sociedade brasileira como uma coleção de "movimentos sociais" e ONGs.
No ofício ilegal, Edson Santos assevera que o hipotético acatamento da ação de inconstitucionalidade "abrirá as portas para paralisar todas as políticas de ação afirmativa, inclusive aquelas que beneficiam as mulheres, estudantes, trabalhadores, os índios, deficientes físicos e mentais, as comunidades tradicionais, etc." A ação em curso incide exclusivamente sobre as políticas de preferências raciais, cujo pressuposto é a rotulação estatal dos cidadãos segundo o critério abominável da raça. Mas o que seria do "movimentismo" sem o clássico expediente da mentira oficial?
1687) Ajuda externa nunca desenvolveu ninguem
Review Essay
Banned Aid
Why International Assistance Does Not Alleviate Poverty
Jagdish Bhagwati
Foreign Affairs, January/February 2010
JAGDISH BHAGWATI is Senior Fellow in International Economics at the Council on Foreign Relations and University Professor of Economics and Law at Columbia University. He served on the UN secretary-general's Advisory Panel on International Support for the New Partnership for Africa's Development from 2005 to 2006.
Dead Aid: Why Aid Is Not Working and How There Is a Better Way for Africa
By Dambisa Moyo.
Farrar, Straus & Giroux, 2009, 208 pp. $24.00.
If you live in the affluent West, no public policy issue is more likely to produce conflicts in your conscience than foreign aid. The humane impulse, fueled by unceasing televised images of famine and pestilence in the developing world, is to favor giving more aid. But a contrasting narrative has the opposite effect: Emperor Jean-Bédel Bokassa of the Central African Republic used Western aid to buy a gold-plated bed, and Zaire's dictator, Mobutu Sese Seko, spent it on personal jaunts on the Concorde. Such scandals inevitably lead many to conclude that most aid is wasted or, worse still, that it alone is responsible for corruption.
These debates have largely been the province of Western intellectuals and economists, with Africans in the developing world being passive objects in the exercise -- just as the 1980s debate over the United States' Japan fixation, and the consequent Japan bashing, occurred among Americans while the Japanese themselves stood by silently. Yet now the African silence has been broken by Dambisa Moyo, a young Zambian-born economist with impeccable credentials. Educated at Harvard and Oxford and employed by Goldman Sachs and the World Bank, Moyo has written an impassioned attack on aid that has won praise from leaders as diverse as former UN Secretary-General Kofi Annan and Rwandan President Paul Kagame.
Moyo's sense of outrage derives partly from her distress over how rock stars, such as Bono, have dominated the public discussion of aid and development in recent years, to the exclusion of Africans with experience and expertise. "Scarcely does one see Africa's (elected) officials or those African policymakers charged with a country's development portfolio offer an opinion on what should be done," she writes, "or what might actually work to save the continent from its regression. . . . One disastrous consequence of this has been that honest, critical and serious dialogue and debate on the merits and demerits of aid have atrophied." She also distances herself from academic proponents of aid, virtually disowning her former Harvard professor Jeffrey Sachs, whose technocratic advocacy of aid and moralistic denunciations of aid skeptics cut no ice with her. Instead, she dedicates her book to a prominent and prescient early critic of aid, the development economist Peter Bauer.
Moyo's analysis begins with the frustrating fact that in economic terms, Africa has actually regressed, rather than progressed, since shedding colonial rule several decades ago. She notes that the special factors customarily cited to account for this tragic situation -- geography, history, social cleavages, and civil wars -- are not as compelling as they appear. Indeed, there are many places where these constraints have been overcome. Moyo is less convincing, however, when she tries to argue that aid itself has been the crucial factor holding Africa back, and she verges on deliberate provocation when she proposes terminating all aid within five years -- a proposal that is both impractical (given existing long-term commitments) and unhelpful (since an abrupt withdrawal of aid would leave chaos in its wake).
Moyo's indictment of aid, however, is serious business, going beyond Africa to draw on cross-sectional studies and anecdotes from across the globe. Before buying her indictment, however, it is necessary to explore why the hopes of donors have so often been dashed.
THE CHARITY TRAP
Foreign aid rests on two principles: that it should be given as a moral duty and that it should yield beneficial results. Duty can be seen as an obligation independent of its consequences, but in practice, few are likely to continue giving if their charity has little positive effect. Beginning in the years after World War II, those who wanted the rich nations to give development aid to poorer ones had to address the challenges of building domestic support for greater aid flows and ensuring that the aid would be put to good use. But their unceasing efforts to produce higher flows of aid have led aid advocates to propose the use of tactics that have ironically undermined aid's efficacy, virtually guaranteeing the kind of failures that understandably trigger Moyo's outrage.
At the outset, aid was principally driven by a common sense of humanity that cut across national boundaries -- what might be called cosmopolitan altruism. Aid proponents in the 1940s and 1950s, such as Gunnar Myrdal and Paul Rosenstein-Rodan, were liberals who felt that the principle of progressive taxation -- redistribution within nations -- ought to be extended across international borders. This led to proposals such as those to set an aid target of one percent of each donor nation's GNP, playing off the Christian principle of tithing (giving ten percent of one's income to the church) or the Muslim duty of zakat (which mandates donating 2.5 percent of one's earnings to the needy).
How was the one percent figure arrived at? According to Sir Arthur Lewis, the first Nobel laureate in economics for development economics, the British Labour Party leader Hugh Gaitskell had asked him in the early 1950s what figure they should adopt as the United Kingdom's annual aid obligation and Lewis had settled on one percent of GNP as a target because he had a student working on French colonies in Africa, where French expenditures seemed to add up to one percent of GNP. Such a target, of course, implied a proportional, rather than a progressive, obligation, but it had a nice ring to it.
The problem was that the one percent target remained aspirational rather than practical. Outside of Scandinavia, there was never much popular support for giving away so much money to foreigners, however deserving they might be. So aid proponents started looking for other arguments to bolster their case, and they hit on enlightened self-interest. If one could convince Western legislatures and voters that aid would benefit them as well, the reasoning went, the purse strings might be loosened.
In 1956, Rosenstein-Rodan told me that then Senator John F. Kennedy, who bought into the altruism argument, had told him that there was no way it could fly in the U.S. Congress. A case stressing national interest and the containment of communism was needed. And so the argument was invented that unless the United States gave aid, the Soviet Union would provide it and, as a result, the Third World might tilt toward Moscow. In fact, the Soviets had already funded the construction of Egypt's Aswan Dam, a project the United States had turned down. The only catch was that if the Cold War became Washington's rationale for giving aid, it was inevitable that much of it would end up in the hands of unsavory regimes that pledged to be anticommunist -- regimes with a taste for gold-plated beds, Concordes, fat Swiss bank accounts, and torture. By linking aid payments to the Cold War, proponents of aid shot themselves in the foot. More aid was given, but it rarely reached the people it was intended to help.
FROM ALTRUISM TO SELF-INTEREST
When the Cold War began to lose its salience, the search began for other arguments to support aid. The World Bank appointed two successive blue-ribbon panels to deliberate on ways of expanding aid flows, the Pearson Commission, in 1968, and the Brandt Commission, in 1977. The group led by former West German Chancellor Willy Brandt, although emphasizing that there was a moral duty to give, fell back nonetheless on an enlightened self-interest argument based on a Keynesian assertion that made no sense at all: that raising global demand for goods and services through aid to the poor countries would reduce unemployment in the rich countries -- an argument seemingly oblivious to the fact that spending that money in the rich countries would reduce unemployment even more.
Other feeble arguments related to immigration. It was assumed that if aid were given wisely and used effectively, it would reduce illegal immigration by decreasing the wage differentials between the sending and the receiving countries. But the primary constraint on illegal immigration today is the inability of many aspiring immigrants to pay the smugglers who shepherd them across the border. If those seeking to reach El Norte or Europe earned higher salaries, they would have an easier time paying "coyotes," and more of them would attempt illegal entry.
Lewis, who was a member of the Pearson Commission, therefore despaired of both the altruistic and the enlightened self-interest arguments. I recall him remarking in 1970, half in jest, that development economists should simply hand over the job of raising aid flows to Madison Avenue. Little did he know that this is exactly what would happen 20 years later with the advent of the "Make Poverty History" campaign, supported by Live Aid concerts and the sort of celebrity overkill that many Africans despise. Of course, this has meant the revival of the altruism argument. Aid targets have therefore returned to the forefront of the debate, even though they are rarely met: in 2008, there was a shortfall of $35 billion per year on aid pledged by the G-8 countries at the Gleneagles summit in 2005, and the shortfall for aid to Africa was $20 billion.
One of the chief reasons for the gap is not just miserliness but a lack of conviction that aid does much good. Aid proponents today try to overcome this doubt by linking aid-flow obligations to worldwide targets for the provision of primary education and health care and other laudable objectives enshrined in the 2000 UN Millennium Development Goals (which are uncannily reminiscent of the Brandt Commission's proposals). But the question Moyo and other thoughtful critics properly insist on raising is whether aid is an appropriate policy instrument for achieving these targets.
And so one returns to the old question of what Rosenstein-Rodan termed "absorptive capacity": How much aid can be absorbed by potential aid recipients and transformed into useful programs? Arguments that aid can and should be used to promote development seem reasonable but have run into problems -- not just because corrupt dictators divert aid for nefarious or selfish purposes but because even in reasonably democratic countries, the provision of aid creates perverse incentives and unintended consequences.
The disconnect between what development economists thought foreign assistance would achieve and what it has actually done is best illustrated by a close look at the earliest model used to formulate development plans and estimate aid requirements. The model was associated with two world-class economists, Roy Harrod of Oxford and Evsey Domar of MIT. In essence, the Harrod-Domar model used two parameters to define development: growth rates were considered a function of how much a country saved and invested (the savings rate) and how much it got out of the investment (the capital-output ratio). Aid proponents would thus set a target growth rate (say, five percent per annum), assume a capital-output ratio (say, 3:1), and derive the "required" savings rate (in this case, 15 percent of GNP). If the country's domestic savings rates fell below this level, they reasoned, the unmet portion could and should be financed from abroad.
Economists also assumed that aid recipients would use fiscal policy to steadily increase their own domestic savings rates over time, thus eliminating the need for aid entirely in the long run. With such matching efforts by the recipients to raise domestic savings, so the logic went, aid would promote growth and self-reliance.
The problem with this approach, widely used throughout the 1970s, was that although aid was predicated on increased domestic savings, in practice it led to reduced domestic savings. Many aid recipients were smart enough to realize that once wealthy nations had made a commitment to support them, shortfalls in their domestic efforts would be compensated by increased, not diminished, aid flows. Besides, as Moyo notes, the World Bank -- which provided much of the multilateral aid flows -- faced a moral hazard: unlike the International Monetary Fund, which lends on a temporary basis and has a "good year" when it lends nothing, the World Bank was then judged by how much money it disbursed, not by how well that money was spent -- and the recipients knew this.
PAVED WITH GOOD INTENTIONS
Similar problems involving the mismatch between intentions and realities are present in today's battles over aid. Now, as before, the real question is not who favors helping the poor or spurring development -- since despite the slurs of aid proponents, all serious parties to the debate share these goals -- but rather how this can be done.
Many activists today think that development economists in the past neglected poverty in their quest for growth. But what they miss is that the latter was seen as the most effective weapon against the former. Poverty rates in the developing countries did indeed rise during the postwar decades, but this was because growth was sporadic and uncommon. And that was because the policy framework developing countries embraced was excessively dirigiste, with knee-jerk government intervention across the economy and fears of excessive openness to trade and foreign direct investment. After countries such as China and India changed course and adopted liberal (or, if you prefer, "neoliberal") reforms in the last decades of the century, their growth rates soared and half a billion people managed to move above the poverty line -- without question, the greatest and quickest progress in fighting poverty in history.
Neither China nor India, Moyo points out, owed their progress to aid inflows at all. True, India had used aid well, but for decades its growth was inhibited by bad policies, and it was only when aid had become negligible and its economic policies improved in the early 1990s that its economy boomed. The same goes for China.
If history is any guide, therefore, the chief weapon in the "war on poverty" should be not aid but liberal policy reforms. Aid may assist poor nations if it is effectively tied to the adoption of sound development policies and carefully channeled to countries that are prepared to use it properly (as President George W. Bush's Millennium Challenge program recently sought to do). Political reform is important, too, as has been recognized by the enlightened African leaders who have put their energies into the New Partnership for Africa's Development (NEPAD), which aims to check the continent's worst political abuses.
But unfortunately, despite all these good intentions, if the conditions for aid's proper use do not prevail, that aid is more likely to harm than help the world's poorest nations. This has been true in the past, it is true now, and it will continue to be true in the future -- especially if some activists get their wishes and major new flows of aid reach the developing world simply because it makes Western donors feel good.
Moyo is right to raise her voice, and she should be heard if African nations and other poor countries are to move in the right direction. In part, that depends on whether the international development agenda is set by Hollywood actresses and globetrotting troubadours or by policymakers and academics with half a century of hard-earned experience and scholarship. In the end, however, it will be the citizens and policymakers of the developing world who will seize the reins and make the choices that shape their destiny and, hopefully, soon achieve the development progress that so many have sought for so long.
Copyright © 2002-2010 by the Council on Foreign Relations, Inc.
All rights reserved.
Published on Foreign Affairs
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
1686) Uma candidata à carreira diplomatica: esforçada e realista...
Foi pensando nesses casos, que resolvi postar aqui a mensagem da jovem -- com a obliteração de alguns dados não relevantes para o caso em si -- e também minha resposta a ela.
On 18/02/2010, at 19:31, T P E wrote:
Boa noite Sr.Paulo Roberto Almeida,
Me chamo T,e sou mais uma entre esses milhoes de jovens idealistas,que sonham com a carreira diplomática,e sonham em mudar o mundo. Moro em Sao Paulo,desde os meus 15 anos sonho com a carreira diplomática,hoje, com 21 um pouco desiludida com a relacao canditado/vaga da fuvest resolvi mudar minha opcao de curso e prestei vestibular para (...) Políticas (...).
Visando aumentar minhas oportunidades, me inscrevi tambem para o vestibular de relacoes internacionais da UFRJ. Passei na Usp e agora só me resta saber o resultado da UFRJ.
Aonde pretendo estudar futuramente,certamente posso lhe dizer que minha maior vontade é a esfera pública da área internacional, entretanto, enquanto buscava hoje sobre mercado de trabalho para os graduados em relacoes internacionais, achei sua entrevista concedida em 2006 como resposta aos jovens que buscam essa carreira, foi desolador, realista, mas desolador.
Sim sou jovem e tenho sonhos, mas devido as condicoes financeiras da minha família, trabalho e durante os meus estudos terei que prosseguir trabalhando,portantosei que dificilmente sairei poliglota da faculdade, já que nao terei muito tempo para me dedicar as atividades extra-curriculares, nao sei se terei condicoes para pagar um curso preparatorio para o Itamaraty.
Enfim desculpe-me incomoda-lo mas nao conheco nenhuma pessoa graduada nessa área que me aconselhe. Mesmo nao tendo condicoes e provavelmente nao estando em pé de igualdade com meus concorrentes, devo insistir?
Ou devo focar em alguma carreira que me dará maiores possibilidades, já que no que trata-se das oportunidades dos ''internacionalistas''na esfera privada, o mercado encontra-se saturado e altamente competitivo...
Desculpe-me sei que o senhor é um diplomata muito culto, e respeito e admiro isso, mas em linhas gerais: Será que uma menininha de subúrbio que mal sabe falar inglês, como eu deve continuar sonhando com a carreira diplomática ou cair na real de que essa carreira é altamente idealizada e inacessível aos meu padroes??
Sei que o senhor deve ser muito ocupado,mas espero ansiosamente sua resposta já que saindo a lista de aprovados na Ufrj devo decidir se vou deixar Sao Paulo ou nao para estudar relacoes internacionais lá.
Agradeco sua compreensao e paciencia se leu meu e-mail,muito obrigada!
T P E
===========
Minha resposta a ela:
T,
Eu compreendo suas angustias e duvidas e gostaria de aconselha-la melhor do que de fato eu consigo fazer. Seria uma enorme responsanbilidade, sem que eu conheca exatamente suas condicoes de vida, orcamento pessoal ou familiar, background familiar e preparacao intelectual, dizer exatamente o que voce deveria fazer.
Se voce quer ser ou pretende ser diplomata, saiba que esse é um caminho muito duro de estudos e preparacao, com uma enorme carga de leituras pela frente e uma dedicacao quase integral aos estudos.
Veja, eu tambem era de uma familia suburbana, pobre (meus pais nao tinham primario completo, e eu nao tinha muitos livros em casa) e tampouco sabia ingles. Mas, eu passei alguns anos na Europa, e sabia frances muito bem, e na epoca em que fiz concurso direto podia ser uma lingua ou outra, a segunda apenas classificatoria. Agora voce precisa aprender o ingles muito bem, mesmo.
Nao gostaria de fazer esse tipo de recomendacao, pois é bastante duvidosa minha capacidade efetiva de aconselha-la, mas se eu fosse voce, eu ficaria em SP (por uma questao de economia domestica, pois suponho que voce continuaria morando em casa dos pais), faria o curso de (...) Politicas (...) (que lhe dará suponho, alguma oportunidade de trabalho em prazo mais imediato) e, paralelamente, iniciaria um programa serio de estudos.
Voce tem de ser absolutamente autodidata, ou seja, ler todos os livros por conta propria e ficha-los, anotar tudo, estudar pela Internet, treinar muito o Ingles e o Portugues.
Todas as demais materias, é apenas uma questao de leitura e de fixacao da leitura.
Quanto as linguas (e uma segunda lingua será necessario tambem, e proponho que voce treine bastante o Espanhol), so tem uma maneira: pratique muita redacao, em Portugues e em Ingles. Sua redacao tem de ser perfeita, tambem. Mais proximo do concurso voce vai estudar um pouco de Gramatica, o que eu acho horrivel, mas parece que é necessario. Por enquanto comece a escrever, o tempo todo, com cuidado, com apuro, com correcao absoluta. Nao é impossivel.
De resto, voce tem de aproveitar todo tempo livre para ler os livros e materiais de internet, de noite, no fim de semana, no caminho de casa ou do trabalho, enfim, leia o tempo todo, o tempo todo.
Se voce tiver disciplina, muita vontade, voce conseguira, mas tem de partir do pressuposto que voce nao sabe nada e precisa aprender tudo. Nao é impossivel, mas voce está comecando tarde. Ja perdeu pelo menos tres ou quatro anos de leituras dirigidas.
Claro que o curso de RI na UFRJ teria maior interface com os exames de ingresso na carreira diplomatica, em compensacao voce teria muito mais despesas, nao teria certas mordomias domesticas, e precisar perder tempo com cuidados proprios. Depois, nao é nada que voce nao consiga fazer sozinha, ou seja, ler os livros e fazer trabalhos em temas internacionais. Voce pode ler jornais internacionais na internet: New York Times, Financial Times, Economist. Faça isso.
Estabeleça esses objetivos com seus pais, fique em SP, e passe o tempo estudando, como uma monja...
Acho que voce conseguirá.
Cordialmente,
-------------
Paulo Roberto de Almeida
1685) Iran's Nuclear Challenge: US options - Hudson Institute
------------------------
Iran’s Nuclear Challenge: U.S. Options
Event Summary
On January 12, 2010, Hudson Institute’s Center for Political-Military Analysis and the Partnership for a Secure America co-hosted a panel discussion on how the United States should respond to Iran’s nuclear program. The event marked the second discussion in a series on nuclear security issues funded by the Connect U.S. Fund.
Ellen Laipson, President and CEO of the Stimson Center, was the first to speak. She was followed by Ambassador James F. Dobbins, Director of the RAND Corporation’s International Security and Defense Policy Center. Hillel Fradkin, Senior Fellow and Director of the Hudson Institute’s Center for Islam, Democracy and the Future of the Muslim World, spoke next. Alex Vatanka, Editor of Jane’s Islamic Affairs Analyst, was the final panelist. Matthew Rojansky, Executive Director of the Partnership for a Secure America, and Richard Weitz, Senior Fellow and Director of the Hudson Institute’s Center for Political-Military Analysis, co-chaired the panel.
U.S. Policy Goals
Ambassador Dobbins argued that three basic goals should guide an enduring U.S. strategy regarding Iran: halting or reversing its nuclear program, moderating Iran’s external behavior, and encouraging reform within the Iranian regime. Although Dobbins saw these goals as being compatible in the long run in that achieving one would facilitate attaining the others, he acknowledged that tactical conflicts might arise among them.
Ellen Laipson acknowledged that the Iranian case is a particularly difficult one due to the historical and ideological antagonisms and misunderstandings between the two countries. She believes that the frequent switching of U.S. public priorities regarding Iran—jumping from an anti-terrorism to an anti-nuclear focus to a pro-human rights platform—has complicated the effectiveness of U.S. diplomacy regarding that country. The United States should, in her opinion, more clearly define its goals in dealing with Iran, recognizing that U.S. objectives must be modest given Washington’s limited influence and consider how pursuing its goals could affect other U.S. foreign policy objectives. For example, the United States has to reflect how its actions regarding Iran will strengthen the nuclear non-proliferation regime. Although important, the issue of the Iranian nuclear program should not overwhelm discussion of other important U.S. goals or serve as the litmus test for all U.S.-Iranian interactions. It was important to consider a package of desirable and achievable objectives—such as limiting tensions between Tehran and other governments as well as inducing Iranians to define their security goals in ways that are more congruent with U.S. interests—in order to create room for opportunities and tradeoffs. The long-term objective should be to create opportunities for a reconciliation between the U.S. and Iranian governments as well as their peoples.
Dr. Fradkin cited constraining Iran’s nuclear program as the most important U.S. priority, both because of the threats it presented to other countries and the damage it was inflicting on the global nuclear non-proliferation regime. Fradkin was more optimistic than the other speakers that the Iranian people would eventually succeed in replacing the Iranian regime, so he argued that even delaying Iran’s ability to manufacture nuclear weapons by a few years could yield great benefits. Alex Vatanka was less optimistic about the prospects that the Iranian popular opposition would change their regime or modify Iran’s nuclear policies, but he believed that U.S. policies designed to weaken the Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) could both reduce repression within Iran and weaken the influence of a major supporter of anti-American polices within Iran.
Iran’s Domestic Situation
Vatanka observed that, since last June’s Iranian presidential elections engendered widespread suspicions of fraud and a mass protest movement against the declared winner, incumbent President Mahmoud Ahmadinejad, the clerical regime, though certainly not on the brink of collapse, has become more concerned about domestic threats to its rule. The government has sought to silence the dissidents and appear stable and legitimate to the outside world. If anything, according to Vatanka, the IRGC has redoubled its resolve to make progress in developing Iran’s nuclear capabilities and other military potential in order to negotiate from a position of strength with foreign governments and strengthen its nationalist credentials within Iran. He anticipated further IRGC-led military exercises as well as further Iranian missile launched. In addition, Vatanka noted that many members of the opposition support Iran’s nuclear research and energy program, while others fear that calling for a negotiated compromise that would constrain Iran’s nuclear potential would make them look unpatriotic and a “Trojan Horse” for the United States. If anything, members of the Green opposition have sought to attack the regime for making excessive concessions to the United States on the nuclear issue. Although members of the mass popular opposition have no impact on Iran’s nuclear policy, members of the institutionalized opposition—who still hold important government and clerical posts—might have some influence in the future. Vatanka and Laison further noted that, since approximately seventy percent of the Iranian population is under the age of thirty, and generally have no experience with the 1979 Revolution and do not want to remain a pariah state, the decades ahead could see more favorable U.S.-Iranian relations as they assume power.
Dr. Fradkin saw the current Iranian regime as committed to the revolutionary ideology of the Islamic Republic’s founders. He also cited evidence that the June 12 Iranian presidential elections were rigged in favor of Ahmadinejad’s reelection. He noted the rapidity with which the results were announced as well as the implausible vote totals. He believed that the fraudulent elections had undermined the legitimacy of the Iranian regime at home and abroad. As a result, the regime was vulnerable to international sanctions that discredited its sought-after image of omnipotence. In addition, many Iranians might welcome American economic sanctions or military action against the Iranian government.
The numerous arrests, injuries, and killings carried out against protesters by the IRGC led Ambassador Dobbins to believe that Iranian Revolutionaries, previously in rough political balance with the Islamists and the Republicans, has enhanced its political influence and emerged as the dominant faction in Iran’s decision-making process. He was not optimistic about the prospects of imminent political change that would lead to a new Iranian regime to pursue less hostile policies toward the United States.
Laipson was also pessimistic about the prospects of a near-term collapse of the Iranian regime. In her assessment, societal change in Iran, as in other countries, is primarily driven by local factors. She doubted that U.S. policies could contribute to this process, noting the limited U.S. presence in the country at present as well as the 30-year history of public antagonism between the two countries. She also warned that overt American efforts to change Iran’s political system could backfire.
Prospects for Engagement
The general consensus of the speakers was that recent U.S. attempts to engage Iran diplomatically have proven unsuccessful and this situation was unlikely to change so long as the current Iranian leaders remain in power. Dobbins saw the Iranians as too preoccupied with their internal political struggles to make a good partner for diplomatic engagement. Fradkin noted how the main result of the years of frustrating negotiations, supported by both the Bush and Obama administrations as well as U.S. allies, has been that Iran had made further progress in developing sensitive nuclear technologies and in improving the range and accuracy of its ballistic missiles. Laipson attributed this lack of success to the limited American presence in Iran during the last thirty years, as well as to the revolutionary ideology of Iran’s post-1979 regime, which demonizes America, does not respond well to U.S. appeals to become a responsible global stakeholder, and makes cooperating with the United States difficult for Iranians. According to Vatanka, many Iranian leaders believe that Iran has the upper hand diplomatically with respect to the United States, making them unwilling to offer further concessions, thereby increasing the difficulties of engagement. All of the speakers noted the importance of courting the younger generation of Iranians to build good will that could yield dividends in the future. Additionally, the four panelists emphasized that establishing an embassy, while useful, was unlikely to happen soon, as the Iranian government would likely demand U.S. concessions that Americans would find unacceptable.
Laipson was pessimistic about the ability of other governments to induce changes in Iranian foreign policy through diplomacy, noting that many of them, especially the Europeans, believed that only a deal between Washington and Tehran would resolve the Iranian nuclear issue. She believed that other important countries, such the so-called middle powers, could exert greater influence in pressing Iran to moderate its nuclear policies. Dobbins and Fradkin noted that many of Iran’s neighbors, though apprehensive about Tehran’s regional ambitions, wanted the United States to solve the Iranian nuclear problem without involving them too directly.
Military Options
Laipson, Dobbins, and Vatanka believed that any U.S. military attack against Iran, even if limited to its nuclear sites, would enflame Iranian public opinion against the United States and rally support for a harder government line on the nuclear issue. Laipson maintained that a strike against nuclear sites would redouble the government’s resolve to obtain nuclear weapons to prevent further U.S. attacks. Dobbins argued that any use of force that left the current regime in power would probably work against the three core goals that should guide U.S. strategy.
Vatanka believed that the Iranian leaders now believe that they could survive a limited foreign military strike. For example, he pointed to the underground nuclear enrichment facility in Qom as illustrating the regime’s strategy of seeking to preserve its nuclear potential even in the case of a limited military strike. The United States should consider how it can best deflate the Iranian leadership’s sense of overconfidence short of considering military options.
Fradkin, however, thought that many Iranians might accept a limited U.S. military strike against IRGC-related targets. Although not necessarily advocating a military strike, he would not remove the option from the table. He noted that a successful attack could delay Iran’s ability to develop a nuclear weapon by years, increasing the possibility that the current Iranian regime would be superseded by one less hostile toward the United States. Like others, Fradkin warned that many people would blame the United States for an Israeli attack since they would conclude that Washington had given Israel a green light for any military action against Iran. He added that, if using military force became necessary, it would be better for a great power like the United States to assume that responsibility directly, especially since U.S. military capabilities for such an option were superior to those available to Israel.
International Sanctions
The option of imposing additional sanctions on Iran received the most attention. As with the panelists’ diverging opinions on potential military action, the differences in their positions primarily reflected their varying interpretations how Iranian public opinion might respond.
Ambassador Dobbins listed five benefits that advocates of international sanctions believe they might achieve. First, sanctions could induce Iran to change its objectionable behavior. Second, if used to support democracy or human rights, sanctions could promote benign internal changes in Iran. Third, sanctions could degrade or impede the growth of Iran’s military power by weakening the national economy. Fourth, sanctions against Iran’s nuclear program could discourage other countries from pursuing nuclear weapons. Finally, sanctions offer an alternative to less palatable alternative options. Dobbins believed that the experience with using sanctions in other cases suggests they were unlikely to induce a major change in Iran’s nuclear policies, at least in the short run, or compel the Iranian government to curb its human rights abuse. But they could discourage other regimes from seeking nuclear options and allow members of Congress and others to register their concerns about Iranian behavior without requiring them to advocate the use of force or accept a nuclear Iran as inevitable.
Laipson, Dobbins, and Vatanka concurred that China and Russia would likely resist imposing very harsh sanctions on Iran. They did believe that, besides signaling American disapproval of the Iranian government, the only other likely benefit from sanctions would be if they were targeted against the IRGC, which is running the nuclear program. Vatanka pointed out that the Revolutionary Guard considered both Iran’s nuclear and missile programs extremely important, so that if the sanctions could somehow cripple those programs, they could inflict a major blow to the morale and popular legitimacy of the IRGC, a major anti-American force in Iranian politics. Laipson, Dobbins, and Vatanka cautioned against imposing broader sanctions against consumer products, which would harm the Iranian people and potentially alienate them from the United States and rally them behind their regime.
Fradkin argued that the Iranian public, even if adversely affected by U.S. sanctions, might instead blame their misfortune on the Iranian government and its confrontation foreign and domestic politics. He also doubted that any sanctions could be so constructed to only affect the IRCG given that the Revolutionary Guard had expanded its control over much of the Iranian economy as well as its military and security apparatus. Fradkin therefore supported a U.S.-led effort to seek international support for comprehensive, “crippling” sanctions on Iran that ideally will undermine a main pillar of the regime—the image of power it seeks to project to its domestic and foreign opponents. If, as expected, Russia and China blocked U.N. sanctions, Fradkin would favor working with European countries, whose governments he expected would be more willing to go along with punitive measures now that their years of sincere engagement efforts had failed to yield favorable results.
Dealing with a Nuclear-Armed Iran
Several questions from the audience inquired how Iranian behavior might change if Iran acquired the capacity to manufacture nuclear weapons. U.S. intelligence indicates that Iran does not currently have the ability to manufacture nuclear weapons but that Tehran might achieve such a capability within the next few years. The panelists were asked to assess the accuracy of this intelligence and how the U.S. should react if Iran does attain the ability to produce nuclear warheads. Dr. Fradkin said that the 2007 National Intelligence Estimate stating that Iran had stopped trying to develop a nuclear weapon might have been accurate at the time, but that Iran had likely resumed such efforts since then given the publicly available information. Ambassador Dobbins noted that earlier intelligence assessments had overestimated the pace of Iran’s subsequent nuclear progress. Laipson added that a fundamental problem was that the United States lacked an embassy in Tehran or other means to collect important information that would enrich U.S. assessments of Iranian nuclear developments or other events within Iran.
When asked to speculate how Iran might behave if it acquired nuclear weapons, Dobbins suggested other historical examples of how country’s foreign policies changed after they acquired nuclear weapons might offer some guidance, but the past record was mixed. Sometimes, as in the case of Pakistan, obtaining a nuclear arsenal made countries more aggressive, whereas in other cases, as with China and Russia, it moderated their behavior. Similarly, Iran could become more aggressive diplomatically, using its nuclear weapons capacity as leverage in negotiations, or Tehran could become less aggressive since Iranian leaders might perceive their nuclear arsenal as deterring foreign attacks and threats. In either case, Dobbins stressed that the United States should take care to avoid actions that would recognize the legitimacy of Iran’s nuclear arsenal in the hope that a future Iranian regime might renounce it in order to end the country’s isolation from the international community. Laipson observed that Iran would almost certainly not use such weapons to attack other countries, but would employ them to enhance its negotiating leverage. Nonetheless, she noted that Iran is already the major military power in the region, excluding extra-regional powers like the United States, so Iran’s possessing nuclear weapons would not necessarily engender a major change in regional security dynamics.
Dr. Fradkin, though agreeing that Iran would be unlikely to use a nuclear weapon in war, offered several examples of how an Iranian government that possessed a nuclear arsenal might become emboldened in its foreign policy. Tehran could use nuclear weapons to add weight to its efforts to remove U.S. military forces from neighboring countries, assert dominance over other Persian Gulf countries, try to force concessions from Israel, or threaten nearby oil-producing states like Saudi Arabia to keep oil prices high. To add credibility to its demands against the United States or to create a bargaining chip for negotiations with Washington, Iran could place its ballistic missiles in a country such as Venezuela that would be in striking range of the U.S. homeland. He also worried that Iran’s successful acquisition of nuclear weapons would encourage other countries, especially Iran’s neighbors, to pursue their own nuclear options. Given what he saw as the limited applicability of Cold War analogies regarding the nuclear standoff between the United States and the Soviet Union, Fradkin emphasized the importance of conducting additional studies—for example, on potential delivery systems for Iranian nuclear weapons—to determine what types of threats Iran could pose.
1684) Brasil diz que não apoiará sanção ao Irã na ONU
Brasil diz que não apoiará sanção ao Irã na ONU
Bloomberg, Valor Econômico, 18/02/2010
O Brasil disse aos EUA e à França que não apoiará sanções mais duras ao Irã e que pretende continuar sua política de aumento das relações comerciais com o país islâmico, apesar das objeções feitas pelo governo Obama.
"Não achamos que as sanções serão uma boa ideia agora", disse a embaixadora Maria Viotti. "As negociações têm de continuar. Se adotarmos sanções, isso tiraria as negociações dos trilhos."
A resistência do Brasil a mais sanções mostram a dificuldade dos EUA de manter a unidade que caracterizou as três resoluções anteriores da ONU contra autoridades e bancos iranianos.
O Brasil assumiu em janeiro uma vaga rotativa de dois anos no Conselho de Segurança da ONU e pode se juntar a China, Líbano e Turquia, que já deram indícios de que devem se abster ou votar contra novas sanções ao país.
O governo do presidente Barack Obama vem aumentando a pressão para que os membros do Conselho de Segurança apoiem penalidades maiores contra o Irã. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seria uma "má ideia" para os países da América Latina aumentarem os laços com o Irã.
O governo brasileiro defende que a aproximação comercial com Teerã seria um fator positivo.
"O Irã é um grande mercado para os produtos alimentícios do Brasil", disse a embaixadora Viotti. Além disso, afirmou ela, uma relação comercial mais forte colocaria o Brasil em posição de forçar uma negociação.
1683) Um estudante que estuda (e gosta de faze-lo...)
1681) Estudantes, estudai! (acho que é isso)
Cui prodest? (Ou, para quem escrevo?)
um estudante de escreveu-me o que segue:
On 18/02/2010, at 02:29, Jhonny E. wrote:
Oi professor, tudo bom?
Lendo seu post 'Estudantes, estudai', percebi algo singular em suas palavras, algo que me deixou até...como diria, de certo modo 'inspirado' e emocionado. Sobre a 'abertura dos olhos' para a nova geração, que realmente deve ser cética e completamente autodidata, tanto com os livros quanto com as relações humanas, algo que o senhor me ensinou e 'tento' praticar ( usualmente com o senhor e eventualmente com pessoas mais 'vividas' de conhecimento).
Porém, acredito que a teoria não basta para justificar nossas ações, há tantas personalidades que possuem profundos conhecimentos acerca de vários assuntos e nem por isso mexem sequer um dedo para 'mover' o mundo ao seu redor, deixando da mesma forma que o encontrou ao nascer, não contribuindo para nada.
Teoria e prática devem se aliar, não a prática 'ideológica', nem tampouco ausente desta. Todos esses encontros, cada qual com seu proposito implica-se em suas ideologias, uns...a praticam outros a manifestam apenas em dados momentos.
Aprecio muito do que o senhor ensina para os mais jovens, refutando o falso e revelando o verdadeiro. Mesmo não aceitando o seu 'realismo' sobre o futuro do Brasil e seu afundamento. Lamento, e muito, o fato das pessoas não se juntarem por uma causa comum, concentrarem todo o acumulo de conhecimento que tem e realizarem ao menos uma reforma em todos os setores, lamento pelo fato das pessoas serem inertes em relação ao estudo, serem deficientes em suas análises, pobres em suas contribuições de mudança, fracas em relação a autoridade do argumento, cegas em enxergar o mundo e continuar caminhando, tentando se adaptar usando óculos para evitar que a vista canse.
O senhor já me disse mil vezes, 'continue a estudar, a aprender com os mais vividos, a ser um cidadão responsável intelectualmente', por isso e muito mais continuo firme, ao passo de pensar lamentavelmente que esse esforço não contribua para nada, ou ao menos contribua, mas não significamente como penso em fazer.
A única expectativa que vejo para mudar esse 'quadro do caos' que o mundo se encontro é por meio da reação em cadeia, mas pelo 'realismo' que aprendi do senhor cada dia vejo que ela fica mais longe e além de distante distorcida, pois de nada adiantará tentar mudar o mundo se nem ao menos mudamos nós mesmos.....
Abraços,
Jonathan Yuri
OBS: Se com meus 19 anos já estou 'frustado' imagina quanto tiver 60.
=========
Por falta de tempo, respondi apenas o que segue, mas pretendo voltar ao assunto:
Você, meu caro, vai viver num Brasil melhor do que o atual: mais desenvolvido, com brasileiros mais prósperos, instituições menos corruptas, mais justiça e mais educação, tenho certeza, mas isso nao vem de graça, é preciso esforço constante e um empenho de cada um para fazer do Brasil um país melhor do que aquele que encontramos quando aqui "chegamos". Persista, e você será feliz.
O abraço do
-------------
Paulo Roberto de Almeida
1682) Teses para discussao num congresso partidario...
Teses para o encontro nacional de um grande partido
Companheiros,
Chegamos ao governo e estamos no poder. Junto a nós e dos movimentos sociais e de trabalhadores, que sempre defendemos, está também o grande capital, um formidável adversário no passado, mas um aliado no presente, pois ele pretende que continuemos a fazer mudanças no Brasil, na sua economia e nas instituições políticas, sem contudo provocar aquelas rupturas que constantemente anunciávamos no passado.
Pensando bem, em todos os custos e benefícios de qualquer processo de mudança numa sociedade complexa – como são todas as sociedades –, decidimos fazer uma aliança tática e estratégica com o capital, para conduzir um processo de ruptura com nossas velhas teses e aprovar algumas novas, que agora se seguem.
1. O partido não é socialista, e sim reformista.
Independentemente de continuarmos a nos chamar de “socialistas” (para fins de propaganda e de identificação políticas), vamos terminar com a hipocrisia de pretender implantar o socialismo no Brasil. O que faremos, abertamente daqui para a frente, será administrar o velho e duro capitalismo, com todo o apoio e a satisfação dos nossos novos aliados na burguesa nacional e no capital financeiro internacional.
Acreditamos que a economia de mercado é a que melhor se presta ao atendimento das satisfações básicas da população, e que o Estado deve ser contido nas suas finalidades essenciais da segurança, educação, saúde e infra-estrutura, ademais do estabelecimento de regras gerais para o bom funcionamento da economia de mercado (competição, estabilidade de políticas, abertura à inovação etc.). Vamos continuar reformando as instituições regulatórias para que a economia de mercado promova os interesses do maior número de cidadãos.
2. O partido adota uma política econômica responsável e pró-mercado.
Vamos parar de acreditar que o Estado será o grande promotor, distribuidor e equalizador das chances e oportunidades no Brasil. Da forma como ele atua, hoje, no Brasil, o Estado transformou-se no principal obstáculo a um processo sustentado de crescimento, com transformação estrutural e distribuição de benefícios, uma vez que ele atua como um despoupador líquido dos recursos privados, cristaliza benefícios em prol dos já integrados e vem redistribuindo os recursos de todos em benefício da minoria.
Nossos princípios econômicos, de agora em adiante, serão definidos por quatro diretrizes: (a) uma macroeconomia estável, dotada de responsabilidade fiscal e sério comprometimento com o combate à inflação, o principal imposto que se abate sobre os pobres; (b) uma microeconomia aberta, competitiva, aberta às novas iniciativas, dotada de instituições que favorecem o empreendimento privado e criando um bom ambiente para os negócios de modo geral; (c) um investimento maciço na qualidade dos nossos recursos humanos, a começar pelo ciclo básico e pelo ensino profissional, pois o único critério que nos separa, hoje, dos países mais desenvolvidos, é o diferencial de produtividade do trabalho humano, o que depende da variável educacional; finalmente, (d) uma abertura ao comércio e aos investimentos internacionais, no entendimento de que a interdependência econômica é a que melhor se ajusta aos nossos padrões de economia integrada aos fluxos mais dinâmicos da globalização contemporânea.
3. O partido quer uma reforma política que transforme o modo de ação do Estado.
O fazer política, no Brasil, tornou-se um modo de vida, quando não uma atividade rendosa. Os meios parecem ter se substituído aos fins e quase toda a máquina pública, em especial o legislativo e o judiciário, converteram-se em redomas privilegiadas de altos salários e de produtividade mínima. Queremos mudar profundamente tudo isso, já que o povo está descobrindo com razão com o dinheiro dos impostos, duramente arrecado em detrimento de seu consumo, vem sendo desperdiçado de maneira indigna, alimentando gastos inúteis nos gabinetes de políticos profissionais.
Por isso, o partido vai propor uma reforma política que contemple, em primeiro lugar, a redução do volume de gastos e uma mudança no tipo de representação política que se está exercendo em nome do povo. Sobretudo nos municípios menores, mas também nas assembléias dos estados mais populosos e no próprio Congresso nacional, o dinheiro do povo está sendo gasto indevidamente, com mordomias incontáveis, em total descompasso com o trabalho necessário e honesto da representação política. Sabemos disso, pois nós mesmos nos acostumamos a esse tipo de coisa.
Os poderes legislativos e judiciário consomem muito mais recursos do que o justificado, sobretudo pela forma como trabalham (ou deixam de fazê-lo). Outros questões, vinculadas à lei eleitoral ou ao financiamento dos partidos, podem vir a fazer parte do debate político num segundo momento, mas o partido deve agora esforçar-se por redimensionar a representação política nos três níveis da federação ao que se possa considerar como normal e razoável em condições democráticas. A política não pode mais continuar sendo um meio de ganhar a vida.
4. O partido não quer um Estado mínimo, mas um Estado que funcione.
Durante muito tempo acreditamos que o Estado era uma espécie de varinha mágica, que poderia fazer acontecer tudo o que se desejasse, bastando um simples toque de botão. Descobrimos que não é assim, e por isso estamos, humildemente, revisando nossas posições. Pois bem, o partido está propondo uma reforma administrativa com diminuição radical do número de ministérios e a conseqüente atribuição de diversas funções a agências reguladoras.
Também nos convencemos que as PPPs (parcerias público-privadas) constituem no máximo um paliativo e por isso estamos retomando a privatização de alguns grandes monstrengos públicos que ainda existem e são fontes de ineficiência e de corrupção, no setor financeiro, energético, de transportes e outros. Também vamos propor, mesmo sob risco de bombardeio do quartel-general pelos nossos velhos aliados sindicais, o fim da estabilidade no serviço público, que em muitos casos se converteu num incentivo à preguiça e ao ócio remunerado, como visto nas greves das universidades federais.
Provavelmente vamos propor também a concessão de autonomia completa a essas universidades, assegurando um patamar mínimo de dotações públicas e deixando-as, em seguida, livres para buscar o dinheiro onde queiram e gastá-lo como desejam, inclusive remunerando seus professores da forma como lhes parecer mais apropriada. Queremos um Estado forte nas áreas em que ele deve necessariamente atuar, não em todos os setores onde ele atua hoje, nos quais segue esbanjando recursos do povo sem resultados práticos comensuráveis. Estado bom é o Estado que tem condições de atuar de maneira efetiva, não aquele que apenas finge ou tem a pretensão de fazê-lo, mas não faz.
5. Contra a derrama fiscal: o partido quer redução de impostos.
Vamos propor uma reforma econômica ampla, com diminuição da carga tributária e a redução das despesas correntes do Estado. O Brasil já ultrapassou limites razoáveis de carga fiscal e isto se traduz no “desinvestimento” estatal e na incapacidade de se ter poupança privada para fins de investimento. Vamos impulsionar também uma série de reformas microeconômicas, com vista a criar um ambiente favorável ao investimento produtivo, ao lucro e para diminuir a sonegação e a evasão tributárias.
Ao mesmo tempo, vamos dar um aperto fiscal nesses “criadores de despesas” irresponsáveis que são os legislativos e o judiciário. Esses poderes possuem a incrível capacidade de determinar eles mesmos suas próprias despesas, sem atender a qualquer critério de disponibilidade do recursos do ponto de vista orçamentário. No plano da federação, caberia revisar a situação dos municípios sem capacidade arrecadadora, e que são obrigados a viver de “mensalão” federal: essa situação não pode mais se sustentar.
6. Por uma nova classe trabalhadora, livre da mão pesada do Estado.
Chegamos ao que um ilustre antecessor chamou de “aristocracia operária”, uma classe que se reproduz a si mesma e que inclusive ocupa diversas funções no Estado e nos sindicatos, com remunerações, comissões e outras prebendas que não encontram correspondência no trabalho dispendido em defesa dos interesses da classe trabalhadora, sobretudo daqueles que ainda não estão incorporados ao mercado formal de trabalho.
Por isso estamos propondo uma reforma trabalhista radical, com flexibilização da legislação laboral, dando maior espaço às negociações diretas entre as partes. Também propomos a extinção do imposto sindical, que alimenta sindicalistas profissionais, em contradição com o que se esperaria de representantes temporários, em sindicatos de fato livres.
Por fim, vamos encerrar de vez a era Vargas, propondo a extinção da Justiça do Trabalho, que é uma fonte de criação e de sustentação de conflitos, substituindo seus pesados procedimentos pela via arbitral, ou por varas especializadas na justiça comum. De forma geral, a legislação trabalhista vai ser reformada para facilitar e ampliar a empregabilidade daqueles que hoje estão excluídos do mercado trabalho.
7. O partido é, doravante, globalizado e favorável à globalização.
Sinto muito, mas teremos de dizer aos nossos amigos do Fórum Social Mundial que eles conduzem um combate de retaguarda, uma luta até mesmo reacionária, do ponto de vista dos países mais pobres e dos estratos sociais mais humildes. Defender os subsídios agrícolas e o protecionismo nessa área não é apenas insensato; é criminoso do ponto de vista dos povos africanos, sem condições de competir em outros setores. Falar de “segurança alimentar” e ao mesmo tempo pretender que os mercados agrícolas sejam apenas locais não é apenas irracional economicamente, é também risível do ponto de vista dos fins pretendidos, uma vez que a maior segurança se obtém, justamente, na interdependência recíproca dos mercados globais de alimentos, complementados, se for o caso, por programas de assistência emergencial que não reproduzam esse engodo que são os “dumpings” organizados pelos países ricos com seus produtos subsidiados.
Da mesma forma, o combate às instituições-chave da globalização contemporânea – OMC, FMI e Banco Mundial – não só é risível como contraproducente no plano da cooperação internacional, assim como são patéticas essas tentativas de se introduzir taxas sobre os movimentos de capitais, o que só resulta em encarecer o custo dos recursos que os países em desenvolvimento necessariamente captam nos mercados financeiros. As teses comerciais dos anti-globalizadores representam o contrário do que devem fazer os países em desenvolvimento que aspiram galgar novos patamares de produtividade nos intercâmbios globais.
Por isso, o partido não tem medo de afirmar que ele se posiciona resolutamente em favor da globalização, que tem retirado milhões de chineses e indianos de uma miséria ancestral, assim como o partido não tem mais vergonha de participar dos encontros dos capitalistas em Davos, que são uma forma de continuar discutindo condições e formas de se ampliar a globalização, num sentido plenamente responsável e conectado com as necessidades dos países mais pobres.
8. O partido se pauta, no plano externo, exclusivamente pelos interesses nacionais.
A política internacional é a continuidade da política nacional, por outros meios. Assim como estamos comprometidos com o interesse nacional no plano interno, assim deve ser feito no contexto internacional. Por isso estamos encerrando a fase de posições de princípio quando estávamos sobretudo interessados em reunir os pobres e oprimidos para lugar contra a hegemonia dos poderosos. Não vamos mais designar tal ou qual país como “aliado estratégico”, e sim julgar quais são os nossos interesses nacionais numa análise concreta de cada situação internacional.
Nenhuma situação de relacionamento externo, nem mesmo a integração regional, deve ser vista como um fim em si mesmo, mas como um meio para se atingir objetivos nacionalmente desejáveis, que são o progresso e a prosperidade da nação. Não se deve cultivar a busca de prestígio internacional apenas pelos seus efeitos de imagem, mas sim como resultado indireto de nossa cooperação desinteressada, desde que disponhamos das condições materiais e humanas para fazê-lo.
Nossas forças armadas, por exemplo, elas primeiro devem ser aparelhadas internamente, antes de fazê-las cumprir missões internacionais que podem estar acima de sua capacidade operacional. A liderança, outro exemplo, decorre do acúmulo de certo substrato material – financeiro e tecnológico, sobretudo – para o cumprimento de missões externas que sejam solicitadas pelos vizinhos ou pela comunidade internacional, não da vontade unilateral de proclamá-la.
Para aumentar sua capacitação no plano internacional, o país precisa estar disposto a conceder graus ainda maiores de abertura econômica – que aumentam nossa competitividade internacional ao atuar sobre os níveis de produtividade internos --, bem como operar novos patamares de liberalização comercial, condição para a expansão de todo o nosso comércio exterior, não só das exportações. Ele também precisa demonstrar, na prática, bom acolhimento ao investimento estrangeiro e decidir-se pela adesão a regimes proprietários mais avançados, que estão tradicionalmente associados a uma subida na escala tecnológica do sistema produtivo.
Voilà: estas oito teses já bastam, por enquanto, para uma profícua discussão no encontro. Depois poderei comentar cada uma com maior grau de detalhe. Por enquanto, desejo apenas bons trabalhos nesse importante encontro político.
[PS: Feito originalmente para um encontro nacional de 2006, do mesmo partido.]
1681) Estudantes, estudai! (acho que é isso)
De vez em quando eu perpetro a ousadia de escrever para o Mundorama. Ou melhor, seus responsáveis é que cometem a ousadia de me publicar, posto que eu não escrevo especialmente para o Mundorama, em todo caso muito raramente, ou quase jamais, pensando em Mundorama, que é um boletim muito simpático e variado de relações internacionais, animado por esse gigante (stricto et lato sensi) da didática internacionalista que é o professor Antonio Carlos Lessa.
Estudantes, leiam, visitem, eu recomendo: http://mundorama.net/
Pois bem, meu último coup pervers foi um post sobre o inacreditável Fórum Social Mundial. Digo inacreditável, pois que nem mesmo seus promotores desonestos acreditam de fato nas bobagens que eles dizem (se o fizessem, além de desonestos, seriam ingênuos, o que talvez seja muito pior). Eles apenas vivem daquilo, de preferência sem trabalhar, com dinheiro público, ou melhor, com o meu, o seu, o nosso dinheiro. Como eu tenho alergia a burrice, mas ojeriza absoluta à desonestidade intelectual (se a palavra se aplica), eu não deixo passar uma oportunidade para cobrar um pouco, só um pouco, de coerência nas ideias (if any), como se isso fosse possível (mas, não custa cobrar, e eles deveriam pelo menos tentar).
Meu último post foi este aqui:
Triste Fim de Policarpo Social Mundial, por Paulo Roberto de Almeida
2010 fevereiro 2
Recebi, como seria de se esperar sendo tão provocador (confesso que deliberadamente), muitos comentários, alguns sorrindo comigo ante tantas inconsequencias desse bando de malucos que são os antiglobalizadores, outros indagando questões específicas (que respondo quando consigo entender, o que nem sempre é o caso), e um ou dois, finalmente, me criticando, o que é sempre bem-vindo (e agradeço sinceramente, não hipocritamente; tenho vários defeitos, mas não o dom da hipocrisia).
As criticas são de dois gêneros, e já descarto a primeira por inepta, incompetente ou descartável:
1) Eu seria um apologista do capitalismo, do neoliberalismo, seja lá o que for isso, e meus argumentos estariam errados, pois o capitalismo é de fato perverso, etc, etc, etc. Bem, digo que é inepta pois as pessoas que fazem esse tipo de rejeição de minhas críticas às posições dos antiglobalizadores, nunca, NUNCA dizem em que as propostas dos maluquetes do FSM teriam alguma coerência intrínseca (ou até extrínseca, vá lá). Por outro lado, eu não sei porque ainda ando de carro velho e de baixa potência sendo um defensor tão acirrado do capitalismo: Wall Street certamente ainda não ouviu falar de mim, e ainda não me colocou no seu contracheque. Bem, não quero me estender, mas essas pessoas não distinguem racionalidade econômica e raciocínio lógico da simples peroração ideológica: elas devem estar com o parafuso dos modos de produção um pouco desajustados, e a cada momento de distração, soltam um capitalismo para variar. Elas talvez não saibam a diferença entre capitalismo e economia de mercado, ao que eu diria: minha gente, leiam Max Weber, leiam Fernand Braudel, leiam Albert Hirschmann, Jean Baechler (não confundir com o Jean Ziegler, por favor, pois este é do bando de perfeitos idiotas).
2) A segunda crítica é aparentmente mais "séria", mas ela se engana totalmente de foco. Diz um desses jovens afoitos que se o FSM não fosse importante, eu não estaria escrevendo tanto sobre ele. Se eu insisto em voltar ao assunto, repetidamente diz ele, é porque suas ideias (sic, tres vezes) sao relevantes.
Bem, esse jovem ainda não percebeu uma coisa: eu escrevo justamente para ele, não para o bando de velhacos desocupados que animam e promovem esses piqueniques anuais sem qualquer relevância para o mundo real.
Repitam comigo: nada do que se diz ou se aprova, unanimemente (comme il faut, quando se trata de pensamento único) nesses encontros regados a slogans vazios tem a mínima importância para o mundo real. Nada, nadica, necas de pitibiribas. Quem quiser me provar o contrário, ou seja, que alguma nova e relevante proposta emergiu desses jamborees, eu posso oferecer um livro ou dois. Precisando: que tenha emergido do FSM, não que já exista nas faculdades de humanidades -- que também produzem uma tonelada de ideias inuteis -- ou que circule na sociedade como produção, digamos, intelectual.
Pois eu escrevo justamente para esses jovens idealistas que querem salvar o mundo dele mesmo, ou melhor, salvá-lo do capitalismo globalizador (ou vice-versa), mas que ainda leram pouco, estudaram menos ainda, e aprenderam só um tiquinho (e, no que depender de certos professores, vão aprender menos ainda, no que lhes resta de diversão universitária).
Como eu sou uma pessoa que aprendeu nos livros ou com pessoas mais espertas, considero ser assim meu dever, digamos, espiritual, transmitir um pouco do que aprendi a esses jovens sedentos de sabedoria globalizante, mas que acabam encontrando apenas essas fontes barrentas da pilantragem universitária e das imposturas intelectuais desses velhacos da antiglobalização.
Que posso fazer? Tenho essa vocação didática voluntária -- e já vou avisando que não é dela que retiro meu sustento, nem faço desse hobby minha ocupação principal -- e por isso fico assim de noite escrevendo para esses moços -- como diria o Lupiscínio Rodrigues -- que não sabem o que eu sei. Não por qualquer virtude extraordinária, ou inteligência excepcional, longe disso. Eu sou apenas um gajo esforçado, que lê muito, que pensa muito sobre o que leu, observou e retirou de sua experiência de vida, e que coloca essas reflexões à disposição dos mais jovens, posto que eu também já fui jovem e tive professores honestos e outros desonestos (talvez involuntariamente, concedamo-lhes essa dúvida).
Finalizando, meu jovem, você que me acusa de bater em "cachorro morto" (talvez seja bem o caso), não é para o cachorro que estou escrevendo, nem para os "donos" dos cachorros, pois estes já incorporaram o cérebro dos cachorros.
Estou escrevendo para você mesmo, e apenas aconselhando-o a abrir os olhos, ler e se informar um pouco mais, viajar pelo mundo (Davos é uma excelente estação de esqui, mas talvez você ainda não tenha dinheiro para ir lá), enfim aprenderem, de preferência de maneira autodidata, pois sempre se deve desconfiar de professores (inclusive deste que aqui escreve).
Ser cético é um dever, mas deve-se sempre cultivar um ceticismo sadio, ou seja, opor ideias melhores, e mais coerentes, a ideias más, que são estas que não se conformam à realidade empírico, que não seguem os mínimos preceitos da lógica formal, enfim, que ficam no slogan vazio em lugar de ir para a pesquisa e confrontar os números. Ou seja, exatamente essas que estão no centro (e nas bordas também) do FSM.
Eu, na verdade, estou pouco preocupado com os velhacos do FSM, meu objeto próprio são os jovens. Como observo com certa preocupação a marcha da mediocrização na universidade brasileira, e como constato que os jovens que me escrevem cada vez escrevem mais mal, sem uma exposição coerente das ideias, sem se fazer entender direito, eu me sinto, como dizer?, compelido a escrever estas bobagens que escrevo noite adentro, para ver se evito um pouco da mediocrização em curso e contribuo, minimamente que seja, com a tarefa da elevação intelectual de jovens como esse que me escreve me acusando de apologista do capitalismo.
Acho que ele não encontrou argumentos para me rebater, e aí foi logo sacando o capitalismo e o neoliberalismo. Puxa vida, está ficando aborrecido debater assim...
Paulo Roberto de Almeida (18.02.2010)