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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Are the BRICs Broken? - Iliana Olivié (Elcano Institute)

Are the BRICs Broken?
Iliana Olivié
Expert Comment 34/2012 - 6/11/2012

Over four years ago, when Lehman Brothers went bankrupt, what had so far been the US subprime meltdown turned into a global financial crisis. Since then, life has been tough for the Western economies, struck by low growth or recession, unemployment, financial drought, fiscal deficit, mounting public debt, consumption in the doldrums and social unrest. These are just some of the symptoms of the West’s deep financial, economic and even social and political crises.
In such a context, it is very tempting to interpret the slow growth in China or Brazil as an indicator that the so-called emerging countries also jumped on the decade’s cheap financing bandwagon that has now come to an end for all of us. In fact, this appears to be the main argument underlying Ruchir Sharma’s recent analysis on the current performance of the BRIC countries (Brazil, Russia, India and China).
China’s growth has cooled down from double digits to less than 7%, while the other BRICs have taken a tumble, with their growth rates down by half. The evidence, the argument goes, suggests that emerging economies might always just be emerging and that what was thought to be the ‘rise of the rest’ might only be another boom-bust episode for developing and emerging countries –like the surge prior to the Tequila crisis of the 1990s, the Asian crises later in the decade or the Turkish crisis in the early 2000s–.
As the author points out: ‘[The] forecasts typically [take] the developing worlds’ high growth rates from the middle of the last decade and [extend] them straight into the future’. I fully agree with Sharma: this is misleading. However, it is advisable to look at some qualitative changes that have occurred before and during the golden 2000s and that might lead us to a different world economic and power map in the medium and long terms.
Growth versus Structural Change and Development
No doubt part of the reason why China and the rest of the BRICs grew so fast over the past decade is that the Western countries were growing too. Therefore, the BRICs took the opportunity to increase their exports to the main global consumption markets.
However, this economic dynamic was possible because the pillars for a steady –not necessarily even and constant– growth and economic development had been established and renewed for the previous three decades in several of the emerging economies. For instance, China’s first economic reform dates back to 1978, when the Communist Party decided to de-collectivise the agrarian sector. Since then, economic reforms have been constant. The main feature of the Chinese development model is that it has been able to adapt to new challenges (that is, economic challenges) both at the local and global levels. Brazil has been testing different development models since the 1950s. The expansion of the domestic market, regional exports and the consolidation of a local industry might be the muscle necessary to cope with the current slowdown in growth.
Actually, this steady path towards development in a very few but highly populated developing countries explains –mainly but not exclusively– the drop in hunger and extreme poverty levels that should lead to the accomplishment of the first of the Millenium Development Goals.
Emerging Countries have been Financing Developed Countries (and, this Time, Not Just Petro-dollars)
Another difference between what happened in the 2000s and previous boom episodes is that excess liquidity did not come from the developed countries or from oil-exporting economies. This time, part of the money came from emerging manufacturing countries. In fact, over the past decade the South was financing the North –as shown, for instance, by China’s accumulation of US public debt during most of the period–.
BRICs are Big (Individually)
It is big countries we are talking about. Of course, this is not the first time a developing country actually develops after the Second World War, in the current international order. It happened before to others like Norway, South Korea, Taiwan, New Zealand and Spain. But it is the first time this process is going on at the same time in at least three very big countries: China, Brazil and India.
Why is this so important? Because these countries will not need to adhere to a pre-established union or to informally join a certain group of economies, or to accept the rules of the game the way they are. All of them are becoming powerful global players (whether they like it or not) before being rich, and this is a new thing. This will probably change the current world order.
So it is difficult to predict what will happen in the near future. We do not even know whether the rise of China will be seen as a manifestation of the ‘superiority of authoritarian, state-run capitalism’ –something that, according to Sharma, could happen–. Perhaps it is more likely that China will experience a similar process to that of several of its neighbours –as its development model shares similarities with the South Korean, Taiwanese and Malaysian–. Social unrest should continue to rise as a new low-to-middle-class demanding more economic and new political and social rights starts to emerge out of extreme poverty and begins to flourish.
Sharma’s provocative and interesting article shows that analyses that view the development divide as a withering phenomenon due to a global catching-up process are far too optimistic –world inequalities are actually increasing, not decreasing–. Nevertheless, the 2000s have probably been much more than simply another episode involving a boom for the developing countries that will necessarily be followed by a bust, leaving things just the way they were last century.

Iliana Olivié is Senior Analyst at the Elcano Royal Institute and coordinator of the Elcano Global Presence Index (IEPG)

"Xefe" de quadrilha quer impor sua versao da historia...

Nem precisa impor, para os já convencidos de que o agente cubano é um "heroi" (de que povo mesmo?).
Os fraudadores e mentirosos não conseguem cumprir o que diz o estatuto do seu ajuntamento de totalitários aprendizes, que comanda expulsão para quem for pego com a boca na botija.
Ainda querem construir uma versão falsa da história. Pode ser que consigam em certos arraiais da embromação, da mentira e da fraude política.
Não com a ajuda, sequer com a omissão, deste blog.
Paulo Roberto de Almeida 

'Ninguém me tira a palavra', diz Dirceu

Em jantar na casa do advogado Hélio Madalena, o ex-ministro diz que Barbosa foi movido pelo 'ódio' e que recebeu solidariedade até dos EUA

Vera Rosa
O Estado de S.Paulo, 23 de novembro de 2012
José Dirceu, João Gomes, Luiz Sérgio e Paulo Rocha - Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
José Dirceu, João Gomes, Luiz Sérgio e Paulo Rocha
Na véspera da posse de Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - condenado a 10 anos e 10 meses de prisão - fez duras críticas a seu algoz. "Vou para a prisão, mas o direito a palavra ninguém me tira", afirmou Dirceu, durante jantar em sua homenagem, na quarta-feira, em Brasília.

O ex-todo poderoso ministro do governo Lula mostrou inconformismo com o julgamento do mensalão e disse que "o ódio imperou" na decisão de Barbosa. Na conversa com amigos e parlamentares do PT, na casa do advogado Hélio Madalena, no Lago Sul, Dirceu contou que já recebeu manifestações de apoio de autoridades de vários países, até mesmo dos Estados Unidos.

Os petistas prometeram organizar atos de desagravo a ele e ao ex-presidente do PT José Genoino, além de debates públicos sobre o julgamento. Hoje mesmo haverá uma reunião assim, em Osasco (SP), promovida pelo deputado João Paulo Cunha (PT), outro condenado no mensalão, com a participação de Dirceu e de Genoino.

O formato desses encontros foi tema do almoço de Dirceu com deputados do PT, também na quarta-feira, na casa do líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto, futuro secretário dos Transportes da Prefeitura de São Paulo.

Nas duas reuniões, Dirceu disse que se sente um "preso político" como nos tempos da ditadura e, mais uma vez, atacou a imprensa. Para ele, o Supremo foi influenciado por "forte pressão" da mídia no julgamento e fez uma interpretação "esdrúxula" da teoria do domínio funcional do fato - que dispensa atos de ofício - apenas para condená-lo.

O deputado distrital Chico Vigilante (PT), presente ao jantar, disse que haverá vários movimentos em defesa de Dirceu e de Genoino, em dezembro, além daqueles organizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista e Juventude do PT. Ninguém falou no ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também condenado.

"Vamos fazer um trabalho de formiguinha para provar à sociedade que esse julgamento foi político", comentou Vigilante. Questionado se Dirceu estava deprimido, ele respondeu que até se espantou com a tranquilidade do amigo. "Desde que conheço o Zé ele é do mesmo jeito. Nos momentos de dificuldade, quando a gente vai confortá-lo, é ele que conforta a gente."

Independencias latino-americas: reconhecimento pela Espanha (livro)

Recebo, da editora espanhola, a comunicação abaixo transcrita, que se deve ao fato de eu ter sido o autor do capítulo sobre o Brasil neste livro, editado por Carlos Malamud:

Queridos amigos:

Tengo el placer de comunicarles que el libro Ruptura y reconciliación. España y el reconocimiento de las independencias latinoamericanas ya está publicado. Les dejo la ficha web del libro para que puedan ver más detalles:

El próximo 28 de noviembre, como les habrán informado desde MAPFRE, tendrá lugar una presentación que se podrá ver en directo online: http://www.editorialtaurus.com/es/noticia/presentacion-del-libro-ruptura-y-reconciliacion-espana-y-el-reconocimiento-de-las-independencias-latinoamericanas/

A su vez, comentarles que les he mandado por correo desde Madrid a cada autor tres ejemplares del libro. Espero que no se demoren mucho.

Un afectuoso saludo,
Paloma Castro Carro
Editora
cid:image002.jpg@01CC7879.FA10E950
Avenida de los Artesanos 6, 28760, Tres Cantos, Madrid, España
Tel. +34 91 744 92 34
 cid:image003.jpg@01CDA6EC.0C13F6A0
Meu capítulo é este,  com os demais dados editoriais do livro em questão:

Brasil”. In: Malamud, Carlos (coord.). Ruptura y Reconciliación: España y el reconocimiento de las independencias latinoamericanas (Madrid: Ed. Taurus y Fundación Mapfre, 2012, 402 p.; Serie Recorridos n. 1; América Latina en la Historia Contemporánea; p. 199-212; ISBN: 978-84-306-0940-6 (Taurus); 978-84-9844-392-9 (Mapfre); links: http://www.editorialtaurus.com/es/libro/ruptura-y-reconciliacion/; http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/MalamudEspana2012.html). 
Relação de Originais n. 2112. Relação de Publicados n. 1078.

A estrutura do livro é esta aqui:

INDICE:

15  El reconocimiento español de las repúblicas latinoamericanas: el fin del «estado de incomunicación» entre las partes, Carlos Malamud
19  Las principales razones del reconocimiento tardío y prolongado
26  Los primeros tratados
31  La cuestión centroamericana
34  Brasil y otros casos especiales: Cuba, Panamá y República Dominicana

 37  MÉXICO, Agustín Sánchez Andrés
37  El fracaso de los intentos para conseguir una independencia consensuada
39  Fernando VII y la política de confrontación (1824-1833)
43  Hacia la reconciliación (1834-1836)
48  Tratado definitivo de Paz y Amistad
51  Artículo secreto adicional

53  ECUADOR, Agustín Sánchez Andrés y Marco Antonio Landavazo Arias
53  La regencia y el reconocimiento de las nuevas repúblicas americanas
55  El fracaso del primer intento de acercamiento (1836-1838)
57  La misión de Gual y el tratado de 1840
65  Tratado de Paz y Amistad

75  CHILE, María José Henríquez Uzal
75  Una tímida aproximación
78  El advenimiento de Portales y la sucesión de Fernando VII
84  La misión Borgoño
88  Tratado de Paz y Amistad

93  VENEZUELA, María Teresa Romero
96  Un proceso de negociación largo, complejo y tardío
98  La misión Montilla
99  La misión Soublette
100  La misión a distancia
101  La misión Fortique
103  Más allá del reconocimiento

105  BOLIVIA, Eugenia Bridikhina
105  Bolivia después de la independencia
 108  El proceso de acercamiento a España
 112  La firma del Tratado de Reconocimiento
 117  Tratado de Paz y Amistad

 125  NICARAGUA,  Ligia Madrigal Mendieta
 126  Los sucesos en Nicaragua en vísperas del tratado
 129  Nicaragua frente a Inglaterra
 130  La diplomacia inglesa. Sus intereses en Nicaragua
 133  Las contradicciones con Costa Rica
 135  Las consecuencias del tratado
 137  Tratado de Paz y Reconocimiento

 145  COSTA RICA,  Jorge Francisco Sáenz Carbonell
 145  Los antecedentes. La separación de Costa Rica de Españay los años siguientes
 149  Los antecedentes inmediatos. La misión Molina y la importancia del reconocimiento español
 152  La negociación y la firma del Tratado Molina-Pidal
 155  Después del tratado: las últimas actuaciones de Molina en Madrid y el canje de ratificaciones
 159  Un epílogo de indiferencia: relaciones formales y distantes
 160  Tratado de Reconocimiento, Paz y Amistad

 169  REPÚBLICA DOMINICANA, Francisco Javier Alonso Vázquez
169  Consideraciones relativas a la especificidad de la historia e independencia de República Dominicana hasta 1844
172  La historia nacional dominicana entre 1844 y 1855
175  El tratado hispano-dominicano de 1855
180  Tratado de Reconocimiento, Paz, Amistad, Comercio, Navegación y Extradición

 199  BRASIL, Paulo Roberto de Almeida
199  El caso especial de Brasil en el marco de las independencias americanas
200  El marco formal de las relaciones España-Portugal-Brasil en la era de las independencias
203  La independencia de Brasil y las relaciones entre Portugal y España
208  El reconocimiento de la independencia de Brasil por España
213  El primer tratado firmado: el Convenio Consular (1863)
215  La trayectoria de las primeras relaciones entre España y Brasil durante el siglo XIX

 219  ARGENTINA, Beatriz Figallo
219  La revolución en el Río de la Plata
221  La incomunicación con España
222  La Confederación Argentina y España, entre lo regional y lo internacional
224  Las misiones de Alberdi a España y los primeros tratados
227  La cuestión de la nacionalidad
229  Buenos Aires y el Tratado de Reconocimiento definitivo con España en 1863
232  Conclusiones
233  Tratado de Reconocimiento, Paz y Amistad

 239  GUATEMALA, José Edgardo Cal Montoya
239   El tratado de 1863 entre España y Guatemala: inconvenientes y controversias de unas negociaciones amistosas
247   Tratado de Reconocimiento, Paz y Amistad

253   EL SALVADOR, Carlos Wilfredo Moreno
255  La firma definitiva del tratado
261  Tratado de Paz y Amistad

 269  URUGUAY, Juan Oribe Stemmer
271  Los tratados de amistad, comercio y navegación
273  El Tratado
275  El contenido del tratado
279  Conclusiones
280  Tratado de Reconocimiento, Paz y Amistad

 287  PERÚ, Cristóbal Aljovín de Losada y Francis Natalíe Chávez Aco
287   Las relaciones entre España y Perú
294   Tratado de Paz y Amistad

297  PARAGUAY, Liliana M. Brezzo
298  La independencia de Paraguay y su reconocimiento internacional
301  España, Brasil y el reconocimiento de la independencia de Paraguay
307  La primera misión diplomática de Paraguay en Europa: las negociaciones de Francisco Solano López en España
310  El tratado
313  Tratado de Paz y Amistad

 315  COLOMBIA, Gloria Inés Ospina Sánchez
315  Antecedentes
317  La presidencia de Julián Trujillo y el inicio de las negociaciones
320  Problemas con Venezuela y consultas a París
326  El tratado
327  Consecuencias
329  Tratado de Paz y Amistad

 331  HONDURAS, Olga Joya
332  El marco político
335  Las condiciones del texto
336  Centroamérica y sus fronteras
337  El marco económico
338  La política exterior a finales del siglo XIX
339  Repercusiones del tratado
342  Tratado de Paz y Amistad

 345  PANAMÁ, Aristides Royo
345  Vocación y destino intermarino del istmo de Panamá

 353  CUBA, Alejandro García Álvarez
353  Los antecedentes
356  La independencia, Estados Unidos y la autonomía
357  La separación de España: un paso intermedio
359  Las relaciones entre España y Cuba en el nuevo contexto
361  España reconoce a Cuba como Estado independiente
365  Un punto final a la cuestión

 367  Bibliografía
 389  Índice onomástico
399  Los autores

Noticias atrasadas (combina com o Brasil...)

Estou inaugurando uma outra seção, desta vez, de notícias aparentemente correntes, mas que, na verdade, se trata de

NOTÍCIAS RIGOROSAMENTE ATRASADAS

Comecemos por esta aqui, que me parece atrasada em pelo menos trinta anos, senão mais...

PAÍS PRECISA AUMENTAR NÚMERO DE PATENTES, DIZ COORDENADOR DO CNPQ 
Fonte: Portal do MCTI de 14.11.2012
O Brasil precisa aumentar sua criação de patentes. A mensagem foi dada pelo coordenador de Cooperação Multilateral do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Cassiano D’Almeida, ao participar, nesta terça-feira (13), da arena "Ciência sem Fronteiras: ConstruindoDurante o painel “Estudo de casos de cooperação da Indústria com o programa Ciência sem Fronteiras”, o coordenador do CNPq apontou deficiências nacionais em relação à inovação. “A pesquisa e desenvolvimento [P&D] no Brasil ainda é muito concentrada nas universidades, quando deveria estar mais presente na indústria”, assinalou. D’Almeida concluiu sua participação lembrando que o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) é uma iniciativa inspirada em exemplos bem-sucedidos de países que apostaram na educação como diferencial, como a Coreia do Sul. redes internacionais para inovação", do 5º Open Innovation Seminar (OIS), ou 5º Seminário de Inovação Aberta, que se encerra nesta quarta (14), em São Paulo.

Meu comentário (PRA):
Agora é que esse pessoal está descobrindo isto??? Mais um pouco vão descobrir a pólvora e a lei da gravidade. Estamos avançando aceleradamente para trás... 


Noticias que eu preferia NAO ter lido... (seção inutilidades)

Eu leio muita coisa, eu sei, e todos que frequentam este espaço aberto, sabem do volume e da diversidade de informações que eu manipulo cotidianamente, todas as horas, do dia, da noite, e em outros horários também.
Muita coisa do que posto aqui é feita de simples transcrições de matérias jornalísticas, informativas ou analíticas, o que transforma este blog numa espécie de depósito, ou repertório, de notícias úteis para quando alguém, eu no caso, precisar recuperar alguma informação relevante para algum trabalho analítico ou expositivo.
Muita coisa do que leio é perfeitamente inútil, seja porque redundante, seja porque francamente estúpida, inútil ou desinteressante, mas até isso pode ser indicativo de alguma coisa.
Pois bem: estou inaugurando agora, de forma totalmente irreverente, e iconoclasta, como é o espírito deste blog, uma seção especial de matérias que eu preferia NÃO ter lido, seja porque expressam coisas que não deveria estar acontecendo - por equivocadas, inúteis, desperdício de dinheiro público -- ou porque constituem simples bullshits, de governos, de organizacões, de pessoas (e todos sabem como existem personagens que gostam de enganar os outros, ou nos chamar de idiotas, com conversas totalmente furadas, e desnecessárias).
Que vou fazer, se existem essas coisas inúteis, que poderiam não existir, mas que insistem em nos fazer perder um precioso tempo com iniciativas que nunca deveriam ter sido tomadas?
Pois bem, vamos começar nossa seleção de

NOTÍCIAS QUE EU PREFERIA NÃO TER LIDO (22/11/2012):

Brasil defende planejamento regional integrado entre países da América Latina
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior (foto), defendeu nesta quinta-feira (22/11) o planejamento regional integrado entre os países da América Latina, como forma de reduzir as assimetrias entre essas nações e impulsionar a inserção dessas economias em um mercado internacional crescentemente competitivo.
 (mais aqui)

Vicentinho vai aprimorar projeto que garante direitos a DJ’s
O deputado Vicentinho (PT-SP) afirmou ontem que está aberto a sugestões para aperfeiçoar o projeto de lei (PL 3265/12), do Senado, que regulamenta a profissão de Disc-Jóquei. A proposta, relatada por ele na Comissão de Trabalho, define dois tipos de profissionais: o DJ ou profissional de cabine de som e o produtor DJ. O texto prevê a exigência de registro profissional para os DJ’s e fixa carga de trabalho em seis horas diárias e 30 semanais para as duas categorias. (...)

 O BNDES da América do Sul nasce em março com US$ 7 bi de capital e sede em Caracas
 O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda anunciou nesta quarta-feira (21/11) o início do Banco do Sul, ao informar que os ministros de finanças de Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela vão reunir-se, em março, para definir a diretoria e os procedimentos de abertura da conta para o aporte de recursos dos sócios. A instituição de fomento, que terá sede em Caracas, capital venezuelana, e subsidiária em Buenos Aires, capital argentina, contará com capital inicial de US$ 7 bilhões.
(mais aqui

Tombini faz prognóstico positivo da economia em audiência na Câmara
Ao traçar para deputados e senadores um raio-X da atividade econômica brasileira, o presidente do Bando Central (BC), Alexandre Tombini, disse na quinta-feira (22) durante audiência pública na Câmara, que a economia do País vive um ritmo mais intenso de crescimento neste semestre, impulsionada, sobretudo, pela demanda doméstica. (...)
“O nível de confiança do empresariado está elevado”, afirmou. A melhoria da competitividade, explicou Tombini, tem relação direta com algumas políticas de governo, como a desoneração a folha de pagamento, que reduziu o custo do emprego para os empregadores, e a já anunciada redução das tarifas de energia, uma dos grandes vilãs da competitividade industrial.

Meu comentário (PRA) a esta última notícia enganosa:
Mas como pode ter melhorado a competitividade geral da economia se a desoneração da folha de pagamentos se aplica apenas e tão somente a um número muito limitado de setores e ainda nem entrou em vigor? Como, por outro lado, o simples anúncio de uma redução de tarifas de energia, que não se sabe se e quando vai entrar em vigor, tem o poder de já melhorar a competividade industrial?
Enfim, uma notícia que certamente eu preferia NÃO ter lido...
Paulo Roberto de Almeida   

Argentina: pagando o preco da moratoria unilateral de 2002

Em 2002, lembro-me de ter "discutido" com alguns colegas, amigos ou correspondentes, a propósito da moratória unilateral da Argentina sobre sua imensa dívida externa. Os "progressistas", ou antineoliberais, invariavelmente apoiavam a "corajosa" medida argentina, achando que era isso mesmo que era necessário e imprescindível, para que a Argentina pudesse voltar a crescer em bases mais sãs, e desprovidas da ameaça, e da obrigação contratual concreta, de remessa de milhões de dólares anuais a título de serviço da dívida (juros) e da amortização do principal.
Eu, que nunca fui neoliberal, ou algo do gênero, sempre argumentei que a Argentina pagaria um alto preço pelo calote unilateral imposto aos milhares de credores, muitos dos quais tiveram de aceitar o desconto humilhante imposto pelo governo argentino (apenas 30 centavos de dólar, por cada dólar da dívida contraída).
Pois bem, a despeito do spread altíssimo que a Argentina teria de pagar se quisesse retornar aos mercados financeiros, fui "desmentido" durante anos pelas taxas realmente robustas do crescimento da economia argentina, em parte mera recuperação das perdas de 2001-2001, em outra proporção, os estímulos temporários criados por vários anabolizantes ministrados a partir de sua introversão econômica dos anos K.
Mas, a economia nunca falha e, como diria um filósofo, as consequências sempre vêm depois. A Argentina está agora pagando o preço de seu enfrentamento com os mercados, com os tribunais, com os credores, com a simples realidade.
Só posso ser, nestas circunstâncias, um profeta do apocalipse: não haverá meios de evitar um desastre, e uma nova crise é o que desponta no futuro próximo do país.
Paulo Roberto de Almeida 

Argentina é condenada a pagar Credores

Justiça de NY determina que governo quite dívida de US$ 1,3 bilhão com fundos

Ariel Palacios, correspondente em Buenos Aires 
O Estado de S.Paulo, 22 de novembro de 2012

BUENOS AIRES - O juiz federal americano Thomas Griesa, da Justiça de Nova York, determinou que a Argentina pague até 15 de dezembro US$ 1,3 bilhão aos credores da dívida pública do país que optaram por ficar de fora das duas reestruturações dos bônus, realizadas em 2005 e 2010 pelos governos de Néstor e Cristina Kirchner. A decisão de Griesa deve piorar a abalada imagem financeira do país no exterior.
Cristina Kirchner diz que não pretende pagar credores - Efe
Efe
Cristina Kirchner diz que não pretende pagar credores
Cristina considera esses credores, chamados de holdouts, "fundos abutres". Segundo ela, tratam-se de fundos de investimentos, assessorados por experientes times de advogados, que compram títulos a preços baixos para especular com esses bônus nos mercados e nos tribunais para obter melhores preços. A presidente argentina diz que não pretende pagá-los.
Era previsto que a Argentina pagasse US$ 3,14 bilhões aos credores dos títulos reestruturados em dezembro. Mas esse pagamento só pode ser feito, segundo a Justiça americana, depois que o governo deposite os US$ 1,3 bilhão em uma conta para os "abutres". Assim, embora conte com fundos para pagar os credores reconhecidos, a Argentina ficaria à beira de um calote técnico.
"A Argentina deve isso e o deve agora", declarou o juiz. Na terça-feira, o ministro da Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, disse que, caso seja necessário, o governo Kirchner apelará à Corte Suprema dos EUA.
Fragata
Além dos problemas com o juiz Griesa, a Argentina vive um impasse jurídico com Gana, país da Costa da Guiné onde está retida a fragata Liberdade, o navio-escola argentino.
A embarcação foi detida há dois meses e meio - em plena viagem com seus cadetes - no porto de Tema, Gana, a pedido do fundo americano NLM-Elliot, que pediu o embargo desse ativo do Estado argentino como forma de pressionar pelo pagamento dos títulos em estado de calote.
Segundo o tribunal ganense, a fragata somente será liberada com o pagamento de um depósito de US$ 20 milhões. No entanto, a presidente Cristina declarou que não pagaria um centavo aos credores envolvidos. Além disso, Cristina exige que Gana indenize a Argentina e o pequeno país do Golfo da Guiné peça desculpas publicamente. 
Veja também:
link
Após greve geral, governo argentino ataca rivais
link
Peronismo pode ser o problema ou asolução para Cristina 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Falklands-Malvinas: um imbroglio eterno?

Recebo, de um leitor deste blog, as seguintes perguntas:

On Nov 22, 2012, at 02:25 PM, [fulano] <fulano@gmail.com> wrote:

Boa tarde
Dr. Paulo, gostaria de tirar uma dúvida sobre as Malvinas.
Eu acredito que a situação política das Malvinas, está mais para uma posição geográfica estratégica militar em relação a América do Sul do que simplesmente uma situação isolada para benefícios para a Argentina.
No entanto, caso a Argentina obtenha direitos sobre as Malvinas, após análise da ONU, e a Inglaterra não concordar, esgotados todos os direitos legais, poderá a Argentina ter o direito de  expulsar a Inglaterra por uso da força?
Grato

 [Fulano]

Eis o que respondi, muito improvisadamente e de forma rápida:

Ilhas no meio do oceano sempre são interessantes, para países costeiros, ainda que um pouco longe da linha territorial: elas ampliam tanto o conceito e a realidade do mar territorial (12 milhas reconhecidas internacionalmente, 200 milhas requeridas por muitos países), como a da Zona Econômica Exclusiva, também de 200 milhas segnudo a Convenção do Direito do Mar. Estamos falando de recursos econômicos: petróleo e outros nódulos metálicos, além dos recursos pesqueiros.
Quando Grã-Bretanha se apossou do antigo território espanhol das Malvinas, reivindicado pela Argentina então nascente, se tratava apenas de uma etapa de apoio na longa viagem entre o Atlântico norte e o Pacífico, passando pelo canal de Magalhães para alcancar o Oriente, cujo outro acesso seria pelo Indico, antes da abertura dos canais do Panamá e de Suez.
No plano militar tinha pouca importãncia, mas a Royal Navy, como todo grande império, gostava de ter bases em todos os mares. Hoje sua importância é basicamente econômica.

Não sei como a ONU poderia conceder direito sobre as Malvinas à Argentina, pois isso dependeria, basicamente, de um laudo da Corte Internacional de Justiça, caso as duas partes aceitassem tal procedimento e se comprometessem a cumprir um veredito (que imagino não ocorrerá por objeção da GB), ou de uma resolução do CSNU, o que também não ocorrerá, uma vez que a GB também possui direito de veto, mesmo que todos os demais, e os quatro outros permanentes, assim o desejem.
Não haverá, portanto, mas se por acaso houvesse, a Argentina ainda assim não teria como conduzir sozinha uma operação de "desalojo", pois não estaria se defendendo de uma agressão contra si, e não teria nenhuma resolução do CSNU autorizando medidas retorsivas. A única operação desse tipo ocorrida foi a primeira guerra do Golfo, depois que o Iraque invadiu o Kwait.
Ou seja, o tema vai permanecer na agenda, mas não haverá solução política, diplomática ou militar, até que a GB decida, sozinha, unilateralmente, por vontade própria, retirar seus cidadãos das Malvinas e entregar o território à Argentina.
Isso, se ocorrer, deve demorar pelo menos mais 50 anos, até que estejam mortos todos os protagonistas da guerra de 1982.
 Paulo Roberto de Almeida

Licoes nao solicitadas de economia: a falsa versao e a verdadeira - Rolf Kuntz

As lições de Tia Dilma

Rolf Kuntz 
O Estado de S.Paulo, 21 de novembro de 2012
 
A presidente Dilma Rousseff aproveitou a viagem à Espanha para oferecer aos governantes europeus, mais uma vez, lições de política econômica. Nenhuma autoridade local perguntou à visitante por que a economia brasileira deve crescer tão pouco neste ano - talvez nem 2% -, depois do fiasco dos 2,7% em 2011. Enquanto ela completava suas lições e propunha maior autonomia para o Banco Central Europeu, em Brasília a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, divulgava mais um constrangedor balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desde o início do governo até setembro, foram aplicados R$ 385,9 bilhões em "obras de infraestrutura logística, social e urbana", segundo os dados oficiais. Mas esse valor inclui R$ 154,9 bilhões de financiamentos habitacionais e de subsídios ao programa Minha Casa Minha Vida. Esses financiamentos correspondem a 40,1% do total contado como investimento. Faltou a presidente explicar aos europeus se essa forma de contabilidade é parte do pragmatismo por ela defendido durante a cúpula ibero-americana. Ou dizer se é pragmático tentar impor sem conversa prévia os contratos de renovação de concessões às companhias do setor elétrico. A depreciação das ações da Eletrobrás, R$ 7,9 bilhões de 11 de setembro a 19 de novembro, parece indicar uma resposta negativa.
Em seus comentários mais sensatos, a presidente defendeu uma combinação de austeridade e crescimento como a fórmula mais eficiente para o ajuste europeu. A arrumação fiscal, ponderou, será muito mais difícil, penosa e pouco frutífera, se depender apenas do corte de gastos e do aumento de impostos. Mas esse comentário foi mera repetição do discurso apresentado muitas vezes por dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), por economistas de várias nacionalidades e por alguns governantes europeus. Sem acrescentar a mínima novidade em relação a esse ponto, a presidente permitiu-se, no entanto, reescrever a história econômica à sua maneira. Para reforçar sua argumentação, citou a experiência latino-americana dos anos 80 e 90, quando os governos do Brasil e de outros países foram, segundo o seu relato, orientados pelo FMI a adotar políticas de ajuste sem espaço para crescimento.
Essa versão é popular, mas a história é um pouco mais complicada e inclui detalhes mais instrutivos. Dezenas de países afundaram na crise da dívida externa, nos anos 80. O drama começou quando o Federal Reserve, o banco central americano, iniciou um drástico aumento de juros em 1979. O desastre generalizou-se em 1982, mas vários países entraram em apuros bem antes disso. A renegociação das dívidas foi vinculada a duros programas de ajuste, jamais cumpridos integralmente por alguns governos, incluído o brasileiro.
O programa inicial de ajuste adotado no Chile foi reformado e substituído, com bons resultados, depois de algum tempo. O governo coreano iniciou a arrumação em 1979. O país entrou em recessão em 1980 e em seguida voltou a crescer velozmente, com déficit fiscal reduzido, grande aumento de exportações e investimentos sempre superiores a 30% do PIB. Chile e Coreia saíram da crise com as contas públicas em ordem, inflação baixa e medidas fundamentais para competir e crescer.
Falta algo, portanto, na versão popular, repetida pela presidente Dilma Rousseff, da história da crise e dos ajustes dos anos 80. Falta explicar por que alguns países - Coreia e Chile são apenas dois dos exemplos mais notáveis - emergiram da fase de provação muito mais fortes do que antes. Outras economias da Ásia atingidas pela crise da dívida também se tornaram mais eficientes a partir da segunda metade dos anos 80. A maior parte dos países latino-americanos ficou para trás porque os governos foram incapazes, por muito tempo, de abandonar velhos vícios e de favorecer a eficiência. Não se deve atribuir esse atraso a algum excesso de austeridade, mas à insistência na prática de contemporizar em vez de enfrentar os problemas.
Quando os governantes se dispuseram, afinal, a adotar reformas e políticas sustentáveis, as contas públicas melhoraram, a inflação caiu, as contas externas se tornaram superavitárias e as reservas cresceram. Por essas mudanças, e nada mais, as ações de socorro do FMI à América Latina foram bem menos frequentes nos primeiros anos deste século do que nas três ou quatro décadas anteriores.
Nenhuma dessas conquistas é irreversível. Em alguns países, o grande risco é a tentação do populismo. No Brasil, a tentação mais perigosa é a dos controles autoritários. A intervenção nos preços dos combustíveis, as pressões para corte de juros, o jogo perigoso de tolerância à inflação e as trapalhadas na política do setor elétrico são elementos desse quadro. O atraso nos projetos da Petrobrás é uma das consequências. A presidente seria provavelmente menos propensa a dar lições se pensasse um pouco mais sobre esses fatos.
* JORNALISTA

Islandia e Irlanda: as verdadeiras causas da crise (nao as atribuidas...)

Corre a versão, em certos setores ingênuos, mal informados, ou simplesmente deliberadamente deformados (ou seja, mistificadores, mentirosos, fraudadores, equivocados e enganadores, e nem preciso dizer quem é), de que as crises financeiras dos países desenvolvidos, a partir de 2008 -- sucedendo ao estouro da bolha imobiliária em 2007 -- foram provodadas por manobras especulativas de loiros de olhos azuis, pela ambição desmedida dos banqueiros de Wall Street, enfim pela cupidez habitual do capitalismo financeiro, sempre tão propenso a privatizar lucros e a socializar prejuizos.
A história, obviamente, é mais complexa do que isso, e se houve especulação, cabe lembrar que nenhum banqueiro ganancioso, nenhum especulador de Wall Street, nenhum manipulador de mercado, seja ele preto, loiro, azul ou vermelho, tem a capacidade de fixar os juros de referência.
Quem faz isso são os bancos centrais, que sinalizam, portanto, para o resto do sistema financeiro, e para a sociedade em geral, quais os níveis que serão praticados nos mercados imobiliários, de créditos para consumo, investimento, etc.
Juros baixos, obviamente, são uma benção para devedores, investidores e outros inadimplentes, enquanto são uma maldição para poupadores e credores. O mundo não é o ideal, e se os mercados fossem livres, realmente, como proclamam aqueles que acreditam equivocadamente que o sistema financeiro não tem regras (quando as tem, e muitas), esses mercados jamais fixariam as taxas de juros em níveis artificialmente baixos durante tanto tempo, como fizeram o Federal Reserve (de 2002 a 2005) e diversos outros bancos centrais.
Em resumo, quem provocou verdadeiramente as crises foram os bancos centrais, não os mercados, como demonstra este articulista sobre os casos mais dramáticos da Islância e da Irlanda...
Paulo Roberto de Almeida 

Ire and Ice: A Tale of Two PIIIGS
by Frank Shostak 

Mises Daily, November 22, 2012

There were a lot of commentaries regarding the Ireland and Iceland 2008–2012 financial crises. Most of the commentaries were confined to the description of the events without addressing the essential causes of the crises. We suggest that providing a detailed description of events cannot be a substitute for economic analysis, which should be based on the essential causes behind a crisis. The essential cause is the primary driving force that gives rise to various events such as reckless bank lending (blamed by most commentators as the key cause behind the crisis) and a so-called overheated economy. Now, in terms of real GDP, both Ireland and Iceland displayed strong performance prior to the onset of the crisis in 2008. During 2000–2007, the average growth in Ireland stood at 5.9 percent versus 4.6 percent in Iceland. So what triggered the sudden collapse of these economies?

Central-Bank Policy the Key Trigger for Economic Boom

What set in motion the economic boom (i.e., a strong real GDP rate of growth) in both Ireland and Iceland was an aggressive lowering of interest rates by the respective central banks of Ireland and Iceland. In Ireland, the policy rate was lowered from 13.75 percent in November 1992 to 2 percent by November 2005. In Iceland, the policy rate was lowered from 10.8 percent in November 2000 to 5.2 percent by April 2004.

In response to this, bank lending showed a visible strengthening with the yearly rate of growth of Irish bank assets rising from 7.4 percent in June 2002 to 31 percent by November 2005. In Iceland, the yearly rate of growth of bank lending to residents climbed from 26.5 percent in September 2004 to 57.8 percent by April 2006.

The growth momentum of the money supply strengthened visibly in both Ireland and Iceland. The yearly rate of growth of our measure of money supply (AMS) for Ireland jumped from minus 6.7 percent in March 2003 to 22 percent by March 2006. In Iceland, the yearly rate of growth of AMS climbed from minus 1.6 percent in January 2003 to 61.6 percent by June 2004 before closing at 47.7 percent by July 2004.

The aggressive lowering of interest rates, coupled with strong increases in the money-supply rate of growth, gave rise to various bubble activities. (The central banks' loose monetary stance set in motion the transfer of wealth from wealth-generating activities to nonproductive bubble activities.)

Central-Bank Policies Trigger Economic Bust

Because of strong increases in the money-supply rate of growth, a visible strengthening in price inflation took place in Ireland and Iceland. In Ireland, the yearly rate of growth of the consumer price index (CPI) rose from 2.9 percent in January 2006 to 5.1 percent by March 2007. In Iceland, the yearly rate of growth of the CPI jumped from 1.4 percent in January 2003 to 18.6 percent by January 2009.

To counter the acceleration in price inflation, the central banks of Ireland and Iceland subsequently tightened their stance. The policy interest rate in Ireland rose from 2.25 percent in January 2006 to 4.25 percent by July 2008. In Iceland, the rate shot up from 10.2 percent in January 2006 to 18 percent by February 2009. Furthermore, the pace of money pumping by the central bank of Ireland fell to minus 8.2 percent by July 2007 from 25 percent in January 2007. The pace of pumping by the Iceland's central bank fell to 43 percent by February 2008 from 123 percent in July 2006.

The yearly rate of growth of AMS in Ireland plunged from 32 percent in August 2009 to minus 30 percent by November 2011. In Iceland, the yearly rate of growth of AMS fell from 96 percent in October 2007 to minus 18 percent by September 2009.

The sharp fall in the growth momentum of the money supply, coupled with a tighter interest-rate stance, put pressure on various bubble activities that emerged on the back of the previous loose-monetary-policy stance.

Consequently, various key economic indicators came under pressure. For instance, the unemployment rate in Ireland rose from 4.4 percent in January 2006 to 14.9 percent by July 2012. In Iceland, the unemployment rate climbed from 2 percent in January 2006 to 9.2 percent by September 2010. Year on year, the rate of growth of Irish real retail sales fell from 3.8 percent in January 2008 to minus 25 percent by September 2009. In Iceland, the yearly rate of growth of real retail sales fell from 11.9 percent in Q1 2008 to minus 31 percent by Q1 2009.

Most commentators blame the crisis on the conduct of banks that allowed the massive expansion of credit. It is held that this was responsible for the massive property boom in Ireland and overheated economic activity in Iceland.

We hold that the key factor in the economic crisis was the boom-bust policies of the central banks of Ireland and Iceland. Loose monetary policy had significantly weakened the economies' abilities in both Ireland and Iceland to generate wealth. This resulted in the weakening of various marginal activities. Consequently, a fall in these activities, followed by a decline in the pace of lending by banks — and this, in turn, coupled with a tighter stance by central banks — set in motion an economic bust. With the emergence of a recession, banks' bad assets started to pile up and this in turn posed a threat to their solvency.

From May 2007, the banks' stock prices on the Irish stock market declined markedly — they had halved by May 2008. This had an inevitable effect on banks' capital-adequacy ratios and therefore their ability to lend the ever-higher amounts that were necessary to support property prices.

As a result, housing loans as percentage of GDP plunged from 70.5 percent in Q2 2009 to 49.2 percent by Q2 this year. At the height of the boom, a fifth of Irish workers were in the construction industry. The average price of a house in Ireland in 1997 was €102,491. In Q1 2007 the price stood at €350,242 — an increase of 242 percent. The average price of a home in Dublin had increased 500 percent from 1994 to 2006.

Now, in Iceland, at the end of Q2 2008, external debt was €50 billion, more than 80 percent of which was held by the banking sector — this value compares with Iceland's 2007 GDP of €8.5 billion. The liabilities of the three main banks were almost 10 times the size of the island's GDP.

With the emergence of the bust, Icelandic authorities allowed its banks to go belly up, while the Irish government decided to support the banks. According to estimates, the cost to the taxpayers of providing support to Irish banks stood at €63 billion. (The private debt of the failed banks was nationalized.) In Iceland, the government, by allowing Icelandic banks to fail, made foreign creditors, not Icelandic taxpayers, largely responsible for covering losses.

The fact that Iceland allowed the banks to go bankrupt was a positive step in healing the economy. Unfortunately Iceland introduced a program of safeguarding the welfare of the unemployed. Also, the collapse of the Icelandic krona was a hard hit to homeowners who borrowed in foreign currency. In response to this, the authorities orchestrated mortgage-relief schemes. Iceland has also imposed draconian capital controls. Obviously, all this curtailed the benefits of allowing the banks to go belly up.

Whether the Icelandic economy will show a healthy revival, as suggested by some experts, hinges on the monetary policy of Iceland's central bank. We suggest the same applies to Ireland. (What is required is to seal off all the loopholes for the growth of the money supply.)

However, it is clear that Iceland's economic situation is less bad than Ireland's, and that is largely due to the Iceland's allowing its banks to go bankrupt.

Bad Policies Are Coming Back

For the time being in Iceland, the yearly rate of growth of AMS jumped from minus 11.3 percent in May 2010 to 34 percent by May 2012. Also, in Ireland, the growth momentum of AMS is showing strengthening with the yearly rate of growth rising from minus 30.3 percent in November last year to 4.7 percent in September 2012.

The rising growth momentum of money supply is a major threat to sound economic recovery in both Ireland and Iceland.

Also note that the policy interest rate in Ireland fell from 1.5 percent in October 2011 to 0.75 percent at present. In Iceland, the policy rate was lowered from 18 percent in February 2009 to 4.25 percent by July 2011. All this again sets in motion a misallocation of resources and new bubble activities — and, in turn, economic impoverishment.

Summary and Conclusion
Many commentators blame reckless bank lending as the key cause behind the 2008–2012 financial crises in Ireland and Iceland. Our analysis, however, suggests that it was not the banks as such that caused the crisis but rather the boom-bust policies of the central banks of Ireland and Iceland. It is these institutions that set in motion the false economic boom and the consequent economic bust. While Iceland allowed its banks to go bankrupt, the Irish government chose to bail out its banks. So, in this sense, the Icelandic authorities did the right thing, and Iceland has consequently outperformed Ireland economically. We hold that despite this positive step, Iceland's authorities have introduced various welfare schemes that have curtailed the benefits of having let banks go belly up. Furthermore, both Ireland and Iceland have resumed aggressive money pumping, thereby setting in motion the menace of boom-bust cycles.

Frank Shostak is an adjunct scholar of the Mises Institute and a frequent contributor to Mises.org. His consulting firm, Applied Austrian School Economics, provides in-depth assessments and reports of financial markets and global economies. Send him mail. See Frank Shostak's article archives.

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