O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Turismo governamental e lazeres aereos: FABtour -Aldo Guantanamera

Governo Dilma

Ministro do Esporte levou família a Cuba em jato oficial

Aldo Rebelo deu carona para a mulher e o filho no Carnaval; ministro diz que familiares cumpriram a programação definida pelo governo cubano

Ministro do esporte Aldo Rebelo
Ministro Aldo Rebelo: carona para familiares em jato da FAB (Ueslei Marcelino/Reuters)
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, levou a mulher e o filho para Cuba, durante o Carnaval, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Aldo viajou para Cuba para fechar um intercâmbio de atletas entre os dois países para os Jogos Olímpicos de 2016. O ministro recebeu diárias de 1.776,25 reais.
Aldo afirmou que os familiares também foram convidados pelo governo cubano. No entanto, nem a mulher nem o filho do ministro representaram o Brasil na missão. Segundo o jornal, na agenda divulgada pelo ministério sobre a viagem a Cuba não constava o nome dos dois como integrantes da comitiva.
O grupo saiu de Brasília em um jatinho Legacy, da Embraer, no dia 9 de fevereiro, fazendo escala em Boa Vista (RR).
O Ministério do Esporte afirmou que a viagem da mulher e do filho de Aldo não acarretou acréscimo ao custo da viagem, já que ambos foram convidados pelo governo de Cuba e cumpriram a programação “definida pelo protocolo cubano”. A pasta reforçou que os familiares foram hospedados pelo governo cubano.

Outros casos – 
Os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, utilizaram as aeronaves da FAB para eventos particulares. Henrique Alves levou no jatinho oficial parentes e colegas para à final da Copa das Confederações, no dia 15 de junho, no Rio de Janeiro. Também para assistir à partida no Maracanã, o ministro Garibaldi Alves levou o filho e um empresário de carona no voo oficial. Calheiros, por sua vez, usou o jatinho da FAB para ir a um casamento na Bahia

Futebol, Brasil, FIFA, corrupcao, ineficiencia, incompetencia: andam juntos? - Carlos Brickmann

Brigando com os fatos. Carlos Brickmann, para o Observatório da Imprensa
(*) Especial, Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), 
Circo da Notícia, 23 de julho/2013

O esporte nacional não é mais o futebol. O esporte nacional é bater na FIFA, organizadora da Copa do Mundo. Não importa o que a FIFA diga, está errado - mesmo quando o que a FIFA diz está de acordo com as opiniões de quem a critica. Trata-se a FIFA, nos meios de comunicação, como se fosse uma entidade todo-poderosa, acima dos países e governos, a quem humilha por pura maldade, embora a FIFA seja apenas, para o bem e para o mal (e frequentemente para o mal, já que há inúmeros casos de corrupção a ela relacionados, que sempre procurou contornar em vez de esclarecer), uma empresa privada, não pertencente a Governo nenhum, criada e operada com o objetivo exclusivo de desenvolver seus negócios e dar lucros.
Alguns fatos básicos têm sido esquecidos pelo jornalismo deste país - inclusive que, sob o comando da FIFA, o futebol cresceu constantemente no mundo inteiro. Como lembrava o ex-presidente João Havelange, há mais países filiados à FIFA do que à ONU. As tentativas de minar a organização internacional (como a formação de times não-afiliados, em especial o Millonarios, da Colômbia, que reuniu em certa época alguns dos maiores nomes do futebol mundial) sempre falharam. Estarão todos errados, não haverá ninguém que se salve?

1 - A FIFA não pediu ao Brasil para organizar a Copa. Vários países, entre eles o Brasil, pediram à FIFA que os escolhesse para realizar o torneio. Entre vários candidatos, o Brasil venceu - não apenas a CBF, Confederação Brasileira de Futebol, mas o Estado brasileiro, já que o presidente da República participou das articulações para que o país fosse escolhido e assinou, oficialmente, uma carta em que se comprometia a realizar ou garantir uma série de providências. Entre elas, por exemplo, providenciar a permissão de venda de cerveja nos estádios, o que era vedado pela lei brasileira. O Brasil poderia ter rejeitado a exigência e a FIFA ou aceitaria a decisão ou realizaria a Copa em outro país. Simples assim.

2 - A FIFA não determinou que o Brasil construísse estádios em cidades onde o futebol não é lá muito popular. Brasília, Manaus, Campo Grande provavelmente terão problemas para utilizar os estádios depois da Copa. Quem escolheu essas cidades? O Governo brasileiro e a CBF. Se Belém fosse escolhida, em vez de Manaus, para a FIFA não faria diferença. E no Pará o futebol é esporte popular. Em Goiânia há um belo estádio que poderia ser modernizado a custo muito inferior ao da construção de um novo. Em Brasília é bem mais difícil utilizá-lo - a tal ponto que querem importar jogos cariocas para dar-lhe sentido.

3 - A FIFA não determinou, também, que a Copa se realizasse em doze cidades-sede. Doze é muito; encareceu as obras (o que talvez tenha deixado muita gente satisfeita), encarecerá o turismo, tornará mais cansativo e mais caro o giro das seleções. Por que doze, e não seis? Porque o Brasil assim o quis.

4 - O Brasil precisa de escolas, hospitais, transporte, e não de novos estádios. Voltamos à questão inicial: a opção foi oficial, brasileira. Para realizar a Copa, seria preciso deixar os estádios confortáveis, modernos, prontos para transmissão internacional de TV, equipados para uso de Internet. A FIFA também não obrigou o Governo a colocar dinheiro em equipamento esportivo. O Governo é que fez as opções: estádios padrão FIFA, muitos deles com dinheiro público. É ruim? Se for, a escolha foi nossa, do nosso Governo democraticamente escolhido.

5 - A realização da Copa não deixa nenhum legado útil à população do país. Aceitemos, para argumentar, que isto seja rigorosamente verdadeiro (e não é). Mas Barcelona aproveitou a oportunidade dos Jogos Olímpicos para
modernizar-se, tornar-se mais bonita, mais agradável, mais acolhedora. A oportunidade é a mesma; se o Brasil a perdeu, não pode botar a culpa em gente de fora.

6 - O presidente da FIFA, Joseph Blatter (que este colunista, a propósito, considera uma figura pouquíssimo recomendável), disse que talvez a entidade tenha cometido um erro ao escolher o Brasil para realizar a Copa. Pode ter razão ou não; mas não é exatamente a mesma coisa que dizem os críticos da disputa da Copa no Brasil? Blatter disse, em outras palavras, que poderia ter escolhido lugar mais tranquilo. Poderia; e parece estar arrependido da escolha. Não há em suas palavras, entretanto, nenhuma ameaça imperialista de violar a soberania brasileira e mudar a Copa de país, embora isso possa acontecer (e pelo menos dois outros países americanos, Estados Unidos e México, têm condições de realizá-la com pouquíssimo tempo de preparação). Se isso ocorresse, realizaria o sonho de quem acha que a Copa é um desperdício de tempo e dinheiro. E não seria a primeira vez: a Colômbia, em 1986, desistiu da Copa devido a problemas de segurança, e o México a realizou com tranquilidade.

Quanto ao mais, caro leitor, tanto Blatter como seu adjunto Jerôme Volcker não são pessoas cuja visita possa considerar-se agradável. Só que o problema não é este: os dois, arrogantes, autoritários, prepotentes, antipáticos, foram convidados pelo Governo brasileiro. Não vieram à força; foram chamados. É duro admitir, mas estão aqui porque queremos, conforme decisão de nossos governantes.

O Brasil quer a globalizacao? Parece que nao - Fernando Dantas (BlogEstadao)

O Brasil quer a globalização?

Blogs Estadao, 19 de julho de 2013 | 19h17
Fernando Dantas
O mundo está cada vez mais envolto numa teia de acordos comerciais bilaterais e regionais, ao mesmo tempo em que as negociações multilaterais na Organização Mundial do Comércio (OMC) empacam no atoleiro da rodada Doha.
Em recente artigo, na revista eletrônica “Mural Internacional”, a economista Lia Valls Pereira, do Ibre/FGV no Rio, fez uma reflexão sobre “a nova onda de regionalismo” e a agenda brasileira. O link é este.
No trabalho, ela chamou a atenção para a proliferação crescente de acordos ao longo das últimas décadas: eram apenas 25, entre 1958 e 1990; subiram pra 88, entre 1991 e 2000; e atingiram 158, entre 2001 e 2012.
Recentemente, uma série de novas iniciativas ambiciosas trouxe preocupação ao governo brasileiro, aferrado à sua estratégia voltada para o Mercosul.
(se o leitor se interessar, eu coloquei diversos posts novos no blog abaixo deste: entrevistas com economistas internacionais e uma análise da ata do Copom)
Há, por exemplo, o Acordo de Associação Transpacífico (TPP), com negociações lançadas em novembro de 2011, e que inclui Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnam, Estados Unidos e Japão. Outra iniciativa importante, lançada em março de 2013, é o Acordo Transatlântico sobre Comércio e Investimento, entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE).
Existe ainda o Acordo Regional de Cooperação Econômica (RCEP, na sigla em inglês para Regional Comprehensive Economic Partnership), lançado em novembro de 2012, com o objetivo de conciliar duas áreas de cooperação e acordos na Ásia e Oceania: a primeira configura-se pelos acordos bilaterais dos países da ASEAN com China, Japão e Coreia do Sul; a segunda é o Acordo de Cooperação Econômica entre Austrália, Nova Zelândia e Índia.
E, finalmente, há, no nosso contexto mais regional, a Aliança do Pacífico, cujas negociações foram lançadas em junho de 2012, e que inclui Chile, Peru, México e Colômbia.
O trabalho de Lia faz uma discussão mais profunda da evolução desse panorama de negociações comerciais regionais nas últimas décadas, mas, para se entender as implicações para o Brasil, é preciso ter em mente uma distinção básica de dois tipos de acordo, por ela comentada.
Em primeiro lugar, há os acordos especificamente comerciais, que, como mostra o texto da pesquisadora, são uma tendência meio antiquada. Hoje, a maioria das negociações, incluindo todas as mencionadas acima, inclui temas como direitos de propriedade intelectual, investimentos e serviços.
Uma visão sobre essa segunda tendência é a de que está ligada à “harmonização de políticas domésticas” em função da globalização das cadeias produtivas. É como se os países de adaptassem para um passo além da integração comercial, que é a integração produtiva.
Por outro lado, todo este novo movimento do regionalismo se dá sob o pano de fundo das imensas dificuldades de avançar nas negociações multilaterais no âmbito da OMC e da rodada Doha, tanto nos temas comerciais quanto nos demais.
Assim, um temor possível seria o de que o Brasil está perdendo o trem da globalização das cadeias produtivas, pelo fato de não participar desta nova rodada de negociações regionais e se aferrar ao Mercosul que, diferentemente dos demais, continua centrado na parte comercial – e, mesmo aí, não avança.
A perspectiva de Lia é um pouco diferente. Ela analisa, por exemplo, os possíveis efeitos para o Brasil de não pertencer ao novo clube que está sendo formado na Aliança do Pacífico. Em termos de comércio, são pequenos. Na questão de investimentos, é mais difícil de se prever, mas nada indica um impacto cataclísmico para o Brasil.
Para a pesquisadora, o grande problema brasileiro, associado à questão dos acordos regionais, é que o País precisa decidir se quer ou não participar da globalização das cadeias produtivas.
Como ela nota, “a estratégia da política industrial no Brasil é do adensamento das cadeias produtivas locais, a partir da exigência de conteúdo local nos investimentos”. Lia observa que isto conflita com as regras de investimentos da OMC, o que não impede que vários países o façam. A economista acrescenta que o Brasil tem elevadas tarifas de importação sobre bens intermediários, o que onera o produto final e piora a sua competitividade.
A cauda e o corpo
O grande ponto de Lia – se a pesquisadora me permite esta simplificação – é que, com objetivos de política industrial deste tipo, o Brasil não tem mesmo muito o que fazer com estes acordos regionais de nova geração, que vão muito além do comércio e estão ligados à globalização produtiva.
Como ela própria escreve: “As duas questões antes citadas (conteúdo local e elevadas tarifas) não requerem a realização de acordos comerciais da nova geração e nem obrigam uma reflexão sobre em que cadeias globais as indústrias brasileiras podem se inserir”.
Alguém poderia contra-argumentar, dizendo que seria bom para o país se engajar em negociações dos novos acordos, justamente para mudar a estratégia de política industrial.
Lia não leva muita fé nesse caminho: “Nossa história de acordos não é muito boa para isso, porque temos uma resistência em mudar políticas domésticas em função de acordos internacionais”.
Além disso, acrescenta a pesquisadora, o que se vê é que muitas vezes esses acordos vêm na esteira da globalização da cadeia produtiva, sendo mais uma consequência do que uma causa, como se vê na Ásia, “que faz acordos agora, mas já está toda liberada”.
Assim, o primeiro passo para o Brasil, na visão de Lia, é avaliar se o País quer de fato participar desta nova etapa da globalização produtiva. Isto significa reduzir tarifas de bens intermediários, melhorar o ambiente de negócios, investir em infraestrutura e cumprir todos os passos da agenda que faria o país simultaneamente se especializar mais em determinados etapas da cadeia e, nelas, aumentar sua competitividade.
Se o Brasil optar por este caminho, a busca de acordos da nova geração virá por decorrência, e como complementação. O que Lia parece pensar é que se trata de uma ilusão pensar que a cauda dos acordos regionais possa sacudir o corpo da estratégia de política industrial.
Esta coluna foi publicada originalmente na AE-News/Broadcast

A maquina de esmagar reputacoes dos companheiros comecou a funcionar:Joaquim Barbosa...

...como o homem mais perigoso do momento é a primeira vítima. Depois ainda tem Aécio, Marina, José, Joaquim outra vez, Eduardo, etc...
Faz parte do DNA da mafia...

Joaquim Barbosa terá que dar explicações sobre empresa privada

Correio do Brasil, com Vermelho, 23/7/2013 14:34
Joaquim Barbosa
Joaquim Barbosa
O blog “O Cafezinho” publicou nesta terça-feira os documentos da compra do imóvel feita pela Assas JB Corp, cujo presidente é Barbosa. A constituição da empresa contraria a Lei da Magistratura que não permite a um juiz ou ministro da Justiça ter cargo em empresa privada.
Os documentos, conseguidos pelo blog “O Cafezinho” num cartório de Miami, apontam que o cargo de presidente da Assas JB Corp, exercido por Barbosa, também pode estar infringindo o Estatuto dos Servidores Públicos da União, que proíbe aos que exerçam carreiras de estado de participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada. A formação da empresa por Barbosa teve como objetivo evitar o pagamento de impostos com a transferência do imóvel a seus herdeiros após sua morte.
Ao ser comprado por pessoa jurídica, o apartamento de Barbosa em Miami deixa de pagar quase 50% de seu valor em impostos no caso de transferência para os herdeiros. Além do problema com o cargo administrativo de uma empresa privada, Barbosa terá ainda que explicar o fato de ter adquirido o apartamento por apenas US$ 10 de Alicia Lamadrid, o que pode resultar em explicações ao fisco no Brasil.

Companheiros neoliberais se rendem ao capitalismo financeirointernacional: FMI

Brasil eleva participação em cotas do FMI para 2,3%

China, Índia e Brasil foram os mercados que mais ganharam peso dentro do Fundo, enquanto Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha foram os que mais perderam participação

Sede do FMI em Washington
A fatia do Brasil na participação do FMI passou de 2,2% para 2,3% das cotas do organismo multilateral (Chip Somodevilla/Getty Images)
O Brasil e outros países emergentes aumentaram novamente a participação no Fundo Monetário Internacional (FMI). A fatia do país passou de 2,2% para 2,3% das cotas do organismo multilateral, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira. China, Índia e Brasil foram os mercados que mais ganharam peso dentro do Fundo, enquanto Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha foram os que mais perderam participação. O relatório atualiza o documento anterior, que tinha dados de 2010. As participações no FMI agora apresentadas consideram estatísticas de 2011.
O maior crescimento econômico dos emergentes - em comparação com os países desenvolvidos - é um dos fatores que têm levado ao aumento da participação, de acordo com o documento. Além de ocorrer no campo das cotas, o bloco de países briga há alguns anos por mudanças nas fórmulas de cálculos para ganhar maior poder de decisão dentro do FMI. As cotas dos países desenvolvidos têm caído constantemente. Em 2008, por exemplo, antes da reforma nas cotas, o grupo representava 63,8% do Fundo. Agora, a participação caiu para 54,7%. Os EUA caíram de 19% para 15,6% no mesmo período de comparação. A China saltou de 6,4% para 10,1% e o Brasil, de 1,7% para os atuais 2,3%.
Numa reunião do G-20, o bloco das vinte economias mais ricas do mundo aprovou em 2010, na Coreia do Sul, uma nova reforma de cotas no FMI, que daria mais poder de voto aos emergentes. No último mês de janeiro, o próprio Fundo falhou em desenhar no prazo previsto uma fórmula que mostre a nova realidade econômica global, com os emergentes ganhando peso. A nova reforma deve ocorrer em 2014.
O documento atual discute o ponto e faz algumas simulações. Há consenso, por exemplo, de que o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país deva ter o maior peso dentro da nova fórmula, que precisa ser "simples e transparente", segundo o relatório. Ao mesmo tempo, há divergências em outros campos. Entre eles, em relação ao peso da abertura econômica de cada nação.
Alguns países, notadamente os europeus, argumentam que o nível de abertura financeira e econômica é central para o poder de voto dentro do FMI e, por isso, a variável deve ter peso relevante na nova fórmula. Outros argumentam, principalmente os emergentes, que geralmente países menores são mais abertos e, se esse ponto for levado em conta, podem ter participação desproporcional ao seu tamanho no Fundo como ocorre atualmente. O argumento dos emergentes é que, pela fórmula atual, a Holanda tem peso semelhante ao do Brasil, apesar de ser uma economia muito menor, e Luxemburgo, tem cota maior que a da Argentina.
No relatório, os técnicos do FMI, com base nas simulações, falam que uma das possibilidades é reduzir o peso da abertura econômica de cada país na nova fórmula. Ao mesmo tempo, o peso do PIB seria aumentado, mas também são discutidas outras ponderações. O estudo faz várias simulações. A participação dos emergentes, incluindo o Brasil, aumenta no FMI, por exemplo, à medida que o peso da abertura econômica na fórmula se reduz.
(com Estadão Conteúdo)

Salao de Beleza Contabil do Cerrado Central: a maquiagem devecontinuar...

O show continua, cada vez mais sem graça, cada vez mais mambembe, com truques de palhaços keynesianos de araque, ensaiando a mesma peça que já vimos repetidas vezes, e até já conhecemos o final: o circo pega fogo, e não tem água na mangueira...
O governo anuncia como corte de gasto até projeção não concretizada de despesa programada, ou seja, ele está cortando fumaça. Ele pensa que todos somos idiotas? Alguns são, mas não todos...
Vamos ver até onde vai a pantomima.
Paulo Roberto de Almeida

Contas públicas

Governo usa criatividade até mesmo para 'cortar' Orçamento

Em conta 'maluca', governo encara como contingenciamento uma mera revisão de expectativa

Talita Fernandes, Veja.com, 23/07/2013
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comenta o resultado do PIB de 2012
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que os 10 bilhões de reais servirão para cobrir um eventual não cumprimento de meta dos estados e municípios (Elza Fiúza/ABr)
O corte orçamentário de 10 bilhões de reais anunciado na segunda-feira pelo governo não animou muito o mercado. Primeiro porque veio abaixo dos números divulgados inicialmente, que apontavam para uma economia em torno de 25 bilhões de reais. Esse é o segundo contingenciamento anunciado este ano. Em maio, o governo já havia anunciado uma economia de 28 bilhões de reais
Uma outra crítica, feita pelo especialista em contas públicas Raul Velloso, é quanto ao corte de estimativas, e não de gastos concretos. Do valor anunciado na segunda, 5,6 bilhões de dólares serão economizados de despesas obrigatórias e outros 4,4 bilhões de dólares, de despesas discricionárias, como gastos com passagens, diárias e locação de imóveis, por exemplo. 
Velloso chama atenção para o fato de o corte nas despesas obrigatórias (5,6 bilhões de reais) incluir a economia de 4,4 bilhões de compensação do INSS pelas desonerações. Isso significa que o governo encarou como corte de gastos a expectativa de diminuição do déficit previdenciário devido às desonerações da folha de pagamentos promovidas nos últimos anos. "Para mim, a melhor interpretação possível é de que se trata de um erro de estimativa na desoneração", explica o economista. Segundo ele, isso não consiste em um corte de despesas, de fato, mas sim em uma readequação das projeções. 
Por outro lado, o governo anunciou, junto às economias, um aumento de gastos. São eles: maior apoio financeiro aos municípios na ordem de 1,5 bilhões de reais; aumento dos gastos com o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e com o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), na ordem de 0,7 bilhões de reais;  e dos créditos extraordinários - gastos que podem ser adicionados para atender situações urgentes e imprevisíveis como guerra, calamidade pública ou perturbação da paz., em 2,2 bilhões. Somados, os três aumentos de despesas equivalem a 4,4 bilhões de reais, ou seja, o mesmo valor que o governo disse que economizaria para cobrir o rombo do INSS.
Estados e municípios — Durante o anúncio do corte orçamentário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os 10 bilhões de reais serão utilizados como reserva adicional de superávit primário para compensar eventual frustração do resultado de estados e municípios, cuja meta fiscal é de 47,8 bilhões. Assim como aconteceu no ano passado, quando os estados e municípios cumpriram apenas 55% da meta de superávit, economistas acham muito difícil que a meta seja cumprida, o que exije mais esforço do governo federal.
Apesar de Mantega dizer que os 10 bilhões serão usados para um possível não cumprimento da meta das esferas estaduais e municipais, economistas duvidam que o governo central (formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cumpra a meta de 63,1 bilhões de reais (que já levam em conta o abatimento de 45 bilhões de reais de desonerações e investimentos). 
Mesmo com tropeços, um dos objetivos do governo com o corte orçamentário é tentar salvar sua credibilidade quanto à política fiscal, arranhada diante das recentes medidas de "contabilidade criativa" para melhorar as contas públicas e garantir o cumprimento superávit primário, economia que o governo faz para pagar os juros da dívida. "O objetivo dessas medidas é melhorar a qualidade do gasto público, reforçar o resultado fiscal do governo central e tornar mais claras e transparentes as medidas para atingir resultado desejado", afirmou Mantega durante o anúncio. 
Credibilidade — Para tentar dar uma resposta positiva ao mercado diante das críticas sobre asmanobras fiscais que vem fazendo, o governo recuou e abriu mão da antecipação de créditosda Usina Binacional de Itaipu para garantir os descontos na conta de luz, prometidos pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado. Agora, os recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) virão diretamente do Tesouro Nacional. Isto é, em vez de o dinheiro sair de receitas futuras, ele sairá dos cofres públicos. Segundo Mantega, o governo decidiu abrir mão do recurso depois de ter sofrido várias críticas.
Contudo, o ministro explicou que o novo gasto não foi incorporado no relatório de reprogramação orçamentária divulgado na segunda. Tal despesa deve ser anunciada no próximo relatório, em 22 de setembro. 
5 de 5

Decreto nº 8.034 - Mudança no estatuto do BNDES


Em edição extra do Diário Oficial da União, publicado no fim da tarde de 28 de junho, o governo publicou decreto que altera estatuto do BNDES. Com a medida fica permitido ampliar o pagamento de dividendos à União, desde que o Tesouro compense com mais emissões de títulos o rombo que aparecerá nas contas do banco de fomento.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Nem todo macho é homem, nem toda fêmea é mulher (Epa!) - Felipe Costa (Observatorio da Imprensa)

Bem, não é o que parece. Apenas um biólogo refletindo sobre os problemas das diferenciações entre sexo e gênero.

Vale a pena ler:

‘CROSSDRESSING’

Nem todo macho é homem, nem toda fêmea é mulher

Por Felipe A. P. L. Costa 
Observatorio da Imprensa, em 23/07/2013 na edição 756
Em 27/1/2012, este Observatório publicou o artigo “O cartunista fantasiado”, de Luciano Martins Costa. Até então, eu não havia ouvido falar do “caso Laerte”. Eis o que o articulista escreveu no primeiro parágrafo:
“A Folha de S.Paulo traz para suas páginas, na edição de sexta-feira (27/1) um incidente protagonizado por seu cartunista Laerte Coutinho, que desde 2010 se exibe em público vestido de mulher. Laerte não se assume homossexual, apenas se declara adepto do crossdressing, ou a prática de se vestir como o gênero oposto.”
O artigo não cita o título da matéria da Folha; até onde pude apurar, no entanto, seria “Cartunista vai à Justiça para ter direito de usar banheiro feminino”, de Natália Cancian.
Sexo e gênero não são sinônimos
Descobri depois que o “caso Laerte” já havia sido discutido antes – ver, por exemplo, a matéria “A era do pós-gênero?”, de Cynara Menezes, publicada na revista CartaCapital, em 21/9/2011. Desde então, também tenho notado que o caso e, sobretudo, o assunto (crossdressing) continuam sob a luz dos holofotes. A edição de abril de 2013 (nº 79) da revista piauí, por exemplo, publicou (com bastante alarde) o artigo “Laerte em trânsito” [acesso livre apenas para assinantes], de Fernando de Barros e Silva. Há nele uma foto do cartunista que evoca a escritora estadunidense Susan Sontag (1933-2004), um mimetismo que, penso eu, não foi acidental.
O propósito deste artigo não é analisar o “caso Laerte” ou o fenômeno do crossdressing. O objetivo aqui é mais modesto: estabelecer uma distinção entre sexo e gênero – para uma discussão mais detalhada, ver ROUGHGARDEN (2006). (O livro de Roughgarden deveria ser lido por todos os interessados no assunto, embora a versão em português deixe muito a desejar.) Esses dois termos, diferentemente do que alguns imaginam, não significam a mesma coisa e, portanto, não devem ser tratados como sinônimos. (Um mal-entendido, aliás, que aparece na matéria da Carta Capital; não sei se o mesmo problema reaparece no artigo da piauí, pois não tive acesso à versão integral.)
O sexo (macho ou fêmea) que herdamos de nossos pais segue sendo um imperativo biológico (ou quase isso), enquanto o gênero (homem ou mulher) que assumimos ao longo da vida está se tornando (cada vez mais) uma volatilidade cultural.
Homem não é sinônimo de macho
Os homens em geral pertencem ao sexo masculino, assim como as mulheres em geral pertencem ao sexo feminino. É uma correlação bastante significativa, razão pela qual, aliás, nós nos habituamos a tratar alguém do sexo masculino como “homem”, assim como nos referimos a alguém do sexo feminino como “mulher”. Mas não é uma correlação absoluta, de sorte que a distinção entre macho e fêmea nem sempre coincide com a distinção entre homem e mulher – i.e., nem todo indivíduo que se comporta como homem é necessariamente um macho, assim como nem toda mulher é necessariamente uma fêmea.
Em termos estritamente biológicos, a distinção entre machos e fêmeas tem a ver única e exclusivamente com o tipo de gameta que cada indivíduo produz – para uma discussão mais detalhada em português a respeito da variedade e evolução dos padrões de sexualidade e reprodução, ver BARNES et al. (2008).
Nas espécies animais em que diferentes indivíduos produzem diferentes tipos de gametas, o indivíduo que produz os gametas pequenos e móveis (espermatozoides) é chamado de macho, enquanto o que produz gametas grandes e imóveis (óvulos) é chamado de fêmea. Esse padrão de sexualidade, no qual os sexos estão separados, é chamado de gonocorismo (do grego, gonós, genitálias + chorismós, separação) ou dioicia. Em outras espécies animais, no entanto, os sexos estão juntos: o mesmo indivíduo é capaz de produzir os dois tipos de gametas. Nesse padrão de sexualidade, não há indivíduos que sejam exclusivamente machos ou fêmeas; todos são hermafroditos (do latim,hermaphroditus, alusão a Hermafrodito, filho dos deuses gregos Hermes e Afrodite, significando que um mesmo indivíduo é portador dos dois sexos). Minhocas e caracóis são exemplos familiares de animais hermafroditos.
Sexo e gênero podem se misturar
O fato de sermos um mamífero social acrescenta uma camada adicional de complexidade ao nosso comportamento reprodutivo. É nesse contexto que emerge a noção de gênero.
Enquanto “macho” e “fêmea” são categorias essencialmente reprodutivas (ou sexuais), “homem” e “mulher” são categoriais culturais (ou de gênero). A distinção cultural entre homem e mulher depende do papel social dos indivíduos e, cada vez mais, de suas opções. Embora homens em geral sejam machos e mulheres em geral sejam fêmeas, os papéis sexuais e, portanto, os gêneros podem estar misturados – i.e., os machos podem se parecer e agir como mulheres (“machos femininos”), do mesmo modo como as fêmeas podem se parecer e agir como homens (“fêmeas masculinas”). Certas práticas culturais, como é o caso do crossdressing, ilustram essa ambiguidade.
Até algum tempo atrás, as aspirações individuais pouco importavam; os papéis sociais eram determinados e impostos de cima para baixo, sem muita margem para discussões. Essa rigidez tem sido atenuada (há boas razões por trás disso, mas não é essa a questão aqui), a tal ponto que, em algumas sociedades, já é possível optar por um papel social diferente daquele comumente associado ao sexo que se herda. Todavia, os indivíduos que estão fazendo essas opções ainda enfrentam certas barreiras que outros integrantes da mesma sociedade não costumam enfrentar. Um exemplo trivial são as dificuldades de acesso a uma identidade civil que seja condizente com as escolhas feitas. Pense em uma mulher (i.e., alguém que na idade adulta se assume como tal) cuja certidão de nascimento informa que o seu nome de registro é “Carlos”. Mudar o nome para “Carla” (ou qualquer outro) ainda é um desafio cheio de transtornos.
Qual dos dois banheiros?
Adotar um novo nome tem a ver basicamente com uma mudança de gênero. De modo semelhante, para resolvermos com sabedoria a questão principal colocada pelo “caso Laerte” (i.e., sob que circunstâncias o comportamento individual deve ser balizado pelo sexo ou pelo gênero), deveríamos antes estabelecer certas distinções. Por exemplo, a segregação entre banheiros masculinos e femininos deve estar fundamentada em uma distinção de sexo ou de gênero? No primeiro caso, a solução é mais ou menos óbvia: o banheiro masculino seria destinado apenas e tão-somente a indivíduos do sexo masculino (i.e., machos masculinos e machos femininos), enquanto o banheiro feminino seria destinado a indivíduos do sexo feminino (i.e., fêmeas femininas e fêmeas masculinas). Todavia, se a segregação estiver fundamentada em uma distinção de gênero, a solução seria outra...
Referências citadas
BARNES, R. S. K. & outros 4 coautores. 2008. Os invertebrados: Uma síntese, 2ª edição. São Paulo, Atheneu.
ROUGHGARDEN, J. 2005. Evolução do gênero e da sexualidade. Londrina, Planta.
***
Felipe A. P. L. Costa é biólogo, escritor e autor, entre outros, de Ecologia, evolução & o valor das pequenas coisas (2003)

Educacao: pessima, mas nao por falta de dinheiro - Instituto Millenium

O problema da educação não é falta de dinheiro

Mais do que verbas, é urgente uma completa revisão das instituições educativas vigentes

por Mailson Ferreira da Nóbrega

fonte | A A A
A qualidade do capital humano é essencial para o desenvolvimento. A baixa qualidade da educação explica a perda da liderança econômica da Inglaterra para os Estados Unidos por volta de 1870 e para a Alemanha no fim do século XIX. Para Rondo Cameron e Larry Neal, no livro “A Concise Economic History of the World”, a Inglaterra foi o último país rico a universalizar a educação fundamental. A Revolução Industrial ocorreu, secundo eles, “na era do artesão inventor. Depois, a ciência formou a base do processo produtivo”. Em vez dos recursos da natureza – algodão, lã, linho, minério de ferro -, a indústria passou a depender cada vez mais de novos materiais, nascidos da pesquisa científica. Nessa área, americanos e alemães, com melhor educação, venceram os ingleses. A Suécia, que era atrasada no início do século XIX, se industrializou rapidamente graças à educação. Em 1850, apenas 10% dos suecos eram analfabetos, enquanto um terço dos ingleses não sabia ler nem escrever.
No Brasil, até os anos 1960, acreditava-se que a educação seria mero efeito do desenvolvimento. Em 1950 os respectivos gastos públicos eram de apenas 1,4% do PIB. A partir dos anos 1970, a visão se inverteu. Convencemo-nos de que a prosperidade depende da educação. Os gastos subiram e hoje atingem 5,8% do PIB. A educação fundamental foi universalizada na década de 90 (um século e meio depois dos Estados Unidos e quase meio século depois da Coreia do Sul). Agora, demandamos melhora da qualidade, mas a ideia está contaminada pelo hábito de esperar que a despesa pública resolva qualquer problema. Daí o equivocado projeto de lei que aumenta os gastos em educação para 10% do PIB. Na mesma linha, Dilma e o Congresso querem aplicar na educação grande parte das receitas do petróleo.
Proporcionalmente, nossos gastos em educação equivalem à média dos países ricos. Passamos os Estados Unidos (5,5% do PIB). Investimos mais do que o Japão, a China e a Coreia do Sul, três salientes casos de êxito na matéria (todos abaixo de 5% do PIB). Na verdade, a má qualidade da nossa educação tem mais a ver com gestão do que com falta de recursos. O professor José Arthur Giannotti assim se referiu aos jovens que foram às ruas pedir mais dinheiro para o setor: “Pleiteiam mais verbas sem se dar conta da podridão do sistema. Mais do que verbas, é urgente uma completa revisão das instituições educativas vigentes. A começar pela reeducação dos educadores, que, na maioria das vezes, ignoram o que estão a ensinar” (“O Estado de S. Paulo”, 19/6/2013).
Outro educador, Naercio Menezes Filho, citou o interessante caso de Sobral (“Valor”, 21/6/2013). Entre 2005 e 2011 o município cearense avançou quatro vezes mais rápido no ensino fundamental do que São Paulo, sem aumento significativo de despesa. “O gasto por aluno que Sobral usa para alcançar esse padrão de ensino nas séries iniciais é de apenas R$ 3 130,00, enquanto a rede municipal de São Paulo gasta ao redor de R$ 6 000 por aluno, ou seja, duas vezes mais.” Destinar receitas do petróleo para a educação é um duplo equívoco: (1) o problema não é de insuficiência de recursos, mas de sua aplicação, como vimos; (2) não é correto financiar políticas públicas permanentes com recursos finitos e voláteis. No longo prazo, as reservas de petróleo se esgotarão, enquanto os preços (e as receitas) se sujeitam às oscilações do mercado mundial de commodities.
A proposta desconhece outra lição da experiência: a receita de recursos naturais não renováveis deve pertencer às gerações futuras. O exemplo a seguir é o da Noruega, onde as receitas do petróleo são carreadas para um fundo que em 2012 acumulava 131% do PIB. O fundo serve para lidar com os efeitos de quedas dos preços do petróleo e principalmente com os custos previdenciários que advirão do envelhecimento da população.
A educação brasileira precisa de uma revolução gerencial e de prioridades, inclusive para gastar melhor os recursos disponíveis. Ampliar os respectivos gastos e destinar-lhe as receitas do petróleo agrada a certas plateias, mas o resultado poderá ser apenas o aumento dos desperdícios. Será péssimo para as próximas gerações.