Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Além da Operação Lava Jato, vai ser preciso abrir uma nova e gigantesca Operação Um Por Cento, para analisar TODOS e cada um dos contratos do governo corrupto e podre do PT: essa era a norma, essa era a regra determinada pela organização criminosa dirigida por uma quadrilha mafiosa. Agora comprovado ! Todos os financiamentos do BNDES eram desviados como propina para o PT ( e para as campanhas do partido). A segunda maior empreiteira do Brasil, Andrade Gutierrez, diz que1%dos financiamentos do BNDES iam como propina para o PT.No
total, somados os valores das operações questionadas de financiamentos
às empreiteiras concedidos através do tráfico de influência do
ex-presidente Lula e com o aval condescendente da Dilma, e
operacionalizados pela diretoria do BNDES sob o comando de Luciano
Coutinho, dá uma cifra monumental. O futuro presidente Michel Temer tem
que apurar rigorosamente tudo isto ! E o incorruptível juiz Sérgio Moro
tem que colocar estes larápios todos expostos à luz do sol
Paulo Roberto de Almeida
Executivo diz que PT cobrou propina por obra na Venezuela MARIO CESAR CARVALHO Folha de S.Paulo, 16/04/2016 O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse em audiência na Justiça do Rio de Janeiro nesta sexta (15) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajudou a empresa a conquistar um negócio na Venezuela em 2008, quando Hugo Chávez era presidente daquele país. O ex-presidente não mencionou propina à época da ajuda, segundo Azevedo, mas tempos
depois o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, cobrou 1% do valor
que o BNDES financiou no projeto por conta da participação da Andrade
Gutierrez no negócio. Azevedo afirmou que Vaccari procurou a empresa após o BNDES ter decidido financiar o projeto venezuelano. O
BNDES liberou um financiamento de US$ 865,4 milhões em 30 de dezembro
de 2010 para a Usina Siderúrgica Nacional da Venezuela e diz ter
obedecido todas as etapas e normas de financiamento para exportação de
serviços. Um por cento sobre esse montante corresponde a cerca de US$
8,7 milhões ou cerca de R$ 14,5 milhões, de acordo com a cotação do
dólar na época. O
valor total do contrato era de US$ 1,8 bilhão, mas havia outras
empresas no projeto e o próprio governo da Venezuela, ainda de acordo
com Azevedo. O executivo não citou o valor pago pela empresa ao
tesoureiro do PT. Só citou o percentual de 1% que, segundo ele, era a
norma da propina cobrada pelo PT.
MAIS PROPINA
Azevedo também afirmou que o então presidente do PT em 2008, Ricardo Berzoini, o procurou naquele ano para comunicar que a propina de 1% não deveria ser paga apenas nos contratos da empreiteira com a Petrobras, mas em todos os negócios fechados com o governo federal.
Em sua delação, Azevedo contou que foi a partir desse pedido que a empresa começou a pagar suborno em obras do setor elétrico, como a usina nuclear Angra 3 e Belo Monte. Só em Belo Monte, ainda de acordo com Azevedo, a propina foi de R$ 150 milhões.
Azevedo negou, no entanto, ter participado do pagamento de suborno do caso de Angra 3. Ele afirmou que só soube do pagamento de suborno no caso de Angra quando estava preso em Curitiba. Outro executivo do grupo, Flávio Barra, confessou em acordo de delação premiada ter pago propina após conquistar o contrato da usina nuclear.
O executivo foi preso em junho de 2015 pela Operação Lava Jato e foi transferido para prisão domiciliar em fevereiro deste ano após fechar um acordo de delação premiada. No acordo, Azevedo relatou ter pago propina para a campanha de 2014 de Dilma Rousseff, o que a presidente e o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, negam com veemência.
OUTRO LADO
O Instituto Lula afirma que não teve acesso ao depoimento e que o ex-presidente não é parte do processo. Por isso, não irá comentá-lo sem o conhecimento dos termos exatos. O instituto diz também que o ex-presidente Lula sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois da presidência.
O PT e o advogado de Vacarri Neto, Luiz Flávio Borges D´Urso, não haviam se pronunciado até este momento.
Em outras ocasiões, o PT afirmou que só recebe doações oficiais, todas declaradas à Justiça eleitoral.
O BNDES afirmou o seguinte em nota: "A operação está em fase de desembolso e obedeceu a todas as etapas usuais de qualquer financiamento à exportação de bens e serviços de engenharia do BNDES. A análise do pedido de financiamento passou por órgãos colegiados, externos e do próprio Banco, e por dezenas de técnicos. Os desembolsos ocorrem no Brasil, em reais, e mediante a efetiva comprovação, por empresas de auditoria independente, da realização das exportações financiadas".
sábado, 16 de abril de 2016
Andrade: propina em obra indicada por Lula
Ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo disse que pagou propina ao ex-tesoureiro João Vaccari por obra ganha com ajuda do ex-presidente Lula. A empreiteira teria vencido a disputa pela obra, na Venezuela, após pedido de Lula ao ex-presidente Chávez.
• Ex-presidente da empreiteira afirma que teve ajuda do ex-presidente para ganhar disputa na Venezuela
Danielle Nogueira - O Globo
RIO - O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse ontem que a propina paga pela empresa ao PT estava relacionada até a uma siderúrgica na Venezuela. Segundo ele, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto cobrou 1% do valor correspondente à participação brasileira no projeto, liderado pela Andrade. O investimento total na usina foi de US$ 1,8 bilhão, em valores de 2008, quando a construtora ganhou o contrato.
Azevedo prestou depoimento ontem na 7ª Vara Criminal Federal do Rio, onde corre ação contra a Andrade Gutierrez por acusação de pagamento de propina à Eletronuclear. Embora o tema da audiência fosse o esquema de corrupção envolvendo a estatal, Azevedo deu amplo panorama de como era a prática de pagamento de propina pela empresa e citou não apenas o caso do empreendimento na Venezuela como o da Usina de Belo Monte.
Segundo o executivo, a prática era a cobrança pelo PT de 1% do valor dos contratos ganhos pela Andrade. O pagamento da propina era sempre feito por meio de doações eleitorais. No caso da siderúrgica da Venezuela, o executivo contou que a empreiteiras disputava o empreendimento com empresas italianas e que venceu a disputa após ajuda do ex-presidente Lula.
Em Belo Monte, comissão para PT e PMDB
— Estávamos disputando essa obra com a Itália. A Andrade conversou com o Lula, que pediu diretamente ao Chávez (ex-presidente da Venezuela) para que olhasse para o Brasil. Foi o que aconteceu. Mas não houve pedido do Lula (de propina) — disse Azevedo.
A cobrança de propina foi feita “muito tempo depois” por Vaccari, segundo o executivo, porque haveria financiamento do BNDES. O governo venezuelano também participou como sócio.
Azevedo também deu detalhes sobre como foram as conversas para o pagamento de propina referente à obra da hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com ele, a 20 dias do leilão, houve a desistência do grupo concorrente liderado pela Camargo Corrêa e pela Odebrecht. O governo, então, teria ajudado a montar, às pressas, um consórcio de pequenas empresas para concorrer com o grupo liderado pela Andrade. Esse pequeno consórcio acabou ganhando o leilão.
— Quando fizemos a reunião para decidir o valor final do investimento (que seria apresentado na proposta), representantes da Eletrosul e de Furnas (subsidiárias da Eletrobras), que eram nossos sócios, estavam presentes. Isso nos causou desconforto porque o grupo concorrente tinha como sócios Eletreonorte e Chesf, também do grupo Eletrobras. Tudo indicava que esse consórcio miúdo estava sendo patrocinado — disse Azevedo.
O ex-presidente da Andrade Gutierrez disse ter procurado a então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, para falar do seu estranhamento quanto à sua derrota no leilão e ouviu dela que ficasse tranquilo porque “vamos precisar de vocês”. Dias depois, segundo Azevedo, o ex-ministro Antonio Palocci procurou a Andrade propondo que a empresa formasse uma sociedade com o consórcio vencedor para tocar as obras. E que fosse pago 1% do valor do contrato para o PT e o PMDB. Nas contas de Azevedo, isso daria cerca de R$ 135 milhões, metade para cada partido. O dinheiro foi pago em doações eleitorais para ambos.
Reuniões na casa de Othon, da Eletronuclear
— Meu entendimento hoje é que isso é propina, mas não víamos isso de forma tão clara na época — disse Azevedo.
Quanto ao pagamento de propina à Eletronuclear, o executivo afirmou que soube da denúncia quando estava preso, devido a seu envolvimento em esquema de propina na Petrobras.
Flavio Barra, presidente da AG Energia, braço do grupo Andrade Gutierrez para energia, também prestou depoimento ontem. Ele admitiu ter se encontrado com o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, na casa dele, para tratar de propina. Segundo Barra, foram duas reuniões, onde também teriam sido discutidas repactuações dos contratos da Andrade para construção da usina nuclear de Angra 3.
— Teve duas reuniões na casa dele. Falamos sobre doações. Nós vivíamos pedindo repactuações (dos contratos). Quando assumi os contratos, já tinha R$ 150 milhões de prejuízo. Se continuássemos performando assim teríamos déficit de R$ 250 milhões. Precisávamos que o dr. Othon atuasse para que os aditivos fossem assinados.
Pagamento de propina até dentro de carro
Barra assumiu os contratos, avaliados em R$ 1,5 bilhão, em 2013. Segundo ele, eram feitos pagamentos em espécie a diretores da Eletronuclear, no valor de 1,5% a 2% dos valores dos contratos. Muitos desses contratos teriam sido fechado com empresas do lobista Adir Assad.
— Os contratos tinham o valor elevado. A partir de determinado momento, como a capacidade de trabalho dele (das empresas de Adir Assad) estava no limite, começamos a fazer contratos fictícios.
Um dos pagamentos feitos a Othon da Silva, de R$ 300 mil, foi autorizado pessoalmente por Barra e executado pela Deutschebras, uma empresa de fachada. Segundo o Ministério Público, o expresidente da Eletronuclear teria recebido R$ 4,5 milhões em propina.
Barra disse ainda que não participou de reuniões com Vaccari Neto sobre propina em Angra 3. As reuniões com Vaccari, afirmou, foram feitas para tratar de propina relativa a Belo Monte. O executivo também admitiu ter ordenado a destruição de provas dos pagamentos indevidos.
Gustavo Botelho, ex-diretor-superintendente da Andrade Gutierrez, também prestou depoimento na Justiça Federal. Ele contou que fazia pagamentos a dois funcionários da Eletronuclear, Luiz Messias e José Eduardo Costa Mattos. Com o primeiro, foram três ou quatro encontros, em que teria sido paga a quantia de R$ 50 mil em cada ocasião. Com o segundo, foram dois encontros. Os pagamentos foram feitos em lugares variados, de restaurantes a no interior de carros.
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Operador da campanha de Dilma é preso pela Polícia Federal
Responsável por pagar contas da campanha presidencial do PT em 2010, Benedito de Oliveira, o Bené, foi preso preventivamente pela Operação Acrônimo poucos dias após o indiciamento do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ex-coordenador do comitê eleitoral de Dilma
Por: Thiago Bronzatto, de Brasília - Atualizado em
Em fevereiro deste ano, a presidente Dilma Rousseff e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, encontraram-se para inaugurar uma fábrica de cervejas em Uberlândia, Minas Gerais. Logo após o evento, os dois companheiros conversaram sobre o andamento da Operação Acrônimo. Dilma disse que não gostaria de ser surpreendida com más notícias sobre seu coordenador de campanha. Pimentel afirmou que não havia motivos para a presidente se preocupar. Dois meses depois, Pimentel, amigo de longa data e homem de confiança de Dilma, foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As provas que embasaram as conclusões da PF, obtidas por VEJA, são robustas -- e maculam mais uma pessoa que faz parte do universo restrito de Dilma. Nesta sexta-feira, Dilma foi surpreendida novamente por outra notícia incômoda: o empresário Benedito Oliveira, o Bené, amigo de Pimentel, foi preso preventivamente na Operação Acrônimo. Bené foi o responsável por pagar as despesas de uma casa em Brasília que servia à campanha que elegeu Dilma, sob a coordenação de Pimentel. O empresário, que após o PT assumir o governo federal viu suas empresas ampliarem geometricamente seu faturamento, também bancava as despesas pessoais do governador Pimentel e da primeira-dama, Carolina Oliveira. Era no avião particular de Bené que Pimentel voava de um lado para outro do país. O operador também pagava as hospedagens do casal. Em novembro de 2013, por exemplo, ele desembolsou 12.127 reais para que o ex-ministro e a sua mulher pudessem desfrutar um fim de semana num bangalô luxuoso no Kiaroa Resort, na Península de Maraú, no sul da Bahia. As empresas de Bené, como a Gráfica e Editora Brasil, receberam meio bilhão de reais do governo do PT em serviços gráficos e de organização de eventos - parte dos pagamentos sem que os serviços sequer tivessem sido prestados. Bené não era o único que arcava com as contas de Pimentel. Em 25 de junho de 2015, durante a segunda fase da Operação Acrônimo, investigadores encontraram na sede da empresa OPR Consultoria Imobiliária contas pessoais de Fernando Pimentel e da primeira-dama, Carolina Oliveira. Agentes identificaram uma cópia do cartão de crédito e extratos de contas telefônicas do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Posteriormente, a quebra de sigilo da OPR revelou que a empresa bancou três faturas do cartão de Pimentel que somavam 10.755 reais ao longo de 2013, quando ele ainda comandava o MDIC. A PF achou um envelope pardo com a inscrição "P/ Carolina" com comprovantes de pagamentos de taxas de condomínio e uma conta de uma agência de turismo no valor total de 2.256 reais com datas de abril e maio de 2015. Há também um recibo de pagamento feito à empregada doméstica de uma ex-mulher do governador de Minas Gerais. Além disso, foram encontradas na sede da OPR um álbum de fotos, uma guitarra autografada e anotações em agendas que remetem a Pimentel. "Apesar de Fernando Pimentel ter sido excluído do quadro societário da empresa OPR Consultoria Imobiliária em 27/07/2012, Fernando ainda continuou participando da gestão da referida empresa, juntamente com Otílio Prado, inclusive usufruindo de forma velada de valores oriundos da empresa OPR", diz o relatório da área de inteligência da PF, obtido por VEJA. "Há indícios de que Fernando Damata Pimentel utilizou-se da empresa OPR para pagamento de suas dívidas pessoais/familiares (exemplos: faturas de cartão de crédito, contas de internet/telefonia fixa-GVT, contas de telefonia celular-VIVO, contas da esposa, Carolina de Oliveira, e da ex-mulher Thais Velloso etc.), desde o ano de 2013, com indícios de pagamentos inclusive no ano de 2015", conclui a delegada Rafaella Vieira Lins Parca. A OPR era, segundo investigadores, uma empresa de fachada que simulava prestações de serviços para lavar dinheiro. Em março de 2014, a consultoria foi contratada pela Bridge Participações, de Bené, amigão de Pimentel. O objetivo era fazer um levantamento sobre oportunidades de investimentos no mercado imobiliário na região metropolitana de Belo Horizonte. O relatório produzido pela OPR é uma cópia de trabalhos publicados na internet e apresenta dados desatualizados de 2005 e 2012. Pelo serviço copiado do Google, a Bridge pagou 70.000 reais à OPR em julho de 2014. "Tal trabalho de consultoria, confeccionado pela OPR, trata-se apenas de cópias de conteúdos de trabalhos, estudos e relatórios produzidos por terceiros, inclusive disponíveis na internet gratuitamente, por meio de verdadeira montagem de informações", diz a análise feita pela PF. A Bridge, de Bené, também foi utilizada para receber 1,4 milhão de reais em propinas pagas pela montadora Caoa - que recorreu ao amigo de Pimentel para destravar portarias no MDIC que favoreceram a empresa em 2014. O serviço prestado pela Bridge à Caoa também foi copiado da internet, segundo a PF. Após ser eleito governador de Minas Gerais, em 15 de dezembro de 2014, Pimentel mandou uma mensagem para Maciel Neto, presidente do grupo automotivo Caoa, marcando um encontro na rua do Ouro, em Belo Horizonte, mesmo endereço da sede da OPR. A PF suspeita que a consultoria de fachada era utilizada para realizar encontros reservados com empresários interessados em fazer negócios com o governo. "Conforme se percebe pela mensagem, Fernando Pimentel continuou a utilizar a sede da empresa", diz o laudo da PF. Investigadores também acreditam que o ex-ministro fez tráfico de influência em favor da Caoa em portarias que beneficiaram a empresa junto ao ex-ministro Mauro Borges, que sucedeu a Pimentel no MDIC. Procurado, Fernando Pimentel, por meio do seu advogado Eugênio Pacelli, disse que não irá comentar as acusações relacionadas com as suas contas pagas pela OPR. "Estamos questionando a legalidade do indiciamento no STF, porque não há previsão legal para isso", disse. "Esperamos que o MPF permita que o governador exerça o seu direito de ser ouvido", diz Pacelli. Procurado, o advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Bené, afirmou que o empresário sempre esteve à disposição das autoridades. "Não faz o menor o sentido, depois de tanto tempo de investigação, ser decretada a prisão preventiva de Bené. Essa é uma medida de exceção, que não poderia ser aplicada nesse caso", afirma o criminalista, que irá ajuizar no início da próxima semana um pedido de habeas corpus para tirar o seu cliente da prisão. A situação de Pimentel e da presidente Dilma deverá se agravar ainda mais nos próximos meses. A empresária Danielle Fonteles, dona da agência de publicidade Pepper, promete contar tudo o que sabe sobre o seu envolvimento com o ex-ministro. Pimentel foi o responsável por intermediar a contratação da Pepper pela campanha da presidente Dilma em 2010. A agência substituiu a Lanza Comunicação, envolvida em espionagens clandestinas. A relação entre a Pepper e o PT foi tão frutífera que a empresa recebeu 15 milhões de reais do partido entre 2013 e 2015. O contrato, porém, foi rompido no ano passado, com o avanço da Operação Acrônimo que tisnou a imagem da Pepper. Danielle Fonteles se comprometeu a contar aos investigadores que Pimentel foi o responsável por negociar com a construtora Andrade Gutierrez o pagamento de 6 milhões de reais de serviços prestados pela Pepper à campanha de Dilma em 2010. Se isso de fato ocorrer, a presidente e o PT, ao contrário do que disse Pimentel em Uberlândia, terão muitos motivos para se preocupar. .-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Delação de empreiteira agrava situação da presidente
• Ex-presidente da Andrade Gutierrez diz que pagou propina à campanha de Dilma em 2014
A delação do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo agravou a situação da presidente Dilma e do vice Michel Temer no TSE, onde a chapa eleita em 2014 enfrenta processo de cassação. Seelétrico. gundo a delação, homologada pelo ministro do STF Teori Zavascki, a empreiteira fez doações legais para as campanhas de Dilma de 2010 e 2014 usando propina cobrada em obras da Petrobras e do sistema O PT negou irregularidades. A presidente determinou que a PF investigue o vazamento das informações, que considerou premeditado para tumultuar o processo de impeachment.
Cerco também no TSE
• Ex-presidente da Andrade Gutierrez diz que pagou propina à campanha de Dilma em 2014
Jailton de Carvalho - O Globo
-BRASÍLIA- Às vésperas da votação do impeachment na comissão especial da Câmara, as delações premiadas do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio de Azevedo e de outros ex-executivos da empreiteira agravam a situação da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer no processo aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar irregularidades na campanha de 2014. Azevedo e outras oito pessoas ligadas à Andrade, entre elas o ex-executivo Flávio Barra, disseram que a propina por contratos de obras superfaturadas — como a de Belo Monte e a do Complexo Petroquímico do Rio, o Comperj — foi paga na forma de doações legais para as campanhas eleitorais de Dilma em 2010 e 2014.
É o primeiro empreiteiro que confirma ter pagado propina como doação legal para a campanha de Dilma em 2014, o que já tinha sido mencionado por operadores do esquema investigado pela Lava-Jato. O processo no TSE é visto ainda com mais preocupação pelo governo pelo fato de ontem ter sido formalizada a eleição do novo presidente da Corte, o ministro Gilmar Mendes, crítico do PT e do governo.
Doações em 2010, 2012 e 2014
As informações sobre a delação de Azevedo foram divulgadas pelo jornal “Folha de S. Paulo” e confirmadas pelo GLOBO. Azevedo entregou aos investigadores uma planilha com a lista de doações e obras a elas vinculadas. Segundo a “Folha”, a planilha conteria a relação de doações feitas em 2010, 2012 e 2014. Entre os valores listados, cerca de R$ 10 milhões teriam ido para campanhas de Dilma e estariam vinculados a contratos com obras públicas.
Os depoimentos foram prestados no início deste ano ao grupo de procuradores da República que está à frente da Operação Lava-Jato. As delações dos executivos foram homologadas pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Azevedo disse ainda que parte do dinheiro repassado às campanhas de Dilma teria como origem obras superfaturadas para a construção do Complexo Petroquímico do Rio, de Angra 3 e da usina de Belo Monte, no Pará. A Andrade Gutierrez é a segunda maior empreiteira do país, atrás apenas da Odebrecht.
A delação também faz referência a irregularidades em obras para estádios da Copa do Mundo, em 2014. Os executivos citam os estádios do Maracanã, o Mané Garrincha, em Brasília, e a Arena Amazonas, em Manaus. As irregularidades nessas obras estariam vinculadas não só a políticos do PT, mas também aos do PMDB.
UTC já tinha mencionado doações em 2014
No Tribunal Superior Eleitoral, o processo pode resultar na cassação da chapa formada por Dilma e Temer. Pela lei, se isso ocorrer ainda em 2016, antes de completados dois anos de mandato, será convocada nova eleição presidencial. A partir de 2017, o presidente será escolhido por eleição indireta no Congresso.
Os executivos da Andrade Gutierrez são os primeiros a vincular propinas por obras públicas às doações legais para Dilma. Mas não são os primeiros a falar sobre doações ilegais. O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC e Constran, disse que fez doação de R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma em 2014 a partir de um pedido de Edinho Silva, coordenador de campanha de Dilma e atual ministro da Secretaria de Comunicação Social. Na conversa, o ministro teria mencionado contratos da empresa na Petrobras.
Em 2014, a Andrade Gutierrez doou R$ 20 milhões para o comitê de campanha da presidente. Além de implicar a campanha de Dilma em 2014, a delação de executivos da Andrade cita também o ministro Ricardo Berzoni, da Secretaria de Governo, e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, segundo disse ao GLOBO uma fonte de Curitiba. Essa fonte não detalhou em que contexto os dois foram citados nos depoimentos.
O ministro Edinho Silva e o advogado Flávio Caetano, que coordenou a equipe jurídica da campanha, negaram qualquer irregularidade nos repasses. Os dois reclamaram do vazamento dos dados que estão sob sigilo.
— A Andrade Gutierrez doou R$ 20 milhões para nossa campanha e R$ 21 milhões para a campanha de Aécio Neves. Cabe a eles (da empreiteira) explicar por que a doação para nós teria como fonte dinheiro desviado e a dos outros candidatos, não — disse Caetano.
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sexta-feira, 8 de abril de 2016
Propina de Belo Monte foi de R$ 150 milhões, diz Andrade Gutierrez
Valdo Cruz, Graciliano Rocha, Leandro Colon, Gabriel Mascarenhas, Márcio Falcão e Bela Megale – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, CURITIBA - Em sua delação premiada à Procuradoria-Geral da República, os executivos da Andrade Gutierrez revelam que as construtoras responsáveis pela obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte combinaram o pagamento de uma propina de R$ 150 milhões, 1% do valor que elas iriam obter pelos contratos firmados.
Os recursos seriam pagos ao longo da construção da obra e seriam divididos entre PT e PMDB. Cada partido ficaria com uma cota de R$ 75 milhões. Os recursos foram pagos, segundo a delação premiada, na forma de doações legais para campanhas de 2010, 2012 e 2014.
A informação foi divulgada pela Globonews, e confirmada pela Folha.
O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo disse aos procuradores que a empresa tinha um caixa único, formado por estes recursos oriundos da propina de Belo Monte e também dinheiro legal, que foi usado para fazer as doações de campanha, inclusive em 2014, quando a construtora doou R$ 20 milhões para a campanha da presidente Dilma.
Ou seja, segundo os executivos, o dinheiro não era carimbado, mas recursos de propina acabaram sendo usados para bancar as campanhas petistas e de peemedebistas na última eleição presidencial.
Os R$ 150 milhões foram divididos entre as empreiteiras de acordo com a participação de cada uma no consórcio construtor da usina Belo Monte.
O leilão de Belo Monte ocorreu em junho de 2010. Odebrecht e Andrade Gutierrez (autora de estudos iniciais), mais a Camargo Corrêa, desistiram de apresentar proposta por discordar da estimativa de R$ 19 bilhões feita pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Formado por oito empresas, algumas sem experiência na construção de hidrelétricas (Queiroz Galvão, Mendes Júnior, Serveng-Civilsan, Contern, Cetenco, Gaia, Galvão e J.Malucelli), um outro grupo acabou ganhando a concorrência, mas logo depois permitiu a entrada das três concorrentes.
"Derrotadas" inicialmente, Andrade Gutierrez (18%), Odebrecht (16%) e Camargo Corrêa (16%) ficaram com metade dos contratos de construção da usina. O valor da propina paga a PT e PMDB, segundo Otávio Azevedo, seguia o percentual de cada uma no Consórcio Construtor de Belo Monte.
Homologação
Nesta quinta-feira (7), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki homologou a delação premiada de Otávio Marques de Azevedo e do ex-executivo da construtora Flávio Barra.
Questionado pela manhã sobre a validação dos depoimentos, o magistrado, que é relator dos casos relacionados à Operação Lava Jato na Corte, indiciou que manterá o conteúdo em sigilo, ao menos no primeiro momento.
"Em matéria de delação premiada, a lei estabelece que tudo tem que ser mantido em sigilo. Enquanto as partes não abrirem mão do sigilo, eu vou manter a lei", disse o ministro, sem confirmar a homologação.
A Folha apurou que a PGR (Procuradoria-geral da República) tende a não pedir a retirada do segredo de Justiça, uma vez que as informações prestadas por Azevedo e Barra devem embasar novas frentes de investigação da Lava Jato.
Em sua edição desta quinta, a Folha revelou que, em sua delação premiada, os executivos da Andrade Gutierrez revelaram que a construtora fez doações legais para campanhas de 2010, 2012 e 2014 utilizando recursos de propina obtidos de contratos firmados com a Petrobras, usina nuclear Angra 3 e a hidrelétrica Belo Monte.
O PT e o PMDB negam oficialmente irregularidades nas doações recebidas por seus candidatos e também acertos de propina em Belo Monte. A campanha da presidente Dilma também refuta qualquer irregularidade e diz que todas as contribuições recebidas foram legais.
How Adam Smith’s Invisible Hand Was Corrupted by Laissez-Faire Economics
If read correctly, Smith's invisible hand shows the limits of laissez-faire
By Jeff Madrick
Economics, April 15, 2016
As I learned my economics and further explored the
influence of the Invisible Hand, the power of ideas became clearer
to me. Economic ideas have had enormous influence on
economic conditions—and vice versa. Over the past thirty-five years,
the ideas at the center of orthodox economics, did damage and laid the
groundwork for the financial crisis of 2008 and the Great Recession that
followed. The Invisible Hand, though alluring, is highly
ambiguous—it does good and harm.
A beautiful idea can be described as one that explains a
lot with a little. Such ideas are often simpler than previous
explanations of a phenomenon. But they can be siren songs, and
throughout history many such ideas have been found to be wrong: the
Aristotelian belief that heavy items fall fastest to earth; the
once-dominant idea that the veins and arteries are separate circulatory
systems; the notion, which seemed undeniable to educated people at one
time, that the earth is the center of the universe.
The Copernican idea that the sun, not the earth, is the
center of the solar system is a classic example of the best kind of
beautiful idea. It is elegant and simple and, most important, ultimately
correct. But time was still needed to break the shackles of the
older, mistaken beautiful ideas. Once accepted, such ideas are hard
to shed. They become part of us and color how we think.
Physical observation alone did not pave the way to the
Copernican idea, which took some time to gain acceptance. There
were also cultural and philosophical changes that opened paths to
such thinking. Our sense of our uniqueness as a species may have
already been diminishing culturally and intellectually before
Copernicus’s astronomical theory took shape, making it possible to
accept the radical notion that the earth was not the center of it all.
History is more a circle than a line—a feedback loop rather than simple
cause and effect. I’d argue that economists too often overlook that.
Honest economists readily admit their oversimplifications;
confused economists take them more literally.
The beautiful idea of the Invisible Hand enraptured
economists as well as many political thinkers for more than two
centuries. But it is not an idea with the power of, say, the Copernican
discovery. It is more a loose metaphor for the way markets may work than
an ironclad law. The Invisible Hand is believed by economists to
demonstrate that markets where goods and services are freely
exchanged will result in the greatest benefit to buyers and sellers
alike, and as noted direct investment where it is most useful,
enhancing the rate at which the economy can grow. All of this takes
place without any outside government intervention.
Orthodox economists have made the Invisible Hand the
basic foundation of their work. They grudgingly agree that
sometimes government intrusion in the market is necessary. Usually,
though, government efforts are seen as harmful. Most extraordinary,
many economists claim that just as the market for cornflakes is
self-adjusting, so, too, is an entire economy. Supply and demand
automatically adjust to a “general equilibrium” that satisfies as
many people as possible. In a recession, prices, wages, and interest
rates will fall. More goods will be demanded, and production will
rise again. Excessively rapid growth will result in higher prices,
which dampen demand and will perhaps create a recession that lasts
until the economy readjusts. A recession will only be temporary, as
will excessive growth.
Unlike the Copernican revolution, however, the Invisible
Hand is an assumption, not a scientifically based law. Its obvious
limitations have not prevented its supreme influence. The alllure of
the Invisible Hand is its elegance. The profound weakness is that it
is not nearly as complete a model of markets as many economists insist
it is. Its underlying assumptions—that people have material preferences
that don’t change, that they are rational decision makers, and that they
have all the price and product information they need—are extreme. The
Invisible Hand is thus a limited proposition, elegant but impure.
It especially draws theorists toward the
laissez-faire model of governing, which holds that government
intervention should be minimized. Indeed, the free market, not
government, is accepted as the dominant organizing mechanism of society.
Smith used the term “Invisible Hand” just once in The Wealth of Nations
and only once in his earlier work, The Theory of Moral Sentiments. The
historian Emma Rothschild, in her book on Smith and the Marquis de
Condorcet, two towering Enlightenment scholars, argues that Smith was
more ironic than serious about the Invisible Hand, always assuming an
active role for government in creating the rules and regulations of
society and fully conscious of the need for compassion and community,
which he outlined rather beautifully in The Theory of Moral Sentiments.
But Smith took the Invisible Hand very seriously, I’d
argue, even as he assumed a large role for government. He was a
complex thinker, breaking new ground in many areas, and too much
time has been spent trying to make his abundant ideas consistent
with one another. He could believe in limiting government in some
ways but expanding it in others. Even though he explicitly mentioned the
Invisible Hand only once in The Wealth of Nations, elsewhere in his masterpiece he addressed it at length.
Smith was formally a moral philosopher at the University
of Edinburgh, and he had come to believe that individuals could
often make their own decisions without help from a higher authority,
a staple idea of the Enlightenment that was rapidly gaining
cultural acceptance. A market undirected by government fit this
philosophical disposition very well. Smith was determined to show
that such self-oriented behavior on the part of individuals led to a
common good. “Man has almost constant occasion for the help of
his brethren,” he famously wrote, “and it is in vain for him to
expect it from their benevolence only. He will be more likely to prevail
if he can interest their self-love.” And then follows his most quoted
line: “It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the
baker, that we expect our dinner, but from their regard to their own
interest. We address ourselves, not to their humanity but to their
self-love, and never talk to them of our own necessities but of their
advantages.”
Emma Rothschild, appropriately skeptical of the Invisible
Hand, emphasizes its “loveliness.” To many, she observes, it is
“aesthetically delightful.” Rothschild notes that for the Nobel laureate
Kenneth Arrow and his highly regarded coauthor Frank Hahn the
Invisible Hand was “poetic.” Arrow and Hahn wrote that it is “surely the
most important contribution of economic thought.” Another Nobel
laureate, James Tobin, called it “one of the great ideas of history and
one of the most influential.” The American conservative philosopher
Robert Nozick is impressed by how it finds an “overall pattern or
design” out of a seeming jumble of decisions.
Its simple elegance, as I’ve said, is part of the reason
for its influence. Rebuttals of it tend to be intricate, but this does
not make them wrong. A rare readable rebuttal of Smith’s moral
contentions
can be found in Adam’s Fallacy, a short book by
the nonmainstream economist Duncan Foley. Others have built economic
systems that give less credibility to the central proposition that
economies are a collection of markets driven by the Invisible Hand and
more to the influence of tradition, culture, power, war, and the
development of the law, the banking system, and other institutions.
Economic growth cannot, it turns out, be explained by the simple
mechanism of the Invisible Hand, however key a role it played. These
other less traditionally economic factors matter enormously. Foley is
part of this tradition, as is the similarly nonmainstream Lance
Taylor, whose Maynard’s Revenge is a variation on the failures
of Smith’s theory. The Invisible Hand, however, overwhelmingly trumps
all these insurrectionary ideas in the practice of economics today.
With the stakes so high, how could I not have wanted to
understand the way economies create wealth? How could I not have
embraced the Invisible Hand? Was there some set of conditions and
choices that underlay prosperity, a set that could be maintained
and enhanced? In short, was there a universal key to economic
growth? Political decisions, the tides of history, scientific
breakthroughs, the spread of literacy, the rise of rapid
transportation—all these and more affect growth. But my college
textbooks, even when they included sections on Keynesian government
stimulus, by and large agreed that prosperity is mostly a consequence of
the Invisible Hand—that is, a free market.
Adam Smith may not have been an economist per se, but to
my mind he was an economic historian of his times. Better said, he was
an economic sociologist. He wanted to understand the causes of the
prosperity that existed in Scotland and the rest of Britain. History’s
leading theoretical innovators were trying to make sense of what they
saw as surprising and robust economic advances since the 1700s. They
noted how wealthy many individuals were becoming; how cities were
growing; how agriculture was feeding more people; how new water mills
and factories were producing goods more cheaply; how many new businesses
were being started; how canals and, over time, railway lines were
proliferating; and how technology was advancing rapidly. Neither they
nor their greatest successors created economic edifices out of theory;
instead, they created theory out of the concrete edifices they observed.
Unlike, say, Newton’s or Einstein’s theories, which offered predictions
based on immutable laws of nature (within defined limits, granted),
economic theories did not predict the Industrial Revolution or
the fabulous wealth of today’s rich nations. John Maynard Keynes was a
brilliant but mostly conventional economist until the devastating Great
Depression; when the facts on the ground changed, he said, he had to
change his ideas.
Adam Smith did not begin The Wealth of Nations
with the Invisible Hand. The general cause of increasing wealth is
productivity, he wrote in his first chapter, the growing quantity of
goods and services that can be produced per hour of work. More income
was produced per worker as productivity increased. The persistent
increase in productivity, accumulating over years, decades, generations,
and centuries, is the cause of the economic benefits we enjoy today.
This was accomplished through what Smith called the “division of labor.”
Smith started with the aforementioned pin factory, a
classic example of rising productivity, both simple and highly
illustrative. Smith may have called the manufacturing of pins
“trifling,” but the availability of cheap pins was important to the
burgeoning textile industry. Smith explained that one man could make one
pin a day, perhaps twenty. But when manufacturers learned to divide
and specialize the work, productivity exploded. Smith reported
that there were up to eighteen separate operations—“ one man draws out
the wire, another straights it, a third cuts it, a fourth
points it”—and by dividing the labor, twenty men with specialized
skills could now make an astonishing forty-eight thousand pins in a
day. This huge multiplication of output was achieved even as the cost
of labor remained low. Here, in a nutshell, was the miracle of
modern wealth. But it was the Invisible Hand that directed business to
make such investments as demand created opportunity; it was the guidance
system, so to speak.
This primitive example of growing productivity is crystal
clear. Smith went on to show how it characterized industry after
industry. More than a century later, the division of labor became the
basis of mass production, which made use of elaborate machines that, by
and large, worked on the same principle of breaking tasks down to their
simplest level. Henry Ford took this to the extreme, paring down the
multiple tasks involved in building a car to a degree that no one had
imagined possible.
When Ford started out, a car with an internal
combustion engine typically cost around $5,000. He eventually got the
price down to a few hundred dollars, having figured out a way to make so
many more cars with little change in labor time or costs. There have
been countless examples in industrial history of this reduction in
price. By the end of the 1920s, about three-fifths of American families
had a car—compared to a little over one-fifth a decade earlier—and a
huge number owned washing machines, radios, and telephones. The increase
in television ownership in the 1950s was even more explosive—and even
with TVs being relatively more expensive, adjusted for inflation, than
the computer would later be. But since the 1980s, the price of a
personal computer has dropped substantially, and now about
three-quarters of Americans own one.
Division of labor was the central principle, but other
factors were exploited to increase productivity. New sources of power
made a significant difference by reducing labor time: wind and water
at first, well before Smith’s day, then coal, oil, and, finally, the
generators that produced the electricity (and, to a much lesser
degree, nuclear fission) that powered the increasingly complex
machines that produced more and more goods faster and faster with less
and less labor. Another major factor was the rising speed of the
transportation of raw materials, parts, and finished goods to
producers and markets—first over the waterways, then by train, and soon
on trucks and huge oceangoing vessels. The steam engine was key to these
developments, but so were navigational techniques. Transportation costs
were sharply reduced, which also radically enhanced the mobility of
labor. Soon communication became faster, further boosting productivity.
The telegraph was critical to American economic development in the
mid-1800s, as was the telephone by the end of the century. Lower costs
of parts made it possible to produce countless newly invented products
over the decades.
The size of the market was every bit as critical as
output—and maybe more so—and has usually been overlooked by
contemporary economists. The division of labor and other
productivity improvements could only be made if the market was large
enough. Smith knew this, giving the third chapter of The Wealth of Nations the
title “That the Division of Labor Is Limited by the Extent of
the Market.” What good would it be to make forty-eight thousand
pins rather than two hundred if there was no need for those pins,
even if the price dropped drastically? Markets had to expand beyond
the village to the region, the nation, and the world. This was
another reason that more efficient and low-cost transportation was so
necessary to the advance of productivity.
The process that created the incentives to increase
productivity and guide production and prices was itself driven by
self-interest, Smith argued. He observed that it is merely a human
“propensity” to want to barter and that the way to get what one wants is
by giving others what they want.
How much to produce? At what price to sell? Is this really
for the overall good? Shouldn’t somebody decide? This is the process of
the Invisible Hand. “By directing that industry in such a manner as its
produce may be of the greatest value,” Smith wrote, “he intends only
his own gain, and he is in this, as in many other cases, led by an
invisible hand to promote an end which was not part of his intention.”
The fact that Smith used the term “Invisible Hand” only once in The Wealth of Nations has, as noted, misled some scholars into thinking that he did not really care about or even fully believe in it.
Yet the chapter in which he described it without
explicitly mentioning it—“ Of the Natural and Market Price of
Commodities”—is the most important in the book. First of all, Smith
assumed there was a “natural” price for every good, one ambiguously
based on the long-term costs of producing the product. “When the
quantity of any commodity which is brought to market falls short of the
effectual demand,” he wrote, “a competition will immediately begin
[among those who want to buy it], and the market price will rise.” In
other words, as demand increases, the price rises until it reaches
the point at which the entire quantity produced is consumed. If
supply increases, the opposite occurs. As he wrote, “When the
quantity brought to market exceeds the effectual demand . . . some
part must be sold to those who are [only] willing to pay less, and
the low price which they give for it must reduce the price of the
whole.” Thus, more people can own the product at the lower price.
Supply and demand shift to strike a balance at a specific
price, which is called the equilibrium point. If there is too much of
a commodity or, similarly, too much labor or land, the employer will cut
jobs or wages or the landowner will reduce the price or amount of
salable land until the wage or the price reaches its so-called natural
level. If there is greater demand, the employer will hire more workers
or the landowner will prepare more land for use. Natural price and
effectual demand are ambiguous ideas, but they were key, if unexplained,
assumptions for Smith. Later economists would spend a lot of time
trying to make these ideas more explicit. But they essentially accepted
the assumptions without ever to this day devising a complete explanation
of how price and demand are determined. Price always gravitates to its
natural level, Smith said, so that demand is fully met and the resources
of a nation are fully used. Economists assume as much today.
Smith acknowledged potential obstructions to the ideal
functioning of markets. Producers can try to keep secret a rise
in demand, thus avoiding competition. Lack of widespread
information about prices and the availability of goods is an
inherent problem. Similarly, anyone with a monopoly can keep the
market understocked or prices too high. A tariff to keep exports out
keeps prices too high to satisfy effectual demand.
Smith did not fully explore some other problems. Simply
said, he believed market participants must know what they want and
what they are willing to pay. Barring such (rather formidable)
obstacles, the process is automatic. Government will only hinder it with
taxes, product standards, and price regulations.
In his chapter on natural and market price, then, is
Smith’s almost complete description of the Invisible Hand. So
accepted and seemingly obvious is his theory that it is hard to believe
that Smith did not conceive of the supply and demand curves that
all first-year economics students learn. Alfred Marshall, the
talented British economist, drew these about a century later.
In addition to the problems just cited, there is another
major gap in the explanation of how the Invisible Hand functions. The
main claim is that price sends a message to buyers and sellers on
how they can adjust their consumption and production. But the
countless buyers and sellers must communicate with each other,
after all—in effect, bargain. This is no easy task.
Smith’s proposal that there is a natural price for a
product is sketchy, to say the least. There is no convincing explanation
of where this natural price comes from. Smith presumed that there
exists for goods and services a price known by custom and practice and
that the price goes down and more people buy as new and cheaper
supply comes on the market. Within this set of narrow possibilities,
the Invisible Hand can spread the benefits of productivity and
induce businesses to invest more, expand capacity, increase
production, and reduce labor costs. They may also hire more workers and
even raise wages.
A bookseller, for example, might sell a book for $19.95
and see how many takers he gets, thus testing the market. But what if
a $14.99 price would attract many more buyers, resulting in a
greater total profit for the bookseller? A competitor might then sell a
similar book as cheaply, and so the experimentation that led to an
equilibrium price would continue. Léon Walras, the influential
French economist who in the late 1800s used mathematics to expand
the Invisible Hand as a model for the entire economy, did not have
an answer to how the process would work in real life, either.
Walras presumed that there was an economy-wide “auctioneer” who
gathered all prices of goods and sold them to those willing to pay.
That assumption about the process by which the Invisible Hand
matches buyers and sellers has not been improved upon by
contemporary economists. How the equilibrium point is reached remains
a mystery.
This central ambiguity matters a lot. Prices can in fact
be shoved around by powerful forces: big business, strong unions, and
ubiquitous monopolies, or at least oligopolies with market power.
In financial markets, prices can be manipulated by collusion or
secret trading or access to inside information. In labor markets,
wages can be affected by the ability of businesses to fire workers
without cause or by stern government policies that restrain growth
and keep unemployment high.
Belief in the Invisible Hand allows economists to
minimize these concerns. The battle against unions, for example, is
driven by a claim that the Invisible Hand guides business and labor to
set fair wages. Union organizers believe that they are not set fairly
and that workers need collective bargaining to level the playing
field. Alan Greenspan, as Federal Reserve chairman, believed that
bargaining power mattered. High unemployment, he realized, could keep
workers insecure and therefore less willing to bargain hard for their
jobs, giving business more power over wages than the Invisible Hand
would dictate. One measure of insecurity is the rate at which workers
are willing to quit their jobs. If the quit rate is high, workers are
secure and might ask for higher wages, putting pressure on business to
raise prices and stimulating inflation; if the quit rate is low,
workers don’t have the security to bargain hard. (Of course, unions
sometimes have too much power, too, driving wages too high.) Greenspan
kept a close eye on this and seemed to encourage worker insecurity.
Faith in the Invisible Hand led to the once-general belief
that a higher minimum wage results in lost jobs. It presumes that the
wage paid reflects the worth of the workers and that any wage
increase resulting from a minimum wage law represents an overpayment
to workers, reduces profits, and also reduces the hiring of new
workers. But in fact often the wage can be too low because of a
business’s power or generally restrictive government policies that keep
unemployment high. In that case, a hike in the minimum wage would be
healthy economically, restoring demand for goods and services, and would
not cause jobs to be lost. At the turn of the nineteenth century, the
American economist John Bates Clark made one of the first claims that,
economy-wide, wages reflect the worth of labor. As we shall see, there
is little serious empirical work to justify this conclusion, and recent
studies—what I call dirty economics—have shown that increases in the
minimum wage result in very few lost jobs, if any. Empirical analysis is
at last changing economists’ minds.
Another concern regarding the labor and other markets is
often referred to as asymmetric information. The classic example is
the used-car salesman who has more information about the car than the
buyer has, much of which is kept secret. As Smith feared, a
market cannot work under these circumstances. Buyers cannot make proper
bids without knowing what they are buying. This concern extends to
markets in health care, insurance, and mortgages—and arguably to most
other markets as well. It is not only the poor subprime mortgage buyer,
for example, who will make errors, but almost all homebuyers who enter
into such transactions only two or three times in their lives. How can
they possibly be knowledgeable and informed? Even sophisticated pension
fund managers clearly did not have enough information about the complex
mortgage securities fashioned by Wall Street to make sensible
decisions in the years leading up to the 2008 crisis. Countless pension
funds and individual investors and the Department of Justice have
been suing major banks like JPMorgan Chase and Goldman Sachs
over alleged deceptive practices, and in several cases
multibillion-dollar settlements have been reached. One Goldman Sachs
banker—if only one—has gone to jail for selling the complex products
without informing his buyers. A pure interpretation of the Invisible
Hand suggests such easy fraudulent behavior should not be possible.
The Invisible Hand also depends on market participants
knowing and understanding their self-interest well and therefore
making rational decisions about buying and selling products.
Behavioral economics has uncovered many examples of buyers being
unable to make such rational decisions, a factor economists once
minimized. An obvious example is herd behavior in buying stocks,
in which buyers are lured into paying high prices because so many others
are. The opposite, also damaging, is irrational risk aversion, with
investors refusing to buy even when the odds of gains are good. Another
example is susceptibility to misleading advertising. Still another is
fashion itself, evident in surges in demand for new products like the
iPhone or traditional ones like an Hermès Birkin bag. One can argue that
there is some satisfaction in being a part of fashion, of course, but
not if it leads to buying bad products or stocks whose prices will
inevitably fall precipitously.
The seeming power of the Invisible Hand, however,
enables many economists to neglect or set aside these concerns. Milton
Friedman forcefully argued that competition will correct most wrongs.
Fraudulent products or manipulated financial services will create
opportunities for honest competitors, overpricing will create
opportunities for sellers to reduce prices, and herd behavior leading to
overspeculation will be counteracted by sellers who know better. There
is no need for labor unions to offset the power of business, as John
Kenneth Galbraith had claimed in his concept of “countervailing power”;
unions will only keep wages too high by interfering with the Invisible
Hand.
The Invisible Hand is a source of clean economics in a
dirty world. Great castles can be built on the Invisible Hand, but a
rising tide will wash them away. This is what happened in 2008.
Among the most important limitations of the Invisible Hand
are economies of scale. The Invisible Hand presumes that it will
eventually cost more to produce a good, not less. The supply curve rises
to meet the demand curve. But the greatest productivity increases in
the Industrial Revolution were arrived at as the volume of sales
increased; this is what enabled Henry Ford and others to cut prices. The
more you make, the lower the unit cost. The supply curve could actually
fall when more units were demanded at lower prices, and it often did.
Economies of scale are a major component of wealth creation and of the
history of economies. Smith’s pin factory was a version of this.
The grandest leap of faith among economists, however,
concerns more than how the Invisible Hand works in a single market. A
general equilibrium was reached for all markets and the economy as
a whole. This conclusion, arrived at by economists like Léon Walras, is
remarkably convenient, but the assumptions required to make such a claim
are extreme.
The many obstacles to the workings of the Invisible
Hand amount to an overwhelming criticism. The Invisible Hand is
an approximation, usually not applicable in the real world
without significant modification. Dependence on it leads to major
policy errors, most of them having to do with restraining
government intervention. We assume away monopolies, business power, lack
of access to information, the likelihood of financial bubbles,
economies of scale.
The proof is in the pudding. Predictions about economies
based on this generalized theory have often been proved wrong. The
most important of these is that economies should be stable because
they self-adjust to reach general equilibrium. Yet we have had
countless deep recessions and financial bubbles and crashes since the
start of the Industrial Revolution. The eighteenth century was rife
with them, but so have been the past thirty years of the modern
laissez-faire era. Simplistic, convenient belief in the Invisible Hand
led to mindless financial deregulation beginning in the 1970s and
an astonishingly misplaced faith—one that ignored asset bubbles
and income inequality, among other things—that the Great
Moderation would maximize prosperity. This is why the devout
believer Milton Friedman could state in 2005 that the economy was
stable; he couldn’t imagine that it wasn’t, and he never looked under
the hood of Wall Street securities to see what was really going on.
If rightly read, Smith’s theory proposes the opposite of
laissez-faire political practice, suggesting that there is a need for a
visible hand of government. It describes both why markets work and
why they fail, as well as how much guidance from an outside force
is needed to keep them on track. The Invisible Hand is a
brilliant idealization of markets that shows how limited
laissez-faire theory is in reality.
We are delighted to invite you to join us at the 13th International Post Keynesian Conference in Kansas City, MO. Mark your calendars! The conference is September 15-18, 2016 at the University of Missouri – Kansas City.
Please help us spread the word by sharing this message with your colleagues.
Call for Papers
Please send your paper and panel submissions to umkcpkconference@umkc.edu Final date for submission is May 15, 2016
Conference themes will include:
The Shoulders of Giants: contributions of our forefathers and foremothers
The Future of Post Keynesian Economics
Can Euroland Survive?
Tapering and the end of QE
Is secular stagnation the New Normal?
The dangerous fantasy of Growth through Austerity
The role of BRICS in the developing world
Has China offered a New Economic Model?
Modern Money Theory, Functional Finance, and Job Guarantee/ELR Keynotes will include presentations by Lord Robert Skidelsky and James Galbraith.
This year’s conference is sponsored by:
the Journal of Post Keynesian Economics,
the Levy Economics Institute Of Bard College,
the Binzagr Institute for Sustainable Prosperity
and the University Of Missouri-Kansas City.
Stay tuned for more conference details will be posted here: http://www.pkconference.com/
--
Fadhel Kaboub
Associate Professor of Economics, Denison University
President, Binzagr Institute for Sustainable Prosperity
Granville, OH 43023
740-587-6315 @FadhelKaboub
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O impedimento é remédio constitucional amargo para a proteção do Estado Democrático de Direito. Ele nasce da convicção de que um governo representativo existe sob a égide da lei. Na feliz expressão de Norberto Bobbio, o Estado Democrático de Direito é sempre uma ordem “per lege" e “sub lege".
A atual mandatária violou essa ordem duplamente. Em 1º lugar, em sua fonte, pois as eleições que a levaram ao poder, hoje sabemos, foram fraudadas com dinheiro ilícito. A 2ª violação ocorre no âmbito do seu exercício, ou seja, de seu modus operandi, pois mesmo um governo eleito de forma legítima (com maioria dos votos) não recebe o direito de delinquir. É justamente por esses motivos que existe o instituto constitucional do impedimento. Ele só revoga o sagrado mandato popular quando e porque o governante se colocou ao arrepio da lei que jurou manter e proteger.
A bem da verdade, o processo de impedimento em curso na Câmara julgará apenas uma parcela ínfima de uma montanha de crimes. É o que dizem palavras que se tornaram, tristemente, senso comum, como “mensalão” e “petrolão". Neste sentido, a acusação em curso incide apenas no aspecto do exercício do governo e no que diz respeito a uma conduta bastante específica. A condenação por crime de responsabilidade, em atenção aos artigos 85 e 167 da Constituição, é exigência que decorre em virtude da violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, e conforme previsão do artigo 5 da Lei 1.079 de 1950. Se lembrarmos que Collor foi deposto por causa de um Fiat Elba, esse crime está longe de ser menor. Primeiro, porque qualquer violação da lei nunca é fato banal. Segundo, porque a proporção em que a prática foi utilizada no governo Dilma Rousseff supera tudo que já foi realizado anteriormente em volume e extensão. Por fim, tal prática foi utilizada para enganar o povo brasileiro e assim vencer as eleições. Ela foi um instrumento de fraude premeditada. Portanto, mesmo que fiquemos restritos ao âmbito jurídico das pedaladas fiscais, ainda assim podemos corroborar as palavras de Janaina Paschoal quando diz que “sobram motivos”, pois é do império da lei que se trata. Em outros termos, é do coração da democracia que estamos falando. Isso tudo já basta.
No entanto, o processo constitucional e, por isso, legítimo, de afastamento não é somente jurídico, mas também político. Sem jamais prescindir da fonte material do direito, sabem os parlamentares que os demais crimes praticados, que envolvem, inclusive, obstrução da justiça, também devem e podem ser ponderados formalmente no âmbito de uma consciência moralmente responsável, motivando sua decisão e instruindo seu julgamento íntimo. A não ser, é claro, que o STF também queira caçar nossa consciência moral. Pois golpe é irrigar sua campanha com dinheiro ilícito. Golpe é macular o Congresso com compra de votos. Golpe é cobrar propina em licitações corrompidas. Golpe é dilapidar a Petrobras com esse fim. Golpe é tentar proteger um acusado pela justiça com status de ministro. Golpe é constituir um governo paralelo em um quarto de hotel de luxo. É verdade que o impedimento não é recall e falta de governabilidade não o fundamenta. Mas também é verdadeiro que a falta de legitimidade que nasce da violação sistemática e contumaz da lei, sim. É nesse contexto que as pedaladas fiscais se inserem. É por isso que o senso de justiça dos cidadãos, manifesto em massivas manifestações populares, clama por providências e a ordem constitucional grita pela aplicação do corretivo necessário.
Caso aprovado, o afastamento da presidente não significa a redenção da política ou a instauração do paraíso da moralidade na terra. Mas quem disse que se trata disso? Por que eles ainda ofendem a sabedoria popular? Trata-se apenas de afastar do caminho aqueles que, além da República, roubaram nossa esperança e querem que nos convençamos que são um mal menor. Infelizmente, eles não são. Não tenhamos medo. Afastá-los é só o primeiro passo de uma luta que está apenas começando.