O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Venezuela: bolivarianos assassinos nao poderao mais ir a Disneyworld...

...e depositar dólares em bancos maisseguros que os seus...
Paulo Roberto de Almeida 

Câmara dos EUA aprova sanções contra autoridades venezuelanas

Chavistas envolvidos com violações de direitos humanos poderão ter bens congelados e visto de entrada nos Estados Unidos negado

Foto 1 / 58
AMPLIAR FOTOS
Estudante é detido pela Guarda Nacional Venezuelana durante protesto anti-governo em Caracas
Estudante é detido pela Guarda Nacional Venezuelana durante protesto anti-governo em Caracas  - Juan Barreto/AFP
A Câmara de Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira um pacote de sanções contra autoridades da Venezuela responsáveis por violações de direitos humanos durante a onda de manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro .
A medida, aprovada sem oposição, determina que o governo americano elabore uma lista com nomes de autoridades venezuelanas. Elas terão sua entrada negada nos EUA e sofrerão o congelamento de ativos que estejam em solo americano.
O texto já havia sido aprovado por unanimidade na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, e foi defendido por deputados democratas e republicanos. Um texto semelhante, que também determina sanções contra altos funcionários do país, foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores do Senado, e ainda será votado. Caso os dois textos aprovados sejam diferentes, eles deverão ser submetidos a uma comissão que unificará as propostas.
Ao apresentar o projeto, a deputada republicana de origem cubana Ileana Ros-Lehtinen afirmou que é necessário "condenar os abusos contra os direitos humanos na Venezuela e responder os gritos dos venezuelanos".
De acordo com deputado democrata Joaquín Castro, "não há um mecanismo nesta lei que possa afetar negativamente aos venezuelanos comuns". Castro disse que as 42 mortes registradas em manifestações são uma "catástrofe absoluta". O parlamentar ainda destacou a grande flexibilidade que o pacote fornece ao presidente Barack Obama, ressaltando que as sanções podem ser suspensas "a qualquer momento".
Apesar do apoio legislativo, o Departamento de Estado já deixou claro em várias oportunidades que considera a medida "uma opção", mas que a prioridade é incentivar o diálogo entre os dois lados na Venezuela.  Essa posição vem sendo mantida desde que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se ofereceu para mediar um diálogo entre governo e oposição. Sobre essas conversas, Ros-Lehtinen assegurou que as discussões não chegaram a “nenhum resultado, nenhuma ação, nenhuma concessão e os inocentes continuam na prisão”. 
Antes da votação, o presidente Nicolás Maduro avisou que não vai reconhecer nenhuma sanção."Só os impérios coloniais podem aplicar leis extraterritoriais. Qualquer lei que venha a ser aprovada no Congresso dos Estados Unidos, aplicando sanções à Venezuela, é espúria. Não a reconheceremos, rejeitamos e iremos contestá-la em todos os cenários mundiais”, disse Maduro.
Os protestos na Venezuela começaram no início de fevereiro e se espalharam por todo o país, com críticas à insegurança, à escassez de produtos básicos e à inflação galopante. Desde então, o governo chavista prendeu vários políticos opositores de forma arbitrária e fez uso de milícias para aterrorizar os manifestantes. Diversas ONGs, como a Human Rights Watch,condenaram as ações de repressão
(Com agências EFE e France-Presse)

Os estragos do chavismo na Venezuela

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor. Nicolás Maduro assumiu o poder em 2013 e está dando continuidade aos erros do coronel. Confira:

4 de 8

PDVSA em ruínas

O petróleo, extraído quase inteiramente pela PDVSA, a Petrobras da Venezuela, é responsável por 50% das receitas do governo venezuelano. Além do prejuízo de uma economia não diversificada, Chávez demitiu em 2003 40% dos funcionários da companhia após uma greve geral e os substituiu por aliados. A partir daí, as metas de investimento não foram cumpridas e a produção estagnou.
O plano de investimentos da PDVSA divulgado em 2007 previa a produção de 6 milhões de barris por dia este ano, mas entrega menos da metade. A exploração de petróleo caiu de 3,2 milhões de barris diários (em 1998) para 2,4 milhões (dado de 2012). O caudilho foi beneficiado, no entanto, pelo aumento do preço do produto e usou a fortuna para financiar programas assistencialistas e comprar aliados na América Latina. 
O presidente Nicolás Maduro deu continuidade às 'misiones', como são conhecidos os programas assistencialistas. O desafio será mantê-los e ainda investir na petrolífera e aumentar a produção. 

Desigualdade de renda e riqueza: o debate continua (El Pais)

Piketty defiende sus cálculos
Thomas Piketty, de 43 años, era hasta hace unos meses un economista poco conocido fuera de su país, Francia, y de los círculos especializados. Ahora ocupa el centro del debate económico, su último libro es un superventas y él empieza a experimentar la cara menos amable de la fama: un escrutinio feroz de sus argumentos y acusaciones que siembran dudas sobre su rigor.
Piketty, que ha sacudido el debate sobre la desigualdad en Europa y Estados Unidos, ha replicado con rotundidad a las críticas sobre los supuestos errores de cálculo en su libro, El capital en el siglo XXILas imprecisiones que el fin de semana reveló el diario Financial Times “no cambian absolutamente nada a las evoluciones a largo plazo”, declara Piketty a EL PAÍS.
El profesor de la Escuela de Economía de París, convertido en una estrella de rock de su disciplina con un libro en el que demuestra el aumento de las desigualdades de ingresos y patrimonio desde los años setenta, cuestiona los ataques recientes sobre el aparente manejo chapucero de los datos que sustentan su diagnóstico. En un correo electrónico, dice que él “disputa" las “microcorrecciones” que el diario británico propone.
La batalla por El capital en el siglo XXI —quizá el libro de la década, según uno de sus apologistas, el Nobel Paul Krugman— acaba de empezar. El libro tuvo un éxito modesto en su versión original, en Francia. En EE UU, se agotaron las primeras impresiones, un hecho anómalo para un ensayo especializado de más de 600 páginas. Con un mensaje progresista y propuestas redistributivas, El capital… toca una fibra sensible en el país que lleva inscrita en sus genes la igualdad de oportunidades pero que, tras emerger de una de las peores recesiones de las últimas décadas, descubre que el ascensor social está atascado y la prosperidad de las clases medias peligra.
En el mensaje, Piketty sostiene que los informes académicos más recientes, difundidos tras la publicación de su libro —en 2013 en Francia y en abril en EE UU— no echan por tierra su tesis sino que, “al contrario, refuerzan” los resultados del libro y la conclusión de que la concentración de la riqueza ha aumentado. Para demostrarlo remite a un estudio reciente de los economistas Emmanuel Saez y Gabriel Zucman, “que extrañamente el FT [Financial Times] no cita”, escribe.
La investigación del Financial Times puede asestar un golpe a la credibilidad de Piketty. La mayoría de críticas que su libro había recibido hasta el fin de semana se concentraban más en las recetas económicas que ofrece para mitigar la desigualdad que en la profusión de datos que utiliza, un trabajo minucioso que incluso sus detractores ideológicos elogiaban.
En una visita a Washington, el pasado abril, Piketty se reunió con el secretario del Tesoro de la Administración Obama, Jacob Lew, y ofreció sendas charlas ante el Consejo de Asesores Económicos del presidente Barack Obama y el Fondo Monetario Internacional. Este sábado tiene previsto participar en un coloquio en Boston (Massachusetts) junto a la senadora demócrata, Elizabeth Warren, estrella de la izquierda populista de EE UU. El mensaje de la senadora sobre el declive de la clase media y el poder excesivo de Wall Street conecta con los argumentos del economista francés.

Escandalos da Petrobras: o Stalin Sem Gulag por tras das roubalheiras?- Polibio Braga

Da coluna diária do jornalista Políbio Braga, 28/05/2014

Gorentzvaig diz que Zé Dirceu está por trás de negócios bilionários suspeitos na Petrobrás

O ex-ministro José Dirceu, preso em Brasília pelo mensalão, seria o homem por trás de negócios bilionários suspeitos na Petrobras. A acusação é de um empresário do setor petroquímico que se diz vítima do esquema. Caio Gorentzvaig já foi um dos grandes empresários do setor petroquímico no Brasil. Ele e a família eram sócios da Petroquímica Triunfo, no Rio Grande do Sul, junto com a Petrobras. Por causa dos negócios, ele ia semanalmente a Brasília e teve uma visão privilegiada de como se desenrolou um dos mais polêmicos negócios da Petrobras no país: a compra da petroquímica Suzano.

. A empresa, da família Feffer, era avaliada em bolsa em R$ 1,2 bilhão e ainda tinha uma dívida de R$ 1,4 bilhão. Mesmo assim, a Petrobras resolveu comprar a empresa por R$ 2,7 bilhões e assumiu a dívida. O total da transação foi de mais de R$ 4 bilhões.

. Para convencer a Petrobras a comprar a petroquímica Suzano, um de seus donos, o empresário David Feffer, contou com o apoio de pessoas de peso.

CLIQUE AQUI para examinar a reportagem de ontem da Band TV, Jornal da Band. O texto acima é do site da Band TV. 

Stefan Zweig, Austrian Novelist, Rises Again - (The New York Times)



The New York Times, MAY 28, 2014

Zweig, who committed suicide in Brazil in 1942, is an object of current fascination and the subject of a new biographical study. 

Photo
Stefan Zweig (1881-1942).CreditHulton-Deutsch Collection/CORBIS

In the decades between the two world wars, no writer was more widely translated or read than the Austrian novelist Stefan Zweig, and in the years after, few writers fell more precipitously into obscurity, at least in the English-speaking world. But now Zweig, prolific storyteller and embodiment of a vanished Mitteleuropa, seems to be back, and in a big way.
New editions of his fiction, including his collected stories, are being published, with some appearing in English for the first time. Movies are being adapted from his writing; a new selection of his letters is in the works; plans to reissue his many biographies and essays are in motion; and his complicated life has provided inspiration for new biographies and a best-selling French novel.
“Seven years ago, when I told friends who are writers what I was going to be doing, they looked at me with silence and incomprehension,” said George Prochnik, the author of “The Impossible Exile,” a biographical study of Zweig’s final years, published this month by Other Press. “But Zweig has become an object of fascination again.”
Photo

Ralph Fiennes in “The Grand Budapest Hotel,” set in Europe between the wars, the milieu of much of Stefan Zweig’s work. CreditFox Searchlight Pictures
Born in Vienna in 1881, into a prosperous Jewish family, Zweig grew up in what he would later describe as a “golden age of security.” Success and acclaim came to him early and never left, but the rise of Nazism forced him into a painful and enervating exile, first in Britain, then the United States and, finally Brazil, where he and his wife, Lotte, committed suicide in February 1942.
The reasons for Zweig’s resurgence at this particular moment are not necessarily obvious, and that has provoked much speculation in literary circles. Zweig was, in many ways, an old-fashioned writer: His fiction relies heavily on plot, with some developments telegraphed long before they occur, and the tales he tells are often melodramatic, their language sometimes florid.
But that conventionality of structure and tone is accompanied by insights into character, emotion and motivation that were unusual, even revelatory, for their time and continue to resonate today. Not surprisingly, Zweig and Sigmund Freud were friends and mutual admirers — Zweig even delivered a eulogy at Freud’s funeral — and one of his eternal themes was the workings of the human mind.
At an event at the McNally Jackson bookstore in SoHo last week, the authors André Aciman, Katie Kitamura and Anka Muhlstein joined Mr. Prochnik in a discussion of what made Zweig relevant and appealing to modern readers. They immediately zeroed in on that perspicacity.
“The man is an absolutely brilliant psychologist,” Mr. Aciman said, placing Zweig at the head of a group of writers who “are very pointed in their ability to understand what makes human beings tick.” Ms. Kitamura added that Zweig was particularly astute in “the way he handles women” and their yearnings and frustrations.
There also appears to be an element of nostalgic curiosity in the renewed interest in Zweig, especially as the centennial of the outbreak of World War I approaches. He called his memoir, published in 1942 and reissued in paperback last year, “The World of Yesterday,” and some of his best-known works take place in elegant, long-vanished settings, like ocean liners, spas in the Alps or a cavalry regiment serving on the frontier of the Hapsburg Empire, a world evoked by Wes Anderson in his recent film “The Grand Budapest Hotel.”
“I think it partly can be attributed to a larger ongoing interest in the disaster of the 20th century and taking its pulse,” said Edwin Frank, editorial director of New York Review Books Classics, which has published Zweig’s novel “Beware of Pity” and four of his novellas in recent years. “Zweig was both a chronicler of that world and a victim of the disaster, which makes him an intriguing figure.”
Some of the most recent interest obviously stems from Mr. Anderson’s film. He acknowledges Zweig’s work as inspiration, and the film, whose main character, played by Ralph Fiennes, even looks like Zweig, addresses some of the questions that preoccupied the writer, like the emergence of borders, passports and other impediments to mobility and freedom.
“The interest was already there, but it has accelerated hugely” since Mr. Anderson’s film opened at the Berlin Film Festival in February, said Adam Freudenheim, managing director of Pushkin Books, which has published more than a score of Zweig titles. “It’s not just about the film being seen. It’s also the fact that people are hearing and talking about Zweig on social media in a way that wasn’t true six months ago, and that has a direct impact on our sales.”
In “The Society of the Crossed Keys,” a sort of companion book to his film that is available in Britain but not yet in the United States, Mr. Anderson selects some of his favorite passages from Zweig’s work and, in a conversation with Mr. Prochnik, explains what about them appeals to him. Zweig provides “details of a universe most of us have no experience of, and that’s great to discover,” he says in their conversation.
In his lifetime, Zweig’s easily digestible style and penchant for short works made him an author whose writing was frequently adapted to film. More than 70 movies have been made from his stories. “Letter From an Unknown Woman,” a disturbing account of obsession and what today would be considered stalking, was filmed four times and also made into an opera.
Even before Mr. Anderson’s film, that seemed to be happening again: “A Promise,” an adaptation of “Journey Into the Past,” directed by Patrice Leconte, was released last month, and another French director, Bernard Attal, has made “The Invisible Collection,” in which Zweig’s story of the same name is adapted to modern-day Brazil.
In continental Europe, where Zweig never quite disappeared the way he did in the English-speaking world, there are other signs of revived interest. Laurent Seksik’s novel“The Last Days,” a French-language account of Zweig’s final six months, recently published in the United States by the Pushkin Press, has been a best seller there, and Volker Weidermann’s “Ostend: 1936, Summer of Friendship,” a German-language study of Zweig’s relationship with his fellow Austrian novelist Joseph Roth, has just been published to strongly positive reviews.
The enthusiasm about Zweig is by no means universal, as evidenced by a notorious takedown in The London Review of Books in 2010, in which the poet, critic and translator Michael Hofmann described Zweig’s work as “putrid” and dismissed him as “the Pepsi of Austrian writers.” But even Mr. Hofmann’s outpouring ended up contributing to Zweig’s greater visibility.
Zweig may also be benefiting from Anthea Bell’s sparkling new translations. Ms. Bell, who previously translated the Asterix comic books and the fairy tales of Hans Christian Andersen, has been praised for bringing a crisper, more contemporary tone to Zweig.
The Brazilian writer Alberto Dines, who met Zweig as a child and is the author of the biography “Death in Paradise: The Tragedy of Stefan Zweig,” notes that this is not the first Zweig revival. There was also a flicker of interest after World War II, with the posthumous publication of Zweig’s late work, and again around 1981, at the centennial of his birth.
The difference this time, Mr. Dines argues, is that the current round of what he calls Zweigmania runs the risk of “creating a mythology that subtly transforms him into a character in one of his own stories,” with fiction and reality confused.
It is perhaps best to think of Zweig, he continued, as an apostle of “pacifism, tolerance and fellowship” who, in the end, was overwhelmed by the ascent of obscurantism. “Every generation has its own Zweig,” he said, “and this is ours, the fruit of an imprecise nostalgia and yearning.”
A version of this article appears in print on May 29, 2014, on page C1 of the New York edition with the headline: Austrian Novelist Rises Anew.

Video com Alberto Dines sobre a Casa Stefan Zweig em Petropolis: https://www.youtube.com/watch?v=5Dc_ZSEl_Uw

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Educacao: vai continuar ruim, apenas que gastando mais, sem garantia de melhorias

Congresso

Sob críticas de especialistas, Plano Nacional de Educação é aprovado na Câmara com atraso de 4 anos

Estudiosos afirmam que projeto de lei não detalha estratégias para melhoria do ensino nem exige aprimoramentos na gestão dos recursos extras que virão

Bianca Bibiano
Veja.com, 28/05/2014
Discussão do - PL 8035/2010 que aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020
Discussão do - PL 8035/2010 que aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira o texto-base do Plano Nacional de Educação (PNE), documento que estabelece 20 metas e mais de 200 estratégias para o setor no Brasil nos próximos dez anos (confira os principais pontos na lista abaixo). Destaques apresentados pelos partidos serão analisados na próxima semana. É o caso da proposta que obriga a União a complementar recursos de estados, Distrito Federal e municípios se estes não investirem o suficiente para cumprir padrões de qualidade. Depois, o projeto de lei seguirá para sanção presidencial. O PNE aprovado pelos deputados deveria ter entrado em vigor em 2011, como manda a Constituição. Contudo, o Executivo federal só entregou o projeto para o Congresso em dezembro de 2010. Deste então, ficou parado devido à falta de consenso sobre pontos como investimento em educação e metas de desempenho do ensino.
Em linhas gerais, o texto aprovado determina que o Brasil amplie o acesso à educação e melhore a qualidade do ensino até 2024. Isso inclui, entre outras metas, erradicar o analfabetismo, universalizar o ensino básico e oferecer escolas em tempo integral em metade das unidades do país. Também fazem parte dos objetivos a ampliação no número de vagas no ensino superior, incluindo pós-graduação, e a garantia de aprimoramento da formação e aumento do salário dos professores. As metas referentes à universalização do ensino e à erradicação do analfabetismo já constavam no PNE anterior (2001-2010) e não foram cumpridas.
Para especialistas, as estratégias relativas à melhoria do ensino deveriam ser mais detalhadas. "A baixa qualidade é o maior problema da educação brasileira e a falta de detalhamento sobre como garantir o avanço efetivo é uma falha do plano", afirma a consultora de educação Ilona Becskeházy. O economista Milton Pignatari, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, faz outra crítica, desta vez voltada à ampliação do investimento na área. "É claro que a educação precisa de mais dinheiro, mas o PNE não prevê a melhor gestão dos recursos, apenas dá mais verba para a área, sem definir como será realizado o monitoramento das despesas."
Segundo o plano, até 2024, o investimento em educação crescerá paulatinamente, atingindo o equivalente a 10% do PIB ao ano — quase o dobro do praticado atualmente (5,3%). No quinto ano de vigência do plano, o valor já deve estar em 7%. O plano prevê ainda complementação da verba com 75% dos royalties obtidos na exploração do pré-sal. O bolo será distribuído entre as 20 metas, de acordo com valores pré-definidos pelo projeto de lei. Para universalizar a pré-escola, por exemplo, o investimento em dez anos passará de 10,3 bilhões de reais para 16,8 bilhões de reais. Já para equiparar o salário dos professores com os de outros profissionais graduados, o valor chegará a 40,9 bilhões.
Para Priscila Cruz, presidente da ONG Todos Pela Educação, a aprovação do projeto de lei é uma vitória parcial. "Seria uma vitória completa se o plano tivesse sido aprovado antes. Sabendo que a tramitação poderia ser longa, o MEC deveria ter apresentando um projeto prévio, mas isso só foi feito apenas um mês antes de acabar a vigência do PNE anterior", diz Priscila. Em resumo, o Brasil perdeu tempo para resolver um problema urgente.
Ela salienta ainda problemas em ao menos uma das metas, a de número 5, que estabelece os objetivos para a alfabetização. "O texto diz que todos os alunos devem estar alfabetizados até o 3º ano do ensino fundamental, o que é muito tarde. Além disso, o correto seria determinar a idade da criança, não a série em que ela está, pois teremos crianças de 10 anos de idade ou mais sem saber ler nem escrever."
Assim que o projeto de lei for aprovado pela presidente Dilma Rousseff, Estados e municípios terão prazo de um ano para elaborar seus respectivos planos de educação, tendo como base o texto federal. "Essa etapa é vital para que o PNE não vire letra morta. O Ministério da Educação precisa mobilizar os dirigentes do ensino básico e superior para garantir que os avanços sejam feitos no prazo estabelecido", diz Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna e membro do Conselho Nacional de Educação.
As metas serão monitoradas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do MEC responsável pela produção dos indicadores educacionais. A cada dois anos, a instituição deverá publicar um relatório com um balanço dos avanços. "Caberá às entidades organizadas e à sociedade cobrar o cumprimento das metas", diz Ramos.
1.  Universalização do ensino básico

As três primeiras metas do PNE tratam da universalização do ensino básico a partir de 4 anos de idade.
Até 2016, o objetivo é atender, na educação infantil, todas as crianças de 4 e 5 anos e, no médio, todos os jovens entre 15 a 17 anos.
A universalização do fundamental (6 a 14 anos), só deverá ocorrer em 2024. Além disso, o plano prevê que 50% das crianças de 0 a 3 anos deverão estar matriculadas em creches até 2016.

Situação atual (porcentagem de matrículas em idade adequada):
. creche: 23,5%
. pré-escola: 82,2%
. ensino fundamental: 93,8%
. ensino médio: 81,2%

Valor do investimento até 2024: 115,9 bilhões de reais


2. Alfabetização na idade certa
A meta 5 do PNE diz que os entes federados devem "alfabetizar todas as crianças até o final do 3º ano do ensino fundamental". A regra é criticada por especislitas, pois abre margem para que crianças de 10 anos ou mais de idade fiquem na escola sem saber ler e escrever.
"Sabemos que existe distorção entre a idade dos alunos e a série em que deveriam estar. O ideal seria que a meta incluísse a necessidade de iniciar a alfabetização na educação infantil", afirma a consultora de educação Ilona Becskeházy.

Situação atual (porcentagem de crianças alfabetizadas até o 3º ano):
. aprendizagem adequada em leitura: 44,5%
. aprendizagem adequada em matemática: 33,3%

3. Qualidade do ensino
Apenas a meta 7 do PNE aborda a necessidade de melhoria da qualidade da educação. A expectativa é que as notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira) aumentem gradativamente para atingir os seguintes parâmetros em 2024:

Anos iniciais do ensino fundamental:
. nota atual: 5
. meta: 6

Anos finais do ensino fundamental:
. nota atual: 4,1
. meta: 5,5

Ensino médio:
. nota atual: 3,7
. meta: 5,2

4. Valorização do professor
Cinco metas (13, 15, 16, 17 e 18) tratam da ampliação da formação dos professores e da valorização salarial da categoria. O número de metas para esses dois tópicos é, na opinião de Claúdio Moura e Castro, colunista de VEJA, excessivo. "É evidente que essa situação foi criada por pressão de órgãos sindicais." Pelos valores pré-definidos, a valorização docente custará 110 bilhões de reais, valor do investimento previsto até 2024.

Valor do salário médio de um professor:
. atual: 1.697,22 reais
. meta: 3.652 reais
5, investimento em educação
A meta 20, principal alvo das críticas no início da tramitação do PNE no Congresso, determina que até 2024 o investimento em educação seja o equivalente a 10% do PIB ao ano. Atualmente, o valor investido no setor é de 5,3%.

Reseva de mercado para historiadores: cientistas sensatos se opoem aprojeto corporativo

Ainda bem que a Associação Brasileira da Ciência e a SBPC se mobilizaram contra o projeto celerado dos historiadores corporativos. Só podia ser um projeto apoiado pelo Senador Paulo Paim, o homem que está presente em todas as más iniciativas do fascismo caboclo. Se espera realmente que vá para a lata do lixo. Independentemente do fato que ABC e a SBPC também apoiem causas corporativas, cabe opor-se ao projeto em nome da simples liberdade de pesquisa para qualquer pessoa motivada por estudos históricos e que pretendam trabalhar de forma autônoma nessa área.
Paulo Roberto de Almeida 

Cientistas se articulam contra o PL 4699/2012

ABC, 12/07/2013
No dia 10 de julho de 2013, os presidentes da ABC, Jacob Palis, e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),Helena Nader, enviaram uma carta à Câmara dos Deputados opondo-se à aprovação do Projeto de Lei (PL) 4699/2012. 

Leia abaixo o documento na íntegra: 

"Exmo. Senhor Deputado FRANCISCO RODRIGUES DE ALENCAR FILHO
Câmara dos Deputados

Senhor Deputado,

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) apoiam e reforçam a posição das diversas sociedades científicas e associações profissionais, em relação à tramitação do PL 4699 de 2012, de autoria do senador Paulo Paim. Solicitamos que a tramitação seja imediatamente interrompida, para que debates amplos e audiências públicas possam ser realizados com toda a sociedade brasileira.

O projeto tem problemas graves e, se aprovado na forma em que está, trará sérios prejuízos ao Brasil e ao ensino superior de inúmeras disciplinas relacionadas com a História.

O PL 4699/2012 estabelece que apenas portadores de diploma de História (graduação ou pós-graduação) poderão ministrar disciplinas de História, em qualquer nível, bem como elaborar trabalhos sobre temas históricos. No entanto, existem diversas áreas de pesquisa e ensino cujo nome inclui "História" e que, no Brasil e no exterior, são atividades que podem ser desenvolvidas por profissionais de outras áreas que não tenham diploma em História. Como exemplo, citamos: História da Medicina, História da Física, História da Biologia, História da Psicologia, História do Direito, História da Arte, História da Filosofia, História da Literatura, História da Matemática, História da Computação, História da Educação, História Militar, entre várias outras.

A atual redação do Projeto de Lei 4699/2012 proíbe todos os atuais professores de ensino superior que não possuem diploma de História e que ministram disciplinas citadas acima de continuarem a ministrar essas aulas. E para aumentar nossa preocupação em relação ao impacto deste projeto, informamos aos senhores deputados que os cursos de graduação em História não incluem qualquer daquelas disciplinas; e raramente os cursos de pós-graduação em História incluem alguma delas. Portanto, senhores deputados, ter um diploma de História não garante o domínio do conhecimento das áreas mencionadas acima, podendo consequentemente, comprometer a qualidade do ensino e da pesquisa de tais áreas.

Diante do exposto, solicitamos aos senhores deputados que não votem o PL 4699/2012 antes da realização de audiências públicas que permitam que os diversos profissionais envolvidos no ensino e pesquisa dos diversos temas históricos se posicionem de forma a contribuir com o aprimoramento do projeto e com a tomada de decisão dos senhores.

Atenciosamente,

HELENA B. NADER
Presidente da SBPC 

JACOB PALIS
Presidente da ABC"
Todas as matérias deste site podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.