Entrevista da 2ª- Samuel Pinheiro Guimarães
Secretário-geral do Itamaraty diz não haver ideologia no trabalho do ministério e nega antiamericanismo no governo Lula, mas manda recados sutis aos EUA Para embaixador, política externa é só "pragmática"
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
FSP, 26 de fevereiro de 2007
DEPOIS DE atravessar os quatro anos do primeiro governo Lula falando muito para dentro do Itamaraty e pouco para fora, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães deu uma rara entrevista em que nega antiamericanismo no governo e classifica a política externa de "pragmática e não ideológica". Não deixou, porém, de mandar recados sutis aos EUA. "Um mundo melhor", segundo ele, "será aquele em que as promessas de desarmamento se realizem, os preceitos do Direito Internacional sejam obedecidos pelas grandes potências, as diferenças econômicas entre os Estados se reduzam e o meio ambiente seja preservado". Por exigência dele, as perguntas foram feitas por escrito e respondidas por e-mail. Segue a íntegra da entrevista.
FOLHA - O ex-embaixador em Washington Roberto Abdenur declarou que há "um substrato ideológico vagamente anticapitalista, antiglobalização, antiamericano, totalmente superado" na política externa brasileira. O sr. concorda?
SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES - A política externa do presidente Lula, conduzida pelo ministro Celso Amorim, é pragmática e não ideológica; é a favor do trabalho sem ser contra o capital; compreende que a globalização apresenta oportunidades mas também riscos para os países subdesenvolvidos; é a favor do Brasil e não contra qualquer país. Como o próprio presidente e o ministro não se cansam de repetir, a política externa desperta o interesse e desfruta do respeito de todos os países, ricos e pobres; do Ocidente e do Oriente; da América do Sul e do Norte, o que se reflete no grande número de presidentes, primeiros- ministros, chanceleres, autoridades e empresários que vêm ao Brasil e desejam nossa cooperação política, econômica e social.
FOLHA - Os críticos da política externa afirmam que o Brasil tem uma participação há anos estacionada em 1,4% da economia norte-americana, perdendo milhões de dólares em negócios por conta de um suposto antiamericanismo. Como é possível menosprezar o principal mercado do mundo?
PINHEIRO GUIMARÃES - O aumento da presença da China no mercado americano fez com que, no período de 1999 a 2006, nas importações americanas, a participação do Canadá caísse de 19% para 16,9%; a do Japão, de 12,8% para 7,9%; a da Alemanha, de 5,3% para 4,9%; a da França, de 2,5% para 2,0%. Ao contrário, a participação do Brasil cresceu de 1,1% para 1,4%, refletindo o aumento de nossas exportações de US$ 10 bilhões para US$ 24 bilhões. São as empresas brasileiras que
exportam: elas não menosprezaram o mercado americano, nosso principal comprador, e tiveram todo o apoio do governo brasileiro em seu esforço.
FOLHA - O sr. é uma espécie de símbolo do suposto antiamericanismo, inclusive por ser ferrenho adversário da Alca. Convém ao governo brasileiro mantê-lo no segundo cargo na hierarquia do Itamaraty? O objetivo é justamente marcar posição?
PINHEIRO GUIMARÃES - O cargo de secretário-geral das Relações Exteriores é de livre nomeação do presidente Lula, por indicação do ministro Celso Amorim. Cabe ao presidente e ao ministro, naturalmente, decidir sobre o que convém.
FOLHA - A Alca acabou, e o chanceler Amorim dizia que o importante era a OMC. Mas as negociações na OMC também empacaram. Onde o Brasil está errando?
PINHEIRO GUIMARÃES - As negociações na OMC estão em pleno andamento e há grandes expectativas. O Brasil tem tido papel central nessas negociações na liderança do G20 [grupo de 20 países em desenvolvimento liderado por Brasil e Índia] e em entendimentos com os interlocutores dos Estados Unidos e da União Européia. As perspectivas de uma conclusão positiva para o Brasil são maiores do que em qualquer outro momento.
FOLHA - A adesão da Venezuela ao Mercosul tem sido duramente criticada, pois seria uma forma de transformar o bloco em uma ponta-de- lança contra Washington, ou pelo menos num palanque para o presidente Hugo Chávez atacar Bush. O bônus da adesão compensa o ônus?
PINHEIRO GUIMARÃES - O comércio entre o Brasil e a Venezuela passou de US$ 880 milhões em 2003 para US$ 4,1 bilhões em 2006. Empresas brasileiras fazem grandes investimentos e constroem hidrelétricas, linhas de metrô, pontes, represas e sistemas de irrigação na Venezuela. Todos os membros do Mercosul estão de acordo quanto à adesão da Venezuela. O Mercosul é uma união aduaneira e não um bloco político de oposição a qualquer outro país e muito menos aos EUA, que, aliás, percebem isto perfeitamente.
FOLHA - Pelo menos na retórica, Chávez está ganhando aliados na região, como os presidentes Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Corrêa, do Equador. É um novo pólo de poder?
PINHEIRO GUIMARÃES - Cada país da América do Sul tem o direito de cooperar com os demais países sem que isto signifique a formação de pólos de poder. Qualquer pretensão hegemônica de qualquer país encontra grande resistência dos demais, e a forma natural de influência é o exemplo, o que supõe relações de parceria, como as que o Brasil tem desenvolvido com cada país da América do Sul, com excelentes resultados.
FOLHA - De outro lado, o governo Bush praticamente escolheu o Irã como novo alvo, digamos, das preocupações norte-americanas. Esse será um tema do encontro Lula-Bush em 9 de março? O que o Brasil tem a ver com isso?
PINHEIRO GUIMARÃES - A agenda do encontro dos presidentes ainda não está definida. O Brasil, que tem a sexta maior reserva de urânio do mundo, domina a tecnologia de enriquecimento de urânio e tem uma demanda interna importante por energia, defende o direito de todos os países de desenvolver a tecnologia nuclear para fins pacíficos, desde que respeitados fielmente os compromissos internacionais. Nossa posição na AIEA se pauta por este princípio e pela preferência pelo diálogo como forma de solucionar impasses.
FOLHA - Há duas versões no governo e no Itamaraty: uma de que o sr. é decisivo para a formulação da política externa; outra de que, na verdade, é o grande executivo que está "botando a casa em ordem". Qual a verdadeira?
PINHEIRO GUIMARÃES - O presidente formula e dirige a política externa com o auxílio do ministro. Ao secretário-geral cabem as tarefas definidas pelo decreto 5979/2006, que são assessorar o ministro na execução da política e na orientação da secretaria de Estado e das missões no exterior.
FOLHA - Por que o sr. participou dos primeiros palanques do presidente Lula na campanha do segundo mandato, mas de repente sumiu?
PINHEIRO GUIMARÃES - Todo cidadão brasileiro tem o direito, e até o dever, de participar da vida política de seu país.
FOLHA - E por que o sr. decidiu impor livros de sua própria preferência para os diplomatas que estejam sendo promovidos ou assumindo missões no exterior? Qual o viés desses livros? E porque o ministro determinou o fim da prática?
PINHEIRO GUIMARÃES - Gilberto Freire disse: "O livro do sr. Álvaro Lins sobre o Barão do Rio Branco é um destes livros que desde as primeiras páginas nos dão o gosto raro de contato com uma obra monumental". Celso Furtado, sobre Bielschowsky, disse: "Considero "Pensamento Econômico Brasileiro" o mais importante trabalho já realizado para caracterizar e apreciar o considerável esforço produzido entre nós a fim de resgatar o Brasil das armadilhas do pensamento ortodoxo". Roberto Campos, ex-embaixador em Washington, sobre Bielschowsky, disse: "Erudito, objetivo e correto. "Pensamento Econômico Brasileiro" é referência indispensável, por sua análise balanceada e percuciente das controvérsias ideológicas da época".
Rubens Ricupero, ex-embaixador em Washington, sobre o livro de Moniz Bandeira disse: "É uma obra original, uma autêntica história conjunta das relações diplomáticas do Brasil e da Argentina durante 133 anos.
Tem razão, assim, o historiador americano Frank Mc Cann, ao apresentá- la como "leitura indispensável". Não conheço, nem creio que exista, outro trabalho desse fôlego, cerca de 680 páginas, que cubra de modo tão completo e analítico o período contemporâneo". Sobre "Chutando a Escada", de Ha-Joon Chang, professor de Cambridge, na Inglaterra, Charles Kindleberger, um dos maiores economistas americanos, disse:
"uma crítica estimulante dos sermões dos economistas da corrente dominante dirigidos aos países em desenvolvimento." O aperfeiçoamento dos diplomatas é uma necessidade constante. A leitura de três ou quatro livros não poderia jamais modificar o modo de pensar de qualquer diplomata, mas pode trazer informações importantes. O ministro Celso Amorim considerou que a celeuma provocada não justificava a energia despendida.
FOLHA - O que se deve esperar de um bom diplomata? E de um diplomata brasileiro no mundo atual?
PINHEIRO GUIMARÃES - De um bom diplomata se espera que defenda e promova os interesses de seu país. De um diplomata brasileiro se espera que defenda e promova os interesses do Brasil, de acordo com os objetivos da política externa definidos no Art. 4º da Constituição Federal, em especial a independência nacional, a não-intervenção e a autodeterminação, e com a orientação do Presidente da República.
FOLHA - Como o Brasil pode interferir para que o mundo seja melhor?
Aliás, o que seria, a seu ver, um "mundo melhor"?
PINHEIRO GUIMARÃES - O Brasil pode contribuir para a preservação da paz, para o desenvolvimento econômico e social, para a construção da democracia na esfera internacional, de tal forma que cada sociedade, observados os preceitos fundamentais de autodeterminação e não- intervenção inscritos na Carta da ONU, possa prosseguir em sua evolução histórica.
Um mundo melhor será aquele em que as promessas de desarmamento se realizem; em que os preceitos do Direito Internacional sejam obedecidos pelas grandes potências; em que as diferenças econômicas entre os Estados se reduzam; em que o meio ambiente seja preservado; em que os direitos humanos, políticos, econômicos e sociais sejam respeitados; em que a pobreza e a miséria sejam abolidas; em que cada indivíduo possa desenvolver todo o seu potencial. Com esses objetivos, o presidente Lula e o ministro Celso Amorim têm defendido a democratização das instâncias internacionais de decisão, como o Conselho de Segurança da ONU e o G-8.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2602200716.htm
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 14 de junho de 2007
733) Sobre a política externa do Brasil
Um artigo antigo, mas postando apenas para registro:
Ideologia de menos, compadrio de mais
Rosângela Bittar
Valor Economico, 21 Fevereiro 2007
Dúvidas não há mais quanto ao caráter ideológico das grandes linhas da política externa brasileira, claramente uma opção do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teorizada e executada por um conjunto de ministros e assessores. Desde o início do primeiro mandato ficou claro, principalmente para o PT, a quem se deu satisfação explícita sobre isto, que Lula deixaria o governo pender à esquerda na política externa, até para compensar as escolhas em áreas fundamentais para os resultados que pretendia, como a da política econômica, por exemplo.
Mas não estava dito, nem subentendido, que seria uma opção camuflada, a ser justificada com argumentação estapafúrdia, um faz de conta que, a cada vez identificado, teria como conseqüência a reação virulenta dos que se sentissem "acusados". O governo daria agora um passo firme nesta mal parada questão, que assim vem desde o primeiro dia, se explicasse as ações e iniciativas que confundem a população, por mais bem informada e esclarecida que seja. A conseqüência de jamais fazer isto, talvez por soberba das personalidades envolvidas, é a confusão permanente entre ideologia e compaixão, entre ideologia e lesão ao patrimônio nacional, entre ideologia e medo.
O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, e os ministros Silas Rondeau e sobretudo Celso Amorim, poderiam, sem o mais leve arranhão à sua autoridade, dar explicações claras, que o governo está há muito devendo ao país, sobre os critérios e objetivos da política externa e comercial do Brasil com seus vizinhos, principalmente neste momento com a Bolívia, caso em que estas confusões se aplicam à perfeição.
Não seria nada demais que esquecessem por um momento a luta interna com a oposição, os sofismas, as tergiversações, os artifícios, as respostas às cobranças com acusações e outras cobranças, para informar, esclarecer os fatos, de forma que todos possam entender as razões e afastar a impressão de que todos os gestos do presidente Lula em direção à Bolívia parecem lesivos ao Brasil.
Quem sabe se estas autoridades, sem buscar abrigo na ironia e na desqualificação dos críticos, possam dar elementos para compreensão dos comportamentos dos presidentes da Bolívia e da Venezuela. Eles desdenham o Brasil, o Mercosul, exigem condições de privilégio para integrar o bloco, num ato de vontade unilateral, para fazê-lo à sua imagem e empurrarem-se goela abaixo dos demais. Agem com rigor e rispidez no seu diálogo com o presidente brasileiro e recebem de volta mesuras e adulação.
Até hoje, não se tem notícia de algo em que tenham levado desvantagem. Não dão bola aos negociadores oficiais, quando querem vão arrancar suas vantagens pessoalmente, agem com desprezo, enquanto o presidente dos desprezados clama por generosidade e compaixão para com eles. As autoridades, é o que parece, usam o guarda-chuva da "ideologia" para fugir de explicações e nada enfrentar. Se pelo menos a ideologia justificasse algumas atitudes...
A soberba confunde os gestos da diplomacia
No caso mais recente do embate com a Bolívia (são tantos que alguns, mais humilhantes, já estão quase esquecidos), em que o presidente Evo Morales disputou pessoalmente (agenda definida na marra contra a vontade do governo brasileiro) e venceu todas as batalhas em torno dos preços do gás, levando o que quis e como quis, é de se perguntar qual a ideologia presente.
A de proteger um presidente vizinho e amigo dos ataques da oposição que sofre internamente? A de dividir o domínio sobre ele com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que o tem mais perto em camaradagem e cumplicidade? A ideologia que manda ajudar os pobres de outro país? "O Brasil é extremamente dependente do gás da Bolívia", alega-se. Então o nome do que se está fazendo com Morales é concessão à chantagem e não negociação de preço justo.
"O Brasil precisa ser generoso", como disse Lula, ao concordar com a elevação do preço do gás fornecido ao Brasil pela Bolívia. Generosidade (não consta da cartilha do Barão do Rio Branco) maior ainda porque a Petrobras concedeu ainda a retomada do projeto de construção de um pólo gás-químico na fronteira entre os dois países, a construção de uma usina hidrelétrica binacional no Rio Madeira e a instalação de uma usina de biodesel na Bolívia, além de doações de vacinas e outras miudezas.
"Tínhamos de achar uma fórmula. A Bolívia é o país que tem a maior fronteira com o Brasil e não seria interessante que houvesse problema interno no país", disse o ministro Silas Rondeau, numa declaração surpreendente, pois revela, como se fosse algo trivial, a entrada forte do Brasil na política interna boliviana.
"A Petrobras não tem uso para isso, mas pode vir a ter", disse o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, a respeito da parte mais rica do gás que foi decomposto para justificar o reajuste de preços. Uma declaração absurda, não uma explicação.
Longe de compor uma ideologia, o conjunto de manifestações revela mesmo é compadrio do governo brasileiro com alguns governos amigos da vizinhança sul-americana.
Rosângela Bittar é chefe da Redação, em Brasília. Escreve às quartas-feiras
Ideologia de menos, compadrio de mais
Rosângela Bittar
Valor Economico, 21 Fevereiro 2007
Dúvidas não há mais quanto ao caráter ideológico das grandes linhas da política externa brasileira, claramente uma opção do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teorizada e executada por um conjunto de ministros e assessores. Desde o início do primeiro mandato ficou claro, principalmente para o PT, a quem se deu satisfação explícita sobre isto, que Lula deixaria o governo pender à esquerda na política externa, até para compensar as escolhas em áreas fundamentais para os resultados que pretendia, como a da política econômica, por exemplo.
Mas não estava dito, nem subentendido, que seria uma opção camuflada, a ser justificada com argumentação estapafúrdia, um faz de conta que, a cada vez identificado, teria como conseqüência a reação virulenta dos que se sentissem "acusados". O governo daria agora um passo firme nesta mal parada questão, que assim vem desde o primeiro dia, se explicasse as ações e iniciativas que confundem a população, por mais bem informada e esclarecida que seja. A conseqüência de jamais fazer isto, talvez por soberba das personalidades envolvidas, é a confusão permanente entre ideologia e compaixão, entre ideologia e lesão ao patrimônio nacional, entre ideologia e medo.
O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, e os ministros Silas Rondeau e sobretudo Celso Amorim, poderiam, sem o mais leve arranhão à sua autoridade, dar explicações claras, que o governo está há muito devendo ao país, sobre os critérios e objetivos da política externa e comercial do Brasil com seus vizinhos, principalmente neste momento com a Bolívia, caso em que estas confusões se aplicam à perfeição.
Não seria nada demais que esquecessem por um momento a luta interna com a oposição, os sofismas, as tergiversações, os artifícios, as respostas às cobranças com acusações e outras cobranças, para informar, esclarecer os fatos, de forma que todos possam entender as razões e afastar a impressão de que todos os gestos do presidente Lula em direção à Bolívia parecem lesivos ao Brasil.
Quem sabe se estas autoridades, sem buscar abrigo na ironia e na desqualificação dos críticos, possam dar elementos para compreensão dos comportamentos dos presidentes da Bolívia e da Venezuela. Eles desdenham o Brasil, o Mercosul, exigem condições de privilégio para integrar o bloco, num ato de vontade unilateral, para fazê-lo à sua imagem e empurrarem-se goela abaixo dos demais. Agem com rigor e rispidez no seu diálogo com o presidente brasileiro e recebem de volta mesuras e adulação.
Até hoje, não se tem notícia de algo em que tenham levado desvantagem. Não dão bola aos negociadores oficiais, quando querem vão arrancar suas vantagens pessoalmente, agem com desprezo, enquanto o presidente dos desprezados clama por generosidade e compaixão para com eles. As autoridades, é o que parece, usam o guarda-chuva da "ideologia" para fugir de explicações e nada enfrentar. Se pelo menos a ideologia justificasse algumas atitudes...
A soberba confunde os gestos da diplomacia
No caso mais recente do embate com a Bolívia (são tantos que alguns, mais humilhantes, já estão quase esquecidos), em que o presidente Evo Morales disputou pessoalmente (agenda definida na marra contra a vontade do governo brasileiro) e venceu todas as batalhas em torno dos preços do gás, levando o que quis e como quis, é de se perguntar qual a ideologia presente.
A de proteger um presidente vizinho e amigo dos ataques da oposição que sofre internamente? A de dividir o domínio sobre ele com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que o tem mais perto em camaradagem e cumplicidade? A ideologia que manda ajudar os pobres de outro país? "O Brasil é extremamente dependente do gás da Bolívia", alega-se. Então o nome do que se está fazendo com Morales é concessão à chantagem e não negociação de preço justo.
"O Brasil precisa ser generoso", como disse Lula, ao concordar com a elevação do preço do gás fornecido ao Brasil pela Bolívia. Generosidade (não consta da cartilha do Barão do Rio Branco) maior ainda porque a Petrobras concedeu ainda a retomada do projeto de construção de um pólo gás-químico na fronteira entre os dois países, a construção de uma usina hidrelétrica binacional no Rio Madeira e a instalação de uma usina de biodesel na Bolívia, além de doações de vacinas e outras miudezas.
"Tínhamos de achar uma fórmula. A Bolívia é o país que tem a maior fronteira com o Brasil e não seria interessante que houvesse problema interno no país", disse o ministro Silas Rondeau, numa declaração surpreendente, pois revela, como se fosse algo trivial, a entrada forte do Brasil na política interna boliviana.
"A Petrobras não tem uso para isso, mas pode vir a ter", disse o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, a respeito da parte mais rica do gás que foi decomposto para justificar o reajuste de preços. Uma declaração absurda, não uma explicação.
Longe de compor uma ideologia, o conjunto de manifestações revela mesmo é compadrio do governo brasileiro com alguns governos amigos da vizinhança sul-americana.
Rosângela Bittar é chefe da Redação, em Brasília. Escreve às quartas-feiras
quarta-feira, 13 de junho de 2007
732) Uma digressão sobre a autoridade
O homem e a autoridade
“ – Nunca respeitei a autoridade, e adoro vê-la desafiada. (...) Para ser sincero, devo dizer que adoro estar em paz com a autoridade, assim como qualquer homem. Contudo, isso não é razão para não questioná-la. (...) Tudo deve ser questionado e discutido, visto de todos os ângulos, examinados e levados à luz. Os homens esquecem-se disso. Tendem a ver tudo como é e nunca perguntam como deveria ser.”
Palavras do comerciante judeu português Miguel Lienzo, personagem principal do romance histórico ambientado na Amsterdã de meados do século XVII, O Mercador de Café (The Coffee Trader; tradução de Alexandre Raposo; Rio de Janeiro: Record, 2004, 384 p.; transcrito da página 248), de David Liss, romancista americano (www.davidliss.com).
Confesso que, ao ler a passagem acima transcrita do romance histórico de David Liss, eu me identifiquei profundamente com as idéias, a atitude e o pensamento do “judeu livre” Miguel Lienzo, que ousa enfrentar a autoridade e o poder do Ma’amad, o conselho supervisor dos judeus portugueses na Holanda, na sua busca para recuperar a riqueza perdida com uma especulação mal sucedida em torno do comércio de açúcar. Ao lançar-se, em 1659, numa nova aventura na bolsa de Amsterdã, desta vez com um produto ainda relativamente desconhecido para os mercados da época, o café, Miguel Lienzo enfrenta perigos desconhecidos, mas conduz seu novo negócio com tenacidade, ainda que de modo discreto e mesmo secreto, em aliança com uma holandesa viúva, financiadora eventual de sua nova aposta.
Ele ousa afirmar o poder da sua autoridade, ou melhor, da sua vontade, contra o poder por vezes arbitrário da autoridade política e religiosa – pois que o Ma’amad encarnava, para a pequena comunidade refugiada de judeus portugueses fugidos da Inquisição, ambos poderes – e depara-se com riscos dos quais ele nem suspeitava, emergidos a partir da ambição pessoal, do despeito e provavelmente dos ciumes e da inveja de outros homens. O romance O Mercador de Café é fascinante, em seus próprios termos e circunstâncias, tal como ambientado no primeiro país verdadeiramente moderno da história do capitalismo, a Holanda do século XVII, mas é um fato de que toda história, qualquer que seja a sua época, deve ser sempre lida como história contemporânea. Todos aqueles que escrevem, mesmo sobre épocas passadas, sempre pensam em sua própria época e circunstâncias particulares. Nesse sentido, todo romance pode ser tido como universal, assim como toda e qualquer história fala de nós mesmos e de nossa própria época. Isso é inevitável, e faz parte da nossa “trama” da história.
Creio poder dizer que também tenho um certo prazer em desafiar a autoridade, não como uma atitude inconsequente ou puramente contestadora, como algum tipo de confrontacionismo infantil, mas como uma atitude de questionamento constante, que se prende mais ao objeto do que à própria fonte da autoridade. Sou um questionador por excelência, um contestador daquilo que se poderia chamar “verdades reveladas” – as idées reçues, da tradição literária francesa – e um interrogador dos fundamentos de qualquer realidade oferecida como verdadeira ou única e exclusiva. Acredito mesmo que esta é a atitude a ser observada por todos aqueles que pretendem contribuir para os avanços do pensamento e o progresso das idéias. Em uma expressão, confesso minha adesão intelectual ao ceticismo sadio que todo homem verdadeiramente livre deve exibir em face das realidades que nos cercam, sobretudo aquelas que emergem das relações sociais e das situações de poder.
Vale...
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; pralmeida@mac.com)
Brasília, 1757: 13 junho 2007, 2 p.
“ – Nunca respeitei a autoridade, e adoro vê-la desafiada. (...) Para ser sincero, devo dizer que adoro estar em paz com a autoridade, assim como qualquer homem. Contudo, isso não é razão para não questioná-la. (...) Tudo deve ser questionado e discutido, visto de todos os ângulos, examinados e levados à luz. Os homens esquecem-se disso. Tendem a ver tudo como é e nunca perguntam como deveria ser.”
Palavras do comerciante judeu português Miguel Lienzo, personagem principal do romance histórico ambientado na Amsterdã de meados do século XVII, O Mercador de Café (The Coffee Trader; tradução de Alexandre Raposo; Rio de Janeiro: Record, 2004, 384 p.; transcrito da página 248), de David Liss, romancista americano (www.davidliss.com).
Confesso que, ao ler a passagem acima transcrita do romance histórico de David Liss, eu me identifiquei profundamente com as idéias, a atitude e o pensamento do “judeu livre” Miguel Lienzo, que ousa enfrentar a autoridade e o poder do Ma’amad, o conselho supervisor dos judeus portugueses na Holanda, na sua busca para recuperar a riqueza perdida com uma especulação mal sucedida em torno do comércio de açúcar. Ao lançar-se, em 1659, numa nova aventura na bolsa de Amsterdã, desta vez com um produto ainda relativamente desconhecido para os mercados da época, o café, Miguel Lienzo enfrenta perigos desconhecidos, mas conduz seu novo negócio com tenacidade, ainda que de modo discreto e mesmo secreto, em aliança com uma holandesa viúva, financiadora eventual de sua nova aposta.
Ele ousa afirmar o poder da sua autoridade, ou melhor, da sua vontade, contra o poder por vezes arbitrário da autoridade política e religiosa – pois que o Ma’amad encarnava, para a pequena comunidade refugiada de judeus portugueses fugidos da Inquisição, ambos poderes – e depara-se com riscos dos quais ele nem suspeitava, emergidos a partir da ambição pessoal, do despeito e provavelmente dos ciumes e da inveja de outros homens. O romance O Mercador de Café é fascinante, em seus próprios termos e circunstâncias, tal como ambientado no primeiro país verdadeiramente moderno da história do capitalismo, a Holanda do século XVII, mas é um fato de que toda história, qualquer que seja a sua época, deve ser sempre lida como história contemporânea. Todos aqueles que escrevem, mesmo sobre épocas passadas, sempre pensam em sua própria época e circunstâncias particulares. Nesse sentido, todo romance pode ser tido como universal, assim como toda e qualquer história fala de nós mesmos e de nossa própria época. Isso é inevitável, e faz parte da nossa “trama” da história.
Creio poder dizer que também tenho um certo prazer em desafiar a autoridade, não como uma atitude inconsequente ou puramente contestadora, como algum tipo de confrontacionismo infantil, mas como uma atitude de questionamento constante, que se prende mais ao objeto do que à própria fonte da autoridade. Sou um questionador por excelência, um contestador daquilo que se poderia chamar “verdades reveladas” – as idées reçues, da tradição literária francesa – e um interrogador dos fundamentos de qualquer realidade oferecida como verdadeira ou única e exclusiva. Acredito mesmo que esta é a atitude a ser observada por todos aqueles que pretendem contribuir para os avanços do pensamento e o progresso das idéias. Em uma expressão, confesso minha adesão intelectual ao ceticismo sadio que todo homem verdadeiramente livre deve exibir em face das realidades que nos cercam, sobretudo aquelas que emergem das relações sociais e das situações de poder.
Vale...
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; pralmeida@mac.com)
Brasília, 1757: 13 junho 2007, 2 p.
terça-feira, 12 de junho de 2007
731) Sonhando com um país melhor...
Ao repassar, nos últimos dias, as matérias principais da imprensa brasileira das últimas duas semanas, com o que deparamos, exatamente?
Notícias de fraudes, falcatruas, desvios de recursos públicos, utilização dos serviços e dos recursos do Estado para fins particulares, roubalheira aberta e deslavada, enfim, um cortejo de atos criminosos que imaginávamos, em outras épocas, frequentar mais as páginas policiais do que o expediente da política nacional.
Não sei, sinceramente, o que expressar em face de tanta desfaçatez organizada, tantos atos espúrios travestidos de "politics as usual", tanta vergonha escondida nos gabinetes dos "representantes do povo", do Executivo e do Legislativo (e, muitos do Judiciário tampouco estão longe disso).
Creio que a sociedade brasileira contempla tantos atos criminosos com um ar de desalento, como se fosse impossível extirpar esse cranco da política nacional, como se fosse dificílimo contar com representantes que fossem, se não muito efetivos, pelo menos honestos.
Impossível evitar um certo sentimento depressivo, em face desse cenário de crimes em série, de cinismo repetido, de hipocrisia continuada.
Talvez a única reação que nos resta seja protestar contra essa situação e escolher um retiro temporário, longe de todas as patifarias que contemplamos nos jornais impressos e na TV.
Até quando?
Notícias de fraudes, falcatruas, desvios de recursos públicos, utilização dos serviços e dos recursos do Estado para fins particulares, roubalheira aberta e deslavada, enfim, um cortejo de atos criminosos que imaginávamos, em outras épocas, frequentar mais as páginas policiais do que o expediente da política nacional.
Não sei, sinceramente, o que expressar em face de tanta desfaçatez organizada, tantos atos espúrios travestidos de "politics as usual", tanta vergonha escondida nos gabinetes dos "representantes do povo", do Executivo e do Legislativo (e, muitos do Judiciário tampouco estão longe disso).
Creio que a sociedade brasileira contempla tantos atos criminosos com um ar de desalento, como se fosse impossível extirpar esse cranco da política nacional, como se fosse dificílimo contar com representantes que fossem, se não muito efetivos, pelo menos honestos.
Impossível evitar um certo sentimento depressivo, em face desse cenário de crimes em série, de cinismo repetido, de hipocrisia continuada.
Talvez a única reação que nos resta seja protestar contra essa situação e escolher um retiro temporário, longe de todas as patifarias que contemplamos nos jornais impressos e na TV.
Até quando?
sexta-feira, 8 de junho de 2007
730) I Congresso da ABRI, Brasilia, 25-27 de julho
Aviso aos navegantes:
O programa completo, em versão preliminar, do I Congresso da Associação Brasileira de Relações Internacionais, figura na pagina da ABRI, neste link.
O programa completo, em versão preliminar, do I Congresso da Associação Brasileira de Relações Internacionais, figura na pagina da ABRI, neste link.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
729) Violencia coloca o Brasil em baixo ranking
Violência deixa Brasil em 83º no Índice de Paz Global
Agência Estado, Qua, 30 Mai
O Brasil ocupa uma constrangedora 83ª posição no Índice de Paz Global (Global Peace Index - GPI). Trata-se do primeiro estudo que classifica 121 países de acordo com seu grau de paz". Um dos fatores que mais pesou negativamente sobre o Brasil foi seu elevado grau de violência urbana.
Elaborado pela consultoria britânica Economic Intelligence Unit (EIU), o levantamento foi monitorado por um conselho de personalidades internacionais, como o Dalai Lama, o arcebispo Desmond Tutu, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter e o economista Joseph Stiglitz. O índice foi lançado hoje com o objetivo de servir como uma referência para o debate da reunião de cúpula do G-8, que ocorrerá no fim da próxima semana na Alemanha.
O ranking é liderado pela Noruega. O grupo dos dez países mais "pacíficos" é completado pela Nova Zelândia, Dinamarca, Irlanda, Japão, Finlândia, Suécia, Canadá, Portugal e Áustria. Na América Latina, o Chile é o melhor posicionado, com o 16º lugar. O país com o pior nível de paz é o Iraque, e o vice-lanterninha é o Sudão.
América Latina
Com uma performance de 2.173 pontos, o Brasil é considerado um país menos pacífico do que muitos vizinhos da América Latina, como o México, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina, mas está melhor colocado do que a Venezuela (102) ou os Estados Unidos (96). O grau de paz no Brasil também é considerado inferior ao da China, Jamaica e Síria.
O GPI é composto por 24 indicadores, que incluem o nível de gastos militares, relações com países vizinhos, ação do crime organizado, número de homicídios e o grau de respeito dos direitos humanos. Segundo a EIU, foram levados também em consideração uma variedade de fatores determinantes da paz, como o nível de democracia, transparência, educação e distribuição de renda.
Principais determinantes
"Países pequenos, estáveis, que integram blocos regionais como a União Européia, tendem a ocupar as melhores posições no ranking", informou a EIU. "Os principais determinantes de paz interna são a renda, o grau de escolaridade e o nível de integração regional."
O prêmio Nobel Dalai Lama disse que a elaboração desse índice "vai sem dúvida tornar os fatores e qualidades que contribuem para a paz melhores conhecidos, e vai estimular as pessoas a implementá-los em seus próprios países". O diretor editorial da EIU disse que o GPI serve como um alerta para os líderes mundiais.
Região
overall rank overall score regional rank
Western Europe
Norway
1 1.36 1
Denmark
3 1.38 2
Ireland
4 1.40 3
Finland
6 1.45 4
Sweden
7 1.48 5
Portugal
9 1.48 6
Austria
10 1.48 7
Germany
11 1.52 8
Switzerland
13 1.53 9
Netherlands
19 1.62 10
Spain
20 1.63 11
Italy
32 1.72 12
France
33 1.73 13
Greece
43 1.79 14
United Kingdom
48 1.90 15
Cyprus
50 1.92 16
Average 19 1.59
Central & Eastern Europe
overall rank overall score regional rank
Czech Republic
12 1.52 1
Slovenia
14 1.54 2
Slovakia
16 1.57 3
Hungary
17 1.58 4
Romania
25 1.68 5
Poland
26 1.68 6
Estonia
27 1.68 7
Lithuania
42 1.79 8
Latvia
46 1.85 9
Bulgaria
53 1.94 10
Kazakhstan
60 1.99 11
Croatia
66 2.03 12
Moldova
71 2.06 13
Bosnia and Hercegovina
74 2.09 14
Ukraine
79 2.15 15
Macedonia
81 2.17 16
Serbia
83 2.18 17
Turkey
91 2.27 18
Azerbaijan
100 2.45 19
Uzbekistan
109 2.54 20
Russia
117 2.90 21
Average 55 1.94
Middle East & North Africa
overall rank overall score regional rank
Oman
21 1.64 1
Qatar
29 1.70 2
United Arab Emirates
37 1.75 3
Tunisia
38 1.76 4
Kuwait
45 1.82 5
Morocco
47 1.89 6
Libya
57 1.97 7
Bahrain
61 2.00 8
Jordan
62 2.00 9
Egypt
72 2.07 10
Syria
76 2.11 11
Saudi Arabia
89 2.25 12
Yemen
94 2.31 13
Iran
96 2.32 14
Algeria
106 2.50 15
Lebanon
113 2.66 16
Israel
118 2.03 17
Iraq
120 2.44 18
Average 71 2.18
Africa
overall rank overall score regional rank
Ghana
39 1.77 1
Madagascar
40 1.77 2
Botswana
41 1.79 3
Mozambique
49 1.91 4
Zambia
52 1.93 5
Gabon
55 1.95 6
Tanzania
56 1.97 7
Namibia
63 2.00 8
Senegal
64 2.02 9
Malawi
67 2.04 10
Equatorial Guinea
70 2.06 11
Cameroon
75 2.09 12
Kenya
90 2.26 13
South Africa
98 2.40 14
Ethiopia
102 2.48 15
Uganda
103 2.49 16
Zimbabwe
105 2.49 17
Angola
111 2.59 18
Cote d'Ivoire
112 2.64 19
Nigeria
116 2.90 20
Sudan
119 3.18 21
Average 77 2.22
Asia & Australia
overall rank overall score regional rank
New Zealand
2 1.36 1
Japan
5 1.41 2
Bhutan
18 1.61 3
Hong Kong
22 1.66 4
Australia
24 1.66 5
Singapore
28 1.69 6
South Korea
31 1.72 7
Vietnam
34 1.73 8
Taiwan
35 1.73 9
Malaysia
36 1.74 10
China
59 1.98 11
Indonesia
77 2.11 12
Cambodia
84 2.20 13
Bangladesh
85 2.22 14
Papua New Guinea
87 2.22 15
Philippines
99 2.43 16
Thailand
104 2.49 17
Myanmar
107 2.52 18
India
108 2.53 19
Sri Lanka
110 2.57 20
Pakistan
114 2.70 21
Average 60 2.01
Latin America
overall rank overall score regional rank
Chile
15 1.57 1
Uruguay
23 1.66 2
Costa Rica
30 1.70 3
Panama
44 1.80 4
Argentina
51 1.92 5
Paraguay
54 1.95 6
Cuba
58 1.97 7
Nicaragua
65 2.02 8
Bolivia
68 2.05 9
Peru
69 2.06 10
Dominican Republic
73 2.07 11
Mexico
78 2.12 12
Jamaica
80 2.16 13
Brazil
82 2.17 14
Ecuador
86 2.22 15
El Salvador
88 2.24 16
Guatemala
92 2.28 17
Trinidad and Tobago
93 2.29 18
Honduras
97 2.39 19
Venezuela
101 2.45 20
Colombia
115 2.77 21
Average 70 2.09
North America
overall rank overall score regional rank
Canada
8 1.48 1
United States of America
95 2.32 2
Average 52 1.90
Agência Estado, Qua, 30 Mai
O Brasil ocupa uma constrangedora 83ª posição no Índice de Paz Global (Global Peace Index - GPI). Trata-se do primeiro estudo que classifica 121 países de acordo com seu grau de paz". Um dos fatores que mais pesou negativamente sobre o Brasil foi seu elevado grau de violência urbana.
Elaborado pela consultoria britânica Economic Intelligence Unit (EIU), o levantamento foi monitorado por um conselho de personalidades internacionais, como o Dalai Lama, o arcebispo Desmond Tutu, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter e o economista Joseph Stiglitz. O índice foi lançado hoje com o objetivo de servir como uma referência para o debate da reunião de cúpula do G-8, que ocorrerá no fim da próxima semana na Alemanha.
O ranking é liderado pela Noruega. O grupo dos dez países mais "pacíficos" é completado pela Nova Zelândia, Dinamarca, Irlanda, Japão, Finlândia, Suécia, Canadá, Portugal e Áustria. Na América Latina, o Chile é o melhor posicionado, com o 16º lugar. O país com o pior nível de paz é o Iraque, e o vice-lanterninha é o Sudão.
América Latina
Com uma performance de 2.173 pontos, o Brasil é considerado um país menos pacífico do que muitos vizinhos da América Latina, como o México, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina, mas está melhor colocado do que a Venezuela (102) ou os Estados Unidos (96). O grau de paz no Brasil também é considerado inferior ao da China, Jamaica e Síria.
O GPI é composto por 24 indicadores, que incluem o nível de gastos militares, relações com países vizinhos, ação do crime organizado, número de homicídios e o grau de respeito dos direitos humanos. Segundo a EIU, foram levados também em consideração uma variedade de fatores determinantes da paz, como o nível de democracia, transparência, educação e distribuição de renda.
Principais determinantes
"Países pequenos, estáveis, que integram blocos regionais como a União Européia, tendem a ocupar as melhores posições no ranking", informou a EIU. "Os principais determinantes de paz interna são a renda, o grau de escolaridade e o nível de integração regional."
O prêmio Nobel Dalai Lama disse que a elaboração desse índice "vai sem dúvida tornar os fatores e qualidades que contribuem para a paz melhores conhecidos, e vai estimular as pessoas a implementá-los em seus próprios países". O diretor editorial da EIU disse que o GPI serve como um alerta para os líderes mundiais.
Região
overall rank overall score regional rank
Western Europe
Norway
1 1.36 1
Denmark
3 1.38 2
Ireland
4 1.40 3
Finland
6 1.45 4
Sweden
7 1.48 5
Portugal
9 1.48 6
Austria
10 1.48 7
Germany
11 1.52 8
Switzerland
13 1.53 9
Netherlands
19 1.62 10
Spain
20 1.63 11
Italy
32 1.72 12
France
33 1.73 13
Greece
43 1.79 14
United Kingdom
48 1.90 15
Cyprus
50 1.92 16
Average 19 1.59
Central & Eastern Europe
overall rank overall score regional rank
Czech Republic
12 1.52 1
Slovenia
14 1.54 2
Slovakia
16 1.57 3
Hungary
17 1.58 4
Romania
25 1.68 5
Poland
26 1.68 6
Estonia
27 1.68 7
Lithuania
42 1.79 8
Latvia
46 1.85 9
Bulgaria
53 1.94 10
Kazakhstan
60 1.99 11
Croatia
66 2.03 12
Moldova
71 2.06 13
Bosnia and Hercegovina
74 2.09 14
Ukraine
79 2.15 15
Macedonia
81 2.17 16
Serbia
83 2.18 17
Turkey
91 2.27 18
Azerbaijan
100 2.45 19
Uzbekistan
109 2.54 20
Russia
117 2.90 21
Average 55 1.94
Middle East & North Africa
overall rank overall score regional rank
Oman
21 1.64 1
Qatar
29 1.70 2
United Arab Emirates
37 1.75 3
Tunisia
38 1.76 4
Kuwait
45 1.82 5
Morocco
47 1.89 6
Libya
57 1.97 7
Bahrain
61 2.00 8
Jordan
62 2.00 9
Egypt
72 2.07 10
Syria
76 2.11 11
Saudi Arabia
89 2.25 12
Yemen
94 2.31 13
Iran
96 2.32 14
Algeria
106 2.50 15
Lebanon
113 2.66 16
Israel
118 2.03 17
Iraq
120 2.44 18
Average 71 2.18
Africa
overall rank overall score regional rank
Ghana
39 1.77 1
Madagascar
40 1.77 2
Botswana
41 1.79 3
Mozambique
49 1.91 4
Zambia
52 1.93 5
Gabon
55 1.95 6
Tanzania
56 1.97 7
Namibia
63 2.00 8
Senegal
64 2.02 9
Malawi
67 2.04 10
Equatorial Guinea
70 2.06 11
Cameroon
75 2.09 12
Kenya
90 2.26 13
South Africa
98 2.40 14
Ethiopia
102 2.48 15
Uganda
103 2.49 16
Zimbabwe
105 2.49 17
Angola
111 2.59 18
Cote d'Ivoire
112 2.64 19
Nigeria
116 2.90 20
Sudan
119 3.18 21
Average 77 2.22
Asia & Australia
overall rank overall score regional rank
New Zealand
2 1.36 1
Japan
5 1.41 2
Bhutan
18 1.61 3
Hong Kong
22 1.66 4
Australia
24 1.66 5
Singapore
28 1.69 6
South Korea
31 1.72 7
Vietnam
34 1.73 8
Taiwan
35 1.73 9
Malaysia
36 1.74 10
China
59 1.98 11
Indonesia
77 2.11 12
Cambodia
84 2.20 13
Bangladesh
85 2.22 14
Papua New Guinea
87 2.22 15
Philippines
99 2.43 16
Thailand
104 2.49 17
Myanmar
107 2.52 18
India
108 2.53 19
Sri Lanka
110 2.57 20
Pakistan
114 2.70 21
Average 60 2.01
Latin America
overall rank overall score regional rank
Chile
15 1.57 1
Uruguay
23 1.66 2
Costa Rica
30 1.70 3
Panama
44 1.80 4
Argentina
51 1.92 5
Paraguay
54 1.95 6
Cuba
58 1.97 7
Nicaragua
65 2.02 8
Bolivia
68 2.05 9
Peru
69 2.06 10
Dominican Republic
73 2.07 11
Mexico
78 2.12 12
Jamaica
80 2.16 13
Brazil
82 2.17 14
Ecuador
86 2.22 15
El Salvador
88 2.24 16
Guatemala
92 2.28 17
Trinidad and Tobago
93 2.29 18
Honduras
97 2.39 19
Venezuela
101 2.45 20
Colombia
115 2.77 21
Average 70 2.09
North America
overall rank overall score regional rank
Canada
8 1.48 1
United States of America
95 2.32 2
Average 52 1.90
domingo, 27 de maio de 2007
728) Comentarios ao meu estilo de escrever...
Uma leitora de meus trabalhos escreveu algo a respeito de meu estilo de escrita, que julguei dever partilhar com outros eventuais leitores deste blog.
Registro que editei sua mensagem, cortando algumas partes que me pareceram ter valor puramente episódico, retendo apenas aquelas que possuiam, em minha opinião, um valor "sistêmico", ou "estrutural".
Não tenho outros comentários a fazer, a não ser agradecer pela distinção que me é feita, uma vez que todos os "escrevinhadores", como eu, esperam um mínimo de leitores eventuais, que é justamente a reflexão crítica sobre suas próprias contribuições ao pensamento político e ao diálogo social.
Com vocês, o texto abaixo:
Comentários sobre a sua escrita
Maria do Espírito Santo Gontijo Canedo
(Minas Gerais)
As maiores qualidades que um texto pode ter são três: ritmo, fôlego e tempero. Tema, introdução, desenvolvimento e conclusão são virtudes indispensáveis para torná-lo coerente, mas a indispensável coerência, por si mesma, não garante que o texto não seja monótono, insosso, desvitalizado. Por outro lado, excesso de paixão transforma o ato da leitura numa viagem pelo Saara e, a não ser que o leitor seja um tuaregue, em dois tempos o pobre coitado começará a ter miragens com a personificação da falta. Com relação à produção de textos não concordo com a máxima de Agostinho que reza estar a virtude no meio. Para mim, a verdadeira virtude do bom escritor está numa espécie de equilíbrio dissonante.
Os seus textos são pedrinhas atiradas na superfície calma de um lago. Uma pedrinha-idéia é lançada, as ondas se formam suaves, equilibradas, circulares, e aí surge outra pedrinha-idéia, outras ondas melodiosas se formam e se expandem, sem agressão ou atrito excessivo, se juntam às formadas anteriormente, e o texto segue o seu ritmo, às vezes mais lento, outras vezes mais rápido. E por que não jogar um miolinho de pão de vez em quando para que alguns peixes subam à tona enfeitando, sem o escândalo dos anzóis, a beleza da cena?
Você já leu A Mandrágora, do Maquiavel? Seu estilo me lembra o dele. Claro que, por estar atento aos leitores atuais (certamente um pouquinho, só um pouquinho, menos cultos do que o público a quem Maquiavel se dirigia) você não excede nas sutilezas do humor e da ironia principescas do florentino divino e comedidamente comedioso. (Eu sei que quem escreveu a Divina Comédia foi o Dante. Foi só um jogo compatriota de palavras que eu fiz, ou, em outras palavras, não me confunda com uma certa casta de leitores dos seus textos...) O cara que queria ver a unificação da Itália e você é Pro Patria Semper. Ele, como você, eliminou o “deveria ser” do vocabulário. Ele foi o primeiro teórico do Estado moderno e você o primeiro teórico do Estado brasileiro que não tem medo de dizer o que pensa nua e cruamente, sem querer parecer simpático, bonzinho ou condescendente. Ele, como você, teve origem relativamente modesta. E a sua cultura, como a dele, é estupenda. (Quando eu li os Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio eu pensei que não era possível alguém ser tão agudamente crítico sobre uma época tão distante da dele.)
(...)
As diferenças entre o próximo e o idêntico são tão abissais... na expressão “homem e mundo”, o conectivo “e” une e separa sujeito e objeto. “E” é o recheio do sanduíche da contradição dialética, que se devora, aproveitando-se os nutrientes e descartando o que não tem utilidade. “A imbecilidade humana tem, sim, aumentado, pela força dos números, mas ela comanda cada vez menos os destinos da raça humana, graças aos progressos da ciência. Ou estarei errado?” [Nota: trecho final do texto de PRA: “Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)”] Toda síntese tem, em germe, uma nova tese em seu bojo. Não sei se os progressos da ciência vacinam suficientemente o mundo contra esta inflacionária e atualíssima infecção aberrante de imbecilidade. Os pitagóricos diziam que os entes são números.
Os entes imbecis são números naturais, manada, de fácil manipulação e multiplicação. Já o progresso científico pertence ao conjunto dos números complexos, ou talvez, dos números imaginários... se o ser humano é o ser que está situado entre as bestas e os deuses, você parece ter uma fé invejável no caminho da humanidade em direção aos deuses... eu creio que o caminho em direção aos protozoários é mais fácil e rápido... talvez eu tivesse fé na possibilidade dos progressos da arte... mas arte é algo que não progride nem regride: arte deveria ser a presença do absoluto em nós, mas, pelo menos para Hegel, a arte morreu... perdeu a aura, sem dúvida perdeu... mas morrer?
Pra mim a arte continua viva, salvífica, messiânica... se não fosse por ela, já teria seguido o sábio conselho do Figueiredo e dado um tiro na cuca... mas arte – essa sim! – é para poucos... é pra quem tem razão, sensibilidade e corpo. Você pertence ao grupo restrito dos artistas, tenho certeza. O seu problema é crer na possibilidade de abrir as maçônicas portas deste grupo ao maior número de pessoas possível. Uma última palavrinha: desista.
27 de maio de 2007
Addendum em 29 de maio, pela mesma autora, a propósito de um texto meu, em preparação, em torno do Príncipe, de Maquiavel:
"O candidato a príncipe deve sempre visar mais alto do que as práticas normais do ofício político, como os arqueiros hábeis que, considerando muito distante o ponto que desejam atingir e sabendo até onde vai a capacidade de seu arco, fazem mira bem mais alto que o local visado, não para alcançar com sua flecha tanta altura, mas para poder com o auxílio de tão elevada mira atingir o seu alvo."
Registro que editei sua mensagem, cortando algumas partes que me pareceram ter valor puramente episódico, retendo apenas aquelas que possuiam, em minha opinião, um valor "sistêmico", ou "estrutural".
Não tenho outros comentários a fazer, a não ser agradecer pela distinção que me é feita, uma vez que todos os "escrevinhadores", como eu, esperam um mínimo de leitores eventuais, que é justamente a reflexão crítica sobre suas próprias contribuições ao pensamento político e ao diálogo social.
Com vocês, o texto abaixo:
Comentários sobre a sua escrita
Maria do Espírito Santo Gontijo Canedo
(Minas Gerais)
As maiores qualidades que um texto pode ter são três: ritmo, fôlego e tempero. Tema, introdução, desenvolvimento e conclusão são virtudes indispensáveis para torná-lo coerente, mas a indispensável coerência, por si mesma, não garante que o texto não seja monótono, insosso, desvitalizado. Por outro lado, excesso de paixão transforma o ato da leitura numa viagem pelo Saara e, a não ser que o leitor seja um tuaregue, em dois tempos o pobre coitado começará a ter miragens com a personificação da falta. Com relação à produção de textos não concordo com a máxima de Agostinho que reza estar a virtude no meio. Para mim, a verdadeira virtude do bom escritor está numa espécie de equilíbrio dissonante.
Os seus textos são pedrinhas atiradas na superfície calma de um lago. Uma pedrinha-idéia é lançada, as ondas se formam suaves, equilibradas, circulares, e aí surge outra pedrinha-idéia, outras ondas melodiosas se formam e se expandem, sem agressão ou atrito excessivo, se juntam às formadas anteriormente, e o texto segue o seu ritmo, às vezes mais lento, outras vezes mais rápido. E por que não jogar um miolinho de pão de vez em quando para que alguns peixes subam à tona enfeitando, sem o escândalo dos anzóis, a beleza da cena?
Você já leu A Mandrágora, do Maquiavel? Seu estilo me lembra o dele. Claro que, por estar atento aos leitores atuais (certamente um pouquinho, só um pouquinho, menos cultos do que o público a quem Maquiavel se dirigia) você não excede nas sutilezas do humor e da ironia principescas do florentino divino e comedidamente comedioso. (Eu sei que quem escreveu a Divina Comédia foi o Dante. Foi só um jogo compatriota de palavras que eu fiz, ou, em outras palavras, não me confunda com uma certa casta de leitores dos seus textos...) O cara que queria ver a unificação da Itália e você é Pro Patria Semper. Ele, como você, eliminou o “deveria ser” do vocabulário. Ele foi o primeiro teórico do Estado moderno e você o primeiro teórico do Estado brasileiro que não tem medo de dizer o que pensa nua e cruamente, sem querer parecer simpático, bonzinho ou condescendente. Ele, como você, teve origem relativamente modesta. E a sua cultura, como a dele, é estupenda. (Quando eu li os Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio eu pensei que não era possível alguém ser tão agudamente crítico sobre uma época tão distante da dele.)
(...)
As diferenças entre o próximo e o idêntico são tão abissais... na expressão “homem e mundo”, o conectivo “e” une e separa sujeito e objeto. “E” é o recheio do sanduíche da contradição dialética, que se devora, aproveitando-se os nutrientes e descartando o que não tem utilidade. “A imbecilidade humana tem, sim, aumentado, pela força dos números, mas ela comanda cada vez menos os destinos da raça humana, graças aos progressos da ciência. Ou estarei errado?” [Nota: trecho final do texto de PRA: “Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)”] Toda síntese tem, em germe, uma nova tese em seu bojo. Não sei se os progressos da ciência vacinam suficientemente o mundo contra esta inflacionária e atualíssima infecção aberrante de imbecilidade. Os pitagóricos diziam que os entes são números.
Os entes imbecis são números naturais, manada, de fácil manipulação e multiplicação. Já o progresso científico pertence ao conjunto dos números complexos, ou talvez, dos números imaginários... se o ser humano é o ser que está situado entre as bestas e os deuses, você parece ter uma fé invejável no caminho da humanidade em direção aos deuses... eu creio que o caminho em direção aos protozoários é mais fácil e rápido... talvez eu tivesse fé na possibilidade dos progressos da arte... mas arte é algo que não progride nem regride: arte deveria ser a presença do absoluto em nós, mas, pelo menos para Hegel, a arte morreu... perdeu a aura, sem dúvida perdeu... mas morrer?
Pra mim a arte continua viva, salvífica, messiânica... se não fosse por ela, já teria seguido o sábio conselho do Figueiredo e dado um tiro na cuca... mas arte – essa sim! – é para poucos... é pra quem tem razão, sensibilidade e corpo. Você pertence ao grupo restrito dos artistas, tenho certeza. O seu problema é crer na possibilidade de abrir as maçônicas portas deste grupo ao maior número de pessoas possível. Uma última palavrinha: desista.
27 de maio de 2007
Addendum em 29 de maio, pela mesma autora, a propósito de um texto meu, em preparação, em torno do Príncipe, de Maquiavel:
"O candidato a príncipe deve sempre visar mais alto do que as práticas normais do ofício político, como os arqueiros hábeis que, considerando muito distante o ponto que desejam atingir e sabendo até onde vai a capacidade de seu arco, fazem mira bem mais alto que o local visado, não para alcançar com sua flecha tanta altura, mas para poder com o auxílio de tão elevada mira atingir o seu alvo."
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