domingo, 29 de novembro de 2009

1553) The End is Near: are you prepared?

Certo, certo: o mundo não vai acabar em 2012, mas os mais céticos deveriam fazer os seus investimentos apenas até o final de 2011, e -- quem sabe? -- torrar todo do dinheiro numa volta ao mundo entre o final de 2011 e o começo de 2012.
Depois disso pode ser o dilúvio...
Ajustem os relógios regressivos, para a contagem dos dias que faltam (bem, precisa ver a data exata no site da Sony...)
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Paulo Roberto Almeida

Astronomynews
Cientistas criticam proposta de "2012" e indicam cenários de fim do mundo
DENNIS OVERBYE
do New York Times

A Nasa (agência espacial norte-americana) criticou a Sony em outubro por sugerir, em sua campanha publicitária para o filme "2012", que o mundo acabaria em 2012.

No ano passado, o Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), também assegurou que o mundo não acabaria tão cedo --portanto, acho que tudo isso é uma boa notícia para quem fica nervoso facilmente. Com que frequência vemos duas instituições científicas top de linha como essas nos garantindo que está tudo bem?

Por outro lado, é meio triste, se você estava ansioso por tirar umas férias das prestações do imóvel para financiar uma última festança.

As declarações do Cern tiveram a intenção de aliviar temores de que um buraco negro sairia de seu novo Grande Colisor de Hádrons (LHC) e engoliria a Terra.

O pronunciamento da Nasa, na forma de vários posts em sites e um vídeo postado no YouTube, foi uma resposta a temores de que o mundo fosse acabar no dia 21 de dezembro de 2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como Grande Contagem no calendário maia teoricamente chegaria a um fim.

Filme
O burburinho em torno do fim dos dias atingiu o auge com o lançamento do filme "2012", dirigido por Roland Emmerich, que já trouxe desgraças fictícias para a Terra anteriormente, com alienígenas e geleiras, em "Independence Day" e "O Dia Depois de Amanhã".

No filme, o alinhamento entre o Sol e o centro da galáxia, no dia 21 de dezembro de 2012, faz com que o astro fique ensandecido e lance na superfície da Terra inúmeras partículas subatômicas ambíguas conhecidas como neutrinos.

De alguma forma, os neutrinos se transformam em outras partículas e aquecem o centro da Terra. A crosta terrestre perde suas amarras e começa a se enfraquecer e deslizar por aí.

Los Angeles cai no oceano; Yellowstone explode, causando uma chuva de cinzas no continente. Ondas gigantes varrem o Himalaia, onde governos do planeta tinham construído em segredo uma frota de arcas, nas quais 400 mil pessoas selecionadas poderiam se abrigar das águas.

Porém, essa é apenas uma versão do apocalipse. Em outras variações, um planeta chamado Nibiru colide com o nosso ou o campo magnético da Terra enlouquece.

Existem centenas de livros dedicados a 2012, e milhões de sites, dependendo de que combinação de "2012" e "fim do mundo" você digite no Google.

"Tolices": Segundo astrônomos, tudo isso é besteira.

"Grande parte do que se alega que irá ocorrer em 2012 está baseada em desejos, grandes tolices pseudocientíficas, ignorância de astronomia e um alto nível de paranoia", afirmou Ed Krupp, diretor do Griffith Observatory, em Los Angeles, e especialista em astronomia antiga, em um artigo publicado na edição de novembro da revista "Sky & Telescope".

Pessoalmente, adoro histórias sobre o fim do mundo desde que comecei a consumir ficção científica, quando era uma criança. Fazer o público se borrar nas calças é o grande lance, desde que Orson Welles transmitiu a "Guerra dos Mundos", uma notícia falsa sobre uma invasão de marcianos em Nova Jersey, em 1938.

No entanto, essa tendência tem ido longe demais, disse David Morrison, astrônomo do Ames Research Center da NASA, em Moffett Field, Califórnia. Ele é autor do vídeo no YouTube refutando a catástrofe e um dos principais pontos de contato da agência sobre a questão das profecias maias prevendo o fim dos dias.

"Fico com raiva de ver como as pessoas estão sendo manipuladas e aterrorizadas para alguém ganhar dinheiro", disse Morrison. "Não há direito ético que permita assustar crianças para ganhar dinheiro".

Desesperados
Morrison afirmou receber cerca de 20 cartas e mensagens de e-mail por dia de pessoas até da Índia, assustadas até o último fio de cabelo. Em uma mensagem de e-mail, ele anexou exemplos que incluíam uma mulher perguntando se deveria se suicidar, matar sua filha e seu bebê ainda no útero. Outra mensagem veio de uma pessoa questionando se deveria sacrificar seu cachorro, a fim de evitar o sofrimento de 2012.

Tudo isso me fez lembrar os tipos de cartas que recebi no ano passado sobre o suposto buraco negro do Cern. Isso também era mais ficção científica do que fato científico, mas aparentemente não há nada melhor que a morte para nos aproximar de domínios abstratos como física e astronomia. Nessas situações, quando a Terra ou o Universo não estão nem aí para você e seus entes queridos, o cósmico realmente se torna algo pessoal.

Morrison disse não culpar o filme por todo o burburinho, não tanto quanto os vários outros divulgadores das previsões maias e a aparente incapacidade de algumas pessoas (e isso se reflete em vários aspectos da nossa vida nacional) de distinguir a realidade da ficção. Porém, ele disse, "meu doutorado foi em astronomia, não em psicologia".

Em mensagens de e-mail, Krupp disse: "Sempre estamos incertos em relação ao futuro, e sempre consumimos representações dele. Somos seduzidos pelo romantismo do passado longínquo e pela escala exótica do cosmo. Quando tudo isso se junta, ficamos hipnotizados".

O porta-voz da Nasa, Dwayne Brown, afirmou que a agência não faz comentários sobre filmes, deixando essa tarefa para os críticos de cinema. No entanto, quando se trata de ciência, disse Brown, "achamos que seria prudente oferecer um recurso".

Aquecimento global
Se você quer ter algo para se preocupar, afirma a maioria dos cientistas, deve refletir sobre as mudanças climáticas globais, asteróides ou guerra nuclear. Porém, se a especulação sobre as antigas profecias mexem com você, aqui estão algumas coisas, segundo Morrison e outros, que você deve saber.

Para começar, os astrônomos concordam que não há nada especial em relação ao alinhamento do Sol e do centro galáctico. Isso ocorre todo mês de dezembro, sem nenhuma consequência física além do consumo exagerado de panetones. De qualquer forma, o Sol e o centro galáctico não vão exatamente coincidir, nem mesmo em 2012.

Se houvesse outro planeta lá fora vindo em nossa direção, todo mundo já teria percebido. Quanto às violentas tempestades solares, o próximo auge do ciclo das manchas solares só ocorrerá em 2013, e será no nível mais suave, afirmam astrônomos.

O apocalipse geológico é uma aposta melhor. Já houve grandes terremotos na Califórnia, e provavelmente haverá outros. Esses tremores poderiam destruir Los Angeles, como mostrou o filme, e Yellowstone poderia entrar em erupção novamente com uma força cataclísmica, mais cedo ou mais tarde.

Nós e nossas obras somos, de fato, apenas passageiros frágeis e temporários na Terra. Porém, neste caso, "mais cedo ou mais tarde" significa centenas de milhões de anos --e haveria bastante aviso quando chegasse a hora.

Os maias, que eram astrônomos e cronometristas bons o suficiente para prever a posição de Vênus 500 anos no futuro, merecem coisa melhor.

O tempo maia era cíclico; especialistas como Krupp e Anthony Aveni, astrônomo e antropólogo da Colgate University, afirmam não haver evidências de que os maias achassem que algo especial ocorreria quando o marcador da Grande Contagem atingisse 2012. Existem referências em inscrições maias a datas antes e depois da atual Grande Contagem, afirmam os especialistas.

Sendo assim, continue pagando suas prestações normalmente.

Fonte da notícia: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u656318.shtml

1552) Uma discussao sobre o papel do Estado

Recebi um comentario a meu post:

sexta-feira, 27 de novembro de 2009
1549) Brasileiros gostam do Estado, querem mais Estado

que reproduzo abaixo, pela importância do tema. Nao tenho tempo (pois estou em viagem internacional) de elaborar mais a respeito. Mas deixo o registro para voltar mais tarde (algum dia) e desenvolver mais estas questoes relevantes.
O tema é sem duvida importante, e costuma confundir até os estudantes de economia, que no entanto seriam mais propensos a aceitar a simples racionalidade do jogo econômico...

2 Comentários

Rafael disse...

"(...) o Estado, como acredito, não cria nenhuma riqueza, mas apenas retira da sociedade uma parte da riqueza criada por empresários e trabalhadores (...)"

O senhor se importaria de elaborar essa assertiva, que me incomoda desde as aulas de economia na faculdade? Ela parece ter como corolário a idéia de que a extinção do Estado permitiria à sociedade o usufruto mais completo das riquezas que ela produz. Eu, no entanto, organizo meu ceticismo a essa idéia em três passos:

1. Me parece que as sociedades mais avançadas do mundo, como a americana, a sueca e a alemã, têm Estados bem aparelhados e atuantes; os países com Estados falidos, por outro lado, se encontram entre os mais miseráveis: Somália, Sudão, Haiti. Desconheço qualquer economia avançada que prescinda do Estado. Sem ele, os mercados são menos eficientes, não mais.

2. Creio ser um equívoco atribuir a produção da riqueza de uma nação exclusivamente a determinados segmentos sociais como empresários, trabalhadores e/ ou iniciativa privada. A sociedade é um sistema de partes interdependentes: governo, ONG's e demais setores públicos também participam da produção da riqueza, ainda que não diretamente. Da mesma forma, o Conselho Administrativo de uma fábrica de carros não produz riqueza diretamente, mas sua existência é crucial para o aumento da produtividade da empresa. Não vejo como tirar o Estado da equação de produção da riqueza, como parecem pretender algumas cartilhas de macroeconomia.

3. o Estado é parte constitutiva das economias capitalistas -- não um corpo estranho a elas. Tanto isso é verdade que Marx, ao propor uma organização social pós-capitalista, tinha como meta exatamente a extinção do Estado (visto como ele como instrumento de dominação da burguesia, mas essa é outra história...), e não o seu fortalecimento.

Enfim, pretendo com esta mensagem apenas fazer uma boa provocação, ainda que um tanto ligeira. Ficaria muito feliz de ouvir seus comentários.

Abraço,
Rafael

Sábado, Novembro 28, 2009 7:26:00 PM
Blogger Paulo R. de Almeida disse...

Rafael,
Estou em viagem internacional acessando desde um aeroporto, e portanto impossibilitado de elaborar mais detidamente sobre a questao, que é de fato importante e mereceria um artigo inteiro para responder (o que vou fazer assim que der).
1) Nenhuma sociedade civilizada, desde os sumérios, prescinde de Estado, que como sempre coleta impostos para fornecer bens coletivos.
2) O problema está quando esse Estado arranca da sociedade algo mais do que os recursos para esses bens coletivos, e os usa em seu proprio favor, ou melhor, dos que ocupam o Estado momentaneamente (pois o Estado é uma abstracao conceitual, existem instituicoes de governo e pessoas que ocupam esses nichos).
3) Por certo que o Estado cria as condicoes para que os agentes privados criem riqueza: garante propriedade, contratos, obras de infraestrutura, solucao de conflitos, etc. Ele permite e até amplia a criacao de riquezas, formando pessoas, por exemplo, mas sempre e exclusivamente com recursos tirandos da propria sociedade. Isso é tao evidente que eu nem preciso elaborar a respeito.
4) ONGs e Estado jamais criam riquezas, apenas podem viabilizar condicoes para que a riqueza criada se multiplique. Alguns Estados (ou melhor, governos) no entanto tem um especial atrativo pela riqueza criada no setor privado e seja por ideologia igualistarista ou distributiva, seja mesmo por cupidez dos dirigentes avança em demasia sobre a riqueza privada, e ai acontece o que sabemos: desinvestimento, fuga de capitais, evasao fiscal, etc...
Nao preciso elaborar, pois voce é suficientemente inteligente para compreender isso.
Por fim: esqueça Marx: ele era apenas um filosofo, que em lugar de transformar o mundo, encarregou-se de transforma-lo em algo muito confuso, com uma poderosa ideologia que ainda domina as mentes de milhoes de pessoas no mundo.
Paulo Roberto de Almeida
Domingo, Novembro 29, 2009 6:42:00 AM

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

1551) Eleicoes e politica na America Latina: Financial Times


Latin America sets course for the centre
By Oliver Balch in Buenos Aires
Financial Times, November 27 2009 00:07

As Latin America gears up for a spate of elections over the next few weeks, voters in Uruguay will be watched closely this weekend for confirmation that the region’s leftward drift of recent years is on the wane.

“My model is Lula – not Chávez,” José Mujica, Uruguay’s ruling leftwing party candidate, has said often during his campaign.

Placing himself in the mould of Luiz Inácio Lula da Silva, Brazil’s moderate leftist president, rather than of Hugo Chávez, Venezuela’s fiery, radical anti-US leader, should help him to win Sunday’s presidential run-off, polls suggest.

Such a move towards the political centre in countries such as Chile, Uruguay, Colombia and Brazil has led some analysts to rethink traditional party divisions.

“The big debate going on in Latin America is not so much between right and left, but between institutions and populism,” said Felipe Noguera, a Buenos Aires-based political analyst.

“Institutions will win in the long run. But how long that will take and how the battle is going, we don’t know.”

Mr Mujica, a former guerrilla during the 1960s, has sought to rebut opposition claims that his government would see a shift towards the radical socialism of President Chávez’s so-called Bolivarian revolution in Venezuela.

Latin-America-mapSuch an electoral ploy makes sense. Association with Mr Chávez has increasingly become a liability for Latin America’s presidential candidates.

The economies of Brazil and Venezuela provide starkly contrasting examples to the rest of the region. Brazil has raced out of recession and is expected to grow 3.5 per cent next year, according to the International Monetary Fund, while Venezuela’s economy has just slipped into recession and is plagued by power and water shortages.

Leading leftwing candidates in the last presidential elections in Peru and Mexico both saw popular support ebb away after allegations of overt Venezuelan support, notes Peter Hakim, president of the Washington-based Inter-American Dialogue think-tank.

“It’s very rare that a candidate associates himself with Chávez. Even Rafael Correa [president of Ecuador] did not associate himself explicitly,” he said.

In Chile, the campaign leading to the December 13 election is largely free of ideological politics.

“There seems to be an agreement that some things should be off the table when it comes to discussing policy issues,” said Patricio Novia, a Latin American specialist at New York University.

The list of sacrosanct subjects includes a range of orthodox economic and social policies, such as the need for a strong central bank, counter-cyclical fiscal policies and increased investment in education.

As such, a victory for the rightwing National Renewal party – as the majority of polls predict – would not usher in a marked change in policy direction.

“Chileans seem to be saying they want to keep the same policies, but have new people lead those policies,” said Mr Novia.

Just as the political left in Chile has favoured a move towards the centre since coming to power almost two decades ago, so the revitalised right is adopting a moderate course.

“Our objective is to maintain the network of social protection that has been constructed by the last governments, especially during the government of Michelle Bachelet,” Sebastián Piñera, the presidential frontrunner, told the Financial Times.

Chile’s political convergence is resulting in a blurring of lines between traditional right and leftwing issues. Mr Piñera’s campaign, for example, has surprised voters by featuring a television advertisement openly endorsing homosexual couples.

“This shows a level of tolerance that was unthinkable for the right a few years ago, but now it seems to be a non-issue for the right,” said Mr Novia.

One exception in the region is Bolivia. Evo Morales, the leftwing president, looks likely to secure another term in presidential elections on December 6.

Mr Morales has nationalised the country’s gas fields, rewritten the constitution and is a strong critic of the US. Opposition figures claim that his campaign has been part-funded by Mr Chávez, his close ally.

His vocal support for Mr Chávez’s policies has not dented his approval ratings, however. This stands at 52 per cent – well ahead of his nearest opponent, Manfred Reyes Villa, with 21 per cent.

The Bolivian president – a polarising figure domestically who is accused by the opposition of authoritarianism – has been aided by a resilient economy, which has drawn praise for his administration from the IMF.

Additional reporting by Naomi Mapstone in Lima
Copyright The Financial Times Limited 2009.

1550) A Amazonia na Academia Brasileira de Ciencias

Conjunto de materiais sobre a Amazônia disponibilizados no site da ABC

Desafios e perspectivas para a Amazônia
A Acadêmica Bertha Becker, para quem o desenvolvimento da região passa por pesquisas e investimentos na integração voltada para a economia da floresta, abriu evento da ABC e Memorial da América Latina, em São Paulo.
Leia mais no site da ABC

Amazônia: diversidade sócio-cultural e integração sul-americana
Representantes da UFRGS, Greenpeace, Imazon, Instituto Socioambiental e ONG peruana participaram de mesa-redonda coordenada pela Acadêmica Maria Manuela Carneiro da Cunha, no evento da ABC sobre a Amazônia, em São Paulo.
Leia mais no site da ABC

Ciência, tecnologia e inovação na Amazônia
Mais competências científicas e tecnológicas na região amazônica: esse foi o foco da mesa redonda que reuniu BNDES, ABC, INPA, INPE, Capes, Natura e ONG colombiana, no evento Amazônia: Desafios e Perspectivas de Integração Regional.
Leia mais no site da ABC

C,T&I como motores de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia
Mesa-redonda contou com representantes do Governo do Pará, da Conservação Internacional e da Amata S.A., coordenados pelo Acadêmico Roberto Dall'Agnol e pela Doutora em Ecologia Ima Vieira, durante o evento Amazônia: Desafios e perspectivas de Integração Regional.
Leia mais no site da ABC

Arranjos multilaterais e dimensões estratégicas da integração sul-americana
Representantes da USP, da UFRJ e do BID, coordenados por diretora da Embrapa e pela Acadêmica Bertha Becker, participaram da última mesa-redonda do evento Amazônia: Desafios e Perspectivas de Integração Regional.
Leia mais no site da ABC

1549) Brasileiros gostam do Estado, querem mais Estado

Bem, podemos até dizer que os brasileiros amam o Estado e estão dispostos a fazer de tudo para estar no Estado, visto como uma mãe generosa (certamente para os seus funcionários).
Com base na nota abaixo, só posso prever que o Brasil vai se atrasar, relativamente a outros países, por uma razão muito simples: alguém pode me dizer quais são e quais os volumes representam as riquezas criadas pelo Estado?
Se o Estado, como acredito, não cria nenhuma riqueza, mas apenas retira da sociedade uma parte da riqueza criada por empresários e trabalhadores, então o que vai acontecer é frações maiores dessas riquezas estarão sendo transferidas da sociedade para as mãos do Estado (e para os bolsos de alguns dos seus funcionários). Sendo assim, não haverá investimento suficiente para sustentar o crescimento da economia, e o Brasil, portanto, vai crescer pouco.
A renda per capita dos brasileiros vai diminuir, relativamente à de outros nacionais de outros países,que não possuem um Estado tão grande e tão caro quanto o nosso. Os brasileiros vão ficar mais pobres, mas continuarão a amar o Estado, e pedir que o Estado corrija essas "desigualdades". O Estado vai corrigir, supostamente, mas como ele sempre cobra um pedágio, no caminho da "redistribuição", o que vai ocorrer é o exato oposto do pretendido...
Como vêem, sou pessimista...
Paulo Roberto de Almeida

Pesquisa mostra que 64% dos brasileiros querem maior controle do governo na economia
Informativo digital da Liderança do PT, Câmara dos Deputados
27.11.2009

Uma pesquisa feita a pedido da BBC em 27 países e divulgada nesta semana revelou que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do País. Não apenas isso: 87% dos entrevistados defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios no País, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.
O levantamento é divulgado em um momento em que o País discute a questão da presença estatal na economia. Definir para que caixa vai a receita levantada com a exploração de recursos naturais importantes, como o petróleo da camada pré-sal, divide opiniões entre os que defendem mais e menos presença do governo no setor econômico.
A insatisfação dos brasileiros com o capitalismo de livre mercado chamou a atenção dos pesquisadores, que qualificaram de “impressionante” os resultados do país. “Não é que as pessoas digam, sem pensar, 'sim, queremos que o governo regulamente mais a atividade das empresas'. No Brasil existe um clamor particular em relação a isso”, disse Steven Kull, o diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington.
O percentual de brasileiros que disseram que o capitalismo “tem muitos problemas e precisamos de um novo sistema econômico” (35%) foi maior que a média mundial (23%). Enquanto isso, apenas 8% dos brasileiros opinaram que o sistema “funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente”, contra 11% na média mundial.
Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado “tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle”. A média mundial foi de 51%. “É uma expressão de grande insatisfação com o sistema e uma falta de confiança de que possa ser corrigido”, disse Kull.
Socialismo - “Ao mesmo tempo, não devemos entender que 35% dos brasileiros querem algum tipo de socialismo, esta pergunta não foi incluída. Mas os brasileiros estão tão insatisfeitos com o capitalismo que estão interessados em procurar alternativas.”
A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Steven Kull avaliou que esta discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Para ele, o continente está “mais à esquerda” em relação a outras regiões do mundo. A pesquisa reflete o “giro para a esquerda” que o continente experimentou no fim da década de 1990, quando o modelo de abertura de mercado que se seguiu à queda do muro de Berlim e à dissolução da antiga União Soviética dava sinais de esgotamento.
Começando com a eleição de líderes como Hugo Chávez, na Venezuela, em 1998, o continente viu outros presidentes de esquerda chegarem ao poder, como o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).

1548) Relacoes especiais Brasil-França (muito além das armas)

Com base nesta nota, abaixo transcrita, do jornalista Carlos Brickmann, ouso afirmar que o assunto da compra de aviões de caça já está resolvido, a favor da França, obviamente, que já colocou submarinos e vários outros brinquedos nas cestas de compras dos militares brasileiros.
Ainda bem que somos um país rico, que pode sair por aí gastando dinheiro com armas, sobretudo com armas que nunca serão usadas e que nos colocam um pouco mais distantes de um acordo de cooperação tecnológica e militar com o único parceiro que poderia integrar o Brasil nos esquemas de segurança em nível internacional.

Dinheiro na água

O Ministério da Defesa pediu empréstimo de R$ 11,2 bilhões a bancos franceses para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos. O programa prevê a construção de uma base e de um estaleiro, e a produção de um submarino atômico e quatro convencionais. Os franceses ganham vendendo tecnologia, equipamento e cobrando juros, a Odebrecht ganha por construir base e estaleiros sem concorrência, a Marinha ganha seus submarinos. Você, caro leitor, paga.

1547) Estado da Populacao Mundial - Relatorio do UNPFA

The State of World Population 2009
Facing a changing world: women, population and climate

United Nations Population Fund - November 2009

Available online as PDF [104p.] at: http://www.unfpa.org/swp/2009/en/pdf/EN_SOWP09.pdf

Website: http://www.unfpa.org/swp/2009/en/overview.shtml
French: http://www.unfpa.org/swp/2009/fr/index.shtml

“…..Climate—the average of weather over time—is always changing, but never in known human experience more dramatically than it is likely to change in the coming century. For millennia, since civilizations arose from ancient farming societies, the earth's climate as a whole was relatively stable, with temperatures and patterns of rainfall that have supported human life and its expansion around the globe.
A growing body of evidence shows that recent climate change is primarily the result of human activity. The influence of human activity on climate change is complex. It is about what we consume, the types of energy we produce and use, whether we live in a city or on a farm, whether we live in a rich or poor country, whether we are young or old, what we eat, and even the extent to which women and men enjoy equal rights and opportunities. It is also about our growing numbers—approaching 7 billion.
As the growth of population, economies and consumption outpaces the earth's capacity to adjust, climate change could become much more extreme—and conceivably catastrophic. Population dynamics tell one part of a larger, more intricate story about the way some countries and people have pursued development and defined progress and about how others have had little say in the decisions that affect their lives.
Climate change's influence on people is also complex, spurring migration, destroying livelihoods, disrupting economies, undermining development and exacerbating inequities between the sexes…..”

Contents:

Foreword
Overview
As greenhouse gases accumulate in the atmosphere, droughts, severe storms and rising seas threaten to take an especially heavy toll on women, who make up a large share of the world’s poor.
1 Elements of climate change
The warming of the earth’s atmosphere is triggering extreme weather, melting polar ice caps and acidifying the oceans at a much faster pace than scientists had previously expected. What will happen when the Arctic ice is gone and coral reefs are dead?

2 At the brink
Climate is already changing. Is it too late to do anything about it? Is humanity on an irreversible trajectory toward disaster
3 On the move
Environmental degradation and climate-related disasters will drive people from their homes. But how many people will relocate? Where will they go? Are men or women more likely to migrate?

4 Building resilience
Millions of people will have to adapt to the impacts of climate change. But will women bear a disproportionate share of the burden?

5 Mobilizing for change
Governments and individuals alike must take action now to slow greenhouse gas emissions and prevent catastrophe. Who is taking the lead? What influence does gender have on the outcome?

6 Five steps back from the brink
What can be done to rein in the runaway greenhouse effect and stabilize the planet’s climate?

Notes
Indicators

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...