Um artigo enviesado, mas que revela que a social-democracia europeia -- ou seja, os socialistas, ou esquerda, ou o que sobrou dela -- não consegue prevalecer mesmo em tempos de suposta crise do neoliberalismo (que é obviamente uma invenção que não tem nenhuma realidade).
De fato, os cidadãos eleitores das democracias avançadas, nos EUA e na Europa, alternam suas preferências políticas entre partidos conservadores e socialistas desde muito tempo, há décadas, senão há mais de um século. A única novidade no cenário foi o ingresso dos partidos verdes (mas sempre limitados em sua base eleitoral), além da mais evidente implosão e desaparecimento dos partidos comunistas (onde eles subsistem, se tornaram partidos populistas, apenas).
Durante algum tempo, os eleitores premiam a distribuição, com os socialistas (ou democratas, nos EUA), depois a situação fiscal se agrava, a inflação volta, e os eleitores se assustam, e votam para os conservadores, que voltam a reduzir impostos, privatizar e reduzir a inflação. Também acabam fazendo bobagens, e são por sua vez colocados para fora do poder por uma nova tropa de redistributivistas-socialistas, que prometem fazer melhor. Não fazem, ficam algum tempo e depois se vão.
Assim são as democracias avançadas, com alternâncias aparentes no quadro de uma grande continuidade, que é a do Estado organizador e eventualmente protetor.
Até que chega a China e rouba emprego de todo mundo, socialistas e conservadores.
Mas essa é outra história...
Paulo Roberto de Almeida
Malos tiempos para la socialdemocracia
El País, 13/06/10
Bruxelas – Más de dos años de crisis financiera y económica con las secuelas de fuerte crecimiento del paro y amenazas para el Estado de bienestar han puesto de relieve el fracaso de las políticas conservadoras neoliberales. Sin embargo, este cambio de escenario no ha supuesto ninguna ventaja para el centro-izquierda. Los electores europeos siguen sin confiar en los socialdemócratas, cuyo declive en los Gobiernos e instituciones de la Unión es incesante, aunque con ciertas excepciones. Después de las últimas elecciones en Reino Unido y Hungría, solo seis primeros ministros socialistas se sientan en el Consejo Europeo cuando hace una década eran mayoría. En el Parlamento Europeo, los socialistas registraron el año pasado el peor resultado de su historia, y en la Comisión Europea han sido relegados al tercer puesto, detrás de los liberales.
Malos tiempos para la socialdemocracia, pero también momentos de catarsis interna y búsqueda de nuevas ideas, como el creciente interés por el individuo. Sin embargo, en el norte de Europa, como en Dinamarca, Holanda y Suecia, que cuentan con los modelos sociales más eficientes, y en Irlanda, los socialdemócratas están recuperando territorio. Los vaticinios de Ralf Dahrendorf que apuntaban a “un fin de la socialdemocracia cercano” no parecen tan evidentes. Pero la izquierda sufre muchas fugas. La consolidación del movimiento ecologista y la extensión de las ONG ocupan cada vez más espacios de la izquierda, cuyo sector más ortodoxo también mantiene sus posiciones.
Desde las propias filas socialistas existe una clara conciencia de la falta de respuestas a los desafíos actuales. Antoine Quero, secretario de Organización del PSOE en Europa, sostiene que “la socialdemocracia no tiene la respuesta adecuada ni a nivel local ni global”. “De la izquierda”, precisa, “se espera una respuesta para que la dimensión humana domine sobre el capitalismo y no al revés, como ocurre”. Quero cree que “el Estado de bienestar ha producido una cierta externaliza-ción de la solidaridad. El ciudadano paga sus impuestos y ya está”. En su opinión, el futuro debe pasar por prestar más atención al individuo y a su participación social. Está convencido de que el futuro de la socialdemocracia exige “desarrollar los modelos de democracia participativa y deliberativa”. Esta mayor atención al individuo constituye una de las bases del discurso de la líder socialista francesa, Martine Aubry, con su sociedad del care (cuidado). “Una sociedad en la que el Estado cuide a cada uno, lo que implica una revolución de los servicios públicos, que hasta ahora han funcionado sobre la base de reglas generales, sin encargarse de cada uno”, explica Aubry en Le Monde.
Ramón Jáuregui, secretario general de los socialistas españoles en la Eurocámara, considera que uno de los problemas más serios es que “la izquierda sigue dando respuestas en clave nacional cuando los problemas del mundo se gobiernan en mesas internacionales” como el G-20. “Y ahí”, añade, “la izquierda se pierde porque solo ofrece una mirada nacional”. Recuerda que el “modelo de progresividad fiscal y cohesión social tiene una dimensión nacional”. Y lamenta las dificultades de implantar iniciativas supranacionales. “Europa”, afirma, “sigue arrastrando los pies y compite cada vez peor en un mundo al que se han incorporado mil millones de trabajadores”.
Piotr Maciej Kaczynski, investigador del Center for European Policy Studies, señala varias razones para explicar por qué “no se ha producido un revival de la izquierda a pesar de la crisis”. Las fronteras entre izquierda y derecha se han hecho muy borrosas. “Los partidos conservadores”, señala, “asumen o toleran valores sociales que hasta ahora eran patrimonio de la izquierda, como el matrimonio de homosexuales o el aborto”. De la misma manera apunta que “los desempleados y trabajadores temporales tampoco se sienten defendidos por los partidos socialdemócratas”. Kaczynski advierte también que “la Unión Europea es en una fuente de división entre los dirigentes socialistas, muy europeístas, y unas bases más escépticas”.
No obstante, otros análisis son menos categóricos sobre este declive. Bernhard Webels, investigador del Social Science Research Center, observa que la proporción de los votantes socialdemócratas durante los últimos 20 años en 12 países europeos “no ha identificado ninguna tendencia de declive significativa” y su peso oscila sin grandes variaciones en torno al 30%. Cree que los socialdemócratas han “sabido identificar los desafíos actuales y formular las repuestas políticas adecuadas que contienen las opciones políticas por un mundo social más justo”.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 15 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
O Itamaraty e o antissemitismo ordinario - uma nota de rodapé
Um leitor habitual deste blog, Paulo Araújo, deixou um comentário sobre a minha postagem "Dois diplomatas que foram contra suas respectivas chancelarias".
Considero que o valor destas informações não poderia ficar restrito a uma simples nota de rodapé, de forma que o comentário foi imediatamente promovido a post integral e full scope.
Ainda que eu nem sempre concorde com certos exemplos de "história revisionista" -- bem mais condizentes com o espírito de nossa época do que com as condições e circunstâncias da época a que se dirigem, e portanto projetando valores do presente no passado -- creio que o trabalho da pesquisadora mencionada é sério e merece ser destacado.
Houve tempo, sim, em que o Itamaraty, seguindo nisso quase toda a elite brasileira -- e um e outro eram indissociáveis, ainda que o Itamaraty, pela vivência no exterior, pudesse ser mais aberto -- praticou o mais ordinário antissemitismo, que era, digamos assim, moeda comum na sociedade brasileira, e em outras sociedades, na primeira metade do século 20.
Nem por isso se deve deixar de mencionar esses pontos negros, essas passagens obscuras na vida de alguns diplomatas que não tiveram a coragem de nadar contra a corrente, e de lutar contra tendências nefastas de sua época que simplesmente representavam a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas.
Nosso dever é o de apontar essas passagens sombrias de nossa história.
Caro Paulo Roberto Almeida
A historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro tem uma importante obra de pesquisa solidamente fundamentada em fontes primárias sobre o anti-semitismo de Estado no Brasil.
De acordo com a autora, Osvaldo Aranha, em sua gestão como Ministro do Exterior, emitiu circulares secretas anti-semitas e não impediu o processo administrativo que afastou a bem do serviço público o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas, o grande (e desconhecido) brasileiro reconhecido como um dos justos no memorial Yad Vashem.
Um pouco sobre os estudos de Tucci Carneiro
Uma entrevista da historiadora na revista da FAPESP
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3489&bd=1&pg=1&lg=
E um artigo que vale a pena ler para conhecer o trabalho da pesquisadora
A Muralha anti-semita
“Existem pelo menos 24 circulares secretas anti-semitas emitidas pelo Itamaraty entre 1937 e 1948, além da primeira “ordem permanente de serviço”, que antecipava o teor racista da já citada circular nº 1.127 (7 de junho de 1937 e anterior à gestão de Aranha). Este conjunto de proibições tinha conseqüências imediatas na vida daqueles que procuravam fugir das perseguições nazistas que culminaram, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, na morte de 6 milhões de judeus, além de milhares de ciganos, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e dissidentes políticos. Ao negar vistos aos judeus interessados em emigrar para o Brasil, o governo Vargas deixou de salvar milhares de vidas.”
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=613&pagina=2
Valeu...
Considero que o valor destas informações não poderia ficar restrito a uma simples nota de rodapé, de forma que o comentário foi imediatamente promovido a post integral e full scope.
Ainda que eu nem sempre concorde com certos exemplos de "história revisionista" -- bem mais condizentes com o espírito de nossa época do que com as condições e circunstâncias da época a que se dirigem, e portanto projetando valores do presente no passado -- creio que o trabalho da pesquisadora mencionada é sério e merece ser destacado.
Houve tempo, sim, em que o Itamaraty, seguindo nisso quase toda a elite brasileira -- e um e outro eram indissociáveis, ainda que o Itamaraty, pela vivência no exterior, pudesse ser mais aberto -- praticou o mais ordinário antissemitismo, que era, digamos assim, moeda comum na sociedade brasileira, e em outras sociedades, na primeira metade do século 20.
Nem por isso se deve deixar de mencionar esses pontos negros, essas passagens obscuras na vida de alguns diplomatas que não tiveram a coragem de nadar contra a corrente, e de lutar contra tendências nefastas de sua época que simplesmente representavam a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas.
Nosso dever é o de apontar essas passagens sombrias de nossa história.
Caro Paulo Roberto Almeida
A historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro tem uma importante obra de pesquisa solidamente fundamentada em fontes primárias sobre o anti-semitismo de Estado no Brasil.
De acordo com a autora, Osvaldo Aranha, em sua gestão como Ministro do Exterior, emitiu circulares secretas anti-semitas e não impediu o processo administrativo que afastou a bem do serviço público o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas, o grande (e desconhecido) brasileiro reconhecido como um dos justos no memorial Yad Vashem.
Um pouco sobre os estudos de Tucci Carneiro
Uma entrevista da historiadora na revista da FAPESP
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3489&bd=1&pg=1&lg=
E um artigo que vale a pena ler para conhecer o trabalho da pesquisadora
A Muralha anti-semita
“Existem pelo menos 24 circulares secretas anti-semitas emitidas pelo Itamaraty entre 1937 e 1948, além da primeira “ordem permanente de serviço”, que antecipava o teor racista da já citada circular nº 1.127 (7 de junho de 1937 e anterior à gestão de Aranha). Este conjunto de proibições tinha conseqüências imediatas na vida daqueles que procuravam fugir das perseguições nazistas que culminaram, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, na morte de 6 milhões de judeus, além de milhares de ciganos, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e dissidentes políticos. Ao negar vistos aos judeus interessados em emigrar para o Brasil, o governo Vargas deixou de salvar milhares de vidas.”
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=613&pagina=2
Valeu...
O amor é uma falacia -- Max Schulman
Tenho escrito e publicado uma série de ensaios, de caráter normalmente econômico e sociológico, sobre o que se pode chamar de "falácias acadêmicas", ou seja, equívocos conceituais e erros de avaliação cometidos por representantes da academia, bem mais, obviamente, nas áreas de humanidades e ciências sociais aplicadas do que nas de ciências naturais e exatas, para as quais não estou habilitado.
Nas áreas de humanas, contudo, é enorme o número de erros -- deliberados e involuntários -- cometidos por pessoas mal informadas (sempre se pode desculpar a ignorância, ainda que um professor universitário tenha a obrigação de pesquisar e de se manter bem informado; é o mínimo que se espera dele) ou de má fé (o que é, evidentemente, indesculpável, pois já revela disposição em enganar os outros, em nome de não se sabe qual interesse material ou ideológico).
Essas minhas falácias "sérias" -- se ouso dizer -- podem ser encontradas neste link de meu site: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/FalaciasSerie.html
O que segue abaixo é bem diferente, e se trata apenas de uma brincadeira, ainda que uma brincadeira séria (se existe seriedade nas coisas do amor, sempre tão associadas a angústias e preocupações de não correspondência), mas cujo único propósito é o de distrair um pouco os leitores da aridez de muitos textos que se apresentam por aqui...
Paulo Roberto de Almeida
O AMOR É UMA FALÁCIA
Adaptação de um texto de Max Shulman
Eu era frio e lógico. Sutil, calculista, perspicaz, arguto e astuto – era tudo isso – e acreditem - modesto. Tinha o cérebro poderoso como um motor de Fórmula 1, preciso como uma balança de farmácia, penetrante como um bisturi. E tinha - imaginem só - apenas 18 anos. Não é comum ver alguém tão jovem com um intelecto tão gigantesco. Tomem, por exemplo, o caso do meu companheiro de quarto na universidade, Peter Johnson.
Mesma idade, mesma formação, mas burro como uma vaca. Um bom sujeito, compreendam, mas sem nada lá em cima. Do tipo emocional. Instável, impressionável. Pior que tudo, dado a manias. Eu afirmo que a mania é a própria negação da razão. Deixar-se levar por qualquer nova moda que apareça, entregar-se a alguma idiotice só porque os outros a seguem, isto, para mim, é o cúmulo da insensatez. Peter, no entanto, não pensava assim.
Certa tarde, encontrei-o deitado na cama com tal expressão de sofrimento no rosto que o meu diagnóstico foi imediato: Apendicite!
- Não se mexa. Não tome laxante. Vou chamar o médico.
- Marmota... - balbuciou ele.
- Marmota? - disse eu interrompendo minha corrida.
(...)
Texto integral neste link.
Nas áreas de humanas, contudo, é enorme o número de erros -- deliberados e involuntários -- cometidos por pessoas mal informadas (sempre se pode desculpar a ignorância, ainda que um professor universitário tenha a obrigação de pesquisar e de se manter bem informado; é o mínimo que se espera dele) ou de má fé (o que é, evidentemente, indesculpável, pois já revela disposição em enganar os outros, em nome de não se sabe qual interesse material ou ideológico).
Essas minhas falácias "sérias" -- se ouso dizer -- podem ser encontradas neste link de meu site: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/FalaciasSerie.html
O que segue abaixo é bem diferente, e se trata apenas de uma brincadeira, ainda que uma brincadeira séria (se existe seriedade nas coisas do amor, sempre tão associadas a angústias e preocupações de não correspondência), mas cujo único propósito é o de distrair um pouco os leitores da aridez de muitos textos que se apresentam por aqui...
Paulo Roberto de Almeida
O AMOR É UMA FALÁCIA
Adaptação de um texto de Max Shulman
Eu era frio e lógico. Sutil, calculista, perspicaz, arguto e astuto – era tudo isso – e acreditem - modesto. Tinha o cérebro poderoso como um motor de Fórmula 1, preciso como uma balança de farmácia, penetrante como um bisturi. E tinha - imaginem só - apenas 18 anos. Não é comum ver alguém tão jovem com um intelecto tão gigantesco. Tomem, por exemplo, o caso do meu companheiro de quarto na universidade, Peter Johnson.
Mesma idade, mesma formação, mas burro como uma vaca. Um bom sujeito, compreendam, mas sem nada lá em cima. Do tipo emocional. Instável, impressionável. Pior que tudo, dado a manias. Eu afirmo que a mania é a própria negação da razão. Deixar-se levar por qualquer nova moda que apareça, entregar-se a alguma idiotice só porque os outros a seguem, isto, para mim, é o cúmulo da insensatez. Peter, no entanto, não pensava assim.
Certa tarde, encontrei-o deitado na cama com tal expressão de sofrimento no rosto que o meu diagnóstico foi imediato: Apendicite!
- Não se mexa. Não tome laxante. Vou chamar o médico.
- Marmota... - balbuciou ele.
- Marmota? - disse eu interrompendo minha corrida.
(...)
Texto integral neste link.
Econometria bloguistica... - Paulo R. Almeida
Não, não é a econometria que vocês estão pensando, apenas a mensuração do que vai por aqui.
Acabo de constatar que existem 159 corajosos leitores que seguem (ao que parece) este blog, e todo o material que vai aqui publicado, algum bullshit eventual, o resto talvez coisas dignas de serem lidas, sobretudo aquelas que resultaram de pesquisas mais aprofundadas, o que nem sempre é o meu caso (por falta de tempo...).
Além desses 159 seguidores (não sei exatamente o que eles seguem, suponho que recebam apenas avisos quando algo vai publicado e postado aqui, mas não tenho certeza, pois eu mesmo não sigo a mim mesmo, por falta de tempo, mais uma vez), também tem os passantes ocasionais, visitantes de ocasião e curiosos por acaso.
Segundo uma contagem que acabei grudando no blog, eles tem aumentado, e ficado mais tempo na contemplação das coisas curiosas que acabam ocorrendo por aqui.
Aqui vão as estatísticas, para justificar o título deste post:
Diplomatizzando
-- Site Summary ---
Visits
Total ....................... 62,889
Average per Day ................ 545
Average Visit Length .......... 2:16
This Week .................... 3,812
Page Views
Total ....................... 90,070
Average per Day ................ 831
Average per Visit .............. 1.5
This Week .................... 5,816
Bem, confesso que não sei que conclusões tirar desses números, se é que isso é possível (suponho que apenas comparando com estatísticas anteriores, para acompanhar alguma tendência, cifras percentuais de crescimento, deflação, crise, bolha, etc...). Em todo caso, fica o registro recebido.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 15.06.2010)
Acabo de constatar que existem 159 corajosos leitores que seguem (ao que parece) este blog, e todo o material que vai aqui publicado, algum bullshit eventual, o resto talvez coisas dignas de serem lidas, sobretudo aquelas que resultaram de pesquisas mais aprofundadas, o que nem sempre é o meu caso (por falta de tempo...).
Além desses 159 seguidores (não sei exatamente o que eles seguem, suponho que recebam apenas avisos quando algo vai publicado e postado aqui, mas não tenho certeza, pois eu mesmo não sigo a mim mesmo, por falta de tempo, mais uma vez), também tem os passantes ocasionais, visitantes de ocasião e curiosos por acaso.
Segundo uma contagem que acabei grudando no blog, eles tem aumentado, e ficado mais tempo na contemplação das coisas curiosas que acabam ocorrendo por aqui.
Aqui vão as estatísticas, para justificar o título deste post:
Diplomatizzando
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Total ....................... 62,889
Average per Day ................ 545
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This Week .................... 3,812
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Average per Day ................ 831
Average per Visit .............. 1.5
This Week .................... 5,816
Bem, confesso que não sei que conclusões tirar desses números, se é que isso é possível (suponho que apenas comparando com estatísticas anteriores, para acompanhar alguma tendência, cifras percentuais de crescimento, deflação, crise, bolha, etc...). Em todo caso, fica o registro recebido.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 15.06.2010)
Guerra e paz no contexto internacional - Paulo R. Almeida
Paz e guerra no contexto internacional: um mundo pacífico ainda está longe
Paulo Roberto de Almeida
Via Política, 14.06.2010
A história da humanidade é, em grande medida, uma história de guerras, como ensina John Keegan em seus muitos livros de história militar. Guerras de conquista por territórios, recursos e escravos; guerras de defesa contra inimigos mais poderosos; impérios expansionistas (desde os mongóis, sobre a China, até a Alemanha e o Japão, no século 20); alianças militares (defensivas e ofensivas) e enormes gastos estatais com aparatos bélicos custosos; e, finalmente, uma tentativa de deslegitimar a guerra, no contexto do direito internacional.
Este é o cenário evolutivo – nem sempre para melhor – das sociedades humanas desde a mais remota antiguidade. Os ‘progressos’ da civilização também assistiram à expansão exponencial da capacidade de matar, como demonstrou ainda recentemente Niall Ferguson (em The War of the World).
(...)
Texto integral aqui.
Paulo Roberto de Almeida
Via Política, 14.06.2010
A história da humanidade é, em grande medida, uma história de guerras, como ensina John Keegan em seus muitos livros de história militar. Guerras de conquista por territórios, recursos e escravos; guerras de defesa contra inimigos mais poderosos; impérios expansionistas (desde os mongóis, sobre a China, até a Alemanha e o Japão, no século 20); alianças militares (defensivas e ofensivas) e enormes gastos estatais com aparatos bélicos custosos; e, finalmente, uma tentativa de deslegitimar a guerra, no contexto do direito internacional.
Este é o cenário evolutivo – nem sempre para melhor – das sociedades humanas desde a mais remota antiguidade. Os ‘progressos’ da civilização também assistiram à expansão exponencial da capacidade de matar, como demonstrou ainda recentemente Niall Ferguson (em The War of the World).
(...)
Texto integral aqui.
BRASA X: congresso em Brasilia (inscricoes online)
BRASA X Inscrições online *com* desconto até 15 de junho
*******************************
INSCRIÇÕES PARA O 10º CONGRESSO DA BRASA EM BRASÍLIA
O Congresso será realizado no DF entre 22 e 24 de julho de 2010.
Inscrições online *com* desconto: até 15 de junho.
Inscrições online *sem* desconto: de 16 de junho até 15 de julho.
As inscrições já estão abertas via Internet.
Vejam as modalidades disponíveis:
1. Participantes que possuem CPF brasileiro e que desejam pagar a inscrição em reais deverão acessar o site do nosso parceiro local, a Finatec:
http://www.finatec.org.br/eventos_novo/
2. Os demais participantes deverão se inscrever, pagando em dólares, através do site da BRASA nos Estados Unidos:
http://www.brasa.org/portuguese/congressos/brasa_x_portugese
Lembramos que, independentemente do país de residência, os participantes que constam no Programa Oficial do evento deverão também pagar a anuidade (annual membership) através do site da BRASA nos Estados Unidos.
*******************************
INSCRIÇÕES PARA O 10º CONGRESSO DA BRASA EM BRASÍLIA
O Congresso será realizado no DF entre 22 e 24 de julho de 2010.
Inscrições online *com* desconto: até 15 de junho.
Inscrições online *sem* desconto: de 16 de junho até 15 de julho.
As inscrições já estão abertas via Internet.
Vejam as modalidades disponíveis:
1. Participantes que possuem CPF brasileiro e que desejam pagar a inscrição em reais deverão acessar o site do nosso parceiro local, a Finatec:
http://www.finatec.org.br/eventos_novo/
2. Os demais participantes deverão se inscrever, pagando em dólares, através do site da BRASA nos Estados Unidos:
http://www.brasa.org/portuguese/congressos/brasa_x_portugese
Lembramos que, independentemente do país de residência, os participantes que constam no Programa Oficial do evento deverão também pagar a anuidade (annual membership) através do site da BRASA nos Estados Unidos.
Recomendação de leitura negativa: mais um empulhador social...
Sei que resenhas a gente faz de livros de que gosta, pelos quais se nutre respeito, e que se pretende sejam lidos por um número ainda mais amplo de curiosos. Sempre fiz resenhas de livros que busquei, voluntariamente, e apenas em um ou dois casos, pela má surpresa causada, pelo desagradável da leitura, me permiti fazer uma ou duas críticas negativas (uma aliás me rendeu eterno ódio de uma tribo de analfabetos universitários).
Pois bem, vou reincidir, por mais uma vez, nessa prática negativa de "desrecomendar" um livro.
Recebi um aviso de uma livraria eletrônica sobre publicacões recentes, vários eu já conhecia, de suas edições originais, ou de outras traduções, entre os quais este aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parasitário - E outros temas contemporâneos
(Rio de Janeiro: Zahar, 2010, 96 p.)
Descrição: [da Editora]
O aclamado sociólogo Zygmunt Bauman lança nesse novo livro o seu olhar crítico sobre temas variados do mundo contemporâneo: cartões de crédito, anorexia, bulimia, a crise financeira de 2009 e suas possíveis soluções, a inutilidade da educação nos moldes atuais, a cultura como balcão de mercadorias... Todos são fenômenos que colaboram para o mal-estar dominante em nossas sociedades, e estão brilhantemente relacionados ao conceito de liquidez desenvolvido pelo sociólogo. Aspectos tão diferentes são articulados de maneira densa, produzindo uma compreensão singular das raízes desse mal-estar.
Mais uma vez, as ideias de Bauman orientam e iluminam nossa compreensão da atualidade, tocando na raiz dos problemas da vida cotidiana.
Voltei (como diria um jornalista conhecido):
Esse tal de ZB não ilumina coisa alguma, acho até que escurece algo que é muito simples: o capitalismo.
Em sua simplicidade simplérrima, o capitalismo tem a ver com a produção de mercadorias, em regime de concorrência, sua venda no mercado, a realização de lucros (se possível, o máximo possível, justamente), para a maior "acumulação de capital", como diriam alguns idiotas que ficam repetindo slogans.
Eu li esse livro numa livraria italiana, mais exatamente em Torino, quando estava passeando pela Itália em 2009. No começo quis comprar, apenas para criticá-lo, justamente, pois era um livro pequeno e não muito caro. Depois achei que não valia a pena, e apenas tomei notas em um desses meus Moleskines implacáveis (quero dizer, sempre prontos no meu bolso). Anotei, e acabei não usando, e agora recupero esse meu Moleskine do ano passado para poder comentar a partir de minhas notas.
A edição que eu li foi esta aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parassitario
(Roma: Laterza, 2009)
Vejam o que esse idiota escreveu:
"Il capitalismo, per dirla crudamente, è in sostanza un sistema parassitario. Come tutti i parassiti, puo prosperare per un certo periodo quando trova un organismo ancora non sfruttato del qual nutrirse. Ma non può farlo senza daneggiare l'ospito, distruggendo quindi, prima o poi, le condizioni della sua prosperità o addirittura della sua sopravivenza". (p. 4-5)
Tem muito mais coisas, mas todas desse gênero, edificante, se ouso dizer.
Depois de tomar minhas notas, escrevi à margem do caderno:
Preparar artigo sobre:
"Os intelectuais parasitários: uma categoria esquizofrênica"
(Ainda vou fazer...)
ZB é o protóptipo do intelectual parasitário, como tantos outros que existem em nossas academias, típico representante dessa fauna universitária incapaz de articular um pensamento inteligente sobre o próprio sistema que o alimenta, que o nutre, que o premia tão generosamente a despeito de todas as bobagens que ele escreve sobre esse sitema. Se o capitalismo é tão parasitário assim, como é que esse parasita deixa que um outro parasita o explore? Masoquista, além de parasitário?
Aliás, acreditando ser o capitalismo parasitário, ele ainda tem chance de ir viver nos dois últimos sistemas não parasitários que ainda sobraram na face da terra: sabemos onde estão, não precisa dar endereço, ele só precisa de visto, e talvez de um caminhão de provisões, para aguentar as privações de um sistema não parasitário que não consegue alimentar devidamente seus residentes obrigados e compulsórios...
Idiotas desse tipo poderiam continuar na sua obscuridade, sem merecer sequer uma linha da minha parte, mas como eles não vivem exatamente na obscuridade, pois que existem outros idiotas para aplaudi-lo e muitos alunos (coitados) para continuar ouvindo esse besteirol, achei por bem desancá-lo aqui mesmo, preventivamente.
Pois bem, vou reincidir, por mais uma vez, nessa prática negativa de "desrecomendar" um livro.
Recebi um aviso de uma livraria eletrônica sobre publicacões recentes, vários eu já conhecia, de suas edições originais, ou de outras traduções, entre os quais este aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parasitário - E outros temas contemporâneos
(Rio de Janeiro: Zahar, 2010, 96 p.)
Descrição: [da Editora]
O aclamado sociólogo Zygmunt Bauman lança nesse novo livro o seu olhar crítico sobre temas variados do mundo contemporâneo: cartões de crédito, anorexia, bulimia, a crise financeira de 2009 e suas possíveis soluções, a inutilidade da educação nos moldes atuais, a cultura como balcão de mercadorias... Todos são fenômenos que colaboram para o mal-estar dominante em nossas sociedades, e estão brilhantemente relacionados ao conceito de liquidez desenvolvido pelo sociólogo. Aspectos tão diferentes são articulados de maneira densa, produzindo uma compreensão singular das raízes desse mal-estar.
Mais uma vez, as ideias de Bauman orientam e iluminam nossa compreensão da atualidade, tocando na raiz dos problemas da vida cotidiana.
Voltei (como diria um jornalista conhecido):
Esse tal de ZB não ilumina coisa alguma, acho até que escurece algo que é muito simples: o capitalismo.
Em sua simplicidade simplérrima, o capitalismo tem a ver com a produção de mercadorias, em regime de concorrência, sua venda no mercado, a realização de lucros (se possível, o máximo possível, justamente), para a maior "acumulação de capital", como diriam alguns idiotas que ficam repetindo slogans.
Eu li esse livro numa livraria italiana, mais exatamente em Torino, quando estava passeando pela Itália em 2009. No começo quis comprar, apenas para criticá-lo, justamente, pois era um livro pequeno e não muito caro. Depois achei que não valia a pena, e apenas tomei notas em um desses meus Moleskines implacáveis (quero dizer, sempre prontos no meu bolso). Anotei, e acabei não usando, e agora recupero esse meu Moleskine do ano passado para poder comentar a partir de minhas notas.
A edição que eu li foi esta aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parassitario
(Roma: Laterza, 2009)
Vejam o que esse idiota escreveu:
"Il capitalismo, per dirla crudamente, è in sostanza un sistema parassitario. Come tutti i parassiti, puo prosperare per un certo periodo quando trova un organismo ancora non sfruttato del qual nutrirse. Ma non può farlo senza daneggiare l'ospito, distruggendo quindi, prima o poi, le condizioni della sua prosperità o addirittura della sua sopravivenza". (p. 4-5)
Tem muito mais coisas, mas todas desse gênero, edificante, se ouso dizer.
Depois de tomar minhas notas, escrevi à margem do caderno:
Preparar artigo sobre:
"Os intelectuais parasitários: uma categoria esquizofrênica"
(Ainda vou fazer...)
ZB é o protóptipo do intelectual parasitário, como tantos outros que existem em nossas academias, típico representante dessa fauna universitária incapaz de articular um pensamento inteligente sobre o próprio sistema que o alimenta, que o nutre, que o premia tão generosamente a despeito de todas as bobagens que ele escreve sobre esse sitema. Se o capitalismo é tão parasitário assim, como é que esse parasita deixa que um outro parasita o explore? Masoquista, além de parasitário?
Aliás, acreditando ser o capitalismo parasitário, ele ainda tem chance de ir viver nos dois últimos sistemas não parasitários que ainda sobraram na face da terra: sabemos onde estão, não precisa dar endereço, ele só precisa de visto, e talvez de um caminhão de provisões, para aguentar as privações de um sistema não parasitário que não consegue alimentar devidamente seus residentes obrigados e compulsórios...
Idiotas desse tipo poderiam continuar na sua obscuridade, sem merecer sequer uma linha da minha parte, mas como eles não vivem exatamente na obscuridade, pois que existem outros idiotas para aplaudi-lo e muitos alunos (coitados) para continuar ouvindo esse besteirol, achei por bem desancá-lo aqui mesmo, preventivamente.
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