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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: manchetes para ler e guardar: o jornal do Stalin Sem Gulag proclama a vitoria do oficialismo

Bem, é para guardar esta, e novamente ler na noite do dia 26. Vou colocar uma chamada para esta postagem na minha agenda eletrônica.
Paulo Roberto de Almeida

Dilma amplia campanha e nova pesquisa consolida tendência de vitória

22/10/2014 13:49
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Correio do Brasil
Em cidades mineiras, por onde a candidata Dilma Rousseff tem passado, a recepção tem sido calorosa
Em cidades mineiras, por onde a candidata Dilma Rousseff tem passado, a recepção tem sido calorosa
A presidenta Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, confirmou a tendência de vitória nas urnas, no próximo domingo, ao consolidar uma dianteira sobre o adversário tucano, Aécio Neves. Segundo nova pesquisa Datafolha, divulgada na manhã desta quarta-feira, eles seguem em um empate técnico, com vantagem numérica para a petista (52%) sobre o tucano, com 48% dos votos válidos. O levantamento repete o mesmo resultado divulgado na segunda-feira, considerando os votos válidos, que colocou a candidata em vantagem numérica sobre Neves, pela primeira vez no segundo turno. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, o que coloca ambos na margem extrema dessa diferença.
Todos os levantamentos do Datafolha, no segundo turno, mostraram empate técnico entre os dois candidatos, mas o tucano seguia em vantagem numérica de dois pontos nas duas primeiras pesquisas do instituto. Em votos totais, Dilma foi de 46% a 47% na pesquisa divulgada nesta quarta-feira, enquanto Aécio manteve os 43%, o que já aponta para uma dianteira solidificada na campanha petista. Os indecisos oscilaram de 6% a 4%, enquanto brancos e nulos passaram de 5% a 6%.
A pesquisa, publicada no diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, mostrou maior otimismo dos brasileiros com a economia do país, o que pode ter ajudado Dilma a ganhar terreno na disputa para a votação de domingo. Para 44% dos entrevistados, a situação econômica do país vai melhorar, ante 32% no fim do mês passado. Entre os eleitores de Dilma, 50% acreditam na melhora da economia do Brasil, enquanto no grupo dos que declararam voto em Aécio, 43% têm a mesma percepção. O número de entrevistados que consideram que a inflação vai aumentar caiu de 50% no final de setembro para 31% no geral, enquanto os que acham que o índice vai diminuir passaram de 12% a 21%.
Com relação à taxa de desemprego, houve queda de 36% a 26% entre aqueles que apostam que ela vai aumentar, e alta de 23% a 31% entre os que acreditam numa redução do desemprego. Várias pesquisas de intenção de voto estão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para serem realizadas nesta semana antes do segundo turno, marcado para domingo. Novo levantamento do Datafolha deve ser divulgado até sexta-feira.
Para o levantamento divulgado mais cedo, o instituto entrevistou 4.355 eleitores no dia 21 de outubro em 256 municípios.
Mais empregos
Ciente da preocupação do eleitor brasileiro em manter as conquistas sociais obtidas ao longo da última década, a presidenta Dilma voltou a criticar, nesta manhã, as políticas econômicas do PSDB, partido de seu adversário, Aécio Neves, afirmando que o Brasil teve desemprego recorde durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
– Nós sabemos quem no passado desempregou, quem é que conseguiu bater o recorde de desemprego em 2002, o governo Fernando Henrique Cardoso – disse Dilma a apoiadores, após caminhada em Uberaba (MG).
Na reta final da campanha, a presidenta tem feito comparações entre os 12 anos de governo do PT (quatro dela e oito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) com os oito anos de governo do PSDB com Fernando Henrique, acusando a administração tucana de promover arrocho salarial e desemprego. O desemprego caiu a mínimas históricas no governo Dilma.
A presidenta comemorou os números de setembro, alegando que a geração de empregos no país mostra uma situação diferenciada, levando em conta a crise internacional.
– Gerar isso em uma das maiores crises do mundo, e que volta a apertar, mostra como a nossa situação é diferenciada – disse a candidata, logo após a divulgação dos números.
No discurso em Minas, nesta quarta-feira, Dilma também voltou a dizer que o segundo turno da eleição presidencial, no domingo, colocará em jogo o salário mínimo. A petista citou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, indicado por Aécio como futuro ministro da Fazenda caso eleito, como sendo a favor da redução do mínimo.
– Está em jogo o salário, o salário mínimo, que o candidato deles a ministro da Fazenda acha alto demais, que tem de reduzir. Nós não vamos permitir nem admitir que o Brasil volte para trás – afirmou Dilma, ao lado do governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Segundo Dilma, ao contrário do PSDB, os governos do PT têm como foco as classes menos favorecidas, abrindo oportunidades para todos e realizando investimentos em áreas como saúde, educação e moradia.

Eleicoes 2014: Confederacao Israelita do Brasil repudia declaracoes "nazistas" de Lula

Apenas transcrevendo:

Conib repudia declarações de Lula comparando Aécio e PSDB aos nazistas

A Confederação Israelita do Brasil, representante da comunidade judaica brasileira e entidade apartidária, vem a público repudiar as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparando ações do candidato presidencial Aécio Neves e seu partido, o PSDB, a “agressões nazistas”.

A Conib, com trajetória de inquebrantável compromisso com a democracia e o debate intenso de ideias, rejeita a banalização de um episódio trágico para a Humanidade, como o nazismo, responsável pelo Holocausto, com a morte de 6 milhões de judeus, e o assassinato de dezenas de milhões de outros inocentes, como ciganos, negros, homossexuais, comunistas, entre outros.

Entendemos o calor da campanha eleitoral e a intensidade da di sputa, mas conclamamos à manutenção de padrões que sirvam à causa da democracia, e não ao aprofundamento de divisões em nossa sociedade. Defendemos enfaticamente o direito à crítica, inata ao processo democrático, mas temos a convicção de que comparar adversários de um embate eminentemente político e ideológico a nazistas distorce a História e corrói nossa democracia.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: o chefe dos chefes se extrema na imundicie

Sem nenhum comentário. 
Aliás, não tenho palavras. 
Paulo Roberto de Almeida 

18/10/2014

 às 17:06 \ Política & Cia

Parecendo um alucinado, Lula ataca Aécio usando o maior festival de baixarias já visto na história das campanhas presidenciais

Lula passa de todos os limites em comício de que participou na Praça Duque de Caxias, em BH, junto com Fernando Pimentel (PT),governador eleito de Minas Gerais (Foto: Alex Douglas/O Tempo/Folhapress)

Lula passa de todos os limites em comício de que participou na Praça Duque de Caxias, em BH, junto com Fernando Pimentel (PT),governador eleito de Minas Gerais (Foto: Alex Douglas/O Tempo/Folhapress)

Lula parece ter enlouquecido. O repórter Gabriel Castro registrou o que aconteceu hoje em BH, dia marcante na história das baixarias em campanhas presidenciais, mas, mesmo tendo sido correto e fiel ao que ocorreu, foi delicado ao evitar escrever que Lula tinha, na verdade, ares de alucinado ao despejar e/ou insinuar uma montanha de infâmias contra o candidato do PSDB à Presidência.

Logo ele, Lula, o arrogante que dizia pretender “ensinar” a FHC como ser ex-presidente quando deixasse o poder.

Lula está, pelo contrário, enlameando o cargo que exerceu e sujando ainda mais sua história política. Confiram e julguem vocês mesmos.

NO PONTO MAIS BAIXO DA CAMPANHA, LULA COMANDA SHOW DE BAIXARIAS EM MINAS

Por Gabriel Castro, de Belo Horizonte, paraVEJA.com

Em um comício realizado em Belo Horizonte neste sábado – sem a presença de Dilma Rousseff -, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ultrapassou os limites da inconsequência e comandou um show de baixarias e ofensas desmedidas contra Aécio Neves.

Foi o ponto mais baixo da campanha até aqui. E não apenas desta campanha: desde 1989 o Brasil não assistia a um festival de ataques como os que o PT hoje protagoniza em uma campanha.

Lula não apenas se utiliza das mesmas armas de que foi alvo na campanha contra Collor, como vai ainda mais longe. No comício, o ex-presidente citou o nome de Aécio muito mais que o de Dilma, que se tornou personagem secundário dos discursos.

A ordem era atacar, sem tréguas.

Em um discurso precedido por insultos pessoais ao tucano, Lula disse que Aécio usa violência contra as mulheres, por “experiência de vida”, e a tática de “partir para cima agredindo”.

Ao comentar a estratégia do tucano contra Dilma Rousseff, o ex-presidente insinuou que Aécio costuma bater em mulheres. “A tática dele é a seguinte: vou partir para a agressão. Meu negócio com mulher é partir para cima agredindo”, afirmou Lula.

O ex-presidente também classificou Aécio de “filhinho de papai” e “vingativo”. E o comparou a Fernando Collor. O mesmo Fernando Collor que hoje divide palanques com Dilma, como há uma semana, em Alagoas. Lula ainda voltou a mencionar o episódio em que o adversário deixou de soprar o bafômetro em uma blitz no Rio de Janeiro.

Tática é transformar Dilma em “vítima”

O ato deste sábado deixou claro que a tática do PT na reta final da campanha, após o revés de Dilma Rousseff no debate do SBT, na quinta-feira, será a de expor a presidente Dilma como uma vítima das “grosserias” de Aécio.

Foi o que fez Lula neste sábado. “O comportamento dele não é o comportamento de um candidato (…) . É o comportamento de um filhinho de papai que sempre acha que os outros têm de fazer tudo para ele, que olha com nariz empinado. Eu não sei se ele teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse um homem”, disse o ex-presidente.

O ex-presidente comparou Aécio a Fernando Collor porque, segundo ele, a eleição do ex-presidente (aliado do PT) foi fruto da pressão da mídia e de um falso discurso do “novo”. “Em 1989, com medo de mim, com medo do Ulysses, do Brizola, com medo do Mário Covas, muitas vezes instigado pela imprensa, este país escolheu o Collor como presidente da República dizendo que era o novo. E vocês sabem o que aconteceu neste país.”

Lula também disse que Aécio age como Carlos Lacerda, o estridente líder da oposição a Getúlio Vargas, ao mencionar o “mar de lama” para “esconder o próprio rabo”.

O petista afirmou que, quando governou Minas Gerais, o tucano perseguiu professores de forma mais intensa do que a ditadura. “Não conheço, em nenhum momento da história, nem no regime militar, um momento em que os professores foram tão perseguidos como foram em Minas Gerais”, afirmou Lula. No vale-tudo, Lula tentou até subverter o tempo: indagou o que Aécio fazia quando Dilma foi presa por enfrentar a ditadura – ignorando que, na época, o tucano tinha apenas dez anos de idade.

Inacreditavelmente, Lula tentou definir o adversário com uma frase que resume de forma precisa a tática do PT: “É muito grave, porque as pessoas se acham no direito de desrespeitar os outros com muita facilidade e depois ir para a imprensa se passar de vítima. Não é possível.”

Mais ataques

Mais cedo, antes de Lula entrar no palanque, o mestre de cerimônias do comício leu uma carta de uma psicóloga petista que atribui a Aécio a prática de espancar mulheres e de uso de drogas, além de classificá-lo como “ser desprezível”, “cafajeste” e “playboy mimado”. Ela afirma que o tucano tem um “transtorno mental”.

Depois, o rapper Flávio Renegado, que discursou já na presença de Lula, do governador eleito Fernando Pimentel e de parlamentares petistas, disse que Aécio costumava fazer festinhas regadas a “pó royal”, uma gíria para cocaína. Durante o discurso de Lula, grande parte da militância presente emplacou um grito de “Aécio cheirador”, sob a complacência de Lula – o mesmo que, minutos antes, se orgulhara de nunca ter agido de forma desrespeitosa em nenhuma das campanhas eleitorais das quais participou.

COMENTÁRIO ADICIONAL DO BLOG

São inacreditáveis o cinismo e a desfaçatez de Lula quando, utilizando contra Aécio as mesmas táticas sórdidas de que Collor lançou mão contra ele em 1989, consegue fingir que critica Collor em seu discurso de alucinado.

O comportamento de Lula pode ser efeito de coisas que desconhecemos, mas certamente tem a ver com o desespero diante dos números, publicados hoje no jornal Estado de Minas, que mostram Aécio já com 12 pontos percentuais à frente de Dilma junto ao eleitorado mineiro. E com dados outros, como os do Datafolha mostrando que em dois grandes colégios eleitorais onde perdeu feio no primeiro turno, Aécio se recuperou espetacularmente — empatando com Dilma no Rio e ultrapassando-a no Rio Grande do Sul.

Collor, que usou em 1989 a mentira de que Lula pretendeu abortar uma filha, abraça o hoje amigão Lula: vale tudo para derrubar Aécio (Foto: veja.abril.com.br)

Collor, que usou em 1989 a mentira de que Lula pretendeu abortar uma filha, abraça o hoje amigão Lula: vale tudo para derrubar Aécio (Foto: veja.abril.com.br)

Então, está realmente valendo tudo, vale “fazer o diabo” para derrotar Aécio.

LULA É FALSO, HIPÓCRITA, ao fazer isso! O mesmo Collor que demonizou Lula de todas as formas em 1989 é hoje um aliado precioso do lulopetismo — alguém que Lula, agredido em sua vida pessoal de forma sórdida pelo adversário nas eleições daquele ano, acolheu depois com carinho no rebanho de apoiadores dos governos petistas.

Tal como fez em 2012, com o vergonhoso beija-mão a Maluf — alvo de denúncias e críticas do PT de toda uma vida — em busca de segundos de tempo na TV para seu apadrinhado Fernando Haddad, na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

LULA MENTE ao fingir que se dissocia de Collor. Sua pupila, Dilma Rousseff, cometeu o despautério, dias atrás, de criticar a corrupção num comício em Alagoas em que tinha Collor, de um lado, e Renan Calheiros, de outro — confirmando plenamente a assertiva do humorista José Simão de que “eztepaiz” é o país da piada pronta e, infelizmente, da falta cada vez mais generalizada de vergonha na cara.

Eleicoes 2014: o partido totalitario tentou proibir esta materia de imprensa (faz parte da natureza deles)

A campanha da candidata-poste (atenção, a classificação não me pertence; foi dita pelo seu criador, e chefe) tentou interditar esta matéria.
Eu nem sabia dela, só tomei conhecimento quando um ministro do TSE descartou a tentativa de censura sem sequer entrar no mérito da questão, apenas em defesa da liberdade de expressão, tal como assegurada constitucionalmente, e na verdade por que a Google não tinha responsabilidade sobre o conteúdo do material, sendo apenas um instrumento de busca. Nem a revista Veja, nem a campanha do candidato oposicionista eram partes no processo, apenas a campanha da continuista e a Google.
Por isso, vou ler agora cada uma das dez questões, e postar aqui, sem ilustrações, apenas texto.
Sirvam-se, e não precisa me agradecer, apenas agradeçam à liberdade de imprensa, que se dependesse do partido totalitário não existiria mais no Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Eleições 2014

Dez fatos econômicos que você precisa saber antes de votar

Dos juros à inflação, do câmbio às contas públicas, saiba como os indicadores econômicos podem impactar, para o bem e para o mal, a vida dos brasileiros

Revista Veja,  3/10/2014

O ano de 2014 se sobressai quando se trata de indicadores econômicos ruins. Tudo piorou: dos juros à inflação, da balança comercial ao emprego, das contas públicas à política cambial. São informações que afetam diretamente a vida dos brasileiros e precisam ser levadas em conta na hora do voto. O site de VEJA preparou uma lista que mostra como a deterioração dos indicadores pode mudar a realidade da população a partir do ano que vem.

10 fatos econômicos que você precisa saber antes de votar
 1) Comprar carros não é mais tão simples. Por quê?

O governo protelou até onde foi possível, mas permitiu a subida dos juros a partir de 2012. Com os financiamentos mais caros, menos brasileiros se sentem seguros para assumir uma dívida tão alta como é a compra de um veículo. Além disso, diante do crescimento baixo da economia, os bancos se tornaram mais criteriosos na hora de conceder empréstimos, o que fez com que menos brasileiros tivessem acesso a crédito. O resultado é que as montadoras enfrentam um de seus piores anos, com queda de 9% nas vendas de veículos somente em 2014. Com isso, as fábricas passaram a demitir. O setor automotivo, que inclui também as fábricas de autopeças, é um dos maiores empregadores da indústria brasileira. Se o setor vai mal, o emprego é sacrificado. Segundo o IBGE, a indústria automotiva já demitiu mais de 8.000 funcionários até agosto deste ano.

 2) A inflação voltou para ficar. Isso faz diferença?

A inflação tem sido o grande inimigo dos brasileiros. No acumulado de doze meses, ela bate 6,5%. Esse patamar é o teto da meta estabelecida há quase vinte anos com o objetivo de domar a alta dos preços que era tão feroz no Brasil nos anos 1980. O centro da meta é de 4,5% e é esse número que deve ser perseguido pelo Banco Central, o órgão responsável por controlar o indicador. A inflação, contudo, tem sido sentida com muito mais força pelos brasileiros do que os 6,5% indicam. Aluguéis, mensalidades escolares, compras de supermercado e preços de serviços têm sofrido reajustes mais dolorosos. Alimentos, por exemplo, subiram 8% em 2013 e 4,8% no acumulado de janeiro a agosto de 2014. Já os serviços subiram 6,64% nos primeiros oito meses nesse mesmo período. A inflação só não está mais alta porque há os chamados preços administrados, como a gasolina, energia elétrica e impostos, como o IPVA, por exemplo. São valores que precisam da chancela de governos federal, estaduais e municipais para serem reajustados. O governo dispõe de mecanismos para contribuir com o controle da inflação, como redução dos gastos públicos, por exemplo. Contudo, essa não tem sido a diretriz da atual presidente. Ela tem sacrificado o controle inflacionário em função de políticas de aumento de gastos. Outra forma de controlar a inflação é subindo os juros. Na prática, com juros mais altos, a população reduz o consumo num primeiro momento e os preços se reequilibram. O problema é que o BC não teve liberdade para subir juros quando necessário. No momento em que recebeu o aval, passou a elevá-los, mas já era tarde demais. Há três anos o Brasil não consegue trazer a inflação para o centro da meta.

3) Os ricos estão cada vez mais ricos. O que aconteceu?

Está engavetado no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) um estudo inédito que mostra uma realidade bem diferente da que vem sendo pregada pelo PT na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. O mostra que a concentração de renda aumentou no Brasil entre 2006 e 2012. Dados do Imposto de Renda dos brasileiros coletados por pesquisadores do Instituto mostram que os 5% mais ricos do país detinham, em 2012, 44% da renda. Em 2006, esse porcentual era de 40%. Os brasileiros que fazem parte da seleta parcela do 1% mais rico também viram sua fatia aumentar: passou de 22,5% da renda em 2006 para 25% em 2012. O mesmo ocorreu para o porcentual de 0,1% da população mais rica, que se apropriava de 9% da renda total do país em 2006 e, em 2012, de 11%. Outro estudo feito pelos mesmos pesquisadores, usando dados da Pnad e do imposto de renda, mostram que houve sim crescimento da renda durante os governos petistas. Porém, diz o estudo, "os ricos se apropriaram da maior parte desse crescimento”.

 4) O dólar disparou. Isso é um problema?

Quando a presidente Dilma assumiu, o dólar estava cotado a 1,68 real. Hoje, está em 2,49 reais. As razões da subida são muitas e incluem desde erros cometidos pelos governantes até uma tendência internacional de alta da moeda. No caso do Brasil, os problemas internos contaram mais que as situações vindas de fora. Quando o dólar custava menos que 1,70 real, o governo o considerava baixo demais e começou a cobrar mais impostos sobre os investimentos estrangeiros que eram feitos no país. O objetivo era limitar a entrada de dólares justamente para sua cotação subir. Num primeiro momento, não adiantou nada. Mas, conforme os investidores foram perdendo a confiança no Brasil, os dólares, de fato, começaram a minguar. Com isso, a moeda passou a subir até superar o patamar de 2 reais. O dólar mais alto encarece os produtos que o Brasil importa, como gasolina e trigo. Mas, por outro lado, beneficia os exportadores brasileiros. O dólar começou a subir tanto que o governo mudou de ideia. Descobriu que, se moeda ficasse muito cara, a inflação subiria muito — o que é ruim para o bolso da população e pode gerar um alto índice de desaprovação nas urnas. Assim, por meio do Banco Central, o governo começou a estimular a entrada de dólares. Os efeitos dessas ações, no entanto, não impediram a moeda de subir. Aliás, quanto mais as pesquisas mostram que a presidente Dilma tem chances de se reeleger, mais dólares deixam o Brasil e mais alto fica o valor da moeda americana.

5) O setor elétrico está em crise. Como isso afeta o seu bolso?

Com o intuito de reduzir a conta de luz em cerca de 20%, a presidente Dilma anunciou, em 2012, um pacote de medidas para o setor elétrico. Em suma, as geradoras e distribuidoras que levam a energia até as residências teriam de se adaptar a novas regras que, num primeiro momento, reduziria seus ganhos. Nem todas as geradoras aceitaram os novos termos e deixaram de fornecer para o mercado regulado, que é o jargão do setor para explicar o mercado residencial. Com isso, a oferta de energia se arrefeceu para as residências. Outro agravante foi a estiagem que atingiu o centro-sul do país. As distribuidoras que estavam descontratadas, ou seja, precisavam fechar novos contratos com as geradoras para oferecer energia aos brasileiros, tiveram de comprar energia a um preço cinco vezes maior no mercado de curto prazo. As distribuidoras também tiveram de arcar com o custo das termelétricas. Devido à estiagem, muitas hidrelétricas não conseguiram suprir a demanda de energia. Por isso as térmicas, que são movidas a combustível e por isso são mais caras, tiveram de assumir o fornecimento. Sem caixa para bancar esse aumento de custo, as distribuidoras tiveram de pedir ajuda ao governo e reajustar a tarifa de energia dos brasileiros. Resultado disso é que o corte na conta de luz anunciado em 2012 causou tamanho desequilíbrio no mercado que gerou um ônus de mais de 60 bilhões de reais para o país. Essa conta está sendo paga pelos consumidores, por meio do aumento da conta de luz, e pelos contribuintes, que financiam a ajuda que o governo deu às distribuidoras. 

 6) Contas públicas estão um desastre. E daí?

O que o governo faz do dinheiro arrecadado com impostos pagos pela população é de grande importância. Pena que os governantes não se preocupam muito em prestar esclarecimentos sobre esses gastos. Por isso muitos brasileiros nem sabem ao certo o que são as contas públicas, que nada mais é do que o fluxo de caixa do governo — ou seja, o dinheiro que recebe em impostos e como esse valor é aplicado para o bem estar da população. A forma como o governo gasta o dinheiro público é um indicador importantíssimo da saúde financeira do país, sobretudo no caso do Brasil, que tem de pagar mensalmente os juros sobre sua dívida com outros países, investidores, bancos nacionais e estrangeiros, entre outros credores. Para pagar os juros, é preciso economizar mensalmente. Ou seja, gastar menos do que se arrecada. Assim, consegue-se o superávit primário, que é o jargão econômico usado para descrever essa economia. Quando o governo não cumpre o superávit, tem de aumentar sua dívida para conseguir pagar os juros. É como se o governo recebesse dos brasileiros o valor suficiente para pagar seus compromissos mas, por má gestão, não conseguisse pagar as contas devidas. Assim, ele toma mais empréstimo em nome dos brasileiros para conseguir pagar os juros. 
O governo Dilma tem deixado de lado o superávit. Somente em 2011 conseguiu cumpri-lo. Em 2014, o governo precisa economizar 80,7 bilhões de reais para o pagamento de juros. Até agora, a economia não passa de 4 bilhões de reais. O prejuízo de se ter as contas públicas no vermelho é o mesmo que se tem quando um indivíduo entra no cheque especial. Ao gastar mais do que ganha, o cliente paga juros mais caros e o banco começa a restringir seu acesso a mais crédito. Se sua renda cai, o cliente pode entrar numa bola de neve que, cedo ou tarde, pode fazer com que ele venda bens para saldar suas dívidas. Ele perde credibilidade na praça e corre o risco de ter que diminuir outros gastos com saúde e educação para pagar dívidas.

7) Arrumar trabalho não é mais tão fácil. Por quê?

Com a inflação no teto da meta, os juros começaram a subir e o emprego, consequentemente, deu sinais de esgotamento. A criação de vagas com carteira assinada em 2014 (até agosto) é a mais baixa desde 2002, início da série histórica disponibilizada pelo Ministério do Trabalho. Dados do Ministério mostram que, em 2014, alguns segmentos já registram mais demissões do que contratações. É o caso do Comércio, que fechou mais de 6.000 vagas nos oito primeiros meses deste ano. Não à toa, justamente o setor varejista, que foi o que mais cresceu durante o boom econômico dos últimos anos, é a ponta mais sensível à variação no bolso da população. Com a inflação acima do teto da meta (de 6,5% ao ano) e os juros em seu maior patamar desde 2011 (11% ao ano), a renda e o consumo diminuem. Os brasileiros estão também menos confiantes de que terão emprego no ano que vem, como mostra levantamento recente da CNI. O mercado de trabalho é o principal termômetro da economia. Se os empresários estão confiantes, investem e criam emprego. Mas, diante dos problemas econômicos que se colocam, a confiança do empresário também está no nível mais baixo da história, segundo a CNI.

8) Os brasileiros estão mais endividados. Quem discorda?

Com a inflação corroendo a renda da população e as parcelas de financiamentos abocanhando grandes pedaços do orçamento das famílias, é natural que o consumo caia. As vendas no varejo, por exemplo, cresceram apenas 4,2% no primeiro semestre — o segundo pior resultado desde 2006, diz o IBGE. Além disso, o último dado de inadimplência contabilizado pela Serasa mostrou que 57 milhões estão com contas em atraso. Um número recorde que representa mais de 40% da população adulta.  Nessa dinâmica, o mercado de trabalho tem papel vital. Numa situação de pleno emprego, ainda que as dívidas assustem, tem-se a perspectiva de conseguir pagá-las. Esse já não é o caso, segundo aponta a pesquisa da CNI, que mostra que os brasileiros estão temerosos em perder o emprego e não conseguir recolocação. 

9) A Petrobras foi devastada. E daí?

A Petrobras é uma empresa mista. Uma fatia minoritária pertence a investidores e a outra, majoritária, está sob o comando do governo. A Petrobras opera num setor estratégico, que é o óleo e gás, e por isso é compreensível que tenha entre seus acionistas o governo. Contudo, a empresa se transformou num centro de corrupção operado por partidos políticos. Isso significa que o governo deixa à disposição de legendas alguns cargos estratégicos da empresa. O escândalo envolvendo o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa trata justamente disso: as denúncias apontam que o diretor favorecia determinadas empresas prestadoras de serviços para, em troca, receber propina e repassá-la parcialmente a partidos políticos. A derrocada da empresa significa que boa parte do dinheiro público investido lá dentro, pois o governo é seu maior acionista, foi pelo ralo. Dinheiro dos contribuintes brasileiros, que não sabem ao certo como foi gasto, investido ou desviado. Mesmo com o benefício de ser a "dona" do pré-sal, a Petrobras tem 300 bilhões de reais de dívida. É a empresa de petróleo mais endividada do mundo. Mais da metade dessa dívida será paga pelo governo, ou seja, novamente pelo dinheiro dos impostos dos brasileiros.

10) O país está em recessão técnica. O que é isso?

O Produto Interno Bruto (PIB) é o resultado de todas as riquezas produzidas pelo país. É um dos principais sinais de que a economia está avançando, a população está vendo sua renda aumentar e mais empregos estão sendo gerados. Quando o PIB cai, sinaliza que essa riqueza recuou. Se cai por dois trimestres consecutivos, o país entra em recessão técnica. E isso não é bom. O PIB é importante porque sintetiza em um único número os resultados de políticas do governo, o ânimo dos empresários para investir e criar emprego e o ímpeto de consumo da população. Quando não há nenhuma crise grave no mundo e, mesmo assim, o PIB de um país mostra retração, significa que algum desses três fatores (ou todos eles) não vão nada bem. O governo tem afirmado que o PIB brasileiro, que recuou 0,6% no primeiro semestre de 2014, vai mal por causa da crise internacional. Fica difícil acreditar nisso quando apenas o Brasil está em recessão, se comparado aos Estados Unidos, à Alemanha, à França e outros países atingidos pela crise financeira de 2008. O problema de se estar em recessão é que o país se torna menos atrativo para investimentos que geram emprego. Uma empresa alemã, por exemplo, investirá mais na filial do país que mais cresce, não daquele que está em recessão. Um PIB ruim cria um círculo vicioso. E revertê-lo não é fácil, nem rápido.

Republica companheira: o Ipea em tempos orwellianos

Sem comentários. E precisa?
Lamento pelos meus muitos amigos que trabalham no Ipea.
Paulo Roberto de Almeida 

Mais um pesquisador pede demissão do Ipea por 'represamento' de dadosAlém de Herton Araújo, que colocou o cargo à disposição depois de ser impedido de divulgar estudo mostrando que pobreza não caiu de 2012 para 2013, Marcelo Medeiros pede para sair

Renata Mariz

Correio Braziliense: 22/10/2014 


A crise interna no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), iniciada com a proibição da divulgação de dados negativos para o governo no período pré-eleitoral, levou a mais um pedido de exoneração. Além de Herton Ellery Araújo, que colocou o cargo de diretor à disposição depois de ser impedido de apresentar estudo feito anualmente a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrando que a pobreza extrema parou de cair no Brasil, Marcelo Medeiros também pediu para sair.

A carta de demissão do pesquisador — em que solicita deixar a vice-coordenadoria de Estudos de População, Desenvolvimento e Previdência — foi entregue em setembro ao chefe imediato. Embora não tenha abordado no documento o motivo do pedido, Medeiros expressou verbalmente, na presença de testemunhas, o descontentamento com o represamento de dados. Mesma razão que levou Herton a pedir demissão do cargo de diretor de Estudos e Políticas Sociais.

O imbroglio no instituto coincidiu com o início da campanha eleitoral, mas se agravou ao longo do último mês, quando o estudo de avaliação dos resultados da Pnad, que é feito e divulgado anualmente, ficou pronto. Entre as conclusões, uma tinha potencial para arranhar a principal vitrine do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição: a pobreza extrema não caiu entre 2012 e 2013.

A frase da semana: Mencken, sobre as eleicoes (e que frase...)

Toda eleição é um leilão antecipado de bens roubados.

H. L. Mencken
In:  KARSTEN, Frank; BECKMAN, Karel:
Além da democracia
(São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2013; Tradução de Fernando Manaças Ferreira), p. 13.

A frase, do mais famoso frasista americano, humorista involuntário e crítico mordaz dos costumes de sua época (inclusive e sobretudo dos políticos), deve ser entendida no sentido em que o processo político que entrega ao Estado a responsabilidade pela administração de nossas vidas nada mais é do que uma contínua extração da riqueza criada pela sociedade por políticos ladravazes.
Acertou na mosca...
Paulo Roberto de Almeida

Eleicoes 2014: ah, essa obsessao com os nazistas...

Tá explicado!
O texto é de 2009, e se refere a matéria ainda mais antiga, mas certas coisas moldam o caráter, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida 

Reinaldo Azevedo, 03/12/2009

TRINTA ANOS DE LULA: OS HOMENS ADMIRÁVEIS

Publiquei ontem alguns trechos da entrevista de Lula à revista Playboy em julho de 1979 e fiz uma pequena provocação intelectual: “O sindicalista é o pai do homem”. Acho que há mais trechos que os eleitores têm o direito de ler. Sacrifico-me por vocês. Como não está na Internet, tenho de digitá-los. Mas não me importo. Tudo pelo esclarecimento.

Os trechos que vocês lerão em vermelho são fortes, sim. Não fosse o Brasil, hoje, amigo de todas as ditaduras que há no planeta; não tivesse o governo Lula estendido o tapete vermelho para o um delinqüente como Mahamoud Ahmadinejad, censurado na ONU uma semana depois, com os votos de Rússia e China, mas sem o voto do Brasil; não tivesse flertado o Itaramaty, por vias oblíquas, até com o terrorismo das Farc, e a fala de Lula de 30 anos atrás não teria relevância. Mas, infelizmente, tem. Vamos lá.

(…)
Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

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Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

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Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

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Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

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Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.

(…)

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gene, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Voltei
Que coisa, não? O único do grupo que não é um facínora, um assassino contumaz, um homicida frio, é Gandhi. Mas Gandhi, convenham, é a Portuguesa de Desportos das figuras ilustres da humanidade. Se a Portuguesa está em campo, e o adversário não é o nosso time, a gente torce pra quem?

Os outros… A referência a Hitler se presta a uma ironia sinistra: “O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”. Sem dúvida, o homem era o senhor do fogo…

Lula mudou? Digamos que alguns facínoras foram acrescentados à sua galeria: Ahmadinejad, Khadafi, Omar Hassan Ahmad al-Bashir (o genocida do Sudão)… Fidel, bem…, a múmia, rejeitada até pelo diabo, continua objeto de culto…

De todas as admirações, esta que diz pouco se importar com ideologia é, sem dúvida, a mais perigosa. Afinal, 30 anos depois daquela entrevista, indagado se não se incomodava em receber Ahmadinejad, que nega o holocausto dos judeus, promovido por Hitler – aquele que “tinha o fogo de se propor a fazer alguma coisa”, Lula respondeu:
“Muito pelo contrário. Não estou preocupado com judeus nem com árabes. Estou preocupado com a relação do estado brasileiro com o estado iraniano. Temos uma relação comercial, queremos ter uma relação política”.

O sindicalista, como se vê, era mesmo o pai do presidente.