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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 27 de maio de 2018

Brazilian Journal of International Relations - novo numero

Mais um número saindo do forno, ou das forjas cibernéticas:

Brazilian Journal of International Relations (www.bjir.igepri.org) acaba de publicar seu novo
número em http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjir
Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e itens de interesse.

Agradecemos seu interesse em nosso trabalho, 
Camilla Silva Geraldello
Universidade de São Paulo
camillageraldello@usp.br

Brazilian Journal of International Relations
v. 7, n. 1 (2018)

Sumário
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjir/issue/view/466

Apresentação (2-4)
Marcelo Fernandes de Oliveira, Rafael Salatini
Colaboradores (5-6)

Artigos
Multinationals And The Bargaining Dynamic Among Least Developed Countries
(7-35)
Mauricio Lascurain Fernandez, Luiz Fernando Villafuerte Valdés
A Política de Comércio Internacional Agrícola de Brasil e Estados Unidos
no Contencioso do Algodão na OMC (2002-2005)/The International Agricultural
Trade Policy of Brazil and United States in Cotton Dispute on the WTO
(2002-2005) (36-65)
Marcelo Fernandes de Oliveira, Camilla Silva Geraldello
A oportuna e necessária aplicação do Direito Internacional nos
ciberespaços: da Convenção de Budapeste à legislação brasileira/The
timely and necessary implementation of International Law in the ciberspace:
from the Budapest Convention to Brazilian legislation (66-82)
Taís Vasconcelos Cidrão, Antonio Walber Muniz, Ana Abigail Alves
Marco para una Gobernanza del Agua: hacia una cooperación en cuencas
transfronterizas/Framework for Water Governance: towards co-operation in
cross-border basins (83-112)
Guillermina Elias
Convergences and dissonances within the Bismarckian welfare paradigm: a
critical assessment of the impacts of Hartz-IV on the German unemployment
insurance system (113-142)
Stephan Treuke
O pensamento diplomático brasileiro em relação aos Estados Unidos durante
os governos Cardoso e Lula: acomodacionistas x revisionistas/The Brazilian
diplomatic thought in regarding to the United States during Cardoso and Lula
Governments: situationists x revisionists (143-173)
Leandro Wolpert dos Santos
Legislativo e política externa brasileira: os debates recorrentes na
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos
Deputados de 1999 a 2015/Legislative and Brazilian foreign policy: recurrent
topics in the Commission on Foreign Relations and National Defense of the
Chamber of Deputies from 1999 to 2015 (174-201)
Angelo Raphael Mattos
A gestão da crise financeira de 2008 pela China: o papel do Estado na
implementação de políticas anticíclicas e desafios subsequentes/The 2008
financial crisis and China’s response: the role of the State in the
implementation of anti-cyclical polices and its challenges (202-223)
Rúbia Marcussi Pontes
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Brazilian Journal of International Relations
www.bjir.igepri.org

Política Fiscal do Brasil: os dados da tragédia - Ricardo Bergamini

Reflexão

“Somente os sábios enxergam o óbvio” (Nelson Rodrigues).

"Grandes criadores da ciência moderna tais como, Kepler, Galileu e Newton interpretavam a inteligibilidade matemática do cosmo num sentido teológico (como seus contemporâneos Descartes e, sobretudo, (Malebranche). Deus criou o mundo com leis matemáticas colocando em nosso espírito “ciências de verdade" (Descartes) que nós apenas temos de desenvolver para compreendê-lo. Kepler, entusiasmado com sua descoberta da trajetória elíptica dos planetas, exprime, numa bela página dos seus Cinco Livros sobre a Harmonia do Mundo, sua gratidão a Deus: "Agradeço-te, Criador e Senhor, por me teres regozijado o espírito com o espetáculo de tua obra". Leibniz admirava profundamente a extrema simplicidade das leis do universo, em que o máximo de efeitos realizou-se com o mínimo de meios. "O mundo", dizia, "originou-se dos cálculos de Deus". Já Platão invocava um Deus que "sempre geometriza". Na Bíblia, o Livro da Sabedoria (XI, 20) ensina-nos que "Deus tudo regulou com medida e com número". 



Análise da Política Fiscal da União – Fonte MF
Base: Ano de 2017
Base: R$ Bilhões
Tipo de Despesa
2002
% PIB
2010
% PIB
2017
% PIB
Despesas Correntes
339,1
22,78
901,4
23,20
1.640,1
25,00
Pessoal inclui (RPPS)
75,0
5,04
183,3
4,72
304,1
4,63
Juros e Encargos
55,3
3,71
122,4
3,15
203,1
3,10
Transferências para Estados e Municípios.
73,6
4,94
198,2
5,10
306,2
4,67
Benefícios Previdenciários (RGPS- INSS)
87,6
5,88
246,2
6,33
545,7
8,32
Outras Despesas Correntes
47,6
3,21
151,3
2,90
281,0
4,28
Despesas de Capital
100,0
6,71
230,2
5,92
402,8
6,14
Investimentos
10,1
0,68
53,3
1,37
24,9
0,38
Inversões Financeiras
20,9
1,40
36,4
0,94
57,5
0,88
Amortização de Dívida
69,0
4,63
140,5
3,61
320,4
4,88
Despesas Totais
439,1
29,49
1.131.6
29,12
2.042,9
31,14
Receitas Totais
436,3
29,30
980,7
25,24
1.619,4
24,69
Déficit Fiscal Nominal
(2,8)
(0,19)
(150,9)
(3,88)
(423,5)
(6,45)
Notas: 1) PIB 2002 – (R$ 1.488,8 bilhões); PIB 2010 – (R$ 3.885,8 bilhões); PIB 2017 – (R$ 6.559,9 bilhões).
2) Refinanciamento de Dívida, ou seja: não houve movimentação financeira, mas apenas contábil: 
2002 – (R$ 235,8 bilhões); 2010 – (R$ 373,4 bilhões); 2017 – (R$ 462,6 bilhões).

 

Considerações:

Segundo o Banco Central do Brasil o deficit fiscal nominal consolidado (União, estados e municípios) de 2017 foi de R$ 511,4 bilhões (7,98% do PIB). Esse deficit retrata uma apuração contábil em regime de competência, ou seja: todos os compromissos do governo, mesmo os não vencidos, bem como os refinanciados estão apurados da forma (pro-rata/ano) dentro desse resultado.
Porém no quadro demonstrativo acima de autoria da STN estão retratados apenas os que provocaram movimentação financeira, denominado de regime de caixa, exclusivamente da União, isso explica a diferença existente entre o deficit contábil de R$ 511,4 bilhões (7,98% do PIB) e o deficit financeiro de apenas R$ 423,5 bilhões (6,45% do PIB). Para os leigos no assunto ficaria a pergunta de como poderia ter ocorrido essa mágica do deficit ter caído de 7,98%do PIB para 6,45% do PIB. A explicação está no aumento da dívida do governo, tendo saído de 73,97% do PIB em 2016 para 79,56% do PIB em 2017. Aumento real de 7,56% em relação ao PIB.
Análise da baixa eficácia da lei que limita os gastos públicos, tendo servido apenas para concorrer ao “Oscar de Efeitos Especiais” do governo de plantão, que faz parte do seu espetáculo para vender a farsa da moralidade pública e austeridade fiscal. Haja vista que as quatro primeiras rubricas abaixo (82,21% das despesas totais) são constitucionais, ou seja, não dependem do governante de plantão.
- Gastos com Pessoal (inclui RPPS) não obedece aos governantes de plantão, mas sim as cláusulas pétreas da Constituição com os seus ilimitados e intocáveis direitos adquiridos. Correspondeu a 14,87% das despesas em 2017.
- Juros e amortizações não obedecem aos governantes de plantão, mas sim as leis do mercado financeiro. Correspondeu a 25,62% das despesas em 2017.
- Transferências para estados e municípios não obedecem aos governantes de plantão: as constitucionais obedecem aos percentuais estabelecidos na Constituição em função da receita da União, e as voluntárias dependem das catástrofes naturais (São Pedro). Correspondeu a 15,00% das despesas em 2017.
- Benefícios Previdenciários (RGPS), segundo o próprio governo, as previsões são catastróficas e dependendo de uma reforma, seja ela qual for essa reforma somente terá efeito prático de muito longo prazo. Correspondeu a 26,72% das despesas em 2017.
Em vista do acima exposto somente restou ao governo controlar as “outras despesas correntes”. Correspondeu a 13,74% das despesas em 2017. 
Após o acima colocado sobraram apenas às inversões financeiras e os investimentos. Corresponderam a 4,05% em 2017. 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.


 Ricardo Bergamini

sábado, 26 de maio de 2018

Bicentenario da Independencia: premio Biblioteca Mindlin

Prêmios 3 vezes 22 de teses e dissertações: 
“Bicentenário da Independência do Brasil” e 
“Centenário da Semana de Arte Moderna”

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin – BBM/USP, por meio do projeto 3 vezes 22, institui osPrêmios de teses e dissertações “Bicentenário da Independência do Brasil” e Centenário da Semana de Arte Moderna”, no intuito de valorizar trabalhos que apresentem novas e relevantes contribuições sobre essas duas simbólicas datas de nossa história.
O projeto 3 vezes 22, estabelecido pela BBM/USP, prevê, ao longo dos próximos anos, a realização de seminários, cursos, exposições e publicações, entre outras atividades, que possam fornecer subsídios para uma reflexão crítica de nosso passado, assim como, que permitam uma análise sobre os desafios de nosso presente.
Com os Prêmios 3 vezes 22 de teses e dissertações, a BBM/USP permitirá a difusão de novos estudos dedicados à Independência do Brasil e à Semana de Arte Moderna, por meio da publicação dos trabalhos premiados pelo selo editorial BBM publicações.
São elegíveis trabalhos defendidos entre janeiro de 2014 e 31 de março de 2019, prazo máximo para a realização das inscrições, conforme o edital encaminhado anexo. Serão premiados até 5trabalhos voltados ao tema da “Independência do Brasil” e até outros 5 trabalhos ao tema daSemana de Arte Moderna.

Outras informações sobre o projeto e o edital estão disponíveis no site da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin: https://www.bbm.usp.br/3x22

7ª Conferencia Internacional de Historia Economica: Ribeirao Preto, 10-11/07/2018

Devo participar, salvo impedimento de ordem maior:

7ª Conferência Internacional de História Econômica e IX Encontro de Pós-Graduação em História Econômica.
Consulte a seguir a lista contendo os trabalhos selecionados e as sessões temáticas.
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ASPECTOS DA ECONOMIA COLONIAL
- A estrutura do mercado produtivo e os entraves do financiamento da produção: notas sobre a indústria açucareira baiana no final do século XVII - Marcelo Lunardi do Carmo
- O algodão do Brasil e a economia Atlântica: comparações entre Maranhão e Pernambuco (c.1750- c.1810) - Diego de Cambraia Martins; Felipe Souza Melo
- Regulamentação do comércio de escravos e marfim pela mesa de inspeção da Bahia - Idelma Aparecida Ferreira Novais
- "Produção agrícola e comércio na região de “serra acima”: considerações sobre a economia de São Paulo no início do século XIX" - Marco Volpini Micheli 

NO IMPÉRIO DA FISCALIDADE
- Considerações sobre a Fiscalidade em São Paulo na virada do século XVIII para o XIX - Flávia Calé da Silva
- Café e os direitos de saída na São Paulo provincial - Camila Scacchetti; Luciana Suarez Lopes
- A Primeira Legislatura e as políticas fiscais e econômicas do Brasil - Daiane de Souza Alves
- A organização fazendária na Província de São Paulo: 1824-1827 - Bruna de Jesus Barbosa da Silva
INFORMAÇÃO, TRANSPORTE E TRÁFICO NO XIX
- “Jogo contínuo de numerosas molas”: Finanças e infraestrutura de comunicação postal no Brasil do século XIX - Pérola Goldfeder
- O transporte de muar na acumulação de capital e diversificação econômica da Província de São Paulo - Beatriz Tavares Alves e Silva
- Minas Gerais, a política de integração do centro-sul e o tráfico de escravos: considerações em torno do conceito de segunda escravidão - Télio Cravo; Milena Fernandes de Oliveira
- A formação do padrão periférico de urbanização a partir da transição rural-urbana da cidade de São Paulo entre os séculos XIX e XX - João Paulo França Streapco 

DEMOGRAFIA ESCRAVA E LIVRE NO IMPÉRIO DO BRASIL
- Concentrando o trabalho, reproduzindo a mão de obra: a escravidão no Vale do Paraíba na década de 1870 - Bruno da Fonseca Miranda
- “Em vista de aprender um ofício”: tutelas e trabalho de menores na segunda metade do século XIX em Campinas - Ana Elisa Salmaso
- Diferenciais de mortalidade entre escravos e livres: a Santa Casa de Misericórdia de Campinas (1876-1882) - Matheus Alves Albino 

ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO SÉCULO XIX
- Instituições e consumo num município do sul de Minas Gerais: Varginha e sua elite agrária (1882- 1920) - Natânia Silva Ferreira
- A Evolução da Estrutura Fundiária no Médio Vale do Paraíba (Bananal, c. 1800-1860) - Breno Aparecido Servidone Moreno
- Estrutura Fundiária e produtiva de uma localidade mineira: A paisagem agrária de Santa Rita do Turvo na segunda metade do Oitocentos - Fernando Antônio Alves da Costa 
AÇÚCAR, CACAU E COUROS NO SÉCULO XIX
- O cacau na economia de exportação da Província da Bahia, 1850-1888 - Marcelo Loyola de Andrade
- Açúcar e Escravidão em Campinas, 1765 a 1850 - Paulo Eduardo Teixeira
- Apontamentos a respeito da especificidade da indústria açucareira de Campinas no contexto do Quadrilátero do Açúcar - Carlos Eduardo Nicolette; Felipe Rodrigues Alfonso
- Fontes para o estudo da economia de couros e peles e atividade de caça na Amazônia - Leonardo Milanez de Lima Leandro; Marina Lira Soares 

FINANÇAS, CRÉDITOS E CÂMBIOS NO OITOCENTOS
- Câmbio e incerteza macroeconômica na economia brasileira do período 1808 a 1930 - Ana Cristina P. Neves; Heleno Piazentini Vieira
- O Partido Conservador e os gabinetes financeiros do Brasil Império (1857-1861) - Eduardo José Neves Santos
- Capital nativo e reestruturação produtiva na praça do Recife: crédito hipotecário entre 1865 e 1914 - Leonardo Milanez de Lima Leandro; Renato Leite Marcondes
- O Crescimento do Mercado Editorial impulsionado pela literatura de folhetim no Século XIX - Danielle Christine Othon Lacerda 

HISTÓRIA DE EMPRESAS
- Quem paga com cheque está sempre bem documentado: o Banco do Sul de Minas nos anos da Grande Depressão - Rafaela Carvalho Pinheiro; Luciana Suarez Lopes
- Racionalização dos serviços postais no primeiro governo Vargas - Gabriel Crozzeta Mazon; Alcides Goularti Filho
- As fontes de financiamento industrial no período entre 1890 - 1940: um estudo da Companhia Antarctica Paulista - Ellen Fonseca de Assis
- História de negócios: o caso Cocamar Cooperativa Industrial - Caroline Gonçalves 

REVISITANDO OS DEBATES ACERCA DA(S) TEORIA(S) DA FIRMA
- Contribuição do sistema Toyota de produção na mudança do Paradigma tecno-econômico no Japão: uma abordagem Neo-Schumpeteriana - João Paulo Augusto Eça; Marcos Fábio Martins de Oliveira; Roney Versiani Sindeaux
- Brasil e o capitalismo contemporâneo: os dilemas para o desenvolvimento tecnológico sistêmico e interativo a partir das Escolas Estruturalista e Neoschumpeteriana - Andréia Rafaela Martins Silva Andrade
- Revisitando a “Teoria do Crescimento da Firma” sob a perspectiva kirzneriana da Escola Austríaca de Economia - Lucas Casonato; Armando Dalla Costa 

A DITADURA MILITAR NO BRASIL
- A trajetória econômica do Brasil na era militar: crescimento e crises - Paulo Roberto de Almeida 
- PAEG: a gestão econômica sob a influência do autoritarismo - Marcos Taroco Resende; Roberto Pereira Silva
- Entre o desenvolvimento e a desburocratização: política econômica e reforma administrativa na ditadura militar - Caio César Vioto de Andrade
- Estado e planejamento econômico no Brasil: apontamentos sobre o Plano Trienal e o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) - Acson Gusmão Franca; Vinícius Figueiredo Silva 

A QUESTÃO REGIONAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
- Revisitando as Hipóteses de Manoel Correia de Andrade: a SUDENE e os Planos Diretores de 1961 a 1973 - Rafael Aubert de Araujo Barros; Luiz Eduardo Simões de Souza
- Evolução do setor agroindustrial canavieiro paulista sob a égide do Proálcool, de 1975 a 1990 - Bruno Giovani Chequin
- Amazônia e Desigualdade Regional como meios do desenvolvimento capitalista - Delaíde Passos
- Movimentos migratórios e a dinâmica da economia brasileira - Rodrigo de Andrade Calsani 

QUESTÕES PARA O SÉCULO XXI
- O contexto econômico do Brasil na transição para o século XXI, segundo a agenda editorial de O Estado de S. Paulo (1999-2002) - Maria Fabíola Ramos Caramez Carlotto
- Expansão das instituições de ensino superiores no Brasil durante as décadas de 90-2000: Uma análise comparativa e crítica - Guilherme Cardoso de Sá
- A História Econômica no século XXI – primeiras reflexões a respeito de sua produção acadêmica (2006-2017) - Marcos de Brito Monteiro Marinho; Thiago Alvarenga de Oliveira; Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca 

DO IMPERIALISMO À DEPENDÊNCIA
- Política de Substituição de Importações: a experiência da África do Sul - Danielle de Almeida Mota Soares; Mário Augusto Bertella
- O Imperialismo e a Era de Ouro do Capitalismo - Ricardo Soldera
- As formas de inserção na civilização industrial e a questão da dependência - Rafael Unger
- A Construção da Tese Centro-Periferia no Pensamento Cepalino - Natália Pereira Pinheiro; Luiz Eduardo Simões de Souza 

O PENSAMENTO DE CELSO FURTADO
- Industrialização e Subdesenvolvimento: o caso brasileiro na perspectiva de Celso Furtado - Thamiris Laure Magalhães
- As antinomias do desenvolvimento: cultura e dependência em Celso Furtado - Antonio V. B. Mota Filho
- A revisão do subdesenvolvimento: aproximações interpretativas entre Furtado e Fajnzylber - Rafael Gumiero
- A industrialização brasileira e o papel do Estado Nacional no pensamento de Celso Furtado: entre antes e depois de 1964 - Vanessa Follmann Jurgenfeld
- Celso Furtado, Raúl Prebisch frente à crise do desenvolvimentismo da década de 1960 - Fágner João Maia Medeiros; Daniel do Val Cosentino 

QUESTÕES DO PENSAMENTO MARXISTA
- O jovem Engels e o esboço da crítica da economia política, de 1844 - Fellipe Cotrim; Luiz Eduardo Simões de Souza
- Monocausalidade Marxista e Crises no Capitalismo Contemporâneo - Caio Vilella
Relações mercantis como fetichismo nos Manuscritos Econômico-Filosóficos de Karl Marx (1844) - Carlos Seizem Iramina
- Da lei tendencial de queda da taxa de lucro ao Imperialismo total: uma síntese do debate clássico até o aprofundamento do imperialismo no pós-guerra - Rafael Unger 

NEOLIBERALISMO EM QUESTÃO
- Neoliberalismo na Argentina: O impacto da conversibilidade no balanço de pagamentos e na dívida externa - Carlos Gilberto de S. Martins
- Elementos para compreender as crises financeiras mexicana, asiática e russa dos anos 1990: notas teóricas para o debate - Marcelo Henrick Alves dos Santos; Christiane Luci Bezerra Alves
- Considerações sobre as reformas estruturais na economia brasileira dos anos 1990 - Marcelo Henrick Alves dos Santos; Christiane Luci Bezerra Alves 

PENSAMENTO ECONÔMICO NA 1ª REPÚBLICA
- Heitor Ferreira Lima e a Revista Brasiliense - Janaína Battahin
- Indústria e Pensamento industrial na Primeira República - Eujácio Roberto Silveira
- João Pinheiro da Silva e a economia mineira no início da República - Camila Amaral Pereira
- Nilo Peçanha e a criação das Escolas de Aprendizes Artífices no contexto da Primeira República (EAAS): 1910 –1914 - Marcelo Augusto Monteiro de Carvalho 

ECONOMIA NA 1ª REPÚBLICA
- Classe contábil e poderes públicos: modernização dos serviços de contabilidade, regulamentação do ensino e defesa da profissão (1914-1926) - Adelino Martins
- A Hulha branca e eletrificação ferroviária no início do Século XX: Notas de pesquisa - Sérgio Felix
- Engenheiros e fazendeiros numa ferrovia de capitais indígenas: a estrada de ferro Araraquara e os contornos da grande empresa de serviços públicos na primeira república - Henry M M Silva; Pedro Geraldo Saad Tosi
- Participação do capital estrangeiro nos primórdios do desenvolvimento econômico do Piauí: a atuação da Casa Marc Jacob no comércio da cidade de Parnaíba - José Paulo Cosenza; Amaury José Rezende 

ECONOMIA EM DEBATES FORÇADOS
- Um debate sobre a distribuição de renda: a "controvérsia de 70" - Ender Lucas Ferreira; Roberto Pereira Silva
- Roberto Simonsen e Eugênio Gudin: origem de um debate ainda não superado na economia brasileira - Carlos Henrique Lopes Rodrigues
- Projetos para a Industrialização Brasileira em debate: Eugênio Gudin, Maria Conceição Tavares, Roberto Campos e João Manuel Cardoso de Mello - Beatriz Duarte Lanna
- Capitalismo tardio como interpretação para o desenvolvimento capitalista na periferia - André Bologna de Castro Cardoso

QUESTÕES DE ECONOMIA CONTEMPORÂNEA
- Notas sobre a evolução do PIB setorial na Zona do Euro de 2006 – 2013 – Talysson Benilson Gonçalves Bastos; Maria de Fátima Silva do Carmo Previdelli
- O Mercosul e as trocas comerciais entre os estados-membros no período de 2007-2015 - Rodolfo Francisco Soares Nunes; Maria de Fátima Silva do Carmo Previdelli
- Moda e Globalização - Ana Paula Nobile Toniol
- A Expansão da “Nova Classe Média” brasileira e os impactos no mercado consumidor na década de 2000: aproximações - Joyceane Mariano Gomes; Glaudionor Gomes Barbosa 

QUESTÕES TEÓRICAS NO PENSAMENTO ECONÔMICO
- A questão da independência do banco central: uma análise do caso brasileiro - Juliano Vargas
- Inflação e persistência inflacionária nas abordagens convencional, keynesiana e estruturalista - Eduarda Fernandes Lustosa de Mendonça; Lucas Gonçalves de Lima
- Hamlet com o príncipe dinarmaquês: uma alternativa teórico-metodológica aos reducionismos inerentes ao mainstream - Gustavo Andreão; Maísa Goulart
- Por uma ciência econômica pluralista: os movimentos acadêmicos como uma saída - Maísa Goulart; Ramón García-Fernández; Solange Marin 

PENSAMENTO E AÇÃO ECONÔMICA
- A casa di San Giorno e o ciclo sistêmico genovês - Liana dos Santos Gonçalves de Souza; Luiz Eduardo Simões de Souza
- Richard Cantilon e a refutação do “Core” teórico do pensamento mercantilista - Glaudionor Gomes Barbosa; André Luiz de Miranda Martins
- Capitalismo, Conflito de Classes e Barganha Coletiva na Economia Institucional de John R. Commons - Rodrigo Constantino Jeronimo 

ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO AO LONGO DO SÉCULO XX
- Crise, política econômica e desenvolvimento regional em minas gerais: aspectos políticos, econômicos e financeiros entre 1920 e 1940 - Nicélio do Amaral Barros
- Além da indústria automobilística: políticas de incentivo às rodovias do governo Washington Luís ao primeiro choque do petróleo (1926-1973) - Stella Harumi Okumura
- Café e atividades industriais no Norte do Paraná: a formação de um complexo cafeeiro? (1940- 1970) - Leonardo Antonio Santin Gardenal
- O cultivo do cânhamo no Brasil - Lilian da Rosa 

INICIAÇÃO CIENTÍFICA
- O processo de internacionalização das empresas brasileiras: análise do caso o Boticário em Portugal - Danieli Lurdes Stadnik; Armando João Dalla Costa
- Negócios migratórios: a atuação das empresas Companhia Itaquerê e Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização (CAIC) na arregimentação de mão de obra (1935-1951) - Roseane Silva; Cláudia Tessari
- A atuação das casas importadas anunciantes no jornal "The BrazilianReview. A Weeklz Record of Trade and Finance" (1898-1914) - Nicole Chama dos Santos; Cláudia Tessari
- Os Homens da Colina: A fundação do Club de Regatas Vasco da Gama em uma Análise Socioeconômica de seus Sócios Fundadores - Guilherme Giesta Figueiredo; Thiago Alvarenga; Thiago Mantuano

Greve dos caminhoneiros: descontrole total - Marcos Sawaya Jank (OESP)

Uma greve dramática e descontrolada

Jornal “Folha de São Paulo”, Caderno Mercado, 26/05/2018

Marcos Sawaya Jank (*)

Países minimamente sérios jamais permitem paralisações que bloqueiam estradas vitais.

Foi chocante ver cenas de animais morrendo de fome ou se canibalizando por falta de ração nas granjas. Uma imensa crueldade num país que tem as melhores condições para produzir alimentos e uma das matrizes energéticas mais diversificadas: petróleo, gás natural, água, sol, ventos e biomassa.

Mas num país tão rico em recursos naturais não precisamos mais do que três dias para começar a faltar combustível e comida, num processo autofágico no qual um setor faz uma greve para tentar solucionar o seu problema e, ao fechar estradas, canibaliza todos os demais, com lances de extremo prejuízo e crueldade.

Estonteado, o governo recorre a medidas paliativas para remendar os equívocos do passado.

Incentivos excessivos para vender veículos no início da década fazem com que a sobra de caminhões nas estradas, após anos de recessão, gere margens negativas nos fretes.

O Estado pesado e ineficiente, incapaz de avançar nas reformas fiscal e previdenciária, tem de recorrer a aumentos sistemáticos dos impostos. Quatro impostos incidem nos combustíveis. É por isso que nossa gasolina e nosso diesel estão entre os mais caros do planeta.

O congelamento populista do preço dos combustíveis no governo petista causou forte prejuízo à Petrobras e detonou o setor sucroenergético. A exemplo da maioria dos países, a variação de preços dos derivados de petróleo seguindo o mercado externo é a escolha correta, que causa menos distorções. 

Mas talvez deveria estar acoplada a uma política tributária contracíclica nos combustíveis: aumentos expressivos do petróleo gerariam reduções automáticas dos tributos incidentes e vice-versa. Pesos e contrapesos são fundamentais para o funcionamento da economia.

É imprescindível estimular a produção e a concorrência dos combustíveis, dos fósseis aos renováveis, acabando com o monopólio da Petrobras no refino de petróleo, setor em que o país carece de investimentos. Aliás, passou da hora de privatizar esse paquiderme. Nos anos 1990, Roberto Campos foi nosso Nostradamus falando sobre a Petrossauro, mas ninguém ouviu. Vale resgatar cada um de seus magníficos augúrios.

A greve dos caminhoneiros é mais uma crise que nocauteia a economia, mas que deveria servir para colocar a política pública no rumo certo, em vez de retroceder.

Primeiro, congelar ou administrar artificialmente preços dos combustíveis nunca foi ou será solução. Mas é fundamental encontrar mecanismos transparentes para lidar com flutuações abruptas do petróleo, para cima ou para baixo.

Segundo, não é possível que greves ou protestos, por mais legítimos que sejam, levem a uma baderna generalizada, uma terra sem lei, que para fábricas, afeta a vida dos doentes, mata animais de fome e nos obriga a jogar toneladas de produtos perecíveis no lixo.

Países minimamente sérios jamais permitem greves que bloqueiam estradas vitais, paralisando a economia. Isso é inadmissível e mostra por que Bolsonaro cresce tanto nas intenções de voto, com o seu discurso de uma nota só: “Ordem é progresso”. Não é só isso, mas é o que ele repete, e repete.

Terceiro, é um equívoco achar que a solução do problema está apenas nas mãos falidas e cambaleantes do Estado. Não há dúvida de que a greve tem relação direta com políticas públicas equivocadas. Mas ela já estava anunciada havia tempos, e os interessados do setor privado poderiam tê-la evitado. O frete dos caminhoneiros não deveria ser um problema de Estado, que agora cai nas costas já lanhadas do contribuinte.

A sociedade brasileira continua depositando a solução dos seus problemas no governo, materializado na figura de algum “salvador da pátria” sempre improvisado e imediatista.

(*) Marcos Sawaya Jank é engenheiro-agrônomo e especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.