O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Diplomacia bolsonarista: ainda nem começou mas já agita um bocado

Notícias turbulentas:



A medida significa um alinhamento do País com Israel e o abandono de uma posição de equilíbrio mantida por décadas pela diplomacia brasileira.





Egito cancela viagem diplomática brasileira. Medida ocorre após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre embaixada em Israel.




O esforço da diplomacia brasileira tem sido o de garantir que o avanço do agronegócio ocorra de forma sustentável. A sinalização de que o Ministério ...






Escolheu um lado na confusão interna da Venezuela, contrariando um princípio da diplomacia brasileira. Fui a Caracas em 2003, uma época em que ...






O embaixador da Palestina no Brasildisse nesta segunda-feira esperar que ... "Ainda temos dois meses para deixar a diplomaciatrabalhar", afirmou.






Nesse mundo globalizado, o Brasil não pode se dar o luxo de ficar de fora. Nos governos Dilma e Temer, a diplomacia brasileirapraticamente ...






Em reação a Bolsonaro, Egito adia sem data visita oficial ao Brasil ... de uma posição de equilíbrio mantida por décadas pela diplomacia brasileira.






Foi um dos grandes momentos da diplomacia brasileira: o disco “Getz/Gilberto” abriu o mercado dos EUA e da Europa para a bossa nova. Bolsonaro ...






União Europeia relembra a novo mandatário brasileiro que a cooperação com Bruxelas inclui temas como direitos humanos e meio ambiente.






A primeira, que tem sido defendida por Paulo Guedes, representa um claro avanço para o Brasil: integrar nosso país à economia global. Promover o .


IPRI: eventos programados, novembro e dezembro 2018

 
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
Planejamento de atividades de agosto a dezembro de 2018

Paulo Roberto de Almeida
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
Versão 02-Pragramação 2sem2018 - preliminar: 06/11/2018

Novembro

Evento: Seminário “Diplomacia Científica: o valor da Inovação” c
Ministro Luís Felipe Silvério Fortuna 
Local: IRBr
Horário: Das 15h 
Data: 13/11/2018  

Evento: As Relações Internacionais  na Constituição de 1988, 
Apresentação do livro “Princípios  Constitucionais  de Relações Internacionais : significado, alcance  e aplicação” 
Conselheiro João Ernesto Christófolo.
Local: Sala D
Horário: Das 15h 
Data: 14 /11/2018  

Evento: A Política externa  e o novo  Governo” 
Apresentação do livro “Um diplomata a serviço  do Estado – na defesa  do interesse nacional”.
Embaixador Rubens Barbosa
Local: PNB
Horário: 15h
Data 20/11/2018

Evento:Prevenção de Genocídios em Conflitos Armados: a revolução silenciosa do princípio de proteção
Gustavo Macedo; comentários do diplomata Gustavo Senechal
Local: PNB 
Horário: 16h
Data 21/11/2018

Evento:Seminário: Historiografia da Política Externa Brasileira 
Local: Auditório do PNB
Horário: Das 09h às 18h30
Data 22/11/2018
Reserva do local: PNB 

Evento: “Juca Paranhos, O Barão  do Rio Branco” 
Livrodo embaixador  Luís Claúdio Villafañe ; comentários Emb. Rubens Ricupero
Local: Auditório do PNB
Horário: às 10h
Data 23/11/2018

Evento:Percursos Diplomáticos: Embaixador Sérgio Duarte 
Local: Auditório do IRBr
Horário: Das 15h às 17h30
Data 23/11/2018

Evento: Digital diplomacy” 
Former Prime-minister of Sweden Carl Bildt
Local: Auditório IRBr
Horário: Das 15h às 17h30
Data 27/11/2018
Reserva do Local:  Confirmada

Evento: Oliveira Lima, diplomata e historiador
Nathalia Henrich, diretora da Oliveira Lima Library
Emb. Paulo Rooberto de Almeida e Conselheiro André Heráclio do Rego
Local: Auditório PNB
Horário: Das 10h 
Data 28/11/2018

Evento: O papel do petróleo na matriz energética brasileira e mundial
Milton  Costa Filho, Secretário-Geral do Instituto Brasileiro do Petróleo - IBP  
Local: Auditório PNB
Horário: Das 15h às 17h30
Data 28/11/2018

Evento: Palestra-debate:Embaixador Roberto Jaguaribe (A CONFIRMAR)
Local: Auditório PNB
Horário: Das 15h às 17h30
Data 29/11/2018

Evento: Palestra-debate:Embaixador Paulo Estivallet (A CONFIRMAR )
Local: Auditório IRBr
Horário: Das 15h às 17h30
Data 30/11/2018

Dezembro

Evento: Percursos Diplomáticos: Embaixador Gilberto Saboia: 
Local: Auditório do IRBr
Horário: 15h
Data: 07/12/2018

Evento: Declaração Universal dos Direitos Humanos - de 10 de dezembro de 1948 
Local: Auditório do IRBr
Horário: Das 09h às 18h
Data 10/12/2018


Evento: Diálogos Internacionais do IPRI : Palestra-debate: Lançamento do livro do IPEA
Local: Auditório IRBr
Horário: Das 15h às 17h30
Data sem data 

Palpites para o novo Ministro da Educação - Claudio de Moura Castro (+ PRAlmeida)

Palpites para o futuro Ministro da Educação 

Claudio de Moura Castro

Vem aí um novo Ministro da Educação. Segundo um antigo ditado espanhol, “más sabe el diablo por viejo que por diablo”.  Como entro e saio do edifício do MEC, faz muito tempo, atrevo-me a oferecer alguns palpites.

1.    Ministro da Educação manda pouco (pode até mandar, mas ninguém obedece). Que inveja do da Fazenda! Canetadas não funcionaram, mesmo no período militar.

2.    Consertar a educação básica alçará o Ministro para a história. Mas quem o derruba é a universidade. Disse isso ao Portella, quando era Ministro. Apeado, por bulir com a universidade, alguém encontrou no seu gabinete o papelzinho em que ele anotou a frase. Outros ministros, por pouco, escaparam de igual sina. 

3.    E. Schiefelbein, reconhecido educador chileno, em determinado momento da sua vida virou Ministro da Educação. Como me disse, a lição mais importante desta experiência é ser necessário escolher três ou quatro metas e ir a fundo. Não dá para fazer muito mais. Pouco tempo depois de alçado à Presidência da República Checa, Vacla Vavel desabafou a um jornalista: “Como escritor, fui sempre cobrado pela originalidade. Como Presidente, tenho que repetir a mesma coisa mil vezes, até que todos se lembrem!”. Foco é tudo.

4.    O MEC aprendeu a fazer estatísticas e avaliar. Além disso, está encarregado de oferecer orientações para a Educação. Se cumprir bem esta agenda, já está ótimo. Mas usa mal os incentivos que poderiam ser embutidos em seus financiamentos. Por exemplo, poderia financiar as universidades em função do número de alunos formados ou por maiores pontuações no ENADE. Não faltam possibilidades, em todos os níveis. 

5.    O MEC não tem escolas, quase não as financia e não manda em quem as têm, os estados e municípios. Ainda assim, espera-se que seja responsável pela educação. Data vênia, muita humildade!

6.    O MEC atrapalha os estados mais maduros e deixa de socorrer os mais fracos. Deveria dar mais autonomia a uns e assistência bem próxima a outros. Isonomia é uma praga, não só nesse caso.

7.    Não se subestime a enorme força da burocracia do MEC.  Logo que entrou, F. Haddad, me ouviu falar dos “subterrâneos” do MEC. Perguntou a um amigo comum se, de fato, existiam. Suponho que ao sair estava mais do que convencido.

8.    Os políticos vão atazanar, pedindo empregos para parentes e buscando maneiras de tirar uma casquinha dos orçamentos.  Perigo à vista! 

9.    Na ordem geral das coisas, tudo indica que haja pouca corrupção na órbita do MEC, Afora alguns fundos mais vulneráveis, o resto ou é limpo ou é coisinha da raia miúda. Portanto, para quem quer reforçar seu caixa, não é uma boa opção. 

10. Depois da limpa feita por Paulo Renato, voltou a crescer a árvore de Natal dos programinhas disso ou daquilo, financiados e operados pelo MEC. Sua gestão é um petisco para os burocratas da casa. Até podem ser iniciativas simpáticas, mas falta-lhes massa crítica para fazerem diferença nacionalmente. Trocá-los por outros de menor número e mais impacto é uma bela missão. 

11. Há um bando de gente bem informada e serena, com ideias claras sobre o que precisa ser feito. Melhor ouvi-las que embarcar em soluções miraculosas.

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Permito-me acrescentar os meus próprios palpites (PRA):

12. Esqueça, rejeite, descarte qualquer proposta de “Escola Sem Partido”, ou desses grupos “anti-sexistas” nas escolas; concentre-se, única e exclusivamente, em reforçar o ensino de Português, de Matemática e de Ciências elementares, repito: única e exclusivamente, com poucas adições no currículo dos primeiros anos.

13. Exclua totalmente a obrigatoriedade do espanhol (ou portunhol) do currículo do fundamental; substitua pelo inglês e pelo uso da internet.

14. Exclua totalmente o caráter compulsório do ensino de Sociologia e Filosofia no médio, que isso é boquinha para marxistas desempregados; torne essas matérias opcionais, aliás, como sempre foi.

15. Não esqueça de dar pêsames ao seu colega astronauta, o tal que vai comandar o MCT, e que agora ganhou as universidades também; diga que você se sente compungido pelo inferno que ele vai enfrentar; ah, não se esqueça de dizer a ele que tente convencer o presidente a esquecer essa coisa de nomear reitores; isso seria criar uma guerra civil inutilmente, sem nenhum proveito para as universidades, ou para os alunos.

16. Acabe com o princípio da isonomia, esse prêmio à preguiça e à burrice progressiva.

17. Acabe com a estabilidade no professorado; como no caso da reforma previdenciária de capitalização, de longo prazo, comece a criar uma carreira paralela de professores, orientada pelo princípio da meritocracia, premiados por bons salários mas sem estabilidade; em mais ou menos 40 anos a educação pública vai melhorar…