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sábado, 3 de agosto de 2019

Prometendo outra coisa, fazendo igual, o Brasil de sempre - Ricardo Bergamini, Wilson Lima (IstoÉ)

O economista Ricardo Bergamini, de Curitiba, sempre atento e sempre castigando os poderosos:

Prezados Senhores
Já sei! A culpa é da imprensa comunista e esquerdista.
Um país para sair de uma tragédia, conforme abaixo colocado, tem que economizar centavos, caso contrário o fracasso será inevitável.
No acumulado em doze meses até dezembro de 2018, registrou-se déficit fiscal primário de R$ 108,3 bilhões (1,57% do PIB), No acumulado em doze meses até junho de 2019 registrou-se déficit fiscal primário da ordem de R$ 99,6 bilhões (1,42% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 9,55%, comparativamente ao acumulado em doze meses até dezembro de 2018. Nesse ritmo o Brasil vai levar, no mínimo, mais 4,7 anos para atingir resultado fiscal primário “zero”. 

Reflexão 

Aos preços de 2018, o déficit da Previdência (união, estados e municípios) previsto nos próximos dez anos será de R$ 3,8 trilhões, e a economia prevista da reforma da Previdência, que está sendo aprovada, será de R$ 1,0 trilhão nos próximos dez anos; ou seja, ainda não temos ideia de como cobrir o déficit previsto de R$ 2,8 trilhões, e já estamos gastando por conta.

A mamata não acabou
Ao tentar emplacar o filho na embaixada em Washington, favorecer esposa, sobrinhos, entre outras pessoas próximas, o presidente Jair Bolsonaro quebra uma de suas principais promessas de campanha: o zelo pelos gastos públicos
NAS NUVENS Jair e Michelle recepcionaram familiares e amigos no casamento do filho Eduardo com Heloísa, no Rio, para onde se deslocaram a bordo de helicópteros da FAB 
Wilson Lima
ISTOÉ, 02/08/19

Em “O Contrato Social”, o teórico político, escritor e compositor genebrino Jean-Jacques Rousseau ensina um princípio clássico e tático, capaz de transformar grandes governos, em governos minúsculos, tacanhos e mesquinhos. Para Rousseau, um governo se contrai a partir do momento em que deixa de observar o espírito público e passa do “grande para o pequeno número”, observando necessidades e ensaios de apenas uma pequena parcela da população. E é justamente essa visão enviesada de realidade que enfraquece as estruturas estatais e, em última análise, descamba o Estado para um total estado de anarquia. Obviamente que o Brasil não está diante de qualquer estado anárquico, mas os sete longos meses do governo Bolsonaro mostram que, sim, existe uma inclinação para favorecer poucos em detrimento de muitos. Entre os beneficiários estão os próprios familiares do presidente, que, não raro, parece norteado pela filosofia atribuída a Nicolau Maquiavel: “aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da lei”. Nomeação de parentes, indicação de familiares para cargos estratégicos e a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para eventos eminentemente pessoais constituem apenas algumas amostras de que a confusão entre o público e o privado persiste no País, mesmo num governo que foi eleito prometendo mudar tudo o que estava aí – sobretudo no que diz respeito ao trato com a chamada coisa pública.
A lista dos abençoados com as benesses públicas é extensa: filho, esposa, sobrinhos, entre outros agregados presidenciais. Em maio, o filho Eduardo Bolsonaro casou-se com a psicóloga gaúcha Heloísa Wolf, no Rio de Janeiro. Obviamente, muitos parentes foram convidados mas alguns conseguiram um jeito, digamos, mais prático para se dirigir à cerimônia: tiveram à disposição uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Familiares de Bolsonaro da região do Vale da Ribeira, em São Paulo, se deslocaram para o Rio em um helicóptero da FAB entre os aeroportos de Jacarepaguá e Santos Dumont. De carro, o trajeto tem aproximadamente 35 km e levaria em torno de 40 minutos, no máximo. De aeronave, durou 14 minutos.
Dois fatos são inacreditáveis nessa história: um é que os próprios parentes do presidente contaram vantagem por meio das redes sociais, aquelas que sempre foram vistas como o território mais fértil para o bolsonarismo. Quem postou e entregou a “mamata” foi o sobrinho de Bolsonaro, Osvaldo Campos. O segundo absurdo é que o próprio presidente defendeu abertamente o privilégio. Alegou “questões de segurança”. “Eu fui ao casamento do meu filho. A minha família ia comigo. Eu vou negar o helicóptero a ir para lá e mandar ir de carro? Não gastei nada do que já ia gastar”, disse o presidente ao ser questionado sobre o assunto. Os órgãos de controle não acharam tudo tão trivial assim. O Ministério Público de Contas deve ingressar com uma representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar este e outros casos de abusos na utilização de aeronaves da FAB durante o ano de 2019.
Não há sinais de bons auspícios. Enquanto isso, os ares da “nova política” sopram em direção da esposa de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro. Como toda primeira dama, ela toca projetos assistenciais do governo. Até aí tudo bem. Mas o governo não precisava criar uma estrutura especial para a mulher do presidente: uma equipada sala de aproximadamente 300 metros quadrados ao custo de R$ 328 mil, localizada na Esplanada dos Ministérios, mesmo bloco onde trabalham os ministros Osmar Terra (Cidadania) e Damares Alves (Direitos Humanos). A notícia foi divulgada no mesmo fim de semana em que Michelle anunciou uma cirurgia de correção do septo nasal. A intervenção ocorreu no HFA (Hospital das Forças Armadas), unidade com a qual Presidência da República tem convênio.
“Vou negar o helicóptero e mandar de carro?” Jair Bolsonaro, presidente da República
Filho na embaixada
Igualmente emblemática, e não menos rumorosa, é a futura indicação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Trata-se de uma espécie de nepotismo jabuticaba, aquele que tenta utilizar-se de uma artimanha legal (uma sabatina no Senado, com aprovação de uma súmula do STF) para dar ares republicanos a uma iniciativa pouco republicana. Integrantes da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa prometem dar trabalho, por isso a nomeação não é considerada pule de 10. Mas o mandatário conta com um poderoso aliado na tentativa de emplacar o filho no principal posto avançado do Brasil no exterior: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nesta semana, Bolsonaro ganhou mais um reforço, o presidente dos EUA, Donald Trump, que avalizou o nome do rebento: “Eu conheço o filho dele e provavelmente é por isso que o fizeram (a indicação). Estou muito feliz. Ele é extraordinário, um jovem brilhante, maravilhoso”, disse.
Um incauto diria: no governo Bolsonaro “há muito cacique para pouco índio”. Nem tanto. Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos do presidente e considerado homem de confiança do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), foi contratado pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR) com vencimentos de R$ 22,9 mil mensais. O salário é o segundo mais alto do gabinete. “Contratei ele por feeling”, argumentou Rodrigues. “Feeling” ou não, a questão é que a lista de benesses parece não ter fim. Ainda no início do ano, o Palácio do Planalto encaminhou, logo na sua primeira mensagem para modificações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), um pedido de autorização para a compra de novos carros oficiais. Para o próprio Bolsonaro e ex-presidentes. Serão 30 carros novos com o intuito de renovar a já luxuosa frota presidencial.
Oficialmente, o pedido visa atender a normas de segurança recomendadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O valor da renovação da frota: R$ 5,6 milhões. Na lista de veículos, estão 12 blindados contra tiros de submetralhadoras e pistolas nove milímetros. O mais curioso é que, o mesmo cuidado que o presidente tem em andar de carros blindados, não se aplica a atividades, digamos, pouco corriqueiras como ir para o Congresso a pé ou visitar estabelecimentos comerciais próximos ao Palácio da Alvorada. O exemplo precisa vir de cima. Quando não vem, vira balbúrdia. Como da qual participou o ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes. Pontes tirou férias não remuneradas entre os dias 13 e 25 de julho. Destino: Orlando, EUA. Levou a tiracolo sua assessora especial Christiane Gonçalves para acompanhá-lo na empreitada. As despesas foram arcadas pela pasta. Hão de argumentar que tudo foi feito dentro da legalidade, mas nem tudo que é legal é correto. A postura não coaduna com quem foi eleito sob a égide da ética.
Salão nobre
Isso é que é gente solidária! O governo gastou R$ 330 mil na construção de um espaço de 300 metros quadrados para abrigar o Conselho do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado, projeto tocado pela esposa do presidente, Michelle Bolsonaro, e dez funcionários. Cada servidor recebe salários entre R$ 1,6 mil e R$ 5,2 mil. A primeira-dama não tem direito à salário, mas dá expediente diariamente no local. O programa é ligado ao Ministério da Cidadania, que teve R$ 619 milhões contingenciados

Ponte aérea
O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, vive nas nuvens literalmente. Entre 13 e 25 de julho, tirou 12 dias de folga e viajou para Orlando, nos EUA, com familiares. Aproveitou o período para acompanhar as comemorações dos 50 anos do lançamento da Apollo 11. De quebra, levou a assessora Christiane Gonçalves Correa, com as despesas pagas com recursos do ministério. O próprio ministro autorizou os gastos

Preview de PowerPoint: Miséria da Diplomacia - Livraria Tapera-Taperá, 10/08


3495. “Apresentação-debate do livro Miséria da Diplomacia”, Brasília, 26 julho 2019, 14 slides. Apresentação em Power Point para a livraria Tapera-Taperá, em 10 de agosto de 2019, em SP. Inserido em formato pdf nas plataformas Academia.edu (https://www.academia.edu/40001948/Miseria_da_diplomacia_a_destruicao_da_inteligencia_no_Itamaraty_-_PowerPoint) e Research Gate (https://www.researchgate.net/publication/334935220_Miseria_da_Diplomacia_-_Apresentacao_Paulo_R_Almeida). DOI: 10.13140/RG.2.2.23836.44169.

A Livraria providenciará transmissão online da sessão, e depois colocará o vídeo no YouTube. Quem perder, ou dormir demais, poderá assistir decalado.

General Santos Cruz no Roda Viva, 29/07/2019


Roda Viva | Carlos Alberto dos Santos Cruz | 29/07/2019


Publicado em 30 de jul de 2019
INSCRITO 689 MIL

Nesta segunda-feira, o Roda Viva recebe o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro. Ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro e ex-comandante das tropas da ONU no Haiti e no Congo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz comenta em sua entrevista ao Roda Viva sobre a desigualdade no Brasil – que, segundo ele, é pior do que nos países para os quais serviu – e as dificuldades de sobreviver no ambiente político da capital nacional. Além disso, afirma que não descarta a carreira política. Santos Cruz ocupou o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro durante seis meses, sendo encarregado no período pela articulação com o Congresso. Compõem a bancada de entrevistadores Ricardo Gandour, diretor de Jornalismo da rede CBN; Lourival Sant'anna, comentarista da rádio CBN, colunista do jornal O Estado de S. Paulo e diretor do Irice (Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior); Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico; Marcelo Godoy, repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo; e Daniel Bramatti, editor do Estadão Dados e do Estadão Verifica e presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Siga o Roda Viva nas redes sociais! Facebook: https://www.facebook.com/rodaviva Siga a TV Cultura: - Facebook: https://www.facebook.com/tvcultura - Twitter: https://twitter.com/tvcultura - Instagram: https://www.instagram.com/tvcultura - G+: https://plus.google.com/+tvcultura

Trump perdeu a guerra comercial com a China - Edward Alden (Foreign Policy)

Trade and tribulations. The Trump administration’s policy of tariffs, threats, and forcing allies to bend to the United States’ will was based on a fallacy. Now, the future of trade remains unclear, Edward Alden writes

Trump Hired Robert Lighthizer to Win a Trade War. He Lost.

The Trump administration’s obsession with trade threats, tariffs, and bullying both allies and rivals into submission was based on an ambitious theory. It turned out to be a fallacy.

United States Trade Representative Robert Lighthizer (center-left) shakes hands with China's Vice Premier Liu He (center-right) as U.S. Treasury Secretary Steven Mnuchin (L) and China's Commerce Minister Zhong Shan (R) look on at the Xijiao Conference Center in Shanghai on July 31.
United States Trade Representative Robert Lighthizer (center-left) shakes hands with China's Vice Premier Liu He (center-right) as U.S. Treasury Secretary Steven Mnuchin (L) and China's Commerce Minister Zhong Shan (R) look on at the Xijiao Conference Center in Shanghai on July 31.  NG HAN GUAN/AFP/Getty Images
Robert Lighthizer, the U.S. trade representative, agreed to serve in President Donald Trump’s cabinet in order to test his theory: that if the United States freed itself from the shackles of international trade rules, it could use the power of its large market to force other countries to bend to its will. Trump, with his stated love for tariffs and his conviction that the United States had been losing on trade for decades, seemed the perfect leader under whom he could test that proposition.
Now, with Trump having announced that new 10 percent tariffs will be imposed Sept. 1 on the remaining $300 billion in Chinese exports to the United States, that theory has been shredded. The administration has fired almost every salvo it has to force the Chinese into submission, and the two countries are further away from a trade deal than ever before. 
The administration has fired almost every salvo it has to force the Chinese into submission, and the two countries are further away from a trade deal than ever before.

Trump gave Lighthizer everything he should have needed to compel trading partners to change—the freedom to threaten and impose tariffs, the neutering of World Trade Organization (WTO) restraints, and a boss who wouldn’t settle for weak deals to claim victory if the going got too tough. But they have nothing to show for it except for an escalating trade war with the world’s second-largest economy.
For those who saw merit in Lighthizer’s approach, the concern was always that Trump would fail Lighthizer; instead, Lighthizer has failed Trump. And there is no theory that serves as a guide to what might come next.
The best way to understand the last two and half years of U.S. trade policy is as a protracted campaign aimed at forcing other countries to submit to U.S. demands.
The best way to understand the last two and half years of U.S. trade policy is as a protracted campaign aimed at forcing other countries to submit to U.S. demands.
Lighthizer preferred bilateral negotiations because smaller countries are easier to bully one at a time than collectively.
The first volley in Lighthizer’s campaign came when he dusted off Section 232 of the half-century-old Trade Expansion Act, which permits tariffs on national security grounds, and imposed duties on steel and aluminum. South Korea, dependent on the United States both for trade and security, bowed quickly by agreeing to a quota on steel exports and rewriting its trade agreement to permit greater protection for U.S. cars. Canada and Mexico fought harder, retaliating against U.S. farm exports and forcing a difficult renegotiation of the North American Free Trade Agreement. But both countries, almost wholly dependent on the U.S. market for exports, also accepted a deal largely on U.S. terms—though that agreement has now been stalled by Democratic opposition in the U.S. Congress.
The European Union, bigger and more confident, fought back still more forcefully and has so far given up nothing. It retaliated against the United States by slapping tariffs on politically sensitive goods, including corn, bourbon, and Harley-Davidson motorcycles, and has resisted demands for bilateral negotiations. The United States has more ammunition—tariffs on automobiles that Trump could trigger under a separate Section 232 investigation and tariffs soon to be authorized by the WTO under a long-running U.S. complaint against European subsidies for Airbus. Europe warned that any new tariffs would be met with massive retaliation.
The real target, however, was China and its $400 billion trade surplus with the United States. Lighthizer’s critique of China—that it exploited loopholes in WTO rules to gain unfair trade advantages against the United States and others—was a decade ahead of its time.
Lighthizer’s critique of China—that it exploited loopholes in WTO rules to gain unfair trade advantages against the United States and others—was a decade ahead of its time.
When previous administrations and multinational companies were still hoping for China to emerge as a responsible stakeholder in the global trading system, Lighthizer was warning that China was gaming the system to capture industry after industry. His views on Chinese behavior have now become mainstream in both U.S. political parties.
For a time, the theory seemed to be working as planned. The United States hit China with 25 percent tariffs on $50 billion of exports in July and August 2018 and then, with no meaningful response from China, added 10 percent tariffs on another $200 billion in September 2018. At the end of 2018, with Trump threatening to boost that tariff to 25 percent, China finally succumbed and sat down to negotiate seriously with Lighthizer and other U.S. officials.
After several rounds of increasingly serious negotiations this year on long-standing issues such as Beijing’s demands that U.S. companies share proprietary technologies as the price of investing in China, intellectual property theft, and Chinese subsidies to industries, the talks fell apart in May. The U.S. explanation was that China had agreed to make significant changes that would be enshrined in law and then pulled back; the Chinese version was that negotiations were still in flux and Beijing had never made clear commitments. Trump responded to the breakdown by ratcheting the tariffs up to 25 percent and then threatened new tariffs on the remainder of Chinese exports.
While Trump and Chinese President Xi Jinping called a brief truce at the G-20 summit in June in Osaka, Japan, the May breakdown effectively marked the end of negotiations. Chinese leaders became convinced that the Trump administration would never do a deal on terms they could accept and turned to other ways to shore up the economy through credit, new investments, and lowering tariffs for other trading partners. China has resigned itself to living with the U.S. tariffs for the time being and believes it can weather any economic harm.
China has resigned itself to living with the U.S. tariffs for the time being and believes it can weather any economic harm.
The United States in turn began to ratchet up the pressure by targeting flagship Chinese technology companies like the telecommunications giant Huawei and several makers of supercomputers.

Trump’s announcement this week that the United States will impose 10 percent tariffs on the remainder of Chinese imports came after a brief and unsuccessful effort to restart serious negotiations in Shanghai. The move may look like part of the same campaign to use still more tariffs to force China to make concessions it has so far refused, especially since the two sides are scheduled to meet again in September. But no one in the administration can be under any illusion that China will buckle to the additional pressure. To do a deal now would be humiliating for Beijing. News reports suggest that both Lighthizer and Treasury Secretary Steven Mnuchin, who have led the talks, opposed the new round of tariffs. Trump overruled them.
That makes the next steps in the trade war especially hard to predict. Will China hit back to save face or escalate in other ways such as military threats against Taiwan or other neighbors? Will Trump quickly raise the 10 percent tariff to 25 percent, which would truly hurt U.S. consumers of smartphones and other Chinese-made consumer products? Will the Trump administration turn its attention now to Europe—or perhaps to India or Japan—all of which are resisting U.S. trade demands?
Politics could take over as well. With the leading Democratic presidential candidates, other than former Vice President Joe Biden, running as tough on trade and tough on China, Trump may simply mete out a random dose of tariffs over the next year to avoid being outflanked by his rivals.
The entire theory that had anchored the Trump trade policy turns out to have been wrong;
The entire theory that had anchored the Trump trade policy turns out to have been wrong;
it may live on, zombielike, but the already minimal returns will diminish more. The United States will hurt itself and others with tariffs without even the prospect of meaningful trade deals.
This means that the trade wars—which U.S. Federal Reserve Chairman Jerome Powell this week called “something that we haven’t faced before”—have become even more unpredictable. For investors, and for companies making long-range investment decisions, the uncertainty has now multiplied. Tariffs have gone from being a means to force changes in trading practices to an end in themselves. That was never Lighthizer’s plan. But the next steps now are entirely in the hands of Trump. 

Edward Alden is the Ross distinguished visiting professor at Western Washington University, a senior fellow at the Council on Foreign Relations, and the author of Failure to Adjust: How Americans Got Left Behind in the Global Economy. Twitter: @edwardalden


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U.S. Trade Representative Robert Lighthizer testifies before the Senate Finance Committee on March 22 in Washington. (Win McNamee/Getty Images)

You Live in Robert Lighthizer’s World Now

Trump might look like he's flailing on trade—but it's all going according to his trade czar's plan, which has been years in the making.
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Why China Will Win the Trade War

Trump thinks he has a strong hand. In fact, Washington is far more vulnerable than Beijing.
A container ship unloads its cargo from Asia at the Long Beach port in California on Aug. 1.

China Shoots Back in Trump’s Trade War Escalation

A transcript of Foreign Ministry spokesperson Hua Chunying’s remarks to reporters.