O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 12 de outubro de 2019

2019 em Brasília: o ano disruptivo na política brasileira - Daniel Marenco (crowdfunding)

Participe, você também, deste crowdfunding, para um livro excepcional: o ano mais disruptivo da política brasileira, devidamente fotografado por um artista profissional:

https://benfeitoria.com/embrasilia2019?fbclid=IwAR3I44_kKoethdyxp-xR0yIOog4-KzoqrLf39WUa3Opw_zp5XZ0wbpou4K8

EM BRASÍLIA, 2019. O ano disruptivo
Daniel Marenco

O Brasil de 2019 pelas lentes de quem acompanha o dia a dia da política na capital federal. Um registro fotográfico de um ano disruptivo.

O fotojornalista Daniel Marenco acaba de lançar o projeto “Em Brasília, 2019. O ano disruptivo”, um registro fotográfico do momento político em que vivemos. Será um livro impresso em qualidade, com capa dura, com imagens feitas nos bastidores de Brasília, em eventos oficiais e também imagens que retratam onde e como as falas dos governantes podem afetar a população. São fotos que procuram retratar não somente o fato político, mas também contextualizar suas consequências em um país tão heterogêneo, desigual, gigante.

A campanha de crowdfunding está no ar no endereço https://benfeitoria.com/embrasilia2019 e tem como recompensas, além do próprio livro, fotos em séries limitadas - com no máximo 20 impressões, de algumas das fotos da carreira de Marenco, assinadas e impressas com qualidade museológica - cursos de fotografia, curadoria para projetos pessoais, entre outros.

Como fotógrafo, desde 1999 Marenco busca mostrar o que acontece por onde passa em registros visuais. Já fotografou miséria extrema, alguns dos piores desastres, eleições presidenciais, grandes eventos. E, neste último ano e meio, vem respirando política no meio do furacão onde ela mais se expressa: em Brasília.

É um livro para quem gosta de fotografia guardar para tempos futuros, como prova do momento ímpar que estamos vivendo. Também é um livro para quem gosta de história poder consultar as memórias desse período.

Sobre Daniel Marenco
Fotojornalista baseado em Brasília, Daniel Marenco trabalhou em quatro jornais. Em 2015, foi indicado ao Esso, principal prêmio de jornalismo brasileiro, com dois trabalhos. A foto “Terremoto em Katmandu” mostra uma cerimônia fúnebre no Nepal e foi publicada no jornal Folha de S. Paulo, empresa em que trabalhou por cinco anos. "Marcado com ferro e fogo" é o retrato de um homem torturado pela polícia no Rio de Janeiro. A foto foi publicada em O Globo, onde Marenco começou a trabalhar em 2015. Em 2009, o fotojornalista foi indicado para o mesmo prêmio, por causa de uma série de fotos da Prisão Central de Porto Alegre. Ele foi premiado na categoria de ensaio no 7º Melhor Concurso Cultural de Fotografia da Leica (2009) e no Prêmio Petrobras de Jornalismo (2015). Em 2014, com o ensaio “El Gaucho”, foi finalista da bolsa Roberto Villagraz, em Madri, e com um ensaio sobre as manifestações de junho de 2013, finalista do Prêmio de Arte da Fundação Conrado Wessel. Marenco é formado em jornalismo na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo (2007). Trabalha como fotógrafo desde 1999 e já passou também pelos jornais Diário Gaúcho e Zero Hora. Entre as principais coberturas em que participou, estão os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara em 2011, os protestos brasileiros em 2013, a Copa do Mundo no Brasil em 2014, o terremoto no Nepal em 2015, o Jogos Olímpicos de 2016, o fim da Minustah no Haiti (2017) e quatro eleições presidenciais. Em 2018, Daniel Marenco estreou em documentários com “Contramaré”, selecionado em mais de 10 festivais.

Seu portfólio está disponível em https://danielmarenco.com/

Um livro para quem gosta de fotografia guardar para tempos futuros, como prova do momento ímpar que estamos vivendo. Também um livro para quem gosta de história poder consultar as memórias desse período.

Olá, meus amigos, que bom que chegaram até aqui. De antemão, agradeço pelo tempo e carinho de vocês. Aproveito para dizer que aqui terão a oportunidade de não só contribuir para fazermos juntos o livro que será um registro histórico do tempo em que vivemos, mas também ter em casa aquela minha foto que você gosta.
Essa campanha foi pensada com esse intuito. Agradar a todos vocês. E presenteá-los não só com o produto desse crowdfunding, mas também com o que mais tenho de valioso: meu carinho despejado em cada fotografia que faço. Espero ir parar na parede das casas de cada um de vocês. 
Para isso, preparamos recompensas para todo o tipo de ajuda. E, para algumas, séries limitadas, com no máximo 20 impressões, de algumas das minhas fotos, assinadas e impressas com qualidade museológica! Confira abaixo essas imagens:


Como fotógrafo, desde 1999 busco mostrar o que acontece por onde passo em registros visuais. Já fotografei miséria extrema, alguns dos piores desastres, eleições presidenciais, grandes eventos. E, neste último ano e meio, venho respirando política no meio do furacão onde ela mais se expressa: em Brasília. Essas fotos também serão disponibilizadas em recompensas, mas sem limite de impressões. Abaixo mais alguns exemplos dessas fotos. E, claro, se você gosta muito de alguma imagem minha que não está aqui, só entrar em contato por e-mail que damos um jeito.

Além disso, teremos outras recompensas, como cursos de fotografia, curadoria para o seu projeto pessoal, entre outros. Espie todas e dê uma reparada no nome de cada recompensa. Depois me conta o que achou!
Sobre esse livro, algumas considerações. A última eleição para Presidência da República representou uma quebra de paradigmas, com uma disputa eleitoral em que as redes sociais tiveram novo peso, com a ruptura da polarização entre PT e PSDB, entre outras novidades no âmbito político e social brasileiro. 

São, até o lançamento desta campanha de crowdfunding, mais de nove meses de governo. Um governo já marcado por declarações polêmicas em diversas áreas e com uma rápida queda de aprovação. Um governo que já aprovou uma grande reforma com o apoio do Congresso, a reforma da previdência, mas que também teve derrotas importantes e vê sua imagem desgastada por discursos e práticas. 
Desde a eleição, ou mesmo desde a posse, muita coisa mudou. Para marcar esse momento histórico no país, venho propor um documento imagético: um livro, o "Em Brasília, 2019. O ano disruptivo". 
Será um livro impresso em qualidade, com capa dura, com imagens feitas nos bastidores de Brasília, em eventos oficiais e também imagens que retratam onde e como as falas dos governantes podem afetar a população. São fotos que procuram retratar não somente o fato político, mas também contextualizar suas consequências em um país tão heterogêneo, desigual, gigante. 
É um livro para quem gosta de fotografia guardar para tempos futuros, como prova do momento ímpar que estamos vivendo. Também é um livro para quem gosta de história poder consultar as memórias desse período. 
E eu, testemunha ocular desses acontecimentos, conto com a colaboração de vocês para divulgar esses registros. Seria muito legal se vocês compartilhassem e contribuíssem com esse projeto. Agradeço imensamente a cada um que se dispuser a ajudar e deixo desde já o meu muito obrigado.
Um abraço forte em cada um de vocês! 

FINANCIAMENTO COLETIVO
É tudo ou nada! Precisamos bater a meta até 15/12/2019 - 23:59

Rodrigo Constantino: como agem os mercenários do poder

Os blogueiros de crachá: Moura Brasil expõe militância virtual ligada ao governo
por Rodrigo Constantino

Felipe Moura Brasil, diretor de jornalismo da Jovem Pan, publicou uma longa reportagem muito importante na revista Crusoé, expondo nomes e como atuam os militantes virtuais do bolsonarismo, agindo desde dentro do governo. Eis o resumo:

“De fato, trata-se de uma espécie de petismo com sinal trocado, na linha do que já havia denunciado Janaina Paschoal, que percebeu postura similar àquela dos seguidores de Lula.”

Um dos nomes que mais aparecem, para surpresa de ninguém que conheça os bastidores da direita populista, é o de Filipe G. Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais. Quem tiver interesse em conhecer melhor o perfil dele, recomendo essa reportagem da Época.

O jovem, que exerce bastante influência em Bolsonaro por ser uma espécie de preposto de Olavo de Carvalho no governo, atua diretamente na articulação dessa militância. Como "analista", mais parecia o goleiro Muralha, sempre pulando para o mesmo lado e cantando a vitória da direita. Acertava metade. E "analisava" desde a posição de membro de diretório de partido, com cargo no PSL e de olho num eventual cargo no governo em caso de vitória do "seu" candidato. Analista independente é isso!

Vera Magalhães comentou o caso no Jornal da Manhã de hoje:
(...)
Vera é alvo constante dessa "milícia digital" bolsonarista, assim como tantos outros jornalistas. Carlos Andreazza, por exemplo, que também comentou a reportagem:

“Até os ministros Paulo Guedes e Sergio Moro são alvos dessa turma. Sabemos que os nacional-populistas e reacionários influenciados por Olavo e Bannon não engolem os liberais, e enxergam em Guedes um instrumento útil no momento, nada mais.”

Filipe G. Martins, chamado de Robespirralho ou Sorocabannon nas redes sociais, foi o responsável pela barrigada no caso da OCDE, criando um baita alarde na época do apoio de Trump, como se fosse sinônimo já de vitória e ingresso no "clube dos ricos". Esses dias soubemos que não é bem assim que as coisas funcionam no mundo da diplomacia real...

A militância foi imediatamente acionada, ao que tudo indica, para entrar em campo defendendo o jovem assessor e o governo. A mídia só espalharia Fake News, dizem. A reação é a prova da falta de humildade desse pessoal para reconhecer um erro. Venderam um peixe que não foram capazes de entregar, e agora atacam o mensageiro. Comentamos isso no Jornal da Manhã hoje:

É constrangedor ver o malabarismo dos bolsolavistas para defender Filipe. "A OCDE tem regras", "a Argentina já estava na fila" etc. Ora, então qual foi a razão de toda aquela empolgação eufórica do assessor à época da notícia do apoio americano? Daqui a pouco, se até isso fracassar na frente, vão resgatar o globalismo e desqualificar a própria OCDE como irrelevante ou instrumento dos comunistas. Haja pano para passar.

Para Rubens Ricupero, ex-embaixador nos Estados Unidos, "estamos colhendo a humilhação pública depois de todo festejo". O diplomata de carreira Paulo Roberto de Almeida, alvo da militância por ter discordado de Olavo num debate sobre globalismo, comentou: "Ricupero volta a sublinhar o que é relevante nos fatos, não nas alucinações exteriores do olavo-bolsonarismo diplomático, feito de retórica vazia. Vou atualizar minha lista das NÃO realizações da 'política externa para o povo'."

O jornalista Merval Pereira, em sua coluna de hoje, resgatou a frase atribuída a Dulles de que não há países amigos, mas interesses comuns, e acrescentou:

“A propalada amizade entre Trump e a família Bolsonaro, base para a defesa de uma política externa atrelada aos Estados Unidos, começa a ser desmistificada pelos próprios americanos, que ontem aceitaram Argentina e Romênia no chamado “clube dos ricos”, sem abrir brecha para o Brasil, o que fora anunciado como a grande vitória alcançada na visita do presidente Bolsonaro aos Estados Unidos.

A indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada americana, apesar da visível falta de qualificação, subiu no telhado agora. Afinal, o trunfo usado era justamente a "amizade" entre os dois presidentes. Mas e se essa "amizade" pouco quer dizer na prática? Não é assim que se constrói relações republicanas. O "jeitinho" personalista pode ter raízes profundas fincadas na cultura brasileira, mas não se pode dizer o mesmo da América.”

Filipe Martins e essa militância dos "blogueiros de crachá", e Eduardo Bolsonaro com sua obsessão pela embaixada e por assassinar a reputação de eventuais críticos do governo, como tentou fazer comigo usando uma mentira patética acerca do meu passado no mercado financeiro, representam o que há de pior no governo Bolsonaro. E o fato de serem tão influentes na cabeça do presidente é o que mais assusta..."

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A guinada ultraconservadora da diplomacia brasileira na ONU a pedido dos EUA - Jamil Chade

Jamil Chade refaz a trajetória da inversão conservadora da diplomacia brasileira, atendendo a demandas dos EUA nas questões da mulher, e confirmando a submissão servil - redundante, eu sei - a tudo o que vem do governo Trump. Diplomatas brasileiros evitarão falar a respeito dessa nova vergonha política, pois todos eles dependem do Gabinete do chanceler para promoção, remoção ou chefias na Casa. 
Trata-se do maior afundamento da dignidade da diplomacia brasileira em décadas.
Paulo Roberto de Almeida 

Exclusivo: os bastidores da nova política externa brasileira, "inspirada" na Casa Branca. https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/10/12/eua-acionam-brasil-para-implementar-agenda-ultraconservadora-na-onu/ 

EUA acionam Brasil para implementar agenda ultraconservadora na ONU Jamil Chade 12/10/2019 04h00 Trump e Bolsonaro se cumprimentam durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington (REUTERS)   Nos bastidores, a guinada ideológica sem precedentes no Itamaraty teve pressão direta de Washington, resistência de diplomatas brasileiros e novo alinhamento do governo nas entidades internacionais.     GENEBRA – Em fevereiro deste ano, muitos na ONU respiraram aliviados. Numa primeira visita da ministra de Direitos Humanos às Nações Unidas, Damares Alves não criou polêmicas e falou abertamente sobre a questão de gênero, direitos das mulheres e educação sexual. Vítima de abus... - Veja mais em https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/10/12/eua-acionam-brasil-para-implementar-agenda-ultraconservadora-na-onu/?cmpid=copiaecola

Retomo (PRA):


Uma tal subserviência da diplomacia brasileira a diretrizes determinadas em Washington, em total contradição com posturas exibidas tradicionalmente pela diplomacia tradicional do Brasil, tem poucos precedentes, provavelmente nenhum, na nossa longa história de política externa orientada em função de critérios que refletem determinados consensos da sociedade brasileira.
Agora não mais: no afã de atender e de seguir recomendações ou sugestões emanadas dos setores ultraconservadores da administração Trump, ou pressionadas por setores identificados com as mesmas posturas no próprio Brasil, as novas instruções dadas pelo Gabinete do chanceler brasileiro se conformam fielmente às ideias extremistas defendidas por esses setores do governo bolsonarista.
Em resumo, a diretriz básica dessa diplomacia abjetamente servil adotada a partir de agora pelo Brasil da extrema-direita parece ser apenas esta:
The world according to Washington.
Não tenho registro histórico de episódios semelhantes que possam ter humilhado a diplomacia profissional brasileira nessa perda total de autonomia política decisória. Talvez tenha ocorrido algo similar no início da Guerra Fria, quando o então delegado brasileiro na ONU, Oswaldo Aranha, foi admoestado pelo Governo Dutra, extremamente servil aos EUA, por não ter votado exatamente como a delegação americana numa resolução qualquer, quando tinham sido os próprios americanos que mudaram repentinamente de posição, sem comunicar a nova postura aos seus “satélites” da época, entre os quais se incluia o Brasil alinhado com Washington. 
Salvo esse precedente, não se tem memória de casos em que tenhamos descido tão baixo na sabujice explícita. 
A “nova” diplomacia brasileira, supostamente “sem ideologia”, envergonha o corpo profissional do Itamaraty, pela extrema ideologia de suas posturas radicalmente em ruptura com padrões seguidos até recentemente. 
Cabe repetir o título de meu livro de 2014: “Nunca antes na diplomacia...”
Vou ter de reescrever esse livro.
Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 12/10/2019

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Aventuras da diplomacia olavo-bolsonarista: a "derrocada" do ditador da Venezuela

O falcão recentemente demitido da diplomacia trumpista, desastrado como sempre foi, tinha vindo ao Brasil em dezembro, para se encontrar com o presidente eleito e seu chanceler acidental. Aproveitou um café com leite condensado para convencer o presidente eleito e seu chanceler secundário (ou terciário) de que bastaria um pequeno gesto para derrubar o ditador chavista-bolivariano.
O novo chanceler se atirou com tal entusiasmo ao projeto que, além de aprovar uma base americana no Brasil, logo no dia 1o. de janeiro, diretamente para o Secretário de Estado presente na posse (o que foi prontamente, imediatamente rechaçado pelos militares do governo), também seguiu imediatamente o anúncio, pelo mesmo Secretário de Estado, de reconhecimento do "presidente paralelo" da Venezuela, 50 minutos depois, ainda em Davos. 
Depois, um mês mais tarde,  tentou aprovar o ingresso de militares e equipamentos americanos no Brasil, para forçar a ajuda humanitária na fronteira brasileira de Roraima, e mais uma vez foi barrado pelos militares sensatos. O vice-presidente chegou a liderar a segunda reunião do Grupo de Lima, para barrar esse aventureirismo trumpista em nossa política externa, rechaçando claramente qualquer aventura militar ou golpista na Venezuela.
Mas teve vários outros episódios, sempre vinculados à agenda do falcão americano, que ainda serão esclarecidos por uma pesquisa mais cuidadosa.
O homem se foi, e ficaram seus sócios no Brasil sem mestres em Washington. Estão tristes?
Paulo Roberto de Almeida


John Bolton Tried to Unseat a Dictator. He Failed.
Nicolás Maduro remains in power despite U.S. sanctions and attempts to oust him. There’s no more room for improvisation.
Jorge G. Castañeda
The New York Times – 9.11.2019

During John Bolton’s recently ended tenure as national security adviser, he convinced President Trump that the Venezuelan leader Nicolás Maduro was on the verge of losing power. Mr. Bolton is reported to have been the architect of the several failed attempts to unseat President Maduro, a frequent target of Mr. Trump’s bluster.
We now know that Mr. Maduro’s fall was not imminent. Instead, Mr. Bolton bluffed on the high-ranking military officials who were about to betray Mr. Maduro; he bluffed on the number of people who would take to the streets in April to try to overthrow the Maduro regime; and he also seemed to believe that sanctions would work very quickly. Most important, though, his biggest mistake was to proceed along those lines without any Plan B in case this Plan A did not work. In the end, he has succeeded only in making Mr. Maduro stronger.
The best proof of this foreign policy debacle is that last week, for the first time since January, Mr. Maduro traveled abroad, choosing Moscow, logically enough, as his destination. He also achieved his first diplomatic victory in years last week at the United Nations Human Rights Council in Geneva, persuading enough countries, including China, Cuba, Egypt, Iran and Mexico, to vote for a resolution to promote a peaceful solution the Venezuelan crisis without foreign interference, which should be taken with a grain of salt coming from Mr. Maduro. He was, however, forced to accept the creation of a fact-finding mission to investigate the most egregious human rights abuses in Venezuela. This setback will come back to haunt him.
Mr. Maduro also pulled out of talks with the opposition in Barbados without serious consequences, another sign of his resilience. Washington’s lack of a Plan B has allowed the Venezuelan dictator to outlast his foreign and domestic opponents. This is almost reminiscent of the Bay of Pigs.
Today, Mr. Maduro appears to be further from being ousted than he was a year ago. Despite the steady flow of refugees out of the country — which has already topped four million — and a crumbling economy, the Venezuelan dictatorship persists. The question now is if a new way forward can finally be forged by the so-called Lima Group of Latin American democracies opposed to Mr. Maduro, the European Union, Washington and the United Nations human rights system.
The diplomatic approach toward Venezuela should be thoughtful, systematic and patient. Plan B would consist in staying the course, continue mounting pressure and refraining from generating false expectations because of impatience or bureaucratic infighting. No more shooting from the hip or improvisation.
The sanctions regime imposed by the United States, mainly on oil-related transactions, financial or otherwise, needs to be strengthened if they are to be effective. The European Union must also do its share on sanctions, and the union’s new foreign policy chief, Josep Borrell, should not waver. It is one thing for Norway to sponsor talks between the opposition and Mr. Maduro’s regime; it is another for the Europeans to get cold feet and accept Mr. Maduro’s grip on power despite the widespread human rights violations by and clear illegality of his government.
The investigation of those violations, in Geneva and at the Organization of American States, must conducted with vigor. A devastating report by the United Nations human rights commissioner, Michelle Bachelet, found more than 6,000 extrajudicial executions in the past five years in Venezuela; the fact-finding mission should do its job as expeditiously as possible, in spite of Mr. Maduro’s reluctance. There need to be more specific case studies, more precise denunciations and more individualized responsibilities for human rights violations.
In September, 16 of the 19 nations that are signatories of the Rio Treaty, a regional security compact, voted to impose additional economic sanctions on Mr. Maduro and his associates. Colombia, which led the initiative, has to present a better case for its claims that Mr. Maduro is protecting armed groups within its territory, than outdated or uncredited photographs taken in Colombia.
Venezuela poses a real threat to regional peace and security, and further sanctions should be applied as a result of the vote. The Rio Treaty was never a great idea, but it can be used to enforce more sanctions short of a military action.
Lastly, if serious economic difficulties are once again besieging Cuba, a country on which Mr. Maduro’s survival depends entirely, for security and intelligence reasons, Havana should be enticed or pressured into understanding that he has to go. It probably will never accept some type of quid pro quo, but nothing is lost in trying. Mr. Bolton forgot this “minor” detail: Without a carrot and stick approach for Cuba, there is no reason for Havana to be helpful. Raúl Castro, who is still first secretary of the Communist Party of Cuba and the island strongman, knows Mr. Maduro will not last forever; the question is when he is willing to jump from a melting iceberg to another.
Several Latin American presidents recently urged Moscow and Beijing to cooperate with their efforts and stop supporting the Venezuelan regime with money and vetoes at the United Nations Security Council. They could perhaps be most useful in convincing the Cubans that though the jig is up, there could still be something in it for them if they contribute to Mr. Maduro’s departure and the scheduling of prompt, free and internationally supervised elections.
Mr. Trump knows all about quid pro quos, even if Mr. Bolton did not. For all the wrong reasons, the American president has gained leverage over Havana by rolling back almost all of Barack Obama’s normalization. Now he should use it.

Jorge G. Castañeda, Mexico’s foreign minister from 2000 to 2003, is a professor at New York University and a contributing opinion writer.

PS.: Grato Pedro Luiz Rodrigues pela transcrição e envio da matéria.

Novas definições de fronteiras: chamada de trabalhos

CHAMADA DE TRABALHOS 
(RE)DEFINIÇÕES DAS FRONTEIRAS: DESENVOLVIMENTO, SEGURANÇA E INTEGRAÇÃO 
Organizadores: 
Fernando José Ludwig 
Luciano Stremel Barros  
Ao longo deste projeto, que teve início em 2017, verificou-se a crescente necessidade de se incluir o debate das fronteiras no âmbito das Ciência Política e Relações Internacionais. Indubitavelmente que o entendimento as fronteiras têm se tornado fulcral para a compreensão das relações internacionais contemporâneas, seja no que se refere a atuação dos EUA, no caso da Venezuela, ou mesmo relativamente ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). Entretanto, há uma lacuna na literatura que trabalha as fronteiras enquanto área central, normalmente está subordinada a outras áreas de estudo: direito, segurança, soberania, geografia, defesa, integração regional, entre várias outras. Uma certeza tornou-se presente nas edições anteriores: devemos resgatar as fronteiras da marginalidade acadêmica, política, social e mesmo ideológica. Com a intenção contínua de trazer diferentes percepções sobre as fronteiras, esta chamada tem como escopo não somente a visão prática, nem mesmo a exclusividade acadêmica, mas sim trazer esta constante que permeia o objetivo ontológico desta edição: a constante adequação das conceitual, prática, acadêmica, política, social, ideologia. Levando em conta a particularidade multidimensional, busca-se nesta edição trabalhos relacionados ao desenvolvimento econômico, político e social das fronteiras, que englobem questões de segurança e defesa, bem como discuta os desafios e as relações das fronteiras e dos processos de integração regional ao redor do globo. 
Caso haja interesse, por favor enviar as seguintes informações individuais, a fim de informar a editora IDESF:
·     Nome Completo
·     Título do Capítulo (provisório)
·     Filiação
·     Curriculum Vitae resumido (máximo 10 linhas)
Diretrizes gerais para a submissão dos FINAL trabalhos:
·     Curriculum Vitae resumido (5 linhas)
·     Resumo de 200-300 palavras 
·     5 palavras chave 
·     Tamanho: entre 3.500 e 5.000 palavras
·     Normas: ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas) 
·     Fonte: Times New Roman, 12
·     Espaçamento: 1,5
·     Prazo de submissão: 15 de Novembro de 2019
Edições anteriores: 
Qualquer dúvida, não hesitem em me contatar,
 Atenciosamente, 
Fernando Jose Ludwig
fernandoludwig@uft.edu.br
--
Fernando Jose Ludwig
Doutor em Política Internacional e Resolução de Conflitos (Universidade de Coimbra) 
Professor Adjunto do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Tocantins (UFT)

"Política externa para o povo": os resultados práticos - Paulo Roberto de Almeida

No último domingo, 6/10, eu havia feito a postagem seguinte:

domingo, 6 de outubro de 2019


Política externa: os desastres em série

E ainda não acabou:

Resultados práticos da “política externa para o povo” do olavo-bolsonarismo diplomático dos últimos 9 meses:
1) reforçaram o chavismo-madurismo na Venezuela;
2) trouxeram de volta o peronismo argentino;
3) converteram o Brasil em pária internacional, e não só no meio ambiente;
4) iniciaram uma luta insana contra a “ideologia de gênero” nos foros internacionais;
5) aliaram o Brasil aos mais execráveis líderes da extrema-direita mundial.

Tem muito mais a apresentar...
Até quando irá a destruição da política externa e da diplomacia brasileira sob a direção dos aloprados que subordinaram o Brasil aos desejos de Trump?
Paulo Roberto de Almeida
Pirenópolis, 6/09/2019
Nesta sexta-feira, podemos atualizar a lista dos desastres:

1) Bye-bye OCDE (pelo futuro previsível);
2) Bye-bye aprovação de Bolsokid para Washington;
3) Bye-bye aliança pessoal com Trump? (ainda não é certo, mas já está enfraquecido);
4) Bye-bye aliados argentinos (sem visita bilateral em vista?);
5) Bye-bye Conselho de Direitos Humanos? (em breve);
6) Bye-bye coordenação com EUA na questão da Venezuela;
7) Bye-bye acordo Mercosul-UE?;
8) Adeus credibilidade da diplomacia brasileira;
9) Adeus a velhos amigos na Itália (onde mais?);
10) Adeus às últimas ilusões de que os aloprados pudessem se corrigir...

A lista ainda terá muitos outros acréscimos. Aguardem.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11/10/2019


Ingresso frustrado do Brasil na OCDE: isso pouco importa - Paulo Roberto de Almeida

Ingresso frustrado do Brasil na OCDE
(pelo menos por enquanto).
Paulo Roberto de Almeida

Sabem o que eu acho da matéria abaixo transcrita?

Nada! Ou melhor: não dou a menor importância.
Apoio dos EUA, dos países europeus, ingresso na OCDE, selo de qualidade internacional, tudo isso não tem a menor importância, e talvez seja até melhor.
Não entrando agora, e talvez nem mesmo mais adiante, vai nos poupar alguns milhões de dólares – custos da adesão e das anualidades, que não são baratas –, que podem ser melhor empregados em educação das crianças, aqui no Brasil, para ver se melhoramos nos indicadores do PISA, que por enquanto são uma vergonha para o Brasil.
O Brasil NÃO PRECISA entrar para a OCDE, para FAZER TUDO o que teríamos de fazer entrando e mesmo um pouco mais.
Eu proporia que o Brasil não apenas siga todos os requerimentos, exigências, adesão a normas e protocolos, tudo o que a OCDE nos pediria, e que ele vá mesmo um pouco mais além.
Aproveitar esse período de espera – e talvez até mude de ideia no meio do caminho – para AVANÇAR todas as reformas que está aguardando décadas para fazer, sem que ninguém lhe cobre nada por isso, et pour cause.
Eu acho que deveríamos ir MUITO ALÉM do que está na pauta da OCDE e se tornar um país avançado, com liberdade ecobömica, com liberalização comercial, adepto das normas mais elevadas de qualidade ambiental, social, laboral, respeitador dos direitos humanos, das liberdades políticas e democráticas, com PLENA INSERÇÃO na economia mundial.
Esse é o meu programa: reformas da OCDE SEM OCDE, por nossa própria conta e risco.
Eu, aliás, tinha proposto isso mesmo, em minha tese do Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, em 1996, que se chamava justamente "Brasil-OCDE: uma interação necessária" (disponível como abaixo indico). Não propunha a adesão do Brasil, mas propunha que o Brasil seguisse todos os padrões de alta qualidade em suas políticas macroeconômicas e setoriais, sem precisar necessariamente se reportar à OCDE.
Minha tese está disponível no seguinte link:

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11 de outubro de 2019

EUA recusam apoio ao Brasil no ingresso à OCDE; governo admite frustração
O Globo, 10/10/2019

Apesar de promessas públicas do presidente Donald Trump, os Estados Unidos não formalizaram apoio ao ingresso do Brasil na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O país foi preterido por Argentina e Romênia, que ganharam endosso do governo americano.
Repercussão: a negativa foi recebida com frustração pelo governo brasileiro. Publicamente, no entanto, autoridades dizem que o apoio americano está mantido, mas Argentina e Romênia têm prioridade. O assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, disse que há “histeria” na repercussão sobre a recusa. A embaixada dos EUA em Brasília afirmou, em texto, que o país continua a favor da proposta brasileira.
Por que isso importa: o apoio formal à entrada na OCDE era uma das contrapartidas acertada no encontro entre Trump e Bolsonaro ao pacote de concessões feitos pelo Brasil, como o fim da exigência de visto para turistas americanos, o acesso dos EUA à base de Alcântara (MA) e a decisão brasileira de abrir mão de status especial na Organização Mundial do Comércio.
Opinião: apesar de o governo minimizar, a decisão dos EUA é uma ampla derrota para a administração Jair Bolsonaro, afirma Míriam Leitão.