Ingresso frustrado do Brasil na OCDE
(pelo menos por enquanto).
Paulo Roberto de Almeida
Sabem o que eu acho da
matéria abaixo transcrita?
Nada! Ou melhor: não dou a
menor importância.
Apoio dos EUA, dos países
europeus, ingresso na OCDE, selo de qualidade internacional, tudo isso não tem
a menor importância, e talvez seja até melhor.
Não entrando agora, e
talvez nem mesmo mais adiante, vai nos poupar alguns milhões de dólares –
custos da adesão e das anualidades, que não são baratas –, que podem ser melhor
empregados em educação das crianças, aqui no Brasil, para ver se melhoramos nos
indicadores do PISA, que por enquanto são uma vergonha para o Brasil.
O Brasil NÃO PRECISA entrar
para a OCDE, para FAZER TUDO o que teríamos de fazer entrando e mesmo um pouco
mais.
Eu proporia que o Brasil
não apenas siga todos os requerimentos, exigências, adesão a normas e
protocolos, tudo o que a OCDE nos pediria, e que ele vá mesmo um pouco mais
além.
Aproveitar esse período de
espera – e talvez até mude de ideia no meio do caminho – para AVANÇAR todas as
reformas que está aguardando décadas para fazer, sem que ninguém lhe cobre nada
por isso, et pour cause.
Eu acho que deveríamos ir
MUITO ALÉM do que está na pauta da OCDE e se tornar um país avançado, com
liberdade ecobömica, com liberalização comercial, adepto das normas mais
elevadas de qualidade ambiental, social, laboral, respeitador dos direitos
humanos, das liberdades políticas e democráticas, com PLENA INSERÇÃO na
economia mundial.
Esse é o meu programa:
reformas da OCDE SEM OCDE, por nossa própria conta e risco.
Eu, aliás, tinha proposto
isso mesmo, em minha tese do Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, em
1996, que se chamava justamente "Brasil-OCDE: uma interação
necessária" (disponível como abaixo indico). Não propunha a adesão do
Brasil, mas propunha que o Brasil seguisse todos os padrões de alta qualidade
em suas políticas macroeconômicas e setoriais, sem precisar necessariamente se
reportar à OCDE.
Minha tese está disponível
no seguinte link:
Paulo
Roberto de Almeida
Brasília, 11 de outubro de
2019
EUA recusam apoio ao
Brasil no ingresso à OCDE; governo admite frustração
O Globo, 10/10/2019
Apesar de promessas
públicas do presidente Donald Trump, os Estados Unidos não formalizaram apoio
ao ingresso do Brasil na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). O país foi preterido por Argentina e Romênia, que ganharam endosso do
governo americano.
Repercussão: a negativa foi
recebida com frustração pelo governo brasileiro. Publicamente, no entanto,
autoridades dizem que o apoio americano está mantido, mas Argentina e Romênia
têm prioridade. O assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, Filipe
Martins, disse que há “histeria” na repercussão sobre a recusa. A embaixada dos
EUA em Brasília afirmou, em texto, que o país continua a favor da proposta
brasileira.
Por que isso importa: o
apoio formal à entrada na OCDE era uma das contrapartidas acertada no encontro
entre Trump e Bolsonaro ao pacote de concessões feitos pelo Brasil, como o fim
da exigência de visto para turistas americanos, o acesso dos EUA à base de
Alcântara (MA) e a decisão brasileira de abrir mão de status especial na Organização
Mundial do Comércio.
Opinião: apesar de o
governo minimizar, a decisão dos EUA é uma ampla derrota para a administração
Jair Bolsonaro, afirma Míriam Leitão.
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